domingo, 23 de dezembro de 2012

Enquanto esperamos 2013...


Enquanto o novo ano não chega, trazendo toda sua gama de possibilidades, recuperamos o subsídio do trabalho que a companheira Isabel Santos apresentou em agosto de 2009, sobre o tema "O dom esquecido" (constante do livro "Jesus no Lar", que trabalhamos naquela ocasião), no qual se destaca a coragem. Esta é bem a virtude que devemos considerar e vivenciar nos próximos 12 meses, ante a aproximação dos momentos cruciais de nossa transformação com vistas à colaboração para a transformação do próprio planeta. Antes de expor seu pensamento acerca da coragem, Isabel cita a seguinte frase, cujo autor não é citado:

"Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto, planta teu jardim e decora tua alma, ao invés de esperares que alguém te traga flores..."

Coragem/Amor

Podemos alcançar a autorrealização ao compreendermos nossas dimensões interiores e crescermos diante da história escrita por nossas próprias mãos. Precisamos, entretanto, de coragem.

A coragem de aproveitar as oportunidades evolutivas para aperfeiçoar a nossa percepção dos fenômenos apresentados no cotidiano, já que tudo passa pelo crivo pessoal.

A coragem de compreender o valor educativo das provas e das adversidades, da dor e do sofrimento.

A coragem de sobrepujar a autopiedade e a crença de que o sofrimento é castigo da divindade, injustiça ou má sorte.

A coragem de abandonar a trilha da revolta e da resistência e, ao mesmo tempo, tornar-se humilde e receptivo ao aprendizado que surge com a compreensão do que determinada vivência cotidiana vem acrescentar ao nosso melhoramento íntimo.

A coragem de amar a si mesmo, apesar das limitações e decepções consigo próprio, quedas e recomeços.

A coragem de amar ao próximo, apesar das diferenças e desilusões, in compreensões e injustiças.

A coragem de respeitar o momento evolutivo alheio, ainda que se discorde das escolas e opiniões.

A coragem de inaugurar novo ciclo de aprendizado, com bom ânimo e fé na humanidade, sem se perder nas teias da mágoa, da vingança e do pessimismo.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Evocação natalina

A poesia talvez seja a manifestação artística que mais se aproxime dos momentos sublimes da manjedoura, há dois mil anos, aproximadamente. Assim, escolhemos um poema da lavra do Espírito Maria Dolores para brindar os amigos nesta data tão significativa para a comunidade cristã na Terra, onde se espera haja paz entre os homens de boa vontade. baiana, Maria Dolores, quando encarnada, era espírita e trabalhadora da causa do Bem. Poetisa, continuou no Além sua vocação, transmitindo pela psicografia de Chico Xavier os versos cheios de carinho que a identificam como serva do Cristo Jesus.

Cantiga do Natal 

Eis o Natal brilhando novamente...
Sob as lembranças em que me aprofundo,
Revejo-te, Jesus, sobre a palha singela
No Grande Alvorecer, iluminando o mundo.

Torno a escutar os anjos e os pastores
Na divina canção que o tempo nos descerra:
"Glória a Deus nas Alturas, paz aos homens,
Boa vontade para toda a Terra"..."

Parece-nos reter na estrela inesperada
A resposta de Deus à profecia,
Enviando às nações a Lei do Amor
Em celestes mensagens de alegria.

Os séculos passaram, muitas vezes
Vendo o império da morte em lutas fratricidas;
No entanto, quanto mais a treva surge e passa,
Mais dominas, Senhor, em nossas vidas.

Sabemos nós que a inteligência humana,
Senhoreando agora a ação de nobres gênios,
Arma novo conflito em que se apaguem
Os ódios e ambições de passados milênios...

Entretanto, no mundo, o amor se estende,
O progresso do bem se espalha e avança,
Unem-se os templos para a mesma fé,
A caridade é luz se socorro e esperança.

O Natal reaparece... A Terra inteira
Renova-se ao clarão de Sol renovador.
E cantamos, Jesus, sentindo-te a presença:
Louvado seja Deus! Bendito seja o Amor!...

