domingo, 29 de dezembro de 2013

A Fernando Mascarenhas

Revelação da vida


"Jesus - a eterna revelação da vida
em seus dons supremos" - diz-nos
o Espírito Monsenhor José Horta
por intermédio de Chico Xavier.
Tomando por base essa divisa
passemos a avaliar nossa experiência
na relação estabelecida com o Cristo
sem perguntarmos o que Ele quer...

Pois já não está isso muito bem explicado
desde que um certo Saulo, de Tarso
recebeu seu encargo por voz direta
quando trilhava o caminho de Damasco?
Hoje, basta-nos a eloquente afirmação
de que Jesus, nosso Mestre e Pastor
é, da vida em seus dons supremos
a sempiterna revelação...

sábado, 21 de dezembro de 2013

Adeus, 2013!

A última reunião do Grupo de Estudo Jesus de Nazaré resultou bastante profícua, ainda que nem todos os integrantes tivessem comparecido. Estávamos presentes Waldelice, Carminha, Valquíria, Roberto, Isabel, Lígia, Egnaldo, Marilda, Railza, Marilene, Jaciara e Regina, além do coordenador Francisco. Para início de conversa, a Coordenação recordou o trabalho de avaliação realizado há três anos, quando se utilizou a frase do doutor da lei Saulo de Tarso em seu célebre encontro com o Cristo no caminho de Damasco: "Senhor, que queres que eu faça?", desdobrando-a em quatro aspectos diferentes: (Que queres que eu faça) em minha família; meu trabalho; em meus afetos; na Cobem. A partir daí, os presentes puderam tecer considerações a respeito de sua participação do Grupo, principalmente no tocante às realizações do próximo ano.
Em sua avaliação quanto a 2013, Carminha observou que foi um ano atípico, pois não teve muitas condições de se fazer presente aos trabalhos, dada sua necessidade de ficar com os netos, de modo que ficou meio perdida em relação às abordagens; ela reconheceu precisar modificar essa conduta, "e não o Grupo, que não deve se adaptar a mim". Roberto, por sua vez, declarou ser de enfrentar as situações adversas, de "passar por essas pontes" para atingir a meta principal; ele se queixou de que os grupos de que participou anteriormente ao "Jesus de Nazaré" tinham sempre a mesma metodologia e quis um dia sair desse padrão, gratificando-se com a proposta vivenciada até este ano; no entanto, notou, houve um repúdio por parte dos membros do Grupo e "agora estamos na estaca zero", embora perceba que essa falta de uma linha condutora dos trabalhos não seja por acaso, porquanto tudo nos chega por inspiração do Alto, pela via intuitiva.
Valquíria revelou que a consigna avaliativa é o reflexo do que foi estudado ao longo do ano, "em nosso contexto maior", levando-a a considerar sobre "o que faço aqui com os conteúdos que recebo", analisando a participação de cada um em seminários e demais eventos informativos: "E daí? o que tenho feito de produtivo?" Segundo ela, o que tirou seu foco quanto às atividades realizadas em 2013 foi a simultaneidade de eventos, chocando com o horário de funcionamento do Grupo: "Fiquei dividida!" A tal respeito, Marilene e Railza argumentaram a responsabilidade da Coordenação Geral de Grupos de Estudo, bem como da própria Diretoria da Cobem na tomada de medidas que objetivem respeitar a existência do "Jesus de Nazaré" e seu funcionamento nas manhãs de sábado.
Em razão dessa última observação a turma passou a considerar a necessidade de se estabelecer a rotina de encontros voltados para um planejamento pedagógico das atividades de 2014, ouvindo de Jaciara que a metodologia utilizada este ano prejudicou o andamento dos trabalhos. Com vistas ao melhoramento dos conteúdos e da forma de sua apresentação, a Coordenação propôs que no próximo ano sejam feitas apenas duas apresentações mensais, no máximo, por um ou outro dos integrantes - e não mais pela Coordenação - sobre o tema programado, deixando os sábados posteriores para uma avaliação coletiva sob o enfoque doutrinário, até que o assunto abordado seja esgotado.
Railza considerou que, ante a sobrecarga que coube à Coordenação este ano, será pertinente contar com coordenadores ad hoc, como forma de dividir as responsabilidades quanto à condução dos trabalhos. A Coordenação, assim, convidou a ela e a Roberto, tanto quanto a Carminha, para essa colaboração, à qual também Regina se ofereceu. Quanto a isto, Egnaldo reparou que o sistema colegiado é o ideal.
Em seguida, Roberto aproveitou essa parte das discussões para ilustrar a conversa com a metáfora da construção de uma casa, fazendo a Coordenação considerar já termos a planta dessa casa, só faltando selecionar o material. Pegando a deixa, Marilene comentou que, na tarefa do Cristo, "Ele espera que meu material seja o melhor de mim: já temos conhecimento para triar esse material, é aqui que a gente começa a caminhar", disse.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Fim de etapa: uma avaliação

Estados Unidos, 29; China, 26; Brasil, 7. Esses são os números relativos às visitas feitas a este blog nesta semana e realmente não sei qual é o significado deles. Só sei que neste sábado teremos nossa última reunião do ano de 2013, na qual pretendemos fazer uma avaliação das atividades realizadas ao longo deste período, enfocando tanto a mudança de conteúdo (direção programática) quanto a metodologia e a aplicação dos trabalhos. É claro que a ação coordenadora do Grupo, bem como a participação de seus integrantes estará na pauta dessa avaliação, como forma de melhor nos ajustarmos aos objetivos do "Jesus de Nazaré" como instrumento de excelência dos serviços oferecidos pela Casa de Oração Bezerra de Menezes.
Até lá, portanto.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Irradiação

Neste sábado, 14 de dezembro, os integrantes do Grupo de Estudo Jesus de Nazaré iremos à Cobem, não para nossas reuniões costumeiras, mas para integrarmos a turma que cuidará das tarefas da Irradiação, novo serviço implantado na Casa de Oração Bezerra de Menezes a benefício dos necessitados encarnados e desencarnados, direta e indiretamente. Isto quer dizer que essa ação se transmite a distância, atingindo todos aqueles que os participantes da atividade envolvam em sua mentalização. Essa reunião extraordinária - rotineiramente, ela acontece nas tardes de quarta-feira - objetiva envolver todos os trabalhadores voluntários da Cobem numa confraternização de fim de ano diferente, mais rica e eficaz.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Assim falou Marilda

"É preciso amar as criaturas mais que a si mesmo, e a Deus mais que às criaturas." Esta frase, atribuída ao Cristo e pronunciada pela Coordenação, iniciou a atividade de sábado, 7 de dezembro. Isabel, Railza, Carminha, Iva, Lígia, Luiza, Egnaldo, Valquíria, Quito, Roberto, Waldelice, Magali, Jaciara, Bonfim, Cristiano, Marilene e Fernando, além do coordenador Francisco estiveram presentes ao trabalho, dedicado todo ele a ouvir Marilda - e claro que ela marcou presença! E para iniciarmos os comentários, relembramos a consigna referente  ao entendimento da linguagem do Cristo exatamente em face da "pegadinha" embutida na frase acima, levando-se em consideração que Deus não é um ser à parte de sua Criação, estando presente tanto em cada um de nós quanto em nosso próximo (a redundância é necessária), o que simplifica e ao mesmo tempo complica o entendimento dessa questão.
E foi com essa observação que demos a palavra a Marilda.
Ela começou recordando-nos que toda sua família reside no mesmo prédio de apartamentos mas nem por isso a convivência deixa de apresentar dificuldades. Desde cedo ela teve que se responsabilizar pelas crianças - irmãos menores e sobrinhos -, principalmente depois da desencarnação de sua mãe. Emocionada, Marilda referiu-se aos cuidados, aparentemente inúteis, com um dos sobrinhos que desde a infância manifestava tendência à criminalidade; como ele crescesse sem conserto e, por suas atividades na marginalidade, apresentasse risco à família, ela o convidou, com o coração partido, a deixar a casa. Em pouco o tempo ele sucumbiria, vítima de assassinato. E para aumentar seu drama, nossa companheira comentou que um outro sobrinho demonstra um comportamento semelhante ao do outro, de quem gostava muito e sentia ser correspondida.
Em apoio à companheira, Waldelice propôs incluirmos o nome dos dois sobrinhos de Marilda numa corrente de orações. Marilda declarou sentir-se ainda responsável pelo que aconteceu ao sobrinho, culpando-se por não ter conseguido trazê-lo ao bom caminho e precisou fazer terapia para superar esse trauma, mormente em razão da vergonha perante os vizinhos. A esse respeito, Railza ponderou que nãos e deve ter vergonha pelas escolhas de outrem; no caso que Marilda expôs, disse ela, a família fez tudo o que pôde para orientar o rapaz, de modo que ela não tem culpa alguma pelo desfecho do episódio. Em seguida, essa companheira também relatou um drama parecido com o que Marilda vivenciou com seu sobrinho.
Marilda disse ainda que um dia, quando esse sobrinho frequentava a escola, participou de uma brincadeira com alguns colegas na qual se evocavam espíritos e nessa ocasião saíra correndo, afirmando que havia "muita gente" atrás dele - e passou a ver espíritos quase o tempo todo. Para suavizar a situação, sua tia o levou à Casa de Oração para tomar passes e assistir às reuniões doutrinárias. Tomando a palavra, Valquíria salientou que cada um só dá o que tem: "Somos todos iguais e passamos pelas mesmas fases de aprendizado", explicou, acrescentando que há momentos em que queremos escolher a porta larga e largar tudo: "Mas, e aí? Bezerra de Menezes ainda está por aqui enxugando lágrimas", completou.
Jaciara, por sua vez, questionou sobre o que fazia essa dor fazia no peito de Marilda todo esse tempo (o drama relatado já tem uns dez anos...). Segundo ela, que é jornalista, não imaginamos o que há por trás das tragédias do cotidiano, angustiando famílias inteiras, tanto por parte de vítimas como de algozes. Ela também referiu um episódio semelhante envolvendo um ex-namorado de sua filha, ressaltando que "não temos o poder de mudar o destino dos outros, embora ofereçamos a orientação, a prece e os exemplos". Ao final de suas palavras, salientou que o sentimento de culpa é prejudicial.
Igualmente Isabel apresentou relato de um caso semelhante ocorrido em sua família, como a dizer que nenhum de nós está livre de tais ocorrências, neste mundo de provas e expiações. Falou de uma prima que se envolveu com o mundo das drogas, no Rio de Janeiro, apesar de todas as recomendações familiares, sendo assassinada pelo tráfico, já sendo mãe de duas crianças que tiveram de vir para a Bahia. Uma delas, um rapazinho, também manifestou tendências que o desencaminharam, sem que lhe tivesse faltado a boa condução. "Não é culpa da família quando isso acontece", disse ela, pedindo a Marilda que não se martirize.
Marilene afirmou ser digno de louvor o esforço da companheira em querer continuar o padrão familiar estabelecido pela genitora, tentando adequar o sobrinho a essas normas. Segundo ela, "o que Marilda fez de bom ficou com o Espírito", embora "as escolhas do ser são sua prioridade, ele só vê aquilo". Cristiano também teve uma história parecida com a de Marilda para contar e ressaltou que os sentimentos suscitados nele foram semelhantes aos da companheira. Para ele, "a verdade dói, choca, magoa, mas liberta", como ensinou o Cristo.
A seu turno, Roberto considerou se perguntar "o que posso fazer?", recordando que um dia Creuza Lage, antiga coordenadora do Grupo, inquiriu-nos sobre o que fazemos no "Jesus de Nazaré". "Eu respondi para mim mesmo: nada!", disse ele, salientando que, na época, atinha-se a fazer bem sua tarefa profissional; depois é que se vincularia ao trabalho voluntário numa instituição assistencialista, passando a lidar com crianças na segunda infância; esse trabalho, afirmou, despertou sua sensibilidade emotiva ao ler as cartas dos meninos ao "Papai Noel", fazendo-o concluir que jamais seria um assistente social, posto haver muitos dramas a observar e quase nenhum a resolver. No entanto, "cada um faz o que é possível"...

