domingo, 5 de dezembro de 2010

Privilégios e necessidades

Pedido da mãe dos filhos de Zebedeu

(Mt 20:20-23)

“Se o plano superior já te permite pisar na Seara Espírita, não te limites à prece.” (Emmanuel)

É próprio da natureza humana, marcada por uma estreita, pequena compreensão de sua natureza espiritual, ansiar pelos privilégios e honrarias, colocando-se o Homem na condição de julgar-se merecedor de todas as benesses a despeito mesmo das necessidades de seus semelhantes. E ainda que o Cristo tenha vindo pessoalmente indicar o caminho mais seguro para se alcançar tais benefícios, o egoísmo, ou seja, o culto de si mesmo empana a consciência de si e o Homem, então, gira seguidamente em torno dele próprio, repetindo experiências até finalmente despertar para a verdade e integrar-se ao pensamento renovador.

A vontade tem papel preponderante nesse processo e por isso o ser precisa estar consciente sempre do que quer, a fim de encontrar-se bem conduzido no caminho que deve percorrer com vistas à própria elevação, que em suma representa a libertação das ilusões da matéria. “O objetivo maior da vida é despertar em cada um de nós os valores que o Pai nos deu para cultivar”, diz o Espírito Irmão Jerônimo [1], mentor do Centro Espírita Deus, Luz e Verdade. Segundo esse orientador espiritual, “muitas pessoas deixaram de ser escravas dos homens. Entretanto, continuam sendo escravas do pensamento, o que é bem pior”. Devemos compreender, então, que ele se refere ao pensamento desagregador, posto que inferior e distante daquele objetivo sublime.

O filósofo Huberto Rohden [3] identifica três espécies de homens: o profano, o asceta e o espiritual. Do primeiro, citando Santo Agostinho, diz que “é um cego que corre vigorosamente, mas sem saber para onde – magni passus extra viam, grandes passos... fora do caminho”. O asceta, por seu turno, “é um vidente que, paralisado de medo, prefere recolher-se a uma caverna, longe das maldades do mundo”. Já o homem espiritual “é um vidente que anda seguro e firme nos caminhos do mundo profano, sem de profanar, mas irradiando para seus semelhantes a luz da sua vidência e a força da sua santidade”.

Vemos aí o que pode ser o querer do homem enquanto realiza sua ascensão espiritual, que é algo além do desejo que marca a fase inicial da evolução dos seres e deve se aproximar do esforço consciente que chamamos aspiração, para a realização do reino de Deus no próprio coração, conforme nos convida o Cristo. Ainda segundo Rohden [2], esse algo além é o dever, a que o homem profano foge trocando-o pelo prazer. “O querer o prazer é do ego”, ressalta o filósofo, apontando para um conflito entre querer e dever, “porque o homem não harmonizou ainda o seu ego externo com o seu Eu interno”. Para Rohden, “enquanto o querer do ego está em conflito com o dever do Eu, o homem é infeliz, e tenta sufocar sua infelicidade com toda espécie de prazeres e paliativos”.

Fontes:

1. Santana, Bernadete de Oliveira. Querer é Poder (pelo Espírito Irmão Jerônimo).

2. Rohden, Huberto. A Experiência Cósmica. Martin Claret.

3. ___________. Profanos e Iniciados. Alvorada.


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O texto acima sintetizou o trabalho do último sábado (4 de dezembro) no Grupo Jesus de Nazaré, embora a participação numérica estivesse abaixo do esperado. As pessoas só chegaram efetivamente após o início das atividades, razão pela qual a Coordenação teve que fazer alteração no roteiro. Estiveram presentes, além dos três coordenadores, Ormalinda, Lígia, Bonfim, Eliene, Iva, Ilca, Roberto, Magali, Waldelice, Maria do Carmo Sampaio, Fernanda, Regina, Faraildes, Maria do Carmo Brandão, Egnaldo, Edward, Marilene e Valquíria.

Ao chegar, cada um recebia um cartão com a frase "Que queres?" para reflexão silenciosa. Após a prece, seguida da leitura da passagem evangélica, todos os presentes, que até então eram poucos, puderam externar seu querer e depois, primeiro em duplas e, com a chegada dos demais, nos subgrupos, comentaram esta consigna: "Que lugar você ocupa ao lado de Jesus?"




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