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

A família de Jesus

Francisco Muniz/Irmã Rafaela

A grande mensagem do Cristo à Humanidade, interpretada excepcionalmente pelo Espiritismo, fala-nos da necessidade do desapego, o que vem a ser nossa libertação dos amarras do materialismo. Desse modo, importa-nos, como bem aconselha o Mestre, conhecer a Verdade a fim de alcançarmos essa tão ansiada liberdade. A esse respeito, a boa compreensão sobre a família de Jesus pode ajudar-nos a quebrar as peias da ilusão criada por nossa vinculação ao elemento material, reconhecendo nossa filiação divina, como espíritos imortais que somos, e assim nos empenhando por pertencermos em definitivo a esse grupamento familiar ao qual o Cristo veio nos convidar, ao dizer suas bem-aventuranças: "Vinde a mim todos vós...".
Como se sabe, Jesus teve sua família nuclear, configurada em José, seu pai biológico, em Maria, sua mãe. No entanto, ele jamais escondeu sua condição de Filho do Homem, referindo-se à Divindade, apresentada por ele, aos homens de todas as épocas, como o Pai misericordioso, Senhor de um Reino de amor e concórdia, o qual cada um de nós deve construir no próprio coração, a fim de o vermos instalado no mundo. De acordo com algumas versões acerca da vida do Celeste Emissário, José era viúvo quando uniu-se a Maria em segundas núpcias, já sendo pai de outros filhos, de modo que Jesus não seria seu primogênito. Entretanto, essa informação carece de autenticação. Conforme o Evangelho, Jesus tinha, sim, outros irmãos, mas estes eram frutos da união entre José e Maria, embora a Igreja afirme que eles não sejam mais que primos do Senhor.
Já que falamos em primos, um deles se destaca na vida de Jesus: João, que depois seria cognominado "o batista", ao assumir a condição, profetizada nas Escrituras, do precursor, aquele que aplainaria os caminhos para o advento do Messias. Filho de Zacarias e Isabel, prima de Maria, João foi um dos vários espíritos que renasceram, àquela época, com a missão de auxiliar o Cristo em seu trabalho de iluminação das consciências. Quando da célebre visita feita por Maria - já grávida - a Isabel, no ventre desta o futuro Batista acusa a presença energética do Cristo e estremece o útero de sua mãe, que nesse momento lhe serve de médium psicofônica, fazendo reverência à mãe do Senhor.
Segundo estudos acerca da vida de Jesus, sabe-se que a História se cala no período entre seus 12 e 30 anos, até que ele comece sua pregação, tendo saído da casa paterna. Nessa ocasião, supõe-se que José já havia desencarnado, mas Jesus, como o primogênito, tinha a obrigação, pelos costumes da época, de cuidar da família, atuando também na carpintaria de seu pai biológico, com quem aprendera o ofício. Por essa razão é que, quando ele faz as primeira pregações em Nazaré, seus conterrâneos estranham, perguntando-se: "Mas não é esse o filho do carpinteiro? Não andava ele entre nós?" Contudo, o evangelista Lucas afirma unicamente que nesses anos silenciosos "o menino crescia em graça e sabedoria"...