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Marilda

Nos últimos encontros, nossa companheira Marilda tem sido preterida nos comentários referentes ao trabalho realizado. No semana passada, todo o Grupo opinou no sentido de deixarmos que a atividade deste sábado seja totalmente dedicada a ela. Desse modo, o mote do encontro será ainda a linguagem do Cristo, motivando nossas reflexões em prol de uma mudança de atitude consciente de forma a deixarmos de ser, o quanto antes, os "homens velhos" referidos no Evangelho e bem depressa nos tornemos os "homens novos" proclamados por Jesus e reafirmado por Allan Kardec ao delinear as qualidades do Homem de Bem.
Com a palavra, pois, Marilda...

domingo, 1 de dezembro de 2013

Lógica inversa?

Dizem-nos os Espíritos Superiores, em O Livro dos Espíritos (Allan Kardec), que o progresso moral é muito mais lento que o intelectual ou material, de modo que demoraremos a nos ver transformados, mais de dois mil anos após termos recebido as admoestações do Cristo Jesus nesse sentido. A conversa que tivemos na manhã deste sábado, 30 de novembro, fez-nos observar que, pelo menos, já iniciamos a caminhada rumo ao auto aperfeiçoamento, consoante as lições do Espiritismo, doutrina que já conseguimos abraçar, quando muito provavelmente desprezamos o esforço do Divino Amigo, àquela época.
O trabalho teve a participação que quase todos os integrantes do Grupo, estando presentes Carminha, Cristiano, Marilda, Bonfim, Fernando, Egnaldo, Valquíria, Marilene, Luiza, Eliene, Lígia, Isabel, Railza, Cláudia, Regina, Iva, Jaciara e o coordenador Francisco, que iniciou a atividade falando da necessidade de modificarmos a lógica utilizada para lidarmos com nossas questões ordinárias, observando a vida por um ponto de vista linear quando, pelo prisma da realidade espiritual, somos instados a transcender a lógica cartesiana que nos impõe nossa história a partir de um começo entremeado por um meio e seguido por um fim. Talvez por isso seja-nos ainda tão difícil compreendermos o pensamento e a linguagem do Cristo de forma a adaptá-los à nossa experiência evolutiva neste momento presente.
E essa inversão pode muito bem implicar a necessidade de abdicarmos de certas atitudes, pensamentos, ideias e conceitos acerca da vida, dos outros e de nós mesmos, porquanto fortemente vinculados ao elemento material e por isto mesmo contrários à realidade espiritual que constitui nossa essência. Dessa forma é que o "homem velho" dará lugar ao "homem novo" referidos por Jesus. Outrossim, lembremos de que o Mestre, ao falar-nos sobre renunciarmos a nós mesmos, salientou que "para o lugar aonde ireis não devereis levar coisa alguma, pois o que levardes poderá impedir vossa passagem pela porta estreita" (O Evangelho de Tomé). E se não levamos os bens materiais, o que impedirá essa passagem deverá ser o que ainda nos prende à matéria, na conta dos conceitos equivocados, dos pensamentos antiquados, das ideias tradicionalistas...

***

Após tais explicações provocativas, passamos a ouvir os companheiros, que se manifestaram como puderam compreender acerca da consigna ("O que conheço do Evangelho equilibra minhas emoções de modo a me ver pacificado?"). Luizinha, tomando a palavra, citou estar lendo o livro Jesus e Atualidade (Joanna de Ângelis/Divaldo Franco) e, prendendo-se à passagem evangélica referente ao "deixai que os mortos enterrem seus mortos", declarou que não temos segurança para tomar decisões no campo espiritual por vivermos em demasia as questões materiais, segundo depreendeu da lição de Joanna; de acordo com a companheira, "meu caminho é espiritualizar-me e essas leituras me ajudam, fazendo-me meditar"...
Fernando, com quem Luiza é casada, observou que esse ensinamento do Cristo, caracterizado como "moral estranha" por Kardec (O Evangelho Segundo o Espiritismo), ainda nos causa confusão, mas com ele Jesus não queria pregar o abandono dos familiares nessa situação, apenas ensinou a não valorizar tanto o corpo físico, que viria a ser tão somente efeito do materialismo. "A vida continua e isto é muito mais importante: a imortalidade da alma, pois o espírito é eterno", disse ele, observando ainda que Divaldo Franco, segundo soube por sua filha, não pudera comparecer ao sepultamento do corpo do amigos de muitas décadas Nilson de Souza Pereira, por estar atendendo a compromissos em outra parte, desse modo exemplificando o ensino do Mestre...
"O princípio pode ser o fim e o meio", disse Valquíria, retomando o pensamento da Coordenação, acrescentando que "cada um faz o seu", nas constantes indas e vindas da experiência na matéria: "O que vale é minha reflexão quanto ao conhecimento do Evangelho, isso é que vai me ajudar a ser pacífico, de acordo com o momento". Railza começou considerando ainda a atividade do sábado anterior, sobre a linguagem de Jesus, revelando que esta é o amor. Depois, disse que, nesse trabalho com a paz, a linearidade de pensamento e ação não existe em sua vida, observando que "o Evangelho me ajuda a ser um ser pacífico enquanto não me provocam, porque senão o bicho pega" - e ironizou dizendo ser alguém "consciente, espiritualizado". Ela narrou recente episódio acontecido no dia da chuva forte que transtornou a cidade, quando fora avisada espiritualmente de que seria assaltada e tomo uma atitude brusca: "Sei que o que fiz não estava certo, mas fiz e faria de novo", ressaltou, acrescentando que "ainda não estou nesse nível de espiritualização para aceitar que é melhor ser vítima que algoz"...
Roberto iniciou sua fala dizendo não conhecer reuniões mediúnicas, mas esteve numa delas em desdobramento, percebendo então espíritos encarnados e desencarnados e ali a coordenadora dos trabalhos dizia não acreditar "nessas coisas de espiritismo"; para provar que tudo era real, nosso companheiro levitou até o teto da sala: "Quando saí do transe", disse ele, "entendi que é fraqueza nossa não ligar a leitura à convicção", acrescentando que necessita mais ainda desse conhecimento. Ele também citou episódios de desdobramento que acometiam Eurípedes Barsanulfo, que "saía do ar" enquanto dava aulas e seus alunos não achavam mais aquilo tão estranho...
Por sua vez, Marilene relatou uma recente experiência sobre manter o equilíbrio, quando viu, no dia da grande chuva, o quadro de funcionários da creche da Cobem reduzir-se. Ante o volume de trabalho a ser feito em prol das crianças, preferiu não se aborrecer para cumprir as tarefas a contento. No fim do dia, ao realizar o culto do Evangelho e proceder ao balanço das atividades realizadas, deu-se conta de que fora beneficiada pelo conhecimento evangélico, vivenciando aquela dificuldade matinal de forma pacificada.
"O conhecimento não nos dá nenhum parâmetro de equilíbrio, só a vivência" - começou a dizer Eliene, acrescentando que no dia do testemunho "paro meu sapateado, subo no salto e vou dançar mesmo!" No entanto, revelou que o Evangelho e as obras da Codificação lhe dão subsídio para ser pacificadora, salientando não se surpreender quando sua fera interior se manifesta: "Que bom que não sou falsa comigo mesma", completou. Já Egnaldo confessou-se "pacificado e muito paciente", por não reagir a atitudes de implicância.
Depois de contar uma longa história, Regina considerou que queira ou não, os valores do Evangelho se lhe evidenciam no comportamento e é naturalmente convidada a manifestar sua condição de cristã: "Esse conhecimento serviu como divisor de águas em minha vida", observou, revelando que sempre quis saber quem era Jesus: "Agora tenho certeza de que estou no caminho certo; eu, que sempre quis ser rica, exercito-me no desapego e vejo que os bens materiais agora estão chegando..."
Bonfim comentou que cada um de nós, ao reencarnar, tem o propósito de alcançar determina meta evolutiva e, nesse sentido, a Espiritualidade mostra os caminhos mais necessários à conquista: "Conhecemos tudo e [quando trabalhamos] com carinho isso aflora de acordo com  a necessidade da evolução", afirmou, explicando que tal processo é taxativo, de modo que "esse conhecimento de que se fala é uma faca de dois gumes: todo mundo obedece ao parâmetro da lei de Deus, que vale tanto para o ignorante quanto para o esclarecido", respeitadas, contudo, as peculiaridades das provas enfrentadas. Por isso é que, disse ele, tendo o Cristo salientado que "muito será cobrado a quem muito foi dado", essa avidez de querer saber tudo compromete muito a criatura...
Por fim, Cristiano revelou estar se esforçando muito no dia a dia pela pacificação própria, em razão de sua atuação profissional numa empresa de fomento, onde precisa lidar com altas quantias de dinheiro: "A questão material é delicada", ponderou.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

"A boca..."

