domingo, 28 de abril de 2013

Solidariedade ou egoísmo?

Aos poucos os integrantes do "Jesus de Nazaré" vão retornando... ontem foi a vez de Lígia e Maria do Carmo, que compuseram o time formado por Maria Luiza, Marilda, Quito, Iva, Isabel, Luciana (com João Francisco no colo), Jaciara, Fernando (que não ficou até o final, por conta de uma reunião), Waldelice, Railza, Marilene, Regina, Edward Jr., Cristiano, Valquíria, Eliene e Cláudia, além dos coordenadores - Francisco e Fernanda. Para a realização do trabalho sobre a solidariedade, que de certa forma deu prosseguimento à atividade do sábado anterior, quando esmiuçamos a noção de amizade, utilizamos um texto retirado do livro "Jesus no lar" (Neio Lúcio/Chico Xavier): "O auxílio mútuo":

"Em zona montanhosa, numa noite chuvosa de Inverno, caminhavam, através de região deserta, dois velhos amigos, ambos enfermos, cada qual a defender-se, quanto possível, contra os golpes do vento gelado, quando foram surpreendidos por uma criança perdida na estrada. Um deles fixou o miúdo quase desfalecido e, irritadiço, decidiu que a hora exigia cuidado para consigo mesmo, recusando perder tempo a carregar a criança semimorta! O outro, porém, comovido pela desgraça do pequenino, tentou convencê-lo: “Amigo, salvemos esta criança, é nosso irmão perante Deus”! “Não posso! – disse o companheiro endurecido – Sinto-me cansado e doente. Este desconhecido seria um peso funesto para nos! Seríamos retardados, perecendo todos nesta tempestade”! E retomou a sua caminhada a largas passadas. 
O outro idoso, porém, escutando apenas o seu bom coração, pegou na criança desmaiada, demorou-se alguns preciosos minutos, aconchegando-o paternalmente ao próprio peito e seguiu com o valioso fardo, embora menos rápido. A chuva gelada caiu, impiedosa, pela noite a dentro, mas ele, protegendo aquela vida alheia das rajadas furiosas do vento, depois de muito tempo atingiu enfim a hospedaria do povoado que buscava. 
Com enorme surpresa, porém, não encontrou aí o companheiro que o precedera. 
Só no dia seguinte, depois de minuciosa procura e do auxílio de alguns moradores, foi o infeliz viajante encontrado já sem vida, tendo sucumbido ao rigor daquela noite, numa fosso do caminho alagado! Seguindo à pressa e só, no intuito egoísta de se preservar, não resistiu à onda de frio que se fizera violenta e desfaleceu encharcado, sem recursos com que pudesse fazer face ao congelamento, enquanto o companheiro, pelo contrário, recebendo o suave calor da criança que sustentava junto do próprio peito, superou os obstáculos do perigo noturno, guardando-se indene de semelhante fado. 
Descobrira o valor do auxílio mútuo! Ajudando ao menino abandonado, ajudara a si mesmo. Avançando com sacrifício para ser útil a mais fraco, conseguira triunfar dos percalços da estrada, alcançando a salvação recíproca. 
As mais eloquentes testemunhas de um homem, perante Deus, são as suas próprias obras. Aqueles que amparamos constituam nosso sustentáculo. O coração que socorremos converter-se-á, agora ou mais tarde, em recurso a nosso favor. Ninguém duvide. Um homem sozinho é simplesmente inútil adorno vivo da solidão, mas aquele que coopera em benefício do próximo é credor do auxílio comum. 
Ajudando, seremos ajudados. 
Dando, receberemos.
Esta é a Lei Divina que sustenta toda a Criação..."


Após a distribuição do texto foram formados três subgrupos e após as primeiras conversas acerca da compreensão da leitura apresentou-se a consigna, na forma desta pergunta: Qual a recompensa do meu egoísmo? Eis algumas opiniões:

Segundo Eliene, a recompensa é a solidão, "porque o egoísmo, para se estender, precisa estar arraigado, quando não me permito ter certas atitudes, sou acumuladora de mim mesma"...
Para Quito, é a culpa, as sombras.
Railza declarou que o resultado de suas manifestações egoísticas é ficar em paz: "Fico muito bem; tenho de olhar para mim primeiro; não sou modelo padrão para ninguém". Após relatar um episódio envolvendo familiares, disse ela que jamais mentiu para os filhos, que sabem de sua condição egóica; no entanto, no momento em que alguém precisa ela está pronta para ajudar.
"A autenticidade", disse Jaciara, salientando que "somos compelidos a ser bonzinhos e fazer caridade, mas há situações em que não me sinto bem na prática da caridade e se eu for altruísta não me sentirei bem depois"...
Valquíria, por sua vez, considerou que o egoísmo possui facetas que nos confundem: "Nós, humanos, temos manifestações egóicas mas não totalmente egoístas, mas cultivamos essas sementes o tempo todo, numa série de atitudes desse porte; vemos o outro em condição de ser ajudado mas colocamos nossas mazelas em primeiro plano, e isto é egoísmo; mas já podemos refletir sobre quanto mal esse tipo de egoísmo vai implicar em nossa evolução".
A recompensa é o prazer, revelou Carminha, afirmando que "quando quero as coisas para mim, é para meu prazer"; ela falou que às vezes pensa em mudar seu comportamento, "mas ainda cultivo esse prazer", esclareceu, acrescentando que ainda nãos abe agir com desprendimento, preferindo as situações prazeirosas, "apesar dos conflitos de consciência".
De seu lado, Regina acusou a ingratidão: "Tenho feito o caminho contrário (ao da ingratidão); preciso agradecer a todos pelo sucesso de minha cura", disse, referindo-se à enfermidade que a acometera nos dois últimos anos.
Marilda, demonstrando sobriedade em suas reflexões, ressaltou que "já percebemos o que não faz bem ao espírito, como o egoísmo", salientando que o que realmente dá prazer é outra coisa; "quando somos injustos com alguém e promovemos algum mal ao outro estamos sendo egoístas", disse, antes de relatar um episódio familiar recente, quando viu-se necessitada de mudar seu comportamento habitual...
Acalentando seu filho João Francisco, Luciana declarou que, para ela, em seu caso pessoal, o egoísmo correspondia mais a preservação, ao cuidado consigo mesma em função das responsabilidades assumidas, perante as quais era preciso tomar decisões importantes.
Iva afirmou já ter passado por várias situações de abandono, indiferença e desapego (!), o bastante para reflexionar acerca do egoísmo. O agradável, disse, é que "observamos o quanto somos egoístas", apontando em si mesma a condição de "controladora" junto aos familiares. No entanto, "vários acontecimentos na vida permitem minha reeducação de pessoa egoísta", completou, frisando que "as pessoas não estão preparadas para a superproteção egoística e agindo assim caímos na insensatez".
Falando em seguida, Waldelice observou que egoísmo é quando pode ajudar, tendo condições para tanto, e se põe em primeiro lugar. Para exemplificar, ela contou um episódio envolvendo alguém que lhe presta serviço ocasionalmente, situação essa que permitiu-lhe avaliar a própria consciência e perceber de que maneira se comporta.
Edward Jr. comentou ser essa uma questão bem delicada, pois quando está "na paz" está tudo "legal", mas depois vem a sombra acusar o deslize... e dói a consciência, disse, aproveitando para contar uma história metafórica sobre a relação de um pai com seu filho iludido pela riqueza e pelas facilidades da vida material.
Coube a Fernanda encerrar a partilha, comentando que "a curto prazo a recompensa (do egoísmo) é positiva, mas depois vem a conta e hoje é o dia do pagamento"; ela disse também não sentir prazer em ser egoísta, pois esse prazer vem em detrimento do bem-estar de outrem, de modo que "o aguilhão da consciência me diz que não estou agindo bem no relacionamento com o outro".


sexta-feira, 26 de abril de 2013

Sentimento a dois

A solidariedade é o que baliza as ações caritativas, vinculando uma pessoa a outra, ou algumas a várias outras. Sem o outro para nos oferecer a possibilidade de sermos úteis não teríamos com quem contar em nossas aflições. Assim, ao mesmo tempo em que ajudamos somos também auxiliados, mostrando que o crescimento espiritual e moral é uma estrada de mão dupla, a partir da premissa franciscana: "É dando que se recebe". Eis aí, então, a diretriz do trabalho a ser apresentado neste sábado, dia 27 de abril, aos integrantes do Grupo Jesus de Nazaré.

domingo, 21 de abril de 2013

Lições de amizade

Nesse sábado 20 de abril tivemos a realização de nosso primeiro trabalho envolvendo a temática atual - Educação dos Sentimentos -, mas ainda sem conhecermos as diretrizes atuais, de modo que a Coordenação utilizou um "plano B", oferecendo uma história e uma consigna na forma de uma pergunta de cunho reflexivo, conforme especificado mais abaixo. Dessa atividade participaram Fernanda, nova coordenadora, substituindo Maria Luiza, Marilene, Railza, Isabel, Eliene, Marilda, Ilca, Quito, Cristiano, Regina e Waldelice, além do coordenador Francisco.
A história trabalhada se intitula "Valor de um amigo" e ressalta um diálogo entre um soldado na guerra e o comandante de sua tropa, um tenente:

"- Meu amigo não voltou do campo de batalha, senhor; solicito permissão para ir buscá-lo - disse o soldado a seu tenente.
- Permissão negada - replicou o oficial. - Não quero que arrisque sua vida por um homem que provavelmente está morto.
O soldado, ignorando a proibição, saiu e uma hora m ais tarde regressou, mortalmente ferido, transportando o cadáver de seu amigo.
O oficial estava furioso:
- Já tinha dito que ele estava morto! Agora eu perdi dois homens" - berrou. - Diga-me: valeu a pena trazer um cadáver?
E o soldado, moribundo, respondeu:
- Claro que sim, senhor! Quando o encontrei, ele ainda estava vivo e pode me dizer: tinha certeza de que você viria!"

Essa história traz ainda uma lição de moral: "Amigo é aquele que chega quando todo mundo já se foi".

Depois de dividir a turma em três grupos, distribuindo a cada um uma cópia da história para reflexões acerca o sentimento da amizade, a Coordenação expôs esta consigna: "Qual a sua atitude na relação com o outro?". Após essa conversa prévia passamos à partilha. Eis alguns comentários:

Eliene, depois de considerar a atitude do soldado perante o tenente da história, salientou ser preciso agir com racionalidade, evitando a indisciplina; segundo ela, a amizade verdadeira é a do dia a dia, "que acompanha você em toda situação". Ela também afirmou ter grandes amigas, "mas sei que elas não se sacrificarão por mim; às vezes queremos mostrar o que não somos, para sermos bonzinhos perante a sociedade; eu não me arriscaria...".

Relatando o episódio de um encontro com um mendigo, Marilene disse ter recordado Irmã Dulce naquele momento, porque a ela mesma faltou coragem para agir em benefício daquele homem, que poderia ser "um irmão, um filho, um pai"...

Por sua vez, Cristiano optou por trazer à baila as histórias de Maria de Magdala e Paulo de Tarso para balizar o comportamento amigável; a vida de Paulo, segundo disse, é mais tocante por ver que lhe falta coragem no contato consigo mesmo, reconhecendo a dificuldade: "É difícil abraçar o problema do outro, porque às vezes é preciso cortar na própria carne"...

Railza declarou obedecer ao coração, mesmo infringindo algumas regras, porquanto "o outro precisa de nossa energia vital"...

"Sinto gratidão pelos amigos que tenho", disse Waldelice, acrescentando que eles lhe dão forma para viver. Ela ressaltou contar com as irmãs para todas as necessidades e está disposta aos sacrifícios junto aos amigos, servindo a qualquer um que precise, sem esperar retribuição.

E Marilda explicou que, quando adotamos um amigo, levamos junto tudo que ele tem, "para o aprendizado da tolerância". Em seguida ela contou o caso de uma de suas irmãs, que a marcou muito pelo nível de exigência, o qual ela pode atender malgrado as dificuldades relacionais.