Pregando em nome da Verdade, o que fez durante apenas três breves anos, o Cristo reuniu em torno de si um grupo de amigos que lhe constituiu a segunda família. Porém, não foram somente os doze apóstolos ou "os 500 da Galileia" que privaram de sua amizade. Recordamo-nos a esse respeito, de três irmãos da cidade de Betânia pelos quais Jesus manifestava enorme apreço. Eram eles Lázaro, o ressurreto, Marta e Maria, sobre os quais o Evangelho conta belíssimas lições. Mas um dos apóstolos, em especial, Jesus cumulava de amor por praticamente habitar em sua casa, na cidade de Cafarnaum. Referimo-nos a Pedro, o rude pescador em cuja residência o Cristo inauguraria o culto doméstico das luzes imortais do Reino dos Céus, para que o lar fosse doravante um celeiro de paz na Terra ainda ensombrada.
Mas dissemos que o desapego é a lição máxima embutida nos ensinamentos de Jesus e isto fica patente no também célebre episódio narrado no Evangelho dando conta de que um dia a mãe e os irmãos do Mestre foram procurá-lo em casa de Simão (Pedro). Na ocasião, uma multidão comprimia o Cristo no interior da humilde residência, de modo que os visitantes não puderam lá entrar. No entanto, alguém informara ao Nazareno que sua mãe e irmãos se encontravam do lado de fora. Jesus, então, aproveita o momento para ministrar uma belíssima lição que só aqueles com "olhos de ver" e "ouvidos de ouvir" poderiam compreender: "Minha mãe, minha irmã e meus irmãos são todos aqueles que ouvem a palavra de meu Pai que está nos Céus e a praticam".
Os menos esclarecidos nas questões espirituais pensam que, com tais palavras, Jesus repudiou principalmente sua mãe. É sabido que, pelo relato dos evangelistas, os irmãos do Messias não eram todos simpáticos à causa do Reino, tanto que eles foram à casa de Pedro com a intenção de interditar o meigo Rabi por julgarem que este "havia enlouquecido". Mas Jesus era e é o mesmo que ensinou que devemos honrar pai e mãe, reforçando a lei do Decálogo, de forma que a noção de repúdio a Maria é infundada. Ele dava tão somente a lição do desprendimento, que reafirmaria mais tarde, do alto da cruz do martírio, ao ver, a seus pés, sua mãe querida e o apóstolo amado, João, que velhinho escreveria o quarto Evangelho. Manifestando que, em verdade, o que realmente une as almas é o afeto e não o sangue, o Cristo, exangue, diz, referindo-se a uma e a outro: "Mulher, eis aí teu filho; filho, eis aí tua mãe".
Hoje, reinterpretando essas lições, a Doutrina dos Espíritos nos informa que nossa verdadeira família está além dos círculos estreitos da matéria e se concretiza na grande constelação familiar do Espaço, onde todos aqueles que, em nome do Cristo, fazem a vontade de Deus, vivem as alegrias da fraternidade universal!...

domingo, 9 de dezembro de 2012

Adeus a 2012

É, agora só em março de 2013... Neste sábado, 8 de dezembro, feriado em Salvador, tivemos nossa última reunião do ano, marcada pela realização da avaliação proposta no encontro anterior. Comparecerem Fernanda (que teve de pouco depois para outra reunião), Valquíria, Egnaldo, Fernando, Quito, Marilda, Jaciara, Iva, Railza, Isabel e Lígia, além dos coordenadores Maria Luiza e Francisco. Depois de esclarecer que as duas primeiras questões é que seriam abordadas, deixando a terceira ("O que o Cristo espera de mim?") para reflexão do Grupo durante o recesso. Desse modo, em março, quando acontece a retomada das atividades, poderemos ter uma ideia a esse respeito.
Franqueada a palavra, Fernanda, precisava ausentar-se, iniciou a avaliação dizendo que desde o ano passado as atividades extraordinárias interferem no funcionamento do "Jesus de Nazaré", ressaltando ser preciso levar essa questão ao conhecimento da Diretoria da Cobem. Quanto ao "balanço do ano", ela julgou bastante proveitoso, agradecendo ao Grupo a oportunidade do aprendizado, embora reconheça que poderia ter avançado mais "em algumas coisas", mas "o saldo é positivo". Assim sendo, "meu compromisso será mantido: o que a banda toca eu danço", salientou, ressaltando porém que tem suas preferências quanto aos assuntos abordados, "mas elas não preponderam sobre o grupo".
Waldelice também concordou em renovar sua permanência no Grupo por mais um ano, afirmando que o "Jesus de Nazaré" é um símbolo no qual se espelha para seguir em frente: "Sei que, com ele, estou amparada em minhas dificuldades. No tocante às interrupções sofridas ao longo do ano, ela comentou que "nossa fala ainda não tocou o coração das pessoas", ponderando que tais pessoas trabalham, têm família e só encontram condições para se reunirem nesse dia (aos sábados); a companheira asseverou, porém, que são muitas reuniões e por isso "precisamos rever essa questão", especialmente quanto ao horário das reuniões dos outros setores da Casa, para não haver prejuízo ao Grupo, até mesmo enviando um abaixo-assinado à Diretoria.
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"A reciclagem é necessária aos trabalhadores da Casa, em todos os setores", disse Valquíria, comentando os empecilhos do Grupo este ano; para ela, a reivindicação do "Jesus de Nazaré" deve ser no sentido de as reuniões paralelas sejam programadas para as 9h30, respeitando-se a existência e funcionamento do Grupo. "Não me senti bem este ano", disse ela, acrescentando que "praticamente não frequentei o grupo" tendo que se ausentar tantas vezes.
"Vou continuar comprometida", falou Isabel por sua vez, disposta a fazer tudo que já faz no Grupo, aceitando as metodologias e as mudanças, "pois me adapto". Independentemente das reuniões que afetam o "Jesus de Nazaré" ela disse ser importante saber de cada um o que motiva as faltas aos encontros semanais; as enfermidades foram algo atípico este ano, observou, junto com a notada desmobilização: "Precisamos analisar essa questão; o grupo ficou pequeno", disse, reparando que a Espiritualidade dará, durante o período de recesso, a luz e a ajuda necessárias à Coordenação, sobre a qual teceu elogios.
Quito falou da necessidade de se manter a identidade do Grupo, bem como sua renovação: "Este grupo precisa se manter vivo, trazendo pessoas de outros grupos da Casa que já tenham cumprido os requisitos básicos". Essa atração, disse ele, pode ser feita através de conversas com os coordenadores desses outros grupos. Por seu turno, Egnaldo também renovou seu compromisso e propôs uma "redinamização" no "Jesus de Nazaré", acrescentando ser sagrado o horário de funcionamento do Grupo.
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Devido a suas atividades de avó necessitada de se dividir entre Salvador, Feira de Santana e Brasília, Carminha também considerou atípico o ano que se finda, mas afirmou precisar da energia do Grupo, para que possa despertar para a realização de outros trabalhos. Segundo ela, todos os coordenadores dos vários setores da Casa deveriam participar do "Jesus de Nazaré", "onde aprenderiam a mais se conhecerem e não ditar regras para os outros", os quais muitas ainda não despertaram para a Verdade. Ela, portanto, renova seu compromisso para o próximo ano porque o "Jesus de Nazaré", conforme disse, "vai aos poucos tirando a venda de nossos olhos". Mas espera não precisar faltar tanto. Ela também gostou do método aplicado este ano, "que faz a gente ter outras visões" acerca dos assuntos estudados. Quanto ao outro ponto avaliado, ela se perguntou como conciliar interesses e abordou a questão do horário, apontando, por outro lado, que os impedimentos foram mais nossos que aqueles provocados pela Diretoria da Cobem.
Também Iva acusou a necessidade de se afastar, em alguns momentos, por conta dos cuidados com a saúde física,mas disse estar sempre presente pelas vibrações que fazia nos dias de reunião do Grupo. Ela disse aprender com os depoimentos dos companheiros e com as próprias limitações, e assim tem se renovado, embora "debaixo de muita dor". E antes de ler uma bela mensagem enfocando a solidariedade e o cultivo das virtudes para a harmonização entre as criaturas, ela considerou que o horário de funcionamento deve ser mantido, além do que é preciso observar nossa vinculação com a Diretoria da Casa.
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Jaciara reputou satisfatório o funcionamento do Grupo este ano, embora ela mesma, conforme frisou, tivesse problemas com a frequência, "por vários motivos", não sendo igualmente pontual. Segundo disse, estar presente e participante é questão de escolha "e as pessoas ao lado precisam entender meu compromisso", disse, referindo-se aos familiares. "No entanto, fiquei acomodada", observou, revelando que, nesse sentido, a metodologia adotada não ajudou muito, porque "não me senti obrigada a fazer pesquisas; a Coordenação deveria me estimular a isso..." No mais, ela reparou que só está no "Jesus de Nazaré" quem faz parte desta família. Quanto às reuniões paralelas, ela observou que, embora não trabalhe na Casa, as outras atividades são outras e por isso deveríamos cumprir nosso horário antes de atendermos a outros compromissos, uma vez que a saída intempestiva, em meio ao desenvolvimento de uma atividade considerada importante, quebra a harmonia do estudo.
"Gostei muito, este ano, que a Coordenação tenha escolhido essa metodologia", afirmou Railza, ressaltando que, ao contrário de Jaciara, "não preciso de cabresto, mas me senti confortável" por não precisar consultar o livro a todo momento; no entanto disse não poder criticar por não ter contribuído muito "para fazer diferente". Segundo ela, quando nos impedimos de participar das atividades, levando-as até o fim, desrespeitamos os mentores espirituais; nesse sentido, "a Casa pecou este ano colocando reuniões no horário de funcionamento do Grupo, mas o mais forte é o desrespeito aos mentores!" Ela disse ainda que é muita pretensão nossa querer que o horário do "Jesus de Nazaré" seja mudado para que nossas necessidades sejam atendidas: "Eu é que tenho de me adequar a ele, porque quem precisa dele sou eu!" Sobre a não permanência de novos integrantes (este ano, os três postulantes não "aguentaram" um semestre!), Railza considerou que muitos dos que vêm não querem mostrar a face; querem muitas vezes um passe e ficam na superfície... Quanto às razões dos impedimentos, para ela as doenças são algo natural e não constituem exatamente uma barreira intransponível. Em verdade, disse, nós "somos pessoas muito privilegiadas (referindo-se a Carminha) e na medida do possível fazemos nossa parte". Ela também parabenizou a Coordenação "por carregar esse fardo nas costas", observando que num certo período o "Jesus de Nazaré" havia se transformado numa "metamorfose ambulante", mas agora está voltando a sua natureza de origem, como grupo teórico-vivencial, no qual em certo momentos "muitas pessoas abrem o coração e rasgam sua alma e nós damos a sustentação". Médium atuante na Casa, ela confessou que muitas vezes viu momentos sublimes da ação dos Espíritos durante as atividades, "mas não posso dizer, para não alimentar fantasias".
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Marilda declarou que sua opção pelo grupo deveu-se ao horário das atividades; disse também que sentiu um forte impacto ("um choque") ao perceber o que era o "Jesus de Nazaré" e por isso pensou várias vezes em desistir. "Mas comecei a perceber que me encaixei" ao identifica-se com as propostas de aprofundamento das questões íntimas de cada um pelo estudo e vivência dos postulados evangélicos em conformidade com a Doutrina dos Espíritos. Segundo ela, "senti-me amparada quando ouvi aqui que os apóstolos de Jesus não foram escolhidos pela perfeição - e tomei isso para mim". Por essa razão, disse, "tenho que me melhorar nesse processo; quando falava de mim, era como um banho que tirasse minhas impurezas..." Ela afirmou ainda que precisa ter mais tempo para o estudo, o que não aconteceu neste ano: "Espero estar aqui no ano que vem, pois preciso desse suporte teórico e já me sinto integrada ao grupo".
Por último, a palavra coube a Lígia, que também revelou precisar, ainda, do Grupo em seu trabalho íntimo de aperfeiçoamento espiritual, ressaltando que só pode se dedicar às atividades de estudo na Casa no horário do "Jesus de Nazaré", que é o único grupo de estudo que funciona nas manhãs de sábado na Cobem. "Não posso dar prioridade a outras funções na Casa", disse a companheira, esclarecendo que só tem recebido do Grupo e por isso "peço perdão". Segundo ela, que atua profissionalmente como psicóloga, "aqui é recurso terapêutico que colabora para minha formação profissional". É o "Jesus de Nazaré" que lhe dá o suporte de que necessita para experimentar o necessário equilíbrio, disse ela, considerando que, embora não fale muito durante as atividades semanais, precisa estar constantemente presente. "Futuramente espero contribuir mais e melhor", afirmou, ressaltando que, no tocante à questão envolvendo as reivindicações à Diretoria da Cobem, o "Jesus de Nazaré" é um grupo consolidado, que ajuda a aprimorar as pessoas trabalhadoras da Casa que atuam nos setores do Atendimento Fraterno e das reuniões mediúnicas.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

O que Jesus faria?

Neste sábado, 8 de dezembro, que muito a propósito festeja a concepção de Jesus, o Espírito que viria à Terra promover a revolução educativa no ambiente fecundo das almas com vistas ao despertamento e à transformação de cada criatura espiritual para a plena vivência de sua condição essencial de filho de Deus, vamos nos debruçar sobre a avaliação das atividades realizadas durante o ano, analisando também as circunstâncias que motivaram a situação atual do Grupo. Nesse sentido, algumas perguntas e comentários poderão ser feitos, do seguinte modo:

1 - As atividades do Grupo têm sido satisfatórias ao ponto de pretender renovar meu compromisso no ano que vem, dispondo-me à renovação aprofundando meu aprendizado?

2 - De que modo os trabalhos poderão ser realizados sem que haja maiores impedimentos à participação coletiva?

3 - O que o Cristo espera de mim?



domingo, 2 de dezembro de 2012

Vamos ressurgir...

A reunião desse sábado, 1 de dezembro, começou abrilhantada pela presença extraordinária de Guilherme, neto de Valquíria e Egnaldo, e de Luciana, grávida de João Francisco e filha de Jaciara. E se começou com brilho só podia ter terminado abençoada, com a comunicação de um amigo espiritual que nos presenteou com uma belíssima mensagem marcada por forte emoção. Além dos companheiros já citados, compareceram ao encontro também Railza, Carminha, Iva, Quito, Lígia, Fernando, Regina, Bia, Fernanda, Marilene, Isabel e Waldelice, mais os coordenadores - Francisco e Maria Luiza. No entanto, Valqíria e Egnaldo não ficaram muito tempo, pois tinham de participar da reunião confraternativa do setor de passes.
No início das atividades tratamos de temas alheios ao assunto do dia - a ressurreição -, relativos à programação de final de ano, concluindo pela realização de uma avaliação no próximo sábado, 8 de dezembro, além da participação dos integrantes do grupo no almoço natalino que a Cobem realizará no dia 15 deste mês na sede da FEEB (mais detalhes aqui). Em seguida, a Coordenação abriu a conversa dando uma definição da ressurreição do ponto de vista espiritual, afirmando, após o Espírito Emmanuel, que se trata de reentrar consciente no plano espiritual, após a desencarnação, sem maiores perturbações que aquela própria da transição, tendo o exemplo do Cristo como maior emblema dessa situação.
Mas antes disso ouvimos o depoimento emocionado de Jaciara, agradecendo ao grupo pelas vibrações em favor de sua filha gestante, levando Isabel a considerar "o grande amor que é o grupo". Também Waldelice externou sua gratidão lembrando a recuperação de sua mãe, dada como desenganada pelos médicos: "Foram as preces do grupo", disse ela. Igualmente, Regina argumentou o quadro delicado que sua saúde vem atravessando, marcado pela depressão, o que exige maiores cuidados de sua parte. A esse respeito, Luiza referiu recente experiência e Iva manifestou palavras de incentivo à companheira enfermada.
Railza foi a primeira a falar sobre o tema em abordagem, dizendo estar se preparando para o retorno à pátria espiritual obedecendo às recomendações espirituais, mas faz um alerta, arrancando algumas gargalhadas: "Ai do mentor que venha me dizer que não foi bem assim!". Ela disse estar cuidando do corpo, optando agora por qualidade de vida, para que seu epitáfio seja "Aqui jaz alguém que lutou pra retornar tranquilo". Assim, afirmou, "procuro me cuidar material e espiritualmente; faço minha parte sem lamentação". Ela também aproveitou para relatar o caso de uma conhecida que que convive com extrema dificuldade e é uma pessoa bastante otimista que diz estar sempre bem, sendo um estímulo para ela mesma.
Iva revelou estar lendo um livro que informa sobre como chegar ao "outro lado" e confidenciou uma revelação mediúnica acerca de uma companheira já desencarnada, antiga dirigente da Cobem, reportando a chegada desta ao plano espiritual. Esse Espírito, a propósito foi lembrado também por Luiza ao relatar uma experiência vivida num hospital, quando a amiga desencarnada prestou-lhe auxílio.
Com a deixa de Luiza, Isabel exaltou o trabalho da Cobem em favor dos assistidos, o que colabora, em tese, para a ressurreição dos atendentes, que avaliam o aprendizado próprio em meio às circunstâncias dolorosas da vida de cada um, de modo que, disse ela, "aprendemos com a dor do outro". E antes que a Coordenação encerrasse os trabalhos, enfatizando a necessidade de desmaterializarmo-nos cotidianamente, isto é, fazer o espírito preponderar sobre matéria, Luiza observou o compromisso do Grupo com o Espírito que vai reencarnar através da filha de Jaciara.



quinta-feira, 29 de novembro de 2012

"Nascer, morrer, renascer ainda..."

A ressurreição de Jesus, além de configurar como a base da doutrina religiosa do Cristianismo, desponta, para os cristãos, também como a certeza da vida após a morte, dada a sobrevivência do Espírito. Para os espíritas, trata-se ainda da reentrada consciente do Espírito em seu ambiente de origem, fazendo-nos argumentar que muitos morrem, mas poucos desencarnam, porquanto só ressurge para sua realidade espiritual aquele que desligou-se da prisão material... Esse é o fulcro da conversa que pretendemos realizar no encontro deste sábado, 1 de dezembro, já em ritmo de recesso natalino.
  

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Outra folga!

Neste sábado, 24 de novembro, não haverá, outra vez, atividade em nosso grupo de estudo, em razão do Encontro dos Trabalhadores da Cobem. Assim, em vez de descermos ao Salão B, todos subiremos para o Salão Doutrinário, a fim de confraternizarmos com todos os companheiros que atuam nos diversos setores da Casa, cumprindo, sob as suaves determinações do Cristo, os deveres que um dia nos condicionarão como verdadeiros discípulos, para a nossa necessária transformação em homens (e mulheres!) de bem.

domingo, 18 de novembro de 2012

Um tal nascimento...

Marilda, Isabel, Fernando (que saiu minutos depois de iniciada a atividade, para uma reunião em outro setor da Cobem), Carminha, Railza, Fernanda, Marilene e Iva, mais os coordenadores Francisco e Maria Luiza, compareceram à reunião do sábado 17 de novembro, constatando a redução, quase evasão, numérica do "Jesus de Nazaré". Nesse encontro, quando o coordenador Francisco chegou com um minuto de atraso, o começo foi inusitado: antes da leitura do tópico dos Subsídios do EADE correspondente ao tema do trabalho, houve um momento para descontração em que se recitou um poema e foram contadas anedotas sobre a morte, por provocação de um comentário de Marilene - "Nunca estou presente quando vocês falam sobre a morte!", disse ela, referindo-se ao assunto abordado no sábado anterior - e da confissão de Carminha: "Tenho a impressão de que estou perto de morrer!..."
O tema do encontro deveria versar sobre o nascimento de Jesus e sua ressurreição, mas ficamos mesmo com a primeira parte, oportunidade para considerarmos a atual reencarnação, quando Fernanda indagou quanto à necessidade da encarnação para os espíritos, fazendo com que recorrêssemos a O Evangelho Segundo o Espiritismo para observássemos as palavras do Espírito São Luiz ao final do quarto capítulo. A esse respeito, Carminha comentou nossa condição inferior que não nos permite utilizar o livre-arbítrio com sabedoria, levando-nos a concluir que essa liberdade também não é absoluta.
Segundo Marilda, o (re)nascimento na carne é oportunidade para recomeçar; para ela, as escolhas são feitas antes do mergulho na matéria, assim, se não há perseverança de nossa parte, elas terminam por não se concretizarem. Iva, tomando a palavra, declarou ser o nascimento ocasião para a renovação espiritual, o que Marilene contestou dizendo que essa renovação não era garantida, embora a oportunidade: "Posso ter os recursos para isso e não aproveitá-los; renovação significa por em prática pelo aprendizado".
Railza confidenciou que teve vontade de "voltar" desde que estava no ventre materno, o que se evidenciou até mesmo pelas dificuldades que sua mãe enfrentou durante o parto; depois reconheceu, pela trajetória de sua vida, que tinha uma tarefa a cumprir em relação à família, apesar do estigma da asma. Luiza aproveitou a deixa para comentar sua preocupação com essa doença, que acometeu alguns de seus filhos, especialmente uma das meninas adotadas.
Isabel fez uma louvação a Railza, comentando o potencial de renúncia e devotamento da companheira, enquanto Marilene recordou que teve asma na infância até o período próprio para assumir a encarnação. Iva, que disse ter nascido numa véspera de São João, ressaltou que a experiência religiosa inicial não lhe foi satisfatória e que a a consciência espiritual só aflorou quando conheceu a Doutrina Espírita, na Cobem, realizando seu aprendizado no Grupo Jesus de Nazaré. Segundo ela, "a toda hora estamos nascendo..."
Luiza frisou a existência de compromissos espirituais entre pais e filhos, citando o exemplo de seu irmão, apaixonado pelo filho com síndrome de Down. Marilda também relacionou a dicotomia infância X doença em sua experiência de vida, contando que um dia, em menina, acordou sem falar direito e sem andar, justamente na época em que deveria iniciar a fase escolar, coisa que ocupava seus sonhos infantis; os pais, na tentativa de curá-la, levaram-na a terreiros de umbanda e candomblé, além de templos católicos, sempre em vão; certa vez a menina ouviu alguém dizer a expressão "Deus é mais" e essa frase lhe deu um ânimo diferente, a ela, a quem os médicos haviam desenganado, prognosticando-lhe uma vida vegetativa, mas essa enfermidade só durou sete anos!...
Também Francisco relatou um episódio correlato de sua infância, quando teve epilepsia dos 10 aos 17 anos, e Isabel recordou-se de uma infância marcada por complicações de saúde, memória essa associada ao prazer alimentar, pois lhe serviam comidas bastante saborosas; ela reparou ainda que sua filha também apresentou, quando pequena, a mesma história, fazendo-nos considerar que as provas expiacionais costumam marcar os períodos iniciais do (re)nascimento...

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A roda ainda gira

Para o encontro deste sábado, dia 17 de novembro, a ideia é prosseguirmos a conversa sobre o tópico anteriormente explorado, agora enfocando o nascimento e a ressurreição de Jesus, como forma de entendermos a mensagem cristã de vida eterna. Mais uma vez, o ponto de partida será o módulo do EADE, com a utilização da extensa bibliografia a respeito desses temas transcendentais. A propósito, desta vez, em razão da época, poderemos avaliar o significado do Natal...

Conversa mortífera

O encontro do dia 10 de novembro não foi tão concorrido (aproxima-se o final do ano e a história se repete: a evasão evidencia-se), mas resultou bastante proveitoso. Coma participação de Jaciara, Fernando, Fernanda, Bia, Lígia, Valquíria, Marilda, Egnaldo, Iva, Jaciara e Waldelice, a Coordenação do Grupo Jesus de Nazaré - leia-se Maria Luiza e Francisco - propôs a realização de comentários em torno de um trecho do texto dos subsídios do módulo do EADE sobre a composição dos Evangelho, exatamente o tópico acerca do nascimento, da vida, da morte e da ressurreição de Jesus; mais especificamente, tratamos da dicotomia morte e libertação.
Nesse sentido, Valquíria, após a fala da Coordenação quanto ao fato de nos encontrarmos "mortos", razão pela qual Jesus disse que não morrerá aquele que nele crer, mesmo estando morto, e que Ele veio para que todos tenhamos vida em abundância, declarou que morte é libertação: "Depois que nos informamos sobre a vida após a vida, adotamos mais precauções quanto à morte". Jaciara trouxe à baila o exemplo de simplicidade do atual presidente do Uruguai, argumentando quanto à noção de pobreza, porquanto esse homem, dirigente de um país, é dono de hábitos frugais e de um comportamento que nos faz pensar na renúncia a si proposta pelo Cristo.
Bia explicitou sua dificuldade em compreender a ansiedade de algumas pessoas em viver a vida espiritual, enquanto Fernanda citou os "dez passos para morrer bem" elencados num cartaz afixado num dos murais da Cobem; segundo ela, esse é o caminho para a construção do homem de bem, que precisa adotar atitudes individuais.
Tomando a palavra, Maria Luiza disse estar pronta para "fazer a passagem", consciente de ter feito tudo o que era possível aqui na Terra, especialmente em relação à família, embora lamente a dificuldade apresentada por uma de suas filhas adotivas; essa seria sua única preocupação, conforme assegurou, completando que "daqui para a frente devo cuidar mais de mim"...
Egnaldo recordou a "parábola dos talentos", comentando que cada servo ali representado agiu da forma como sabia com o respectivo talento: "O que não sabia enterrou seu talento, a potencialidade que deveria desenvolver". Voltando a falar, Jaciara referiu-se à "prisão", isto é, à condição dos espíritos que se veem ainda ligados aos despojos materiais e ressaltou uma experiência vivida com sua filha grávida num hospital público da cidade, concluindo que foi algo valioso para domar seu orgulho e começar assim seu processo de libertação dos vínculos da matéria.
Por fim, Iva revelou que, ao adquirirmos maturidade espiritual, amplia-se a consciência; e fazendo ponte com a relação entre Jesus e seus apóstolos, ela salientou que devemos nos pautar pela simplicidade: "A morte de Jesus nos mostra como devemos viver", disse ela, acrescentando que ainda tem medo da morte física: "Dou trabalho aos Espíritos, mas tenho o amparo deles", frisou.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A roda de volta

Neste sábado, dia 10 de novembro, retomaremos nossa roda de conversa em torno dos evangelistas e das circunstâncias motivadoras da elaboração dos registros das lições do Cristo Jesus, após a folga prolongada que culminou na participação de vários companheiros no Encontro Estadual de Espiritismo. De lá nos veio uma recomendação que merece ser meditada, uma vez que diz respeito a um dos caminhos para a construção do homem de bem, nos moldes como expressou o Codificador em O Evangelho Segundo o Espiritismo. A recomendação é no sentido de não reclamarmos de nada nem ninguém, apenas atermo-nos à tarefa do autocrescimento...

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Folga dupla


O Grupo Jesus de Nazaré não se reunirá neste sábado, 27 de outubro, por conta do encontro confraternativo que o Departamento de Ação Mediúnica da Cobem promoverá junto ao pessoal do Atendimento Fraterno, o que arretará a participação de praticamente a metade dos integrantes do grupo. Outro motivo é que a Federação Espírita do Estado da Bahia (FEEB) está realizando mais uma prévia do Encontro Estadual de Espiritismo e boa parte dos companheiros estão envolvidos nesse processo. E como esse evento acontecerá no fim de semana seguinte, no dia 3 de novembro continuaremo sem atividades, só retornando ao "batente" no dia 10 daquele mês...

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A roda gira lentamente...

...Mas gira, e isto percebemos na atividade de sábado, 20 de outubro, quando mais uma vez tivemos uma participação reduzida, embora o trabalho fluísse satisfatoriamente. Além dos coordenadores - Francisco e Maria Luiza - estávamos presentes Fernando, Lígia, Fernanda, Quito, Egnaldo e Carminha. Como proposta da Coordenação, não lemos o texto dos subsídios referentes à feitura dos evangelho; preferimos observar a informação histórica dando conta de que a palavra "evangelho" dizia respeito, àquela ocasião, a uma gorja que se dava aos portadores das boas novas, as notícias trazidas às pessoas num tempo em que a veiculação de informações era tão rudimentar quanto demorada. Assim, perguntamos: "Que tipo de esmola estamos dando ao Cristo, que nos trouxe as melhores das notícias - as boas novas do Reino de Deus?"
Para Quito, o tipo de trabalho realizado no "Jesus de Nazaré" seria essa gorjeta, