domingo, 19 de dezembro de 2010

Despedida


Como sói acontecer em grande parte das casas espíritas, ao final do ciclo de estudo os grupos esvaziam e assim o "Jesus de Nazaré" fez sua última reunião do ano com apenas 14 participantes, além dos três coordenadores. Os presentes foram Isabel, Ilca, Iva, Regina, Railza, Eliene, Edward, Valquíria, Waldelice, Marcos, Magali, Lígia, Fernanda e Egnaldo. Alguns dos ausentes justificaram-se com a ida ao médico, enfermidade e viagem.
A atividade desenvolvida versou sobre a trajetória moral/espiritual do doutor da lei Saulo de Tarso, que após seu célebre encontro com o Cristo promoveu sua adesão incondicional ao Cristianismo, transformando-se radicalmente a partir da pergunta "Senhor, que queres que eu faça?".
A parte prática do seminário, conduzido pela coordenadora Creuza Lage, pedia que as pessoas escrevessem tal pergunta em cada canto da folha de papel distribuída e dobrada em quatro, complementada pelos seguintes adendos: (Senhor, que queres que eu faça) na minha família?; no meu trabalho?; na minha vida afetiva?; e na Cobem?
Junto a tais reflexões, também se propôs uma avaliação ao grupo no sentido de se identificar "o que fazer para tornar o Jesus de Nazaré mais produtivo?".

À hora da partilha, colhemos estes depoimentos acerca do último questionamento:

Lígia - assiduidade, compromisso com o trabalho, tempo para estudo e disciplina;
Eliene - harmonia, disciplina, pontualidade, autenticidade ("cada um ser o que é"), solidariedade, rotatividade na Coordenação;
Edward - mais empenho, mais abertura e receptividade ante as lições, comprometimento com a mudança, mais estudo, criatividade e dinamismo das ideias;
Valquíria - compromisso e comprometimento para mais dinamismo no grupo a partir dos estudos prévios, sair da "zona de conforto", mais solidariedade com a Coordenação.

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O seminário deveria propor outras quatro questões para reflexão, o que fazemos agora, a título de sugestão para aproveitamento das "férias". De acordo com a elaboração do trabalho, os questionamentos seriam dados sem as respostas, que igualmente disponibilizamos com o fito de colaborarmos para o aprofundamento das reflexões:

* Que fazer para adquirir a compreensão perfeita dos desígnios do Cristo?
- AMA!

* Como fazer para que a alma alcance tão elevada expressão de esforço com Jesus?
- TRABALHA!

* Que providências adotar contra o desânimo destruidor?
- ESPERA!

* Como conciliar as grandiosas lições do Evangelho com a indiferença dos homens?
- PERDOA!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Fim de uma etapa



Nesta sábado, 18 de dezembro, realizaremos seminário para marcar nosso último encontro do ano, predispondo-nos a reencetar a marcha rumo ao autoconhecimento mediante o compromisso com o Cristo em 2011.
O seminário deverá recordar-nos a pergunta de Jesus à mãe dos filhos de Zebedeu ("Que queres?"), a partir do aprofundamento do questionamento feito pelo doutor da lei Saulo de Tarso ao Cristo, no caminho de Damasco: "Senhor, que queres que eu faça?"
Tal pergunta, sobre a qual devemos meditar todos os dias, é cada vez mais atual e nos chama ao entendimento de nossa condição de servidores e de discípulos daquele que se nos apresenta como guia e modelo de perfeição para a Humanidade.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Convite ao serviço abnegado

O trabalho do sábado, dia 11, começou com um pequeno ritual do lava-pés, feito pelos coordenadores, para simbolizar o sentido da lição sobre os versículos 24 a 28 do capítulo 20 do Evangelho de Mateus ("Os chefes devem servir", conforme A Bíblia de Jerusalém).
Fizeram-se presentes Iva, Fernanda, Fernando, Ilca, Lígia, Valquíria, Egnaldo, Regina, Waldelice, Carminha Sampaio, Roberto, Quito, Railza, Isabel, Sinedite (que não ficou), Cláudia (que saiu depois para outra reunião), Edward e MArilene, além de um visitante, Marcos.
Feito o lava-pés, procedeu-se à leitura da passagem evangélica e inquiriu-se das pessoas qual o sentimento experimentado ante o ritual em razão do texto, dando a palavra a apenas cinco delas:
Regina salientou a alegria, dizendo que a água em seus pés foi um bálsamo que lhe provocou uma gostosa sensação de alívio.
Egnaldo acusou também uma sensação agradável.
Waldelice, igualmente, sentiu conforto, recordando a época em que Jesus procedeu dessa forma com seus apóstolos, dando exemplo de humildade para nós.
Iva sentiu-se feliz por participar desse banquete, razão pela qual demonstrou seu agradecimento.
Railza, também ressaltando o exemplo de humildade, declarou sentir-se privilegiada.
O visitante Marcos pediu a palavra para salientar ainda a lição de humildade.

Depois, os participantes constituíram os subgrupos para comentar esta consigna: "Tenho me comportado como chefe ou como servidor?"
Após esse exercício, foi distribuído o texto-síntese (abaixo) e, após lido e comentado ainda nos subgrupos, passamos à partilha final.