"...fala do que está cheio o coração." Estas palavras do Cristo Jesus devem nos fazem refletir sobre o modo como conduzimos ou lidamos com nossos pensamentos, de forma a realizarmos o bom entendimento quanto às lições evangélicas. De acordo com a indicação do Cristo, é o coração e não o cérebro, a sede de nossos pensamentos, depreendendo-se daí que os pensamentos não resultam da simples elucubração intelectual, antes, esse exercício é mais emocional ou sentimental, fazendo-nos modificar um pouco (!) o que seja propriamente a razão. Assim, se a boca efetivamente diz o que se nos passa pelo coração, isso quer dizer - devemos entender! - que muito possivelmente não estamos devidamente educados sentimental ou emocionalmente e necessitamos enfatizar esse processo com vistas tanto a melhor compreendermos as lições do Evangelho quanto vivenciarmos seus postulados, agora com o auxílio da interpretação que nos oferece o Espiritismo. Esta será, portanto, a diretriz de nossas atividades neste sábado, 30 de novembro, no âmbito do Grupo de Estudo Jesus de Nazaré.
Conversemos, pois, de acordo com o seguinte roteiro:

1 - Prece;
2 - Explicação;
3 - Desenvolvimento:
3.1 - Consigna: "O que já conheço do Evangelho equilibra minhas emoções de modo a me ver pacificado?"
4 - Partilha;
5 - Fechamento;
6 - Prece final;
7 - Avisos.

sábado, 23 de novembro de 2013

Conversa que rende

Neste sábado, 23 de novembro, nosso grupo esteve relativamente vazio, posto que apenas treze pessoas, incluindo o coordenador Francisco, estiveram presentes: Isabel, Iva, Carminha, Fernando, Quito, Roberto, Railza, Regina, Bonfim, Waldelice, Marilene e Lígia. Ainda assim, a conversa sobre o entendimento da linguagem do Cristo rendeu positivamente, nem tanto pela resposta à consigna - "Meu entendimento da linguagem do Cristo já permite que eu modifique meu comportamento perante  a vida?" -, mas porque os companheiros puderam externar seu pensamento além desse limite.
O trabalho começou com a leitura do texto "Diante do Senhor", de autoria do Espírito Emmanuel e inserto no livro Fonte Viva (Chico Xavier), após o que a Coordenação frisou o trecho do último parágrafo em que a Entidade espiritual se refere à necessidade de apresentarmos ao Cristo "o coração vazio de resíduos da Terra" com a finalidade de compreendermos e praticar a contento suas lições. Com isso, a palavra foi passada a quem quis se manifestar e somente Carminha, Iva, Lígia e Waldelice abdicaram dessa prerrogativa.
Pedindo a palavra, Regina revelou estar desenvolvendo alguns rituais pela manhã, o que inclui a leitura do Evangelho Segundo o Espiritismo, com o fito de estudar, explicando que isso tem relação com o aprendizado feito no Grupo, de modo que sua resposta à consigna é "sim", apesar de certos costumes enraizados que ainda não consegue "abortar", segundo disse: "Mas já ponho em prática um por cento do que estou aprendendo", frisou.
Marilene também referiu a recente leitura da obra do Espírito Amélia Rodrigues, através da mediunidade de Divaldo P. Franco, em que teve conhecimento do "grande restaurador" na citação da cura do cego de nascença; segundo ela, somos todos instrumentos do poder de Deus para alguma revelação referente a esse poder. "Quero restaurar minha estrutura espiritual", afirmou, acrescentando que "não posso deixar passar em brancas nuvens a oportunidade de estar com as pessoas que são instrumentos de meu crescimento".
"Bezerra de Menezes e Joanna de Ângelis são os Espíritos que mais nos alertam e lembram que esta não é a primeira vez que ouvimos Jesus", observou Fernando, por sua vez; ele considerou que já nos dispusemos a seguir o Mestre em ouras oportunidades, "mas saímos pela tangente". De acordo com o companheiro, a experiência espírita talvez seja nossa última oportunidade de provarmos essa disposição. "Pessoalmente, por ver contundente a palavra de Jesus, embora agir como Ele pede seja outra coisa, já entendo que minha vida é outra, sinalizada em antes e depois do Espiritismo", salientou, explicando que "a gente não muda de uma hora para outra, mas paulatinamente".
Segundo Quito, "no momento em que estamos sentindo a plenitude da serenidade, da paz, nos encontros com o Cristo, [se conseguíssemos manter esse estado] não estaríamos mais aqui"; para ele, esse entendimento ou assimilação (da linguagem de Jesus) é parcial: "Vamos aprendendo com os erros por sermos imperfeitos; é impossível para todos aqui querermos entender o que o Cristo ensinou; não será neste plano", ressaltou.
A esse respeito, a Coordenação obtemperou que para tudo há uma finalidade e nesse sentido, conforme conta o Espírito André Luiz num de seus livros, nosso bom entendimento acerca das lições de Jesus se prende à necessidade de colaborarmos com os amigos espirituais, posto haver, nas várias colônias espirituais, carência de bons intérpretes do Evangelho. Então, é estudarmos (tanto a teoria quanto a prática) tais ensinamentos enquanto estamos por aqui, encarnados, para o real aproveitamento depois de nossa partida do plano físico...
Roberto acrescentou que "nosso grande momento é a oportunidade". Ele salientou ter lido e ouvido que as oportunidades devem ser aproveitadas agora, "especialmente para o perdão". Referindo-se às tentativas de catequese sofridas por parte de um cunhado, que o vê numa "enrascada teológica" por ter aderido ao Espiritismo, revelou estar consciente de que está fazendo algo compatível com esse entendimento do Evangelho, "na medida do possível".
"Eu agradeço por estar aprendendo com as mensagens de Jesus", disse Isabel, acrescentando que ainda está engatinhando nesse caminho, tentando internalizar os ensinamentos do Cristo com a conscientização do que seja preciso por tudo isso em prática. Segundo ela, a família, o próximo mais próximo, exige essa postura no dia a dia, assim como na Casa Espírita; nossa companheira também relatou um episódio no qual viu que não pode praticar as lições evangélicas, "por não conseguir segurar sozinha a questão"; somente depois é que ela meditou sobre o que tem aprendido...
Na opinião de Railza, que começou sua fala referindo-se à ajuda incessante dos amigos espirituais, "estamos agindo no mundo através de diferentes olhares e conhecimentos"; ela ressaltou que "não é para levarmos aos outros uma visão proselitista, mas ter argumento para a defesa de nossa causa, para nossa segurança". Ela também referiu-se às leituras e declarou que "a cada vez que lemos temos um entendimento melhor", considerando ainda que certos espíritas cometem equívocos por não entenderem a proposta da Doutrina e do Evangelho: "Graças a Deus, envelheci, mas passei maus pedaços na Casa Espírita", disse, recordando seus tempos de iniciante no conhecimento doutrinário, aprendendo a se relacionar com mentes em estágios evolutivos diferentes.

***

Ausente de nossas atividades desde o final de outubro, a coordenadora Fernanda, através de comentário a esta postagem, também quis dar seu parecer sobre a consigna: "Meu entendimento da linguagem do Cristo já permite que eu modifique meu comportamento perante a vida? Sem dúvida!", garante, observando que isso "não significa dizer que já faço tudo que Ele nos ensina e perfeitamente. Mas, cada dia que entendo melhor a linguagem do Cristo, mais percebo a necessidade de mudar e tenho conseguido alcançar algumas mudanças, apesar de minhas limitações. É um processo lento, mas me parece que quanto mais avanço, menos difícil a tarefa. O complicado é começar. Chico, mande meu abraço ao grupo. Estou com saudades. Até 2014!"

***

Para Bonfim, tudo o que Jesus fez foi nos relembrar do que temos e sabemos, de modo que já conhecemos os ensinamentos do Mestre, porquanto, disse ele, "se precisamos evoluir, devemos conhecer"; mas não é tudo: "Quando conhecemos, assumimos a responsabilidade de manter aquilo que compreendemos em novo nível evolutivo", ponderou o companheiro, acrescentando que entre saber e fazer há uma grande distância, uma vez que "muitos têm muito e nada fazem"...

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Entender o Cristo

Diante do Senhor

"Por que não entendeis a minha linguagem? Por não poderdes ouvir a minha palavra." - Jesus (João, 8:43)

A linguagem do Cristo sempre se afigurou a muitos aprendizes indecifrável e estranha.
Fazer todo o bem possível, ainda quando os males sejam crescentes e numerosos.
Emprestar sem exigir retribuição.
Desculpar incessantemente.
Amar os próprios adversários.
Ajudar aos caluniadores e aos maus.
Muita gente escuta a Boa Nova, mas não lhe penetra os ensinamentos.
Isso ocorre a muitos seguidores do Evangelho, porque se utilizam da força mental em outros setores.
Creem vagamente no socorro celeste, nas horas de amargura, mostrando, porém, absoluto desinteresse ante o estudo e ante a aplicação das leis divinas.
A preocupação da posse lhes absorve a existência.
Reclamam o ouro do solo, o pão do celeiro, o linho usável, o equilíbrio da carne, o prazer dos sentidos e a consideração social, com tamanha volúpia que não se recordam da posição de simples usufrutuários do mundo em que se encontram, e nunca refletem na transitoriedade de todos os patrimônios materiais, cuja função única é a de lhes proporcionar adequado clima ao trabalho na caridade e na luz, para engrandecimento do espírito eterno.
Registram os chamamentos do Cristo, todavia, algemam furiosamente a atenção aos apelos da vida primária.
Percebem, mas não ouvem.
Informam-se, mas não entendem.
Nesse campo de contradições, temos sempre respeitáveis personalidades humanas e, por vezes, admiráveis amigos.
Conservam no coração enormes potenciais de bondade, contudo, a mente deles vive empenhada no jogo das formas perecíveis.
São preciosas estações de serviço aproveitável, com o equipamento, porém, ocupado em atividades mais ou menos inúteis.
Não nos esqueçamos, pois, de que é sempre fácil assinalar a linguagem do Senhor, mas é preciso apresentar-lhe o coração vazio de resíduos da Terra, para receber-lhe, em espírito e verdade, a palavra divina.


***

Esse texto do mentor espiritual Emmanuel, transmitido à psicografia de Chico Xavier e constante do livro Fonte Viva, dá o pano de fundo perfeito para continuarmos nossas reflexões acerca do entendimento, neste sábado, dia 23 de novembro. Para tanto, deveremos nos concentrar na consigna estabelecida no seguinte roteiro:

1 - Prece
2 - Explicação
3 - Desenvolvimento
3.1 - Consigna: "Meu entendimento da linguagem do Cristo já permite que eu modifique meu comportamento perante a vida?"
3.2 - Dividir a turma em subgrupos
4 - Partilha
5 - Fechamento
6 - Prece final
7 - Avisos


domingo, 17 de novembro de 2013

Depoimentos

Como narrado aqui na última postagem, a atividade realizada no sábado, 16 de novembro, foi extraordinária e também por isso a presença de interessados foi reduzida, principalmente em razão do feriado prolongado, quando alguns companheiros escolheram viajar ou cuidar de outros compromissos. Assim, contamos com a participação de Fernando, Quito, Regina, Valquíria, Waldelice, Marilene, Luiza, Lígia, Iva, Magali e Roberto, além do coordenador Francisco, este escriba.
Após verem as fotografias e assistirem ao vídeo comemorativo dos 45 anos de fundação e funcionamento ininterrupto da Casa de Oração Bezerra de Menezes (Cobem), alguns desses companheiros quiseram dar seu depoimento, recordando seu início na Casa e alguns episódios interessantes acontecidos no período. Foi o caso, por exemplo, de Iva, afirmando que "eu nasci nesta casa", em razão de ter procurado a Cobem por conta de problemas enfrentados na gestação de sua filha e por seu filho mais velho, sendo atendida muito satisfatoriamente, o que a fez despertar para a realidade espiritual.
Enquanto o vídeo transcorria, Fernando pedia para falar, ao final, mas quem se levantou em primeiro lugar foi Luiza, questionando o "esquecimento" de uma ex-presidente da Casa, Beny Arruda, já desencarnada; segundo ela, essa ex-presidente foi de grande importância em sua chegada à Cobem e merecia, pelo que representou na história da Casa de Oração Bezerra de Menezes, um melhor tratamento por parte daqueles que organizaram as comemorações pelos 45 anos. Valquíria também comentou a desatenção quanto à figura de Beny e ressaltou que esta era dona de uma doçura cativante.
Fernando louvou o trabalho da Assessoria de Comunicação da Cobem e explicou a compreensível imperfeição do vídeo (pela incompletude), que não podia contemplar todos os detalhes que fazem da Cobem a instituição espírita de referência que é junto à comunidade soteropolitana. Em seguida, ele contou alguns fatos acerca da história da Casa, que ele conheceu bem no início: disse que, então, ninguém conhecia a instituição pelo nome, porquanto a identificavam com a própria fundadora, Noélia Duarte, referindo-se assim à "casa de Noélia". E se não conheciam a Casa de Oração, muito menos a reconheciam pela sigla, que ele próprio, profissional da comunicação, criou. Já a logomarca, um farol iluminando as trevas - também materializada por Fernando e outro trabalhador da Cobem -, surgiu por inspiração do Espírito Bezerra de Menezes através do médium Divaldo Franco, dizendo que "a Casa de Oração é um farol aceso sobre uma penedia apontando o rumo para as embarcações no mar"...

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Aniversários

Boa parte do Grupo Jesus de Nazaré esteve presente, esta tarde, ao almoço oferecido pelos companheiros Fernando Mascarenhas e Maria Luiza em sua residência, em comemoração do aniversário de ambos (o dela foi em outubro e o dele, neste feriado mesmo). Essa reunião contou até mesmo com a participação de Creuza Lage, presidente da Cobem e antiga coordenadora do Grupo. Neste sábado,dia 16 de novembro, deveremos voltar a nos encontrar, mas não teremos a atividade habitual, em razão das comemorações alusivas ao 45.° aniversário da Casa de Oração Bezerra de Menezes. É que o salão onde acontecem nossas reuniões ordinariamente está abrigando, desde o dia 12 deste mês, uma exposição de fotos e mostra de vídeo sobre a história da Cobem, ficando a Coordenação encarregada de atuar como cicerone junto aos possíveis visitantes. Assim, somente no dia 23 é que voltaremos a nos entreter com as questões pertinentes à programação de estudo.

domingo, 10 de novembro de 2013

Segue o entendimento...

Depois da pausa provocada pela realização do XV Congresso Espírita da Bahia, retomamos nossas atividades no sábado, 9 de novembro, seguindo com a proposta referente ao entendimento do outro especificada nas postagens anteriores. Estiveram presentes Eliene, Iva, Roberto, Fernando, Regina, Railza, Waldelice, Valquíria, Egnaldo, Maria Luiza, Marilene, Cristiano, Marilda, Isabel, Quito, Bonfim e Lígia, além do coordenador Francisco (Fernanda está afastada este mês em função de seus estudos de pós-graduação). Após as explicações sobre o trabalho, quando a Coordenação praticamente repetiu as colocações da última postagem, os integrantes do Grupo passaram a manifestar sua opinião acerca do entendimento da consigna ("como manifesto minha condição de cristão perante meu próximo?").
Egnaldo foi o primeiro a falar e salientou o que ouviu no recente congresso espírita, sobre a necessidade de distribuir riquezas. "É o bastante?", perguntou ele, oferecendo em seguida a resposta: "Não, mas é o que posso dar", referindo-se ao respeito, à alegria, à colaboração... Por sua vez, Luiza ressaltou estar lendo livro ditado pelo Espírito Ermance Dufaux no qual se diz que o importante é o que fazemos e não o que os outros fazem conosco, encerrando sua fala com estas palavras do citado livro, do qual ela não recordou o título: "Preocupe-se com o que você faz de bom".
Falando em seguida, Railza declarou que no começo se irritava com a insistência da Coordenação no tema do entendimento, mas no fim de semana anterior àquele sábado, observou-se refletindo acerca do que sua avó dizia: "Não se preocupe com as ações dos outros..." Segundo ela, até então não conseguia ficar indiferente à ação do outro, não "rezava" por quem lhe agredia e tinha dificuldade em compreender os motivos das atitudes alheias; no entanto, hoje observa que pessoas com as quais se indispôs no passado, gastando energia se defendendo, agora "estão no chão" e perturbou-se ao saber que uma dessas pessoas quase cometeu suicídio recentemente, "devido à própria loucura". Ela disse reconhecer ter assumido uma postura masculina na vida, mas agora consegue até mesmo doar sangue àquele antigo desafeto hospitalizado; assim, ela pensa ter se resgatado, entrando agora no processo do entendimento: "Meu olhar será mais fraterno doravante", explicou, salientando, contudo que "não vou dar mole!"
Regina, num depoimento emocionado e emocionante, começou dizendo que a pergunta da consigna veio a calhar, correspondendo ao que vivenciava naquela semana, quando viu-se às voltas com a vontade intensa de dormir e a necessidade de se libertar dos remédios que é obrigada a tomar por conta de sua saúde frágil, e até mesmo fez com que, ingerindo-os além do permitido, quase chegou ao suicídio; ela disse, por causa disso, que a experiência não fora de todo ruim porque, não tendo chegado ao ilusório fim, viu-se surpreendentemente melhor, principalmente porque, depois de tudo, encontrou um médico mais sensível a seu caso. Dentre outras coisas por ela abordadas, falou também da dificuldade que vem encontrando para se aposentar - "minha carta de alforria" -, explicando que já não consegue conviver bem com seus alunos: "Cada vez fico mais indignada e peço a Deus que me dê forças, pois se ainda não consegui me aposentar é
porque há coisas que devo fazer..."
Por sua vez, Eliene considerou que "o verdadeiro entendimento é quando você se põe no lugar do outro". Segundo ela, a culpa se estabelece quando não estabelecemos empatia com o próximo, colocando-nos em seu lugar: "Todo indivíduo tem sua história, que deve ser respeitada", disse, ressaltando que nos instantes de dificuldade costumamos nos perguntar sobre o que fizemos: "Estou aprendendo a ver as coisas, as dificuldades, os desafios de outra forma, não como pedras, não como obstáculos, que procuro vencer". Já Quito observou que, lembrando da mensagem de certa música de Dorival Caymmi ("Suíte do pescador") "não precisamos estar na casa espírita para ajudar as pessoas, mas onde quer que estejamos isso é possível: "Isso me evita momentos de ódio e rancor, ao contrário de antes", disse.
Bonfim também contou parte de sua vida, falando da infância e juventude difíceis, circunstâncias que superou com muita ajuda e assim chegou a ser professor, diretor de escolas e, depois, delegado de polícia, mandatos dos quais desincumbiu-se muito bem, conforme revelou. "Quando assumimos uma missão, não devemos ouvir os outros, mas a própria consciência", explicou, acrescentando que "a vida é isso: colhemos os frutos conforme o plantio. Ninguém constrói sua vida com facilidade". Segundo ele, dedicando-nos ao trabalho não daremos tanta importância às decepções que por vezes surjam, porque, se olharmos para cima, seguiremos sempre em frente...
A seu turno, Marilene revelou que ainda fica no julgamento do outro, embora não queira isso: "Devemos ser responsáveis por nossas escolhas; tudo que vivo é escolha minha", ponderou, considerando que "se eu brigo com essas escolhas não irei a lugar algum", porque "tudo que faço é para buscar a Verdade e viver essa Verdade". E como alguns companheiros tivessem opinado acerca da condição de professor, ela também relatou que não pode ter sido, como gostaria, uma educadora em sala de aula, porquanto sua mãe não lhe permitiu essa escolha; no entanto, "considero-me feliz no que faço e não brigo com as escolhas ou com o que deixo de escolher"...
Segundo Valquíria, "como cristãos, focamos mais nossas atitudes no aspecto profissional, mas a questão é mais complexa, abrangendo nossa atuação na sociedade inteira". Ela disse que suas escolhas sempre foram muito difíceis, principalmente por ter sido a única de sua família a buscar o Espiritismo, pela sede de saber que a animava; por ser loura, era discriminada no bairro da Liberdade, a maior comunidade negra de Salvador; encontrava dificuldades para viver a Doutrina no ambiente familiar; ainda encontra percalços no relacionamento com o marido e, compreensivelmente, convive com dores físicas no lar e a proteção espiritual na Cobem: "Adoeço quando entro na energia de cobra dos outros, mas como fechar os olhos se ainda não estamos nesse nível de perfeição?", disse ela, completando que nos momentos de conflito costuma retirar-se e procurar sua harmonização...

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Para entender o outro

Como na vez passada tivemos uma atividade um tanto quanto turbulenta, cuja realização completa ficou comprometida, neste sábado, dia 9 de novembro, voltaremos a tratar do entendimento relativamente ao outro - o próximo de que nos fala o Evangelho -, consoante a programação "pratrasmente" esboçada. A propósito, para melhor definirmos nossos conceitos a respeito de tão séria questão, recordemos o que Jesus pondera no livro Brasil Coração do Mundo Pátria do Evangelho: "Não nos compete cercear os atos e intenções dos nossos semelhantes e sim cuidar intensamente de nós mesmos, considerando que cada um será justiçado na pauta de sua próprias obras (...)". Também vale trazer à baila o comentário de Allan Kardec em Obras Póstumas, segundo o qual nós, espíritas, não precisamos nos incomodar em fazer a defesa do Espiritismo, pois os Espíritos se encarregam disso; nem precisamos cuidar da propaganda doutrinária, porquanto os detratores fazem isto muito bem, simplesmente por falarem mal da Doutrina; assim, o que nos cabe é realizarmos nossa reforma interior o quanto antes, desbastando asperezas e diminuindo as más tendências. Naturalmente, a consigna será a mesma: "Como manifesto minha condição de cristão perante meu próximo?"

Até lá.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Pausa

Nesta quinta-feira, 31 de outubro, começa, no Centro de Convenções, o XV Congresso Espírita da Bahia, cuja programação se estenderá até domingo, 3 de novembro. Por esta razão, o encontro do "Jesus de Nazaré" se transfere para o sábado 9 de novembro. As discussões no âmbito do Congresso, é bom que se diga, estará voltadas para o tema central "O viver espírita na sociedade", que, não por acaso, vem ao encontro das recentes abordagens do grupo quanto ao autoconhecimento e prática das lições evangélicas para facilitação ou melhoramento das relações entre os homens. Será muito instrutivo, portanto, acompanhar as palestras e demais eventos programados pela Federação Espírita do Estado da Bahia (FEEB), promotora do XV Congresso.

domingo, 27 de outubro de 2013

Entendimento tergiversado

Para conseguirmos entender a condição do outro junto a nós, é preciso compreendermos em primeiro lugar como manifestamos nossa condição de cristãos, porquanto assim nos rotulamos, perante o próximo. Foi com essa intenção que iniciamos o trabalho desenvolvido no sábado, 26 de outubro, com a participação de Quito, Waldelice, Lígia, Railza, Regina, Ilca, Iva, Cristiano, Isabel, Carminha, Eliene, Bonfim, Marilene, Roberto, Marilda e Cláudia, mais os coordenadores Francisco e Fernanda e Norma, convidada.
Antes de realizarmos as discussões em torno da consigna, foi feita a leitura de um capítulo ("Lições da natureza") do livro Vozes de um Encontro, ditado ao médium baiano Elzio Ferreira de Souza (já desencarnado) pelo Espírito Yogashririshnam, no qual o autor espiritual faz-nos entender que é preciso prestar bastante atenção em todas as circunstâncias da vida, uma vez que cada uma delas, mesmo a mais ínfima, tem uma lição para nosso aprendizado:
"Em realidade, não se pode viver sem atenção. Estar atento é o grande segredo da vida. Se não se está atento, como é possível ter compaixão? E, sem esta, o que será da vida? Só a compaixão nos permite enxergar o semelhante como semelhante. Por isso é que Mateus registrou em suas notícias que 'olhando a multidão, o Senhor Jesus sentiu compaixão porque eram como ovelhas sem pastor'" - eis o final do texto lido.
Em seguida às explicações da Coordenação acerca do trabalho, quando se falou dos modos como nos relacionamos conosco mesmos, com o próximo e com Deus, a turma foi dividida em dois subgrupos. Após o diálogo, foi aberta a partilha e, tomando a palavra, Roberto relembrou o Espírito Irmão Jacó (Frederico Figner), que no livro Voltei (psicografia de Chico Xavier) afirma nada ter feito por si mesmo, embora fizesse muito pelo próximo quando encarnado: "É a nossa questão", disse.
Eliene observou que manifesta sua condição de cristã através dos "atos e ações", explicando que isso se dá "quando exerço, a partir do lar, a compaixão, o entendimento" (referente ao outro), porquanto "a sociedade é reflexo do lar", onde segundo ela, aprendemos a melhorar para lá fora exercermos o "ser cristão". Norma ressaltou a fala de Cristiano durante os comentários no subgrupo e declarou que "aprendemos com o outro".
A partir daí, os comentários tergiversaram do tema abordado para as críticas ao modo como o Grupo está se conduzindo este ano, oportunidade em que Railza, Eliene, Quito e Marilene apontaram a responsabilidade da Coordenação nesse processo, relembrando o "clima" que envolveu o Grupo na semana anterior. Depois de dizer que "o grupo é a energia que me segura", Railza declarou que a Coordenação "deixa o barco correr enquanto o bicho está pegando". Contemporizando, Bonfim observou ser antigo o problema de indisciplina do grupo e isentou a Coordenação, que convidou a todos para uma reflexão mais profunda, considerando que a autocrítica é mais importante que a simples crítica.


quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O outro que não entendo...

Neste sábado, dia 26 de outubro, voltaremos a tentar entender nossa relação com o outro, por vermos que a tentativa anterior foi apenas o ponto de partida para uma melhor reflexão acerca do assunto. Como cristãos que nos dizemos, necessitamos observar nossos relacionamentos todos pela ótica do Evangelho e este nos recomenda agir sempre com misericórdia, para que alcancemos a mesma misericórdia perante Deus, nosso Pai. A esse respeito, o Cristo Jesus foi enfático, afirmando que "tudo o que fizerdes a cada um dos pequeninos do meu Pai é a mim que o fareis", delineando assim nosso modo de conduta sobre o mundo. Sabemos que algumas vezes alguém - nós também - sai da linha (afinal, nem todo mundo é cristão ou está consciente de seus deveres e responsabilidades), transgredindo as normas de convivência e também as leis divinas. No entanto, caberá às autoridades o processo de correção, se se atentou contra as leis humanas, ou ao próprio Tribunal Divino a proposta de reparação, porquanto, segundo o Cristo, "a cada um será dado de acordo com suas obras". E se se atentou contra alguém, especificamente, esse alguém, esclarecido pelo Evangelho, chamará o agressor em particular propondo a reconciliação: "Se teu irmão te ouvir, terás ganho teu irmão...", ponderou Jesus, para quem estamos na Terra para o aprendizado da amizade, desprendendo-nos de sentimentos e atitudes contrários a esse propósito.

Eis, portanto, nosso roteiro de trabalho:

1 - Prece;
2 - Explicação;
3 - Desenvolvimento;
3.1 - Consigna:
3.1.1 - "De que modo manifesto minha condição de cristão junto ao meu próximo?"
4 - Partilha;
5 - Fechamento;
6 - Prece final.

domingo, 20 de outubro de 2013

Entender o outro?

Quito, Valquíria, Carminha (que não ficou até o final), Marilda, Lígia, Fernando, Egnaldo, Railza, Regina, Roberto, Isabel, Marilene (que também saiu antes do término, por conta de uma reunião), Waldelice, Eliene e Bonfim compareceram ao trabalho realizado no sábado, dia 19 de outubro, idealizado para comentarmos a consigna "O que o outro faça será de minha conta?", baseados na lição da obra Jesus no Lar (Neio Lúcio, Espírito/Chico Xavier, médium) intitulada "A necessidade do entendimento", lida na ocasião graças à colaboração de Valquíria, que lembrou-se de levar o livro.
Como parte das reflexões iniciais, a Coordenação observou nossa dificuldade de relacionamento, expressa em três esferas: conosco mesmos, com o outro e com Deus; até este momento relacionamo-nos conosco mesmos com compaixão, implorando a misericórdia divina e exigindo do outro a reciprocidade de nossa afeição, além de abrigarmos o sentimento de culpa; com o outro, contudo, a relação é marcada pela paixão, quando manifestamos os frutos de nosso egoísmo e de nosso orgulho (ódio, ambição, medo, ciúme, inveja...), prejudicando a convivência; e com Deus, por fim, sem paixão, fazendo o trabalho de religação com o Criador quase que por obrigação.
Sendo assim, em vista de nossa necessidade de renovação espiritual com finalidade evolutiva, como deveriam ser esses níveis de relacionamento? A Coordenação explicou: conosco mesmos, sem paixão, procurando refrear ao máximo os impulsos do egoísmo e do orgulho; com Deus, com paixão, trabalhando na Obra divina, como cocriadores, com total alegria, com todo entusiasmo; e com o outro, finalmente, haverá de ser com compaixão, atuando junto ao outro como Deus atua sobre todos, ou seja, misericordiosamente.
Depois da referida leitura e da breve explicação sobre o desenvolvimento da atividade, quando a Coordenação salientou que Deus nos concedeu o livre-arbítrio e por isto todos somos livres para fazermos o que quisermos e pudermos, de acordo com o que já compreendemos, passamos a ouvir as reflexões dos participantes.
Isabel começou recordando recente episódio observado no trânsito de Salvador, cada vez mais complicado, reparando que o impacto sofrido fez com que agisse de modo um tanto violento com seu filho, embora costume, segundo disse, tomar fatos assim como lição, ponderando depois sobre o que falou... Eliene comentou que a Espiritualidade escolheu a afonia para conter seus ímpetos: "Toda vez que eu ia brigar, ficava sem voz", explicou, acrescentando que tem procurado se conter, "para não adoecer", até porque "não quero ser mais um no contexto da violência". Valquíria salientou a oportunidade do tema do trabalho, em razão de um fato que mobilizou a sociedade baiana na semana anterior.
Procurando responder à consigna, Quito revelou que "tudo tem limite", salientando que "estamos nesta Casa como educadores; se consentimos que nos agridam, negligenciamos nosso trabalho; temos que nos importar (com o que os outros façam), porque é preciso evoluir". Bonfim também enveredou por esse caminho e declarou ser interessante o que acontece ao outro, "mas isso não quer dizer envolvimento, se não puder falar (ao outro), cale e ore"; ele afirmou ainda não ter mais ídolos, "para não me decepcionar". Já Egnaldo propôs um questionário: "Podemos nos imiscuir nas questões do outro?" E ele mesmo respondeu: "Podemos e devemos", ao que a Coordenação indagou: "Com que finalidade?" A explicação não tardou: "Para somar. É preciso sair do discurso para a prática".
Railza aproveitou o momento para um texto (transcrito abaixo) que ela achou "a cara do grupo", ressaltando ser de sua conta, sim, o que o outro faça, embora haja limites a serem observados: "Os amigos espirituais me ajudam a me defender", disse ela, narrando o acontecido com ela no trânsito quando se dirigia à Cobem naquela manhã. Roberto contou que seu interesse pelo Espiritismo ajudou a consolidar suas éticas, balizando assim seu comportamento, apesar das adversidades, a respeito das quais citou um diálogo com seu filho, sobre até quando ele realizaria o culto do Evangelho no lar; quanto a se envolver nas questões do outro, ressaltou que, antes de julgar que alguém esteja errado, pede a Deus talento para dizer o que esse precisa, embora seja melhor deixar que ele realize as próprias experiências...

***

"O valioso tempo dos maduros", do escritor Mário de Andrade:

Contei meus anos e descobri que tenho menos tempo pra viver daqui para frente do que vivi até agora. Tenho muito mais passado do que futuro. Então, já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero reuniões em que desfilam egos inflamados. Inquieto-me com invejosos cobiçando o lugar de quem eles admiram. Já não tenho tempo pra conversas inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas idosas, mas ainda imaturas. Detesto pessoas que não debatem conteúdos, mas apenas rótulos!... Quero viver ao lado de gente que sabe rir de seus tropeços, não se encontra com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua imortalidade. Quero caminhar perto de coisas e pessoas de verdade. Apenas o essencial faz a vida valer a pena. E para mim, basta o essencial.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Ainda a necessidade do entendimento

Neste sábado, 19 de outubro, voltaremos a nos debruçar sobre as questões relacionadas ao entendimento, ou melhor, ao problema do entendimento, segundo nos orienta o mentor espiritual Emmanuel. Até aqui estivemos tratando desse problema no âmbito de nossa intimidade, no entanto, como temos a proposta de estabelecer meios propiciadores de melhor utilização dos recursos disponíveis para realizarmos nossa reforma íntima, promovendo a educação dos sentimentos, é pertinente também avaliarmos a questão na relação com o próximo. Assim é que o livro Jesus no Lar (Neio Lúcio, Espírito/Chico Xavier, médium) vem nos auxiliar através da lição intitulada "Necessidade do entendimento" (muito a propósito, não?), na qual podemos perceber que o problema não está propriamente no comportamento do outro, mas em nossa maneira particular de observar as ações alheias superficialmente, julgando pela aparência. Que tal conversarmos um pouco mais sobre isso? Nosso encontro, como de praxe, acontece pontualmente às 8h, de modo que pelo menos 15 minutos antes já deveremos estar presentes, em nome da disciplina e do amor ao estudo e ao compromisso com a própria consciência...

Eis o roteiro:

1 - Prece;
2 - Explicação;
3 - Desenvolvimento do trabalho;
3.1 - Consigna: "O que o outro faça será da minha conta?"
4 - Partilha;
5- Fechamento;
6 - Prece final.

domingo, 13 de outubro de 2013

Simples assim!

Faz muito tempo, sim, que não te escrevo
Ficaram velhas todas as notícias
Eu mesmo envelheci: olha, em relevo
estes sinais em mim, não das carícias

Tão leves que fazias no meu rosto.
São golpes, são espinhos, são lembranças
Da vida a teu menino que ao sol posto
Perde a sabedoria das crianças.

A falta que me fazes não é tanto
À hora de dormir, quando dizias
"Deus te abençoe" e a noite se abria em sonho.

É quando, ao despertar, revejo a um canto
A noite acumulada de meus dias
E sinto que estou vivo - e que não sonho.

Esse poema de Carlos Drummond de Andrade, intitulado "Carta", encerrou as atividades realizadas neste sábado pelo Grupo de Estudo Jesus de Nazaré, quando foram enfocados tópicos referentes à noção de simplicidade, conforme o roteiro estabelecido. Participaram do trabalho, além dos coordenadores Francisco e Fernanda, os companheiros Egnaldo - cumprimentado pela passagem de seu aniversário -, Valquíria, Marilda, Carminha, Roberto, Fernando, Regina, Jaciara e Iva (o feriado, principalmente, foi o responsável pela frequência reduzida).
O trabalho começou com uma breve explanação acerca da simplicidade, quando recordamos a mensagem do Espírito Lázaro (Cap. XI, item 8 do Evangelho Segundo o Espiritismo) observada no sábado anterior e baseada na leitura de um dos artigos do filósofo André Luiz Peixinho enfeixados em seu livro A Face Eterna do Ser, comentando trechos de O Livro dos Espíritos, no qual os Espíritos Superiores nos informam que "o espírito é criado simples e ignorante", fazendo-nos entender que, corrompendo-nos, perdemos essa primeira condição. Além disso, foram lembradas passagens do Evangelho que apontam para a simplicidade, como a bem-aventurança que fala dos puros de coração e a recomendação de Jesus a seus apóstolos sobre deixarem que as crianças fossem até ele, "porque o Reino dos Céus é para os que a elas se assemelham"...
Após isso foi dada a consigna: "O que me impede de recuperar minha simplicidade?"
Iniciada a partilha - desta vez, por conta do reduzido número de integrantes, não precisamos dividir a turma em subgrupos -, Valquíria relatou antigo episódio no qual seu primeiro neto, então com quatro anos de idade, interagiu espontaneamente com um mendigo que se dispôs a amarrar os cadarços dos sapatos do menino, vendo naquela situação um exemplo de simplicidade, porquanto seu sentimento fora de receio declaradamente preconceituoso. Segundo Fernando, quanto mais espiritualizada for a criatura, mais simplicidade ela manifestará. Sua observação fez o coordenador Francisco contar a seguinte história:
Divaldo Franco conta que, na década de 50, ele e Chico Xavier tinham um amigo em comum. No entanto, Divaldo o achava bastante perturbado. Numa certa noite, estando em Uberaba, se encontrou com esse amigo e disse: "Meu irmão, como vai?" O mesmo respondeu sorridente: "Bem, Divaldo, e com uma grande novidade para te contar: eu agora sou PASSISTA DE CHICO XAVIER!"
Divaldo, ainda começando no Espiritismo, achou estranho e pensou: "Como pode uma pessoa tão perturbada como essa dar passe em Chico Xavier?" Oportunamente encontrou o médium de Jesus e perguntou: "Chico, nosso irmão está te dando passe?"
Chico respondeu: "Sim, Divaldo. Ele esteve aqui, meses atrás, desesperado e se maldizendo em relação à vida. No meio da conversa me pediu para que lhe aplicasse um passe e eu respondi: "Não, meu irmão, me aplique você o passe." Ele se assustou e disse: "Eu, Chico? Eu não tenho condições de aplicar um passe em você", e eu respondi: "Por que não, meu irmão? Você também é um filho de Deus. Está passando por uma noite escura na vida, mas é uma pessoa extraordinária e isso logo vai passar. Aplique-me o passe."
Na hora do passe, Chico disse a Divaldo que viu mentalmente vários mentores se aproximando do irmão e como ele estava concentrado com pensamentos elevados, ficou bem mais fácil fazer a limpeza no seu campo vibratório. Ao término do passe, o irmão “perturbado” disse: "Chico, eu lhe apliquei um passe mas me senti tão bem!", e Chico,sorrindo, lhe disse: "Pois é, meu filho, a partir de hoje, você é o MEU MÉDIUM PASSISTA."
O irmão saiu da Casa Espírita da Prece se sentindo bem e profundamente feliz. 

Por conta disso, Egnaldo recordou que, quando trabalhava em Brasília, acompanhou um colega, jornalista conceituado na capital do País, numa reportagem sobre o médium famoso, ocasião em que o profissional recebeu uma grande lição acerca da simplicidade e da capacidade sensitiva de Chico Xavier...
Jaciara declarou serem o orgulho, a vaidade e a ideia de superioridade seus impeditivos, salientando que as experiências e o aprendizado intelectual a afastam da simplicidade. Também ela recordou um episódio no qual seu filho caçula (hoje já adulto), acompanhando a família numa solenidade de inauguração de certo estabelecimento, ao ser perguntado sobre do que mais havia gostado, respondera ter sido da porta do banheiro! "Hoje ele continua assim, simples", disse ela, sobre seu filho: "Acho bonito, mas não tenho isso".
"Meus vícios falam mais alto que meu desejo de simplicidade", afirmou Iva, salientando que é preciso o autoconhecimento para identificação dos defeitos; ela também fez referência ao livro A Águia e a Galinha, de Leonardo Boff, cuja leitura fez com que "crucificasse" seus pais, pelo tipo de educação que eles lhe deram... Já Roberto afirmou que, quando somos crianças, é patente a ignorância, "mas no pretérito espiritual há uma vida rica"; ele disse ainda que a infância é a menor fase da vida de alguém: "Somos adultos por mais tempo", revelou, acrescentando que a proteção espiritual não impede que cada um carregue sua cruz...
Marilda citou recente experiência vivenciada em seu trabalho na Cobem, quando alguém comparou nosso processo de transformação ao ato de catar feijão, quando selecionamos os bons grãos e eliminamos as impurezas. Segundo ela, já que não podemos involuir, em nossa trajetória construímos sentimentos bons e outros menos bons, de modo que tornarmo-nos simples é percebermos o que é mais importante, o que tem e o que não tem valor, assim como quando catamos feijão... A resposta, então - considerou -, "está no entendimento, nas escolhas que fazemos; se não fossem os espíritos (nos ajudando), talvez não tivéssemos possibilidade de sair de onde nos encontramos..."
Por sua vez, Regina iniciou sua fala citando a frase lida no elevador do prédio onde mora - "Viver é simplesmente conviver", de autoria do poeta gaúcho Mário Quintana. No entanto, ela considerou ser difícil essa tarefa, por nossa mania de complicar as coisas. "Tenho buscado a simplicidade", disse, "principalmente com meus alunos, embora eu complique, às vezes, essa relação; ser simples não é tão fácil", completou. Para Fernando, "o que importa é minha atitude, e não a opinião dos outros", reafirmando, como no sábado anterior, que seu fanal de vida, atualmente, é ser um espírita autêntico.
Falando em seguida, Carminha disse lembrar-se "da Maria do Carmo simples" de sua infância; recordou que seu pai era um trabalhador como tantos da classe operária e ela convivia com os filhos dos colegas do pai e eles eram seus amigos, gente simples cujas casas simples ela frequentava. "Essa Maria do Carmo morreu há muitos anos", revelou, ressaltando que o orgulho faz-nos sentir melhores que os outros. "Quando me aproximo dessas pessoas, percebo a riqueza que há na pobreza, recebendo preciosas lições de vida; hoje já venci algumas coisas, mas ainda sou bastante carregada..."
Já perto do final da atividade, a coordenadora Fernanda observou que "as crianças de hoje estão perdendo a simplicidade, por conta dos adultos. E após Egnaldo fazer a leitura de outro poema, a Coordenação explicou que, na verdade, o que nos impede de recuperar a simplicidade é nossa excessiva, por isso doentia, vinculação com o elemento material...

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Entender com simplicidade

Este sábado, dia 12 de outubro, dá o mote para o trabalho que continuará as reflexões acerca de nossa necessidade de entendimento quanto à condição de espíritos realizando experiências humanas, com a justa finalidade de educarmos os sentimentos, vencendo o domínio da matéria. Sendo o dia dedicado às crianças, convém abordarmos nosso problema a partir deste ensinamento do Cristo: "Deixai vir a mim as criancinhas, não as impeçais, porque o Reino dos Céus é para os que se assemelharem a elas". Como nos assemelhamos às crianças pela simplicidade, será válido refletirmos acerca dessa condição, recordando que, pela informação dos Espíritos Superiores constante de O Livro dos Espíritos, somos - nós, os espíritos - criados simples e ignorantes. Como em nossa jornada rumo à perfeição nos corrompemos, pela vinculação doentia com o elemento material, torna-se imprescindível recuperar a simplicidade original, para nossa reintegração no pensamento divino, do qual andávamos divorciados...
Segue, pois, nosso roteiro:

1 - Prece
2 - Desenvolvimento
2.1 - Explicação
2.2 - Consigna:
2.2.1 - O que me impede de recuperar minha simplicidade?
3 - Partilha
4 - Fechamento
5 - Prece final

domingo, 6 de outubro de 2013

Princípio, meio e fim...

Todo o item 8 do capítulo XI de O Evangelho Segundo o Espiritismo (ESE), iniciando as Instruções dos Espíritos e intitulado A Lei de Amor, foi lido no começo das atividades deste sábado. Nesse tópico, o Espírito Lázaro, após afirmar que estamos mais próximos do ponto de partido do que da meta, concita-nos a avançar na direção do objetivo, tendo que vencer os instintos em proveito dos sentimentos, "isto é, aperfeiçoar estes últimos, sufocando os germes latentes da matéria". Ainda voltamos a recordar a tríade da Benfeitora Joanna de Ângelis, reafirmando nossa condição de humanização em processo, para o que necessitamos dos esforços do autoconhecimento com vistas à imprescindível reforma íntima.
Desse trabalho participaram Iva, Isabel, Cristiano, Fernando, Carminha, Valquíria, Egnaldo, Marilda, Marilene, Eliene, Bonfim, Roberto, Regina, Egnaldo Júnior, e os coordenadores - Francisco e Fernanda; Edward, Magali e Cláudia, atuando em outro setor da Cobem, chegaram mais tarde.
Após a explicação sobre o desenvolvimento da atividade, incluindo a leitura do tópico do ESE citado, foram apresentadas as três consignas, conforme o roteiro elaborado previamente, e formados três subgrupos para as discussões iniciais. Depois é que se deu a partilha grupal:
Egnaldo começou dizendo que, nele, os instintos preponderam "em situação de vida e morte - e olhe lá!" Segundo ele, em recente assalto sofrido, soube usar a razão, porque se reagisse... e completou dizendo que "devemos buscar o meio termo: nem tanto ao mar, nem tanto à terra"... Carminha, por sua vez, revelou agir por instinto, ante o que não gosta: "Quando pego o animal em mim!..." No entanto, ela salientou que isso está cada vez menos frequente e, quando esse "animal" surge, é com menos intensidade que antes. Por exemplo, ela disse reagir a um assalto fugindo e não agredindo. Disse também ser capaz de manifestar sentimentos verdadeiros, "de vez em quando", como aconteceu durante um trabalho que realiza na Casa Espírita, ao abraçar alguém e receber uma resposta satisfatória. Ela entende que chegará o dia em que isso será constante, "mas preciso ralar muito ainda".
Fernando citou a tríade de Joanna de Ângelis afirmando que precisamos nos espiritizar; ele também relembrou a observação de Allan Kardec quanto ao verdadeiro espírita, "aquele que se esforça para domar suas más inclinações", falando que tem os sentimentos ainda não depurados, tendo a necessidade de "domar os malfeitos" - mas isso é processual, reconhece, acrescentando ser relevante admitir-se que se cometeu uma falta junto a alguém, sobretudo no âmbito familiar, por efeito da tarefa de autoconhecimento e autoaperfeiçoamento. Regina iniciou sua fala comentando a mensagem do filme "As aventuras de Pi", que, segundo ela, guarda relação com nossos trabalhos no Grupo Jesus de Nazaré. Talvez a propósito disso ela tenha dito possuir um instinto que ainda não consegue controlar: o da fome (na verdade, uma sensação); "a ira eu já sublimei", reparou, afirmando receber a indicação de ser uma pessoal calma: quando pisam num calo meu, eu implodo, em vez de explodir, e isso não é bom".
Eliene ressaltou que passamos pelas três fases apontadas pelo Espírito Lázaro no ESE e quanto a ela mesma fez o seguinte comentário: "Parece que estou afrouxando"; segundo ela, "nosso problema é que damos muita atenção ao que os outros dizem", salientando que "o que importa é o que eu sou, o que eu sinto e percebo"; ela revelou ainda que "estou menos reativa", embora afirme que não engole nem come certas coisas, porque "quem morre abafado é panela de pressão". Por fim, disse estar lutando para tomar consciência de que deve manifestar mais sentimentos que sensações ou instintos, o que só conseguirá aos poucos...



sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Entendimento evangélico

Ainda falaremos sobre nosso processo de humanização no trabalho que pretendemos desenvolver neste sábado, 5 de outubro, para melhor entendimento de nossa necessidade de transformação íntima com vistas à educação dos sentimentos. Para tanto será valioso lançarmos nossos olhares sobre o item 8 do capítulo XI de O Evangelho Segundo o Espiritismo, no qual o Espírito Lázaro discorre acerca da Lei de Amor. De acordo com essa Entidade, "em sua origem o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos". Mais adiante, ele atesta que estamos, sim, bem próximos do ponto de partida, razão pela qual julgamos apropriado o entendimento de que somos, mesmo, seres em processo de humanização.
Eis, portanto, o roteiro de nossa atividade:

1 - Prece
2 - Desenvolvimento
2.1 - Explicação
2.2 - Divisão da turma em três subgrupos
2.3 - Distribuição das consignas:
a - Quando me percebo agindo por instinto?
b - Que sensações eu manifesto com mais frequência?
c - Já sou capaz de manifestar sentimentos verdadeiros?
2.4 - Partilha grupal
2.5 - Fechamento
2.6 - Prece final

sábado, 28 de setembro de 2013

Amoroso entendimento

Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor?

Esse poema de Luiz de Camões deu o mote para o trabalho realizado neste sábado, quando mais uma vez tentamos enfrentar nosso problema de entendimento, focando nossa pretensa humanidade de acordo com o ditado "errar é humano" e com o pensamento da Benfeitora espiritual Joanna de Ângelis expresso em sua tríade "humanizar, espiritizar e qualificar". A atividade teve a participação de Railza, Fernando, Valquíria, Bonfim, Cristiano, Lígia, Isabel, Ilca, Regina, Carminha, Marilda, Cláudia, Luiza, Quito e Marilene, além dos coordenadores - Francisco e Fernanda - e de Nilza, que nos visitava. (Nilza é uma das coordenadoras, junto com Luiza e Isabel, do Encontro com Jesus, um dos grupos terapêuticos mantidos pela Cobem.) 
Depois da introdução, a turma foi separada em dois subgrupos para análise da consigna, conhecida após a leitura do poema: "Em meio às contradições de minha vida, que devo entender, a partir desse sentimento chamado amor?"
Aberta a partilha, Egnaldo iniciou os comentários com uma indagação: como se sabe o que é amor, se sabe o que é amor, se há oposições como o ódio? Então ele questionou um dos versos de Camões, negando que o amor seja fogo, como afirmara o poeta português. "Quando é fogo é paixão", disse, pois amor, segundo ele, é serenidade, é consciência. Afirmou ainda que por amor havia guerras, antigamente ("a de Tróia, por exemplo"), "mas o amor não tem barreiras, é algo sólido", razão pela qual "devemos ter paciência para chegar ao amor", completou.
Fernando declarou que se Camões escrevesse seus versos hoje, depois de ter aprendido no Plano Espiritual, faria um poema diferente, com outros conceitos: "É difícil, para nós, entender o que é o amor, pelas deturpações observadas", disse ele, considerando que é aí que o Espiritismo nos ajuda, trazendo o amor em seu aspecto real; segundo Fernando, o verdadeiro sentido do amor está no Cristo, porquanto Ele afirmou que "o amor cobre a multidão de pecados", o o amor que não observa a condição das pessoas para que as amemos, o amor incondicional. Já Bonfim opinou que "o amor é tudo", explicando que Camões explicitou em seu poema as conceituações de sua época; ele disse também que tudo que há existe por causa do amor e que as leis naturais têm base na Lei de Amor, de modo que "tudo que imaginarmos é o amor"; assim, considerou, enquanto o corpo serve à evolução, está no dever do espírito tudo fazer com o máximo de perfeição possível.
Por sua vez, Railza observou que somos expressão do amor de Deus e à medida que reencarnamos sucessivamente experimentamos essas contradições. Reportando-se à fala de Fernando, ela lembrou que o médium Divaldo Franco ofereceu-se como canal de uma comunicação do Espírito Luiz de Camões num dos congressos espíritas da Bahia, ocasião em que falou de seu novo olhar sobre o amor. Depois, ela teceu considerações sobre a condição feminina, revelando que "não é fácil ser esposa e conviver com o homem", impondo-se aí o exercício da abnegação "junto a um ser que culturalmente absorveu os conceitos de provedor, chefe de família, dono da casa..."; após isso, discorreu ac erda da experiência reencarnatória do Espírito Joanna de Ângelis e sua atuação como freira socorrendo as mulheres desafortunadas relegadas ao claustro: "Quanto esforço para manter o feminino!", ponderou.
A fala inicial de Valquíria foi interceptada pela Coordenação, que procedeu à leitura do seguinte trecho do livro O pequeno laboratório de Deus, no qual o autor, Hermínio C. Miranda, biografa o cientista negro norte-americano George Washington Carver:
"Pouco a pouco, ele foi se impondo aos outros como um homem de bem, que inspirava respeito e admiração pelo seu comportamento e pela inteligência de que era dotado.
"Entregou-se por inteiro ao estudo de botânica, geologia, bacteriologia, química, entomologia e coisas dessa ordem. Interessou-se pela álgebra antes do tempo e aprendia com espantosa facilidade. A geometria, porém, era um mistério para ele. Justamente por causa dela, aprendeu mais uma das grandes lições da sua vida.
"Foi assim: numa prova parcial, julgou a questão muito fácil e resolveu tudo num abrir e fechar de olhos. Os colegas mal haviam começado a prova e George há havia concluído a sua. Na hora de divulgar as notas, ele se sentiu orgulhoso: tinha certeza de haver conseguido a nota máxima. Qual não foi o seu espanto, quando o professor anunciou:
"- Sr. Carver: zero!
" - Zero, professor? Tenho certeza de que a resposta está certa. Eu conferi.
"- A resposta está certa - garantiu o professor -, mas você partiu de uma hipótese falsa. Nunca se chega a uma resposta correta partindo de um princípio errado.
"Embora arrasado, George sabia que o professor estava com a razão. Aquilo iria servir-lhe para o resto da vida."
Em seguida a isto, nossa companheira considerou que "nossa interpretação desse amor parte de uma premissa falsa", acrescentando não encarar o amor de Deus como esse amor material, vinculado à figura (ao corpo!) humana, salientando que "o amor está nas leis morais".
Marilene citou passagem do livro Jesus no Lar (Neio Lúcio, Espírito/Chico Xavier), na qual conta-se que, durante um surto de peste, um Anjo desceu das alturas para auxiliar certa comunidade, mas necessitava de alguém que se oferecesse como instrumento para essa ajuda; no entanto, os mais qualificados fugiram à colaboração, à custa de pretextos, de modo que o Anjo valeu-se de um criminoso, o qual não regateou a oportunidade, atuando responsavelmente junto ao enviado do Senhor, minorando as dores de seus irmãos. Essa história, desse nossa amiga, serve para afirmarmos constantemente a quem se julga inferior, incapaz de trabalhar pelo bem comum, que ele também é filho de Deus, que o convoca ao trabalho.
E antes que a Coordenação encerrasse a atividade - considerando que não somos nem demasiado humanos em razão de nossa grande tendência ao erro, nem desumanos, por nos vermos por vezes capazes de muitas atrocidades, mas seres em processo de humanização -, Luiza comentou ser difícil definir o amor, ainda que olhemos para uma flor, ou para uma criança, ou uma pessoa agradável, e sintamos amor, porquanto a beleza que nos atrai é amor, o que fez a Coordenação observar que o amor de Deus se nos apresenta como beleza, verdade e bondade...

domingo, 22 de setembro de 2013

Outro entendimento

Foi no mínimo interessante a atividade realizada no sábado 21 de setembro no âmbito de nosso grupo de estudo, a começar pela não realização do trabalho planejado, uma vez que a Coordenação havia esquecido que Marcos, o físico filho de Railza, concluiria nesse dia sua aula sobre Física Quântica, conforme acertado previamente. Com isso tivemos uma manhã rica em discussões acerca de temas como lei do retorno, ação e reação e causa e efeito, para começar. Depois, par ao grupo formado pelos dois coordenadores (Francisco e Fernanda), Valqupiria, Egnaldo (que não ficaria muito tempo), Lígia, Isabel, Carminha, Luiza, Fernando, Marilda, Cristiano, Regina, Magali, Quito, Bonfim, Waldelice, Roberto e, chegando mais tarde, Edward, além da própria Railza, Marcos reportou-se às origens da Física Quântica, enfatizando a ação do cientista Max Planck, que, para medir a temperatura de altos-fornos, teve de abrir mão das teorias da Mecânica Clássica, chegando assim às conclusões que levaram à conceituação desse novo paradigma.
Marcos também citou as divergências entre Albert Einstein e Niels Bohr e a noção de consciência na observação dos fenômenos para sua compreensão. Observou ainda a intersecção da Física Quântica com a espiritualidade, comentou a teoria das supercordas, fez referência à velocidade da luz, ao mundo atômico, às diferenças e semelhanças no comportamento das partículas, oferecendo ensejo a preciosos comentários.
Por exemplo, Roberto lembrou de uma palestra a que assistira, na qual o palestrante deixou-se mediunizar e a entidade dedicou-se a, através dele, responder a perguntas da assistência; o Espírito teria dito que ninguém se desesperasse antes os acontecimentos tormentosos do mundo porque Deus está no comando e todas as ocorrências se dão com o divino consentimento e em seguida fez uma espantosa revelação: no tocante à ação do homem na Natureza, como no caso dos desmatamentos na Amazônia, haveria guardiões quais robôs gigantescos cuidando da manutenção das condições de vida na Terra, impedindo que as atitudes humanas interfiram demasiadamente na aplicação das sábias leis.
Alguém questionou Marcos quanto à aplicabilidade das teorias quânticas e este físico citou o armazenamento de cada vez maior volume de informações em cada vez menos espaço, referindo-se aos microchips e ao inovador computador quântico, em modelos muito mais elaborados que os atuais, que utilizam códigos binários.
Fernando perguntou se as pessoas que têm facilidade para lidar com a ciência seria privilegiadas, em comparação com outras que aparentemente teriam dificuldades nessa como em outras áreas co conhecimento humano. Dentre outras pessoas que ofereceram possibilidades de resposta ao companheiro - que ficou informado de que Deus não privilegia ninguém, apenas dá condições para que certas pessoas, comprometidas com o progresso da Humanidade, desenvolvam seu potencial -, Railza relatou o que observou em Cuba, onde alguns cientistas já estudam a possibilidade do teletransporte.
Fernando também observou a necessidade das duas asas que propiciam a evolução espiritual - o amor e a sabedoria, recordando os dois mandamentos do Espírito de Verdade aos espíritas: "Amai-vos e instruí-vos!"; ele revelou-se ainda admirador da Ciência e usuário de certos avanços científicos, "através dos outros", dado seu desconhecimento reduzido; em razão disso - e com base em sua experiência espírita -, ele questionou: "Se eu desencarnar agora, chegarei lá (ao plano espiritual) como fracassado?" Procurando ajudá-lo nessa compreensão, o coordenador Francisco observou-lhe que, de duas coisas, uma poderá acontecer com qualquer um  de nós após a desencarnação: ou vamos continuar trabalhando, ao lado dos mentores espirituais, ou continuaremos lhes dando trabalho...

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Entender sentimentos e emoções

A partir da discordância de Railza quanto à observação do Espírito Emmanuel, sobre nosso problema ser de entendimento, e por sua argumentação de que nossa humanidade responderia pelas dificuldades encontradas em nosso atual estágio evolutivo, talvez seja pertinente analisarmos com o aprofundamento possível essa tal condição humana, tomando por base a tríade da Benfeitora Joanna de Ângelis: "Humanizar, espiritizar e qualificar".
Dizia-se, antigamente - e isto se repete na atualidade -, que "errar é humano", justificando assim nossa tendência aos comportamentos desabonadores ou simplesmente equivocados. Desse modo, há que se perguntar: somos demasiadamente humanos, por errarmos tanto, ou nos classificamos tão-somente desumanos, quando verdadeiras barbaridades (atrocidades?) são cometidas?
Então, a julgar pela contribuição de Joanna de Ângelis, concluiremos que estamos em processo de humanização, significando que não somos ainda suficientemente humanos, porquanto recém-saídos da experiência animal, o que condiciona nossos esforços evolutivos. Somente pelo aperfeiçoamento das sensações e das emoções, sublimando-as em sentimentos, é que nos veremos realmente humanos, ou humanizados.
Tal será, então, o fulcro de nossas reflexões no encontro deste sábado, 21 de setembro, véspera da primavera.  

domingo, 15 de setembro de 2013

Como entender?

Velho rifão, de todos nós muito conhecido, diz que, para bom entendedor, meia palavra basta. Será mesmo? Talvez o fato de que cada individualidade observe a Verdade exclusivamente de seu ponto de vista dificulte o entendimento que poderia beneficiar a todos, o que responderia, possivelmente, pelas dificuldades em se cumprir as tarefas pessoais, no âmbito da esfera espiritual que nos abarca a todos, com a finalidade de despertarmos para os esforços evolutivos. Assim foi que, sob o "olhar" da câmera que filmava nossas atividades no sábado, 14 de setembro, voltamos a nos debruçar sobre o tema do entendimento, desta vez tentando apurar como temos aproveitado a existência, se já sabemos o que é mais importante em nós e para cada um de nós...
O encontro, que teve a "direção artística" de Edward, operando a câmera, contou com a participação de Railza, Lígia, Regina, Cristiano, Fernando, Waldelice, Isabel, Eliene, Quito, Cláudia, Ilca, Jaciara, Marilda, Roberto, Marilene e Magali, além do coordenador Francisco, que começou expondo, mais uma vez, a observação do mentor Emmanuel sobre nosso problema ser de entendimento; ele também recordou a metáfora da enxada, constante do tópico sobre a "missão homem inteligente na terra", de O Evangelho Segundo o Espiritismo, considerando que tanto somos a enxada quanto a trazemos em nós, no tocante à faculdade mediúnica, ferramenta utilizada pelos Espíritos que, para ser bem operada, precisa estar em boas condições de uso, o que ressalta nossa responsabilidade.

Como dessa vez não precisamos dividir a turma em subgrupos, passamos logo à partilha, quando Ilca, tomando a palavra, fez referência ao programa Globo Repórter exibido na noite anterior enfocando a cultura religiosa do Nepal: "O que vi lá é o que fazemos aqui", disse ela. Falando em seguida, Railza voltou a afirmar sua discordância quanto à afirmativa de Emmanuel e à repetição da Coordenação, ponderando que "nossa grande dificuldade é dizer que somos humanos". Ela disse associar o entendimento à existência: "Meu problema é existir", explicou, acrescentando trazer consigo a bagagem da compreensão: "Sou eu e minha história; a depender da situação minha compreensão pode mudar". Segundo ela, o pensamento do Espírito Emmanuel "é demasiadamente intelectualizado para mim", uma vez que "minha verdade é a que consigo expressar, moldada pelos valores recebidos dos mais velhos, procurando não invadir o espaço do outro, mesmo algumas vezes atropelando-os, porque sou humana!", frisou, salientando que seu mentor espiritual - "E não é um só, é uma equipe!" - "deve ter muito trabalho comigo!"
Fernando começou relatando sua recente dificuldade com a memória e em razão disso adquiriu o hábito de escrever o que não quer esquecer. Com esse costume, chegou, outro dia, à conclusão de que já sabe o que quer: "Eu quero ser um espírita autêntico, assimilar a Verdade e ser espírita de verdade!", afirmou, acrescentando esperar não descambar outra vez pelos descaminhos; "mas agora eu sei o que quero!" Por sua vez, Regina também recordou um programa de TV em que se debatia a questão da felicidade, a qual, segundo um filósofo, consistia em sentar-se sob uma jabuticabeira e deliciar-se com as jabuticabas. Como não encontrasse jabuticabeiras, ela tentou ser feliz comendo mangas sob uma mangueira carregada de frutos maduros e o resultado, desastroso para ela, foi uma reação alérgica que a deixou toda empolada. Ela também se valeu da tríade da Benfeitora Joanna de Ângelis (humanizar, espiritizar e qualificar) para relatar episódio vivenciado numa clínica onde reclamara do atendimento.
(Neste ponto, a Coordenação interveio para tentar explicar o significado de "humanizar" na tríade citada, considerando que, se somos humanos, não estamos devidamente humanizados, por sermos recém-saídos da experiência na fase evolutiva anterior, a animal, o que responde pelo império dos instintos sobre nossa condição, levando-nos a mais reagir por impulso que agirmos por reflexão; somente quando colocarmos os dois pés na humanidade é que nos humanizaremos, sendo este o esforço a que somos chamados a fazer na atualidade de nosso percurso no rumo do aperfeiçoamento espiritual.)
Roberto ressaltou certa experiência de regressão a vidas passadas feita nos Estados Unidos, na qual o "sujeito" reviveu 38 reencarnações e em todas viu-se prejudicado pelo orgulho. "Essa é a complexidade do ser humano", disse, salientando que, por trabalhar com protestantes (evangélicos!) e atravessar um período de enfermidade, estes costumam receitar-lhe tratamentos baseados na leitura da Bíblia; no entanto, segundo afirmou, sua visão de mundo clarificada pelo Espiritismo não o faz crer que a vida das pessoas esteja toda descrita e alicerçada no chamado "livro santo" dos cristãos, como querem os protestantes.
"O que nos diferencia?", perguntou Eliene ao iniciar sua fala, focada na intervenção da Coordenação: "Se temos um pé na condição animal e não desenvolvemos nossa humanidade, é que nos preocupamos com o outro e esquecemos de nossa vida, na transitoriedade na Terra; ocupamo-nos em ver os defeitos dos outros, não os procuramos para elogiá-los; ou então mostramos algo que nós não somos." Isabel, aparentemente estimulada pelas palavras de Regina, também reportou-se à questão da felicidade, que para ela são os momentos vividos com plenitude; um desses, segundo afirmou, foi quando, em Porto Seguro, degustou pitangas tiradas do pé - "Foi inesquecível!"; outro momento é o da experiência na condução do grupo Encontro com Jesus, da Cobem, ao lado de duas companheiras, encontrando muito material humano para refletir acerca do próprio comportamento, observando os erros e acertos de sua vida...
Edward observou que em O Livro dos Espíritos o filósofo Sócrates é citado quando os Espíritos Superiores informam a Allan Kardec quanto ao meio mais prático de se atingir a perfeição: "Um sábio da Antiguidade já vos disse: conhece-te a ti mesmo!", o que levou nosso companheiro a indagar sobre qual seria o primeiro passo na direção do autoconhecimento. Em resposta, a Coordenação realizou uma dinâmica de grupo voltada para a reflexão quanto ao fato de, no processo de autodescoberta, pouco estarmos focados em nós mesmos, apontando, em seguida, já termos o conhecimento de sete informações sobre nós mesmos (além do próprio nome), mas sem delas estarmos convictos: 1 - somos espíritos; 2 - somos espíritos encarnados; 3 - somos espíritos reencarnados; 4 - somos espíritos imortais; 5 - somos espíritos criados por Deus; 6 - somos espíritos em transformação; e 7 - somos espíritos em trânsito no planeta.
A seu turno, Quito reparou que "estamos o tempo todo estudando os sentimentos" e que ninguém está coagido a participar do Grupo, mas o fazemos por escolha própria; "Uma energia de fraternidade" nos congrega, disse ele, observando que nossos encontros semanais se dão porque "esperamos sair melhores do que entramos, mas enquanto houver a dificuldade de se ser lá fora o que vivenciamos aqui não encontraremos a plenitude da paz". Só então, completou, aprenderemos a nos conhecer, passando a ser mais fortes; "Precisamos perseverar no que fazemos aqui, expondo ideias e sentimentos; não precisamos ser espíritas e trabalhar somente na Casa Espírita, lá fora temos muito mais oportunidades e sem perseverança e disciplina não sairemos de onde estamos, agindo só na superficialidade".
Por fim, Cristiano, também relatando um episódio acerca de sua experiência pessoal e familiar, considerou que nessa ocasião disse aos filhos não ser um super homem, pedindo-lhes que observassem seus erros; assim aconteceu, uma vez, quando ele viu-se agindo animalescamente, como disse, e seus filhos, então, lhe reafirmaram o amor incondicional; hoje, observou, vê-se como o verdadeiro espírita descrito por Allan Kardec, esforçando-se ao máximo para melhorar: "Embora muitas vezes eu falhe, continuo persistindo".