domingo, 14 de abril de 2013

Recomeço

Enfim tivemos o primeiro encontro deste ano, quando no sábado 13 de abril realizamos a matrícula do novo integrante do grupo, Cristiano, que veio se somar aos veteranos que se fizeram presentes na ocasião: Maria Luiza, Isabel, Waldelice, Magali, Valquíria, Ilca - que retorna após um ano de prestação de serviços à FEEB -, Iva, Eliene, Fernando, Cláudia, Regina, Marilene, Edward e Jaciara, que trouxe seu neto João Francisco nos braços de sua filha, Luciana, disposta a também fazer parte do grupo. Também estava presente o coordenador Francisco Muniz.
Esse encontro deveria ter servido para a introdução da programação temática a ser trabalhada ao longo do ano. No entanto, seria preciso que a Coordenação tivesse uma reunião prévia com a presidente da Cobem, Creuza Lage, para a definição das diretrizes propostas para as atividades de 2013, uma vez que todos os grupos de estudo passaram por uma reformulação conceitual. De qualquer modo, foi possível estabelecermos um diálogo acerca do tema a ser trabalhado neste período - Educação dos Sentimentos -, talvez baseado em recente obra da dupla Joanna de Ângelis-Divaldo Franco, intitulada "Educando os sentimentos", ou mesmo no livro do autor gaúcho Jason de Camargo, "Educação dos sentimentos", sobre o qual já nos debruçamos em passado não muito remoto.
Assim, para preenchermos o tempo, optamos por fazer uma breve análise do aprendizado feito com o primeiro módulo do Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita (EADE) entre os anos de 2011 e 2012, considerado pelos participantes como muito proveitoso, conforme os depoimentos a seguir:

Segundo Iva, temos de aprender a educar os sentimentos, a amar; com a dificuldades vivenciadas no dia a dia, disse ela, "tenho aprendido a confiar mais em Jesus".

Após relatar suas experiências, contentíssima agora por ser também avó de Maria Valentina, filha de um de seus filhos, Eliene citou uma frase ouvida alhures: "Coloque seu coração onde está seu problema", acrescentando que os problemas são desafios para o crescimento, sendo que o resultado de onde pomos o coração.

Edward, por sua vez, revelou reconhecer as próprias sombras como efeito de sua ignorância, já identificando o caminho a percorrer.

Comentando o caráter acolhedor do "Jesus de Nazaré", Jaciara salientou a transparência dos companheiros, sustentando que "aqui não precisamos usar máscaras"...

O novato Cristiano também usou da palavra para elogiar a proposta "fantástica" que dirigirá os destinos do grupo este ano; segundo ele, conforme observou e ouviu dos demais, a educação dos sentimentos já é vivenciada pelo "Jesus de Nazaré" com sinceridade, quando a cada encontro os participantes têm a oportunidade de desnudarem-se - termo este usado antes por Marilene.

Valquíria comentou o fato de que, em meio a tantos avanços tecnológicos, a depressão vem acometendo a muita gente, significando o vazio existencial; para ela, os estudos espíritas, como são conduzidos num grupo acolhedor como o "Jesus de Nazaré", são uma tábua de salvação, opinião partilhada também por Ilca...

Por seu turno, Regina fez uma regressão de sua experiência em busca da Verdade até chegar ao Espiritismo, a partir da curiosidade em conhecer Jesus, seus ensinos e sua personalidade, o que a levou à Cobem, sendo então atraída para o Grupo Jesus de Nazaré, "onde fui muito bem acolhida e passei a experimentar a convivência com o Cristo".

Marilene, voltando a falar, relembrou o processo de transição pelo qual o planeta está passando, o que provoca alterações comportamentais na humanidade, salientando que neste momento as pessoas são convidadas a avaliar o modo como se relacionam umas com as outras; segundo ela, toda relação é um presente e como tal deve ser sempre valorizada...






segunda-feira, 8 de abril de 2013

Finalmente!!

É neste sábado, dia 13 de abril, finalmente, que o Grupo Jesus de Nazaré se reunirá pela primeira vez este ano, para as atividades de matrícula e recepção a seus integrantes - veteranos e novatos. O conteúdo programático será desdobrado da temática Educação dos Sentimentos, com a qual os diversos grupos de estudo da Cobem estarão trabalhando ao longo de 2013, sob as bênçãos do Alto.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Educação dos sentimentos

O livro do escritor gaúcho Jason de Camargo que dá título a esta postagem oferecerá a temática para as atividades do Grupo Jesus de Nazaré este ano. Mas esta não é a única mudança a ser observada: como a coordenadora Maria Luiza Mascarenhas se afastou da função, em seu lugar assumirá a companheira Fernanda Campos, integrante do grupo há aproximadamente 10 anos. O reinício das atividades, conforme divulgado anteriormente, vai acontecer no dia 13 de abril.
Até lá!