A respeito, Egnaldo declarou que adora mandar e não gosta de trabalhar em grupo, o que, segundo avalia, pode ser medo de mostrar suas falhas. Railza considerou que exerce o mando sem que o outro perceba, assumindo que nasceu para chefiar, ser o gestor, mas aquele do tipo que escuta, administra os conflitos e aos poucos comanda o grupo, servindo nessa condição. Os demais afirmaram que alternam as duas posições em diversas situações da vida prática, dizendo, por exemplo, serem servidores no trabalho e chefe em casa. Nesse sentido, o visitante Marcos reparou que o próprio Jesus demonstrou em vários momentos ser chefe e servidor ao mesmo tempo.

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Os chefes devem servir

(Mt 20:24-28)

“Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração.” (Jesus)

Para compreendermos a extensão dos ensinamentos de Jesus relativamente ao serviço, é necessário reportamo-nos à humildade como condição indispensável, haja vista que o serviço conforme estabelece o Cristo é o convite à ação fraterna, solidária, desapegada em favor do próximo. Desse modo, o Homem não integralmente evangelizado se verá impossibilitado de ser um efetivo servidor por estar ainda marcado pelo orgulho, chaga esta que vem a ser a antítese da humildade. “As pessoas, embora possuindo grande inteligência, talento e capacidade, se não são amáveis e educadas no falar e no proceder, nada têm a oferecer aos outros”, pondera o Espírito Irmão Jerônimo, mentor do C. E. Deus, Luz e Verdade. Sobre tais pessoas, diz ele que “dificilmente terão êxito na vida”, posto que “o essencial portanto é a verdadeira humildade da alma”.

Existem, efetivamente, mil e uma maneiras de servir ao próximo, exercitando desse modo as virtudes que encontrarão na humildade o seu corolário, como pré-requisito para a prática da verdadeira caridade. Segundo o benfeitor espiritual Emmanuel, “quem já esteja entesourando a humildade não se afaste do orgulhoso, conferindo-lhe, com o exemplo, os elementos indispensáveis ao reajuste”. Nesse propósito de bem servir, o exemplo será sempre o cartão de visitas daquele que pretenda se ornar com os valores do Homem de Bem propagado por Allan Kardec. O Cristo, a esse respeito, é o primeiro nome a ser lembrado e, como guia e modelo da Humanidade, está ainda hoje repetindo seu convite para seguirmos seu exemplo, em cumprimento da regra de ouro: “O que você quer para si mesmo, faça primeiramente ao outro”.

Assim sendo, o modo como pensamos, sentimos, falamos e fazemos deve estar impregnado do efeito desse apelo evangélico, uma vez que todas as nossas ações, nesses quatro aspectos de nossa personalidade, passam a fazer parte de nosso ser. “Não esqueçamos que tudo que falamos fica gravado”, avisa Irmão Jerônimo. “O inconsciente é como um gravador ligado, que guarda na fita não só a voz da pessoa que fala, mas os ruídos que por acaso estejam em volta. Tudo fica armazenado”, diz, apontando em seguida o caminho mais correto a seguir: “Com humildade, teu laboratório mental estará renovado, uma nova luz brilhará e a paz infinita te envolverá em profunda alegria, porque onde há luz não existe sombra”.

Fontes:

Xavier, Francisco Cândido. Fonte Viva (pelo Espírito Emmanuel). FEB.

Santana, Bernadete de Oliveira. Liberta-te (Pelo Espírito Irmão Jerônimo). CEDLV.

Kardec, Allan. O Evangelho Segundo Espiritismo. FEB.

_________. O Livro dos Espíritos. FEB.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O serviço




O trabalho deste sábado, 11 de dezembro, dá prosseguimento à lição evangélica sobre o querer, explorada na semana passada. Desta vez teremos o comentário do evangelista Mateus constante ainda do capítulo 20, agora nos versículos 23 a 28, sob o título, na Bíblia de Jerusalém, de "Os chefes devem servir". Será o último trabalho do Grupo, uma vez que no dia 18 encerraremos as atividades realizando um seminário enfocando os assuntos abordados ao longo do ano.

"Os chefes devem servir - Ouvindo isso (o diálogo entre Jesus, Tiago, João e a mãe destes), os dez ficaram indignados com os dois irmãos. Mas Jesus, chamando-os, disse: "Sabeis que os governadores das nações as dominam e os grandes as tiranizam. Entre vós não deverá ser assim. Ao contrário, aquele que quiser tornar-se grande entre vós seja aquele que serve, e o que quiser ser o primeiro dentre vós, seja o vosso servo. Desse modo, o Filho do Homem não veio apra ser servido, mas pra servir e dar a sua vida em resgate por muitos."


domingo, 5 de dezembro de 2010

Privilégios e necessidades

Pedido da mãe dos filhos de Zebedeu

(Mt 20:20-23)

“Se o plano superior já te permite pisar na Seara Espírita, não te limites à prece.” (Emmanuel)

É próprio da natureza humana, marcada por uma estreita, pequena compreensão de sua natureza espiritual, ansiar pelos privilégios e honrarias, colocando-se o Homem na condição de julgar-se merecedor de todas as benesses a despeito mesmo das necessidades de seus semelhantes. E ainda que o Cristo tenha vindo pessoalmente indicar o caminho mais seguro para se alcançar tais benefícios, o egoísmo, ou seja, o culto de si mesmo empana a consciência de si e o Homem, então, gira seguidamente em torno dele próprio, repetindo experiências até finalmente despertar para a verdade e integrar-se ao pensamento renovador.

A vontade tem papel preponderante nesse processo e por isso o ser precisa estar consciente sempre do que quer, a fim de encontrar-se bem conduzido no caminho que deve percorrer com vistas à própria elevação, que em suma representa a libertação das ilusões da matéria. “O objetivo maior da vida é despertar em cada um de nós os valores que o Pai nos deu para cultivar”, diz o Espírito Irmão Jerônimo [1], mentor do Centro Espírita Deus, Luz e Verdade. Segundo esse orientador espiritual, “muitas pessoas deixaram de ser escravas dos homens. Entretanto, continuam sendo escravas do pensamento, o que é bem pior”. Devemos compreender, então, que ele se refere ao pensamento desagregador, posto que inferior e distante daquele objetivo sublime.

O filósofo Huberto Rohden [3] identifica três espécies de homens: o profano, o asceta e o espiritual. Do primeiro, citando Santo Agostinho, diz que “é um cego que corre vigorosamente, mas sem saber para onde – magni passus extra viam, grandes passos... fora do caminho”. O asceta, por seu turno, “é um vidente que, paralisado de medo, prefere recolher-se a uma caverna, longe das maldades do mundo”. Já o homem espiritual “é um vidente que anda seguro e firme nos caminhos do mundo profano, sem de profanar, mas irradiando para seus semelhantes a luz da sua vidência e a força da sua santidade”.

Vemos aí o que pode ser o querer do homem enquanto realiza sua ascensão espiritual, que é algo além do desejo que marca a fase inicial da evolução dos seres e deve se aproximar do esforço consciente que chamamos aspiração, para a realização do reino de Deus no próprio coração, conforme nos convida o Cristo. Ainda segundo Rohden [2], esse algo além é o dever, a que o homem profano foge trocando-o pelo prazer. “O querer o prazer é do ego”, ressalta o filósofo, apontando para um conflito entre querer e dever, “porque o homem não harmonizou ainda o seu ego externo com o seu Eu interno”. Para Rohden, “enquanto o querer do ego está em conflito com o dever do Eu, o homem é infeliz, e tenta sufocar sua infelicidade com toda espécie de prazeres e paliativos”.

Fontes:

1. Santana, Bernadete de Oliveira. Querer é Poder (pelo Espírito Irmão Jerônimo).

2. Rohden, Huberto. A Experiência Cósmica. Martin Claret.

3. ___________. Profanos e Iniciados. Alvorada.


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O texto acima sintetizou o trabalho do último sábado (4 de dezembro) no Grupo Jesus de Nazaré, embora a participação numérica estivesse abaixo do esperado. As pessoas só chegaram efetivamente após o início das atividades, razão pela qual a Coordenação teve que fazer alteração no roteiro. Estiveram presentes, além dos três coordenadores, Ormalinda, Lígia, Bonfim, Eliene, Iva, Ilca, Roberto, Magali, Waldelice, Maria do Carmo Sampaio, Fernanda, Regina, Faraildes, Maria do Carmo Brandão, Egnaldo, Edward, Marilene e Valquíria.

Ao chegar, cada um recebia um cartão com a frase "Que queres?" para reflexão silenciosa. Após a prece, seguida da leitura da passagem evangélica, todos os presentes, que até então eram poucos, puderam externar seu querer e depois, primeiro em duplas e, com a chegada dos demais, nos subgrupos, comentaram esta consigna: "Que lugar você ocupa ao lado de Jesus?"




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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Os quereres


Em sua composição "O quereres", Caetano Veloso canta a "bruta flor do querer" (Ah! Bruta flor, bruta flor). Talvez seja útil meditar na expressão do poeta para compreendermos o tema da lição de nosso trabalho neste sábado, 4 de dezembro, quando vamos explorar o "Pedido da mãe dos filhos de Zebedeu" (Mt 20:20-23):

Então a mãe dos filhos de Zebedeu, juntamente com os seus filhos, dirigiu-se a ele, prostrando-se, para fazer-lhe um pedido. Ele perguntou: "Que queres?" Ao que ela respondeu: "Dize a estes meus dois filhos se assentem um à tua direita e outro a tua esquerda, no teu Reino". Jesus, respondendo, disse: "Não sabeis o que estais pedindo, Podeis beber o cálice que estou para beber?" Eles responderam: "Podemos". Então lhes disse: "Sim, bebereis de meu cálice. Todavia, sentar à minha direita e à minha esquerda, não cabe a mim concedê-lo; mas é para aqueles aos quais meu Pai o preparou".