sábado, 28 de agosto de 2010

O (não)perdão nosso de cada dia

Ao início do trabalho deste sábado, 28 de agosto, para dialogarmos sobre o perdão das ofensas (Mt 18:21), a participação já era mais significativa que na semana anterior. Afora a ausência de Creuza, a equipe responsável pela tarefa estava a postos (Waldelice observou a pontualidade): Isabel, Carminha Sampaio e Lígia, mais os coordenadores Francisco Muniz e Maria Luiza. Railza trouxe a irmã, que preferiu ficar à parte. Estavam conosco Fernanda, Iva, Magali, Roberto, Regina, Egnaldo, Carminha Brandão, Valquíria, Ormalinda e Faraildes. Após a prece chegaram Marilda, Marilene e Fernando. Bonfim adentrou a sala no início da partilha.
Depois de repetir frases que a negatividade expressa quanto ao perdão, a equipe tarefeira pediu que os componentes se reunissem em duplas para os comentários, após o que teve início a partilha.
Marilene disse não saber como tomar a iniciativa para o perdão, ao qual ainda resiste.
Valquíria lembrou a opinião profana segundo a qual "quem perdoa é bobo" e argumentou que é preciso ouvir somente a consciência. Ela disse também que quando amamos não precisamos perdoar nada, recordando o filme "Love story".
Fernanda tanta compreender a atitude dos outros para não precisar perdoar, desligando-se do sentimento negativo.
Railza também procura entender a condição do outro, mas sem esquecer a ofensa, embora não se coloque mais na posição de vítima. "Nós somos responsáveis por tudo que nos acontece", disse.
Ormalinda declarou que ainda não consegue perdoar.
Egnaldo relacionou o perdão com a vingança, que seria o contraponto, julgando que a linha entre um e outra é bem tênue.
Marilda, por sua vez, ressaltou as várias perspectivas sobre o perdão em sua família, em decorrência da mistura de religiões.
Segundo Bonfim, o perdão não é para o outro, mas para nós mesmos, e somos ofendidos quando damos ao outro o direito de nos ofender.
Iva salientou que perdoar o outro é fácil, o difícil é perdoar a si mesmo quando se está sob o peso das cobranças advindas do sentimento de culpa.
Roberto revelou que o exercício do perdão é incessante, porque a todo momento somos testados, "mas perdoar é uma alegria".

No segundo momento do trabalho, foram pronunciadas frases positivas para nova reflexão, quando Regina e Faraildes fizeram depoimentos. Enquanto Regina disse estar mais concentrada no autoperdão, Fará, como é carinhosamente tratada, declarou não ligar mais para as ofensas, que procura melhorar e assim os ofensores também são beneficiados, posto que às vezes são inimigos do passado. Segundo ela, em todo lugar que vamos encontramos desses contendores.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A arte de perdoar

Como estamos todos (espíritos encarnados) no mundo para conquistar amigos, o perdão é, segundo nos parece, do que compreendemos dos ensinos de Jesus, a atitude mais inteligente que o Homem pode e deve manifestar uns para com os outros, até que nos encontremos, um dia, na condição de inofendíveis, porque já não seremos mais ofensores.
Tal é o tema do trabalho que a equipe formada pelas companheiras Maria do Carmo Sampaio, Lígia, Isabel e Waldelice vai apresentar neste sábado no "Jesus de Nazaré", baseado no versículo 21 do capítulo 18 do Evangelho de Mateus ("Perdão das ofensas").

domingo, 22 de agosto de 2010

O que temos em comum?

Mais uma vez, iniciamos o trabalho com uma turma reduzida, posto que os membros do "Jesus de Nazaré" ainda não aprendemos todos a lição da pontualidade. Assim é que à hora aprazada para o começo das atividades só contávamos com dez companheiros, afora os dois coordenadores presentes (Creuza, mais uma vez, cumpria tarefa pela FEEB) e os responsáveis pelo trabalho do dia, Fernando e Maria do Carmo Brandão.
Os subgrupos ficaram assim:
1 - Roberto, Quito, Egnaldo e Cláudia;
2 - Edward, Carminha Sampaio, Iva e Valquíria;
3 - Railza, Fernanda, Marilda e Isabel.
Lígia, chegando depois, integrou-se ao grupo 2. DO mesmo modo Bonfim e Eliene, que escolheram, respectivamente, o grupo 1 e o 3.

Após a leitura da passagem evangélica (MT 18:19) e feita breve explanação acerca do tema "Oração em comum", os integrantes dos subgrupos dialogaram e em seguida iniciou-se a partilha, quando fizeram uso da palavra Eliene, que confessou seu ressentimento em relação à Cobem; Bonfim, para quem "não adianta orar sem o objetivo do melhoramento íntimo"; Egnaldo, que salientaou o poder curativo da oração comprovado pela Medicina; Railza; Iva; Fernanda; e Edward.

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No início da partilha chegaram Waldelice e Magali.

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Depois, foram distribuídos os dois pequenos textos abaixo e o trabalho foi encerrado após as palavras de Fernando, que reconheceu o mérito de Carminha Brandão na elaboração e execução do trabalho, e a fala da coordenação.

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"Vossos guias espirituais ouvem os vossos apelos. Recebem as vossas súplicas e vêm, pressurosos,a tender-vos. Nada obstante, muitas vezes, enclausurados na revolta, no ressentimento, não lhes permites a comunicação ideal para as soluções." (Bezerra de Menezes)

"Quando estenderes tuas mãos ao Senhor, não esperes facilidades, ouro, prerrogativas... Aprende a receber-lhe a assistência, porque o Divino Amor te restaurará as energias, mas não te proporcionará qualquer fuga às realizações do teu próprio esforço."

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Pedidos em comum



"Oração em comum" (Mt 18:19) é o tema do próximo trabalho do "Jesus de Nazaré", neste sábado, 21 de agosto, a cargo dos companheiros Maria do Carmo Brandão e Fernando Mascarenhas.
Duas questões serão propostas à reflexão do grupo:

1 - O que temos em comum: entre nós no grupo? com a Cobem? com os semelhantes?
2 - O que pedimos em comum: para nós mesmos? para o mundo?

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Correção de rumos

Com a participação de uma recém-chegada, Valclísia, o trabalho do dia 14 começou, como nas últimas vezes, com um número reduzido de pessoas. Presentes estavam as representantes da equipe "Anjos" - Cláudia, Iva e Magali (depois chegaria Valquíria) -, Faraildes, Robrto, Edward, Fernanda, Regina, Carminha Sampaio, Carminha Brandão e Marilda, mais os coordenadores Francisco e Creuza. Durante e após a prece chegaram Egnaldo, Waldelice, Lígia e a coordenadora Maria Luiza e o companheiro Fernando mais Ormalinda.
Os subgrupos, divididos conforme a possibilidade, formaram assim:
1 - Roberto, Valclísa, Marilda e Carminha Brandão;
2 - Edward, Egnaldo, Fernanda, Fernando e Regina;
3 - Carminha Sampaio, Waldelice, Lígia e Faraildes.

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Foram distribuídos o texto da passagem evangélica referente à correção fraterna" (Mt 18:15) para reflexão e em seguida as questões para comentários nos subgrupos:
1 - Nas suas convivências você corrige ou repreende? Qual a diferença?
2 - Diante do que Jesus nos diz a respeito da correção fraterna, como você age em semelhante situação no Grupo Jesus de Nazaré, na família e quais sentimentos você exercita diante dos relacionamentos difíceis?
3 - A arte de ouvir é também a ciência de ajudar. Você tem sido um bom ouvinte ou espera alcançar o objetivo pelo muito falar?
4 - Você se sente melhor corrigindo ou sendo corrigido?

Iniciada a partilha, usaram a palavra Egnaldo, Edward, Roberto, Marilda e Fernando, que citou o caso da iraniana Sakineh, condenada à morte por apedrejamento dois mil anos após Jesus ter liberado a mulher adúltera, corrigindo-a fraternalmente dizendo que não pecasse mais.
Regina, por sua vez, referiu-se aos pilares do diálogo exortados desde o início das atividades do grupo neste ano. Segundo ela, aquele que corrige deve ser assertivo, empático e alteritário. É preciso ainda, disse, ter cuidado com as manifestações do melindre, para que a correção não se transforme em repreensão.
Também fizeram comentários Valquíria, Carminha Sampaio, Creuza e Valclísia, cujo depoimento mostrou na prática o que o grupo estudava em teoria.

Depois distribuíram-se os textos abaixo e encerrou-se a reunião com o comentário da Coordenação, segundo o qual o objetivo da correção fraterna, tal como a expôs o Cristo, é a formação de vínculos de amizade e assim termos condições de apontar rumos seguro uns aos outros.

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Quando alguém nos ataca, nos afronta vampirizando-nos, plantando-nos dúvidas nos nossos corações, demonstra que ainda é criança. Pode ter vivido muito, mas não cresceu, não aprendeu o que devia. Ainda não descobriu os gestos ternos, as palavras doces, as expressões carinhosas, os pensamentos bons e sinceros. Atitudes transparentes são como pedras preciosas, dão brilho à vida, tanto para quem as emite como para quem as ouve e as recebem, elas vão construir a harmonia dos relacionamentos, da boa convivência como Jesus nos assevera na correção fraterna. Nenhum de nós tem o direito de se omitir diante dos erros das pessoas com quem nós convivemos e nos relacionamos. Pelo contrário, somos convidados por Deus a nos manifestar com amor para esclarecer certas situações. A prudência se alia ao amor, ao zelo. Jesus nos seus ensinamentos nos dá vários exemplos de como devemos nos comportar diante de um ataque, de uma ofensa. Nos diz que devemos amar no silêncio do coração, ter sentimentos bons , evocar o diálogo com boas palavras, para que os desentendimentos que por acaso se instalem sejam corrigidos aqui mesmo. É quase sempre a verbalização das nossas emoções, sentimentos e desejos que vão provocar a desarmonia entre pessoas. O não perdão vem do orgulho, dos julgamentos apressados por não saber ouvir, e as palavras duras, ofensivas, agem como se fossem espadas afiadas que penetram no coração de quem as ouve.
É sempre difícil e muito delicado estabelecer uma convivência harmoniosa entre pessoas que pensam diferente, que têm posturas diferenciadas diante da vida, assim como formas de pensar, agir, de relacionamento e de ver o mundo. Isso gera um distanciamento, pois essas diferenças acabam provocando no decorrer do tempo um desgaste na convivência, gerando conflitos e intrigas.
Quando Jesus nos aconselha a desfazer os sentimentos de raiva, ódio e cólera, Ele nos aconselha a nos conservar em estado de pacificação. Escutar o outro com pensamentos de naturalidade, para que se desligue a violência, para serem também desligados esses pensamentos e emoções do outro, para que as desavenças não se perpetuem além do túmulo. Quando convidados a opinar, devemos nos expressar com bondade sobre aquilo que deduzimos, buscando sempre ajudar, nunca aumentar o peso das preocupações acusando, seja quem for, ou estimulando a consciência de culpa.
A correção fraterna está muito ligada à ideia que temos de Deus. Se o imaginamos um Deus descomprometido com a humanidade, facilmente agimos de forma descomprometida com os irmãos, com a realidade. Antes de corrigir nosso irmão, é bom olhar para nós mesmos. Nesse olhar observamos se o que estamos corrigindo nele não é algo a ser corrigido em nós, nisso funciona a humildade de, junto com ele, mudar nosso jeito de agir. A correção fraterna inicia-se na família e não significa xingação ou gritaria por parte dos pais contra os filhos ou entre marido e mulher. A Correção Fraterna nos recorda o papel do diálogo como "construtor de pontes", "destruidor de barreiras", "aplainador de caminhos" para a harmonia da unidade na diversidade. Não há correção fraterna sem diálogo. O diálogo nos impõe o exercício de verdadeira ascese, de renúncia de si.
“A correção fraterna auxilia a convivência” (Tiago). A correção nos leva a auxiliar o irmão que erra para que ele retome o caminho certo, ajudando as pessoas a superar suas fraquezas e crescer em todos os sentidos.
Por esses ensinamentos morais Jesus estabeleceu como lei a doçura, a moderação, a mansidão, a afabilidade e a paciência para com os semelhantes. Como psicoterapeuta excelente, ouvia com respeito para responder com segurança.
Ouve, portanto, conforme gostarias que escutassem, caso sejas aquele que deva expor.
Que o Senhor nos ensine essa difícil forma de amar que sabe corrigir sem desencorajar, avaliar sem ofender, repreender sem humilhar ou excluir.


• O ESE (A. Kardec)
• A Bíblia de Jerusalém
• Conviver e Melhorar
• Artigo – Saber Ouvir de Joanna de Ângelis

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A PALAVRA

Uma senhora que se reconhecia dominada pelo vício da maledicência, procurou, certa vez, seu orientador
espiritual, buscando aconselhar-se sobre a maneira de conseguir a remissão de seus muitos erros.
O velho homem, sábio e experiente, refletiu por alguns momentos, respondendo- lhe afinal:
- Olhe, inicialmente, a senhora irá encher um grande saco com plumas. Em seguida, aguardará um dia de vento forte e, então, subirá com ele aquele morro, que é o ponto mais alto da cidade e, de lá, espalhará as penas ao vento.
A senhora saiu, então, bastante satisfeita e esperançosa, começando imediatamente a trabalhar no cumprimento da tarefa que lhe fora aconselhada.
Finalmente, num dia de ventania, ela se dirigiu ao local indicado, despejando dali as plumas que num instante desapareceram, levadas pelo vento.
Muito feliz, voltou ela ao seu orientador, contando-lhe que fizera tudo como lhe fora aconselhado e
perguntando-lhe pressurosa:
- O senhor pensa então que agora estarei perdoada?
- Oh! Não! - disse-lhe ele.- Esta foi apenas a primeira parte da tarefa. Agora, a senhora deverá voltar ao mesmo ponto e recolher todas as penas, colocando-as novamente no saco.
Muitíssimo assustada, ela retrucou:
- Mas isto me é totalmente impossível! Eu vi as plumas espalharem- se por todos os lados, desaparecendo, levadas pelo vento. Não posso saber onde elas estão. Uma ou outra talvez eu ainda consiga recolher, mas o saco todo é impossível! O senhor me exige uma coisa totalmente absurda!
Serenamente, o sábio respondeu:
- O mesmo acontece com as más palavras que vamos pronunciando imprudente e invigilantemente aqui e ali. Elas se propagam de mente em mente e, de boca em boca, voam para longe. Às vezes, muito distante de nós estarão a produzir maus efeitos dos quais nada sabemos mas que, no entanto, nos estarão sendo debitados. O melhor que a senhora tem agora a fazer, já que na maior parte das vezes não tem mais controle sobre os efeitos nocivos de suas palavras imprudentes, é ter mais cuidado com sua fala para que não encontre depois, na conta de sua vida, débitos muito pesados, cuja origem a senhora nem imagina.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Corrigenda de irmão

Neste sábado, dia 14 de agosto, as meninas da equipe "Anjos" - Cláudia, Magali, Iva e Valquíria estarão responsáveis pela condução do trabalho, sobre o tema "Correção fraterna", constante do capítulo 18 do evangelho de Mateus. Será oportunidade para dialogarmos com a própria consciência. Até lá, portanto.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Novo dia de folga

O Departamento de Infância e Juventude da Casa de Oração Bezerra de Menezes fará neste sábado, 7 de agosto, o Seminário da Juventude Bezerra de Menezes, ocupando praticamente todos os espaços da COBEM. Por causa disso o Grupo Jesus de Nazaré estará mais uma vez em recesso, dando mais tempo para que a equipe "Anjos", formada por Iva, Valquíria, Cláudia e Magali, elabore o trabalho que apresentará no dia 14, sobre o tema "Correção fraterna" (Mt 18:15-18).

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Desgarramentos


Com a ausência de Egnaldo, os componentes da equipe "Diálogo" - Fernanda, Quito e Edward - desenvolveram um bom trabalho sobre o tema "A ovelha desgarrada" no último sábado, 31 de julho, para o grupo composto por Marilene, Waldelice, Iva, Faraildes, Roberto, Railza, Cláudia, Carminha Sampaio, Lígia, Regina, Isabel e Ormalinda. A Coordenação fez-se representar por Francisco Muniz.
Dada a insuficiência numérica, optou-se pelo diálogo em duplas - trios em alguns casos.
Depois da leitura da passagem evangélica (Mt 18:12), cada dupla (ou trio) passou a se ocupar de uma destas questões:
1 - Quem me salva dos meus desgarramentos?
2 - Em quais momentos da minha vida encontro-me como uma ovelha desgarrada?
3 - De que maneira o Pastor tem me encontrado? Rebelde? Submisso? Arrependido?
4 - Como me sinto carregado nos braços do Pastor?
5 - Como me sinto de volta ao meu rebanho?

Após a primeira partilha, distribuiu-se o texto abaixo:

A Ovelha Desgarrada

O homem sempre conviveu com o dogma das penas eternas. As interpretações bíblicas falam que haverá um Juízo Final, quando Deus vai separar o joio do trigo e aqueles que forem condenados irão para o inferno onde haverá choro e ranger de dentes e estarão submetidos ao fogo eterno. Durante a Idade Média, este pensamento se fortificou e várias obras de arte e literárias, como por exemplo a Divina Comédia de Dante, o traduziram em imagens; era, ainda, o reflexo da idéia de um Deus vingativo e rancoroso que castigava, eternamente, os homens que não se submetiam a sua vontade.

Porém, Jesus trouxe a imagem de um Deus que era Pai, amoroso, misericordioso que não queria a morte do pecador, mas a extinção do pecado; o Mestre ensinou, constantemente, aos que o seguiam, que sempre é dada uma oportunidade de reconstrução aos que se desencaminharam.

A parábola da Ovelha Desgarrada é um ensinamento contra o dogma das “penas eternas do inferno”. Cairbar Schutel explica que, através dela, Jesus deixa bem claro que ele não poderia ser representante de um Deus que, proclamando o amor e a necessidade indispensável do perdão, impusesse aos seus filhos castigos infindáveis, eternos. As almas transviadas não ficarão perdidas no labirinto das paixões, nem nas furnas onde crescem as dificuldades; como a ovelha desgarrada, elas serão procuradas, ainda mesmo que seja preciso deixar de cuidar daquelas que atingiram já uma altura considerável; ainda mesmo que as noventa e nove ovelhas fiquem estacionadas em um local do monte, os encarregados do rebanho sairão a campo à procura da que se perdeu. Jesus reafirma esta posição em outras passagens evangélicas como na parábola do Filho Pródigo, na qual o pai celebra, com alegria e festa, o retorno do filho que havia partido em busca de aventuras, o filho que julgava perdido e foi encontrado; quando os fariseus lhe apresentaram a mulher adúltera para que fosse apedrejada, ele não a condenou, mas aconselhou que ela se fosse e não tornasse a pecar.

Pastorino, no livro Sabedoria do Evangelho, afirma, também, que na parábola da Ovelha Desgarrada, Jesus nos mostra a missão daqueles que detêm o conhecimento das coisas do Pai. Eles vêm para servir, sacrificando-se na busca dos que se desencaminharam; e quão grande é a sua alegria quando encontram o irmão perdido e voltam com ele ao caminho rumo ao Criador. Quando o Cristo dizia: “Não vim chamar os justos, mas os desencaminhados à mudança da mente”, explicava porque andava com os excluídos e aqueles que eram mal vistos pela sociedade dominante da época.

A doutrina espírita veio ratificar o pensamento do Cristo e o demonstra através do seu tríplice aspecto: a razão mostra que as penas eternas são imcompatíveis com a justiça infinita de Deus, é a prova filosófica; o depoimento dos espíritos constitui indício material (empírico) de que eles não sofrem eternamente, mas são trazidos a se reabilitar em experiência carnal, é a prova científica; a fé racional torna inabalável a esperança no bem de cada criatura, e nos dá confiança de que se este bem não se mostra agora, se mostrará mais tarde. Assim o coração é consolado na certeza de que os entes queridos irão se redimir, cedo ou tarde, de suas falhas. O sentimento de separação de bons e maus dá lugar ao sentimento de união entre todos os seres da criação, e esta é a prova religiosa.

O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XIV, HONRAI A VOSSO PAI E A VOSSA MÃE, em Instruções dos Espíritos do item 9, Ingratidão dos filhos e laços de família, existe o parágrafo dizendo que Deus não faz a prova acima das forças daquele que a pede; não permite senão aquelas que podem ser cumpridas; se não se triunfa, não é, pois, a possibilidade que falta, mas a vontade, porque quantos há que em lugar de resistir aos maus arrastamentos, neles se comprazem; a estes estão reservados os prantos e os gemidos em suas existências posteriores; mas admirai a bondade de Deus, que nunca fecha a porta ao arrependimento. Chega um dia em que o culpado está cansado de sofrer, em que seu orgulho está enfim domado, e é então que Deus abre seus braços paternais ao filho pródigo que se lhe lança aos pés. As fortes provas, entendei-me bem, são quase sempre o indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, quando são aceitas por amor a Deus. É um momento supremo, e nele, sobretudo, importa não falir murmurando, se não se quer perder-lhe o fruto e ter de recomeçar. Em lugar de vos lamentardes, agradecei a Deus que vos oferece ocasião de vencer para vos dar o prêmio da vitória. Então quando saídos do turbilhão do mundo terrestre, entrardes no mundo dos Espíritos, nele sereis aclamados como o soldado que sai vitorioso do meio do combate.

Referências:
Kardec, Allan. Evangelho Segundo o Espiritismo. Instituto de Difusão Espírita, Araras, São Paulo.
Sabedoria do Evangelho – Carlos Pastorino
Parábolas e Ensinos de Jesus – Cairbar Schutel
Humberto Schubert Coelho – O Problema das Penas Eternas: Revista Presença Espírita – nº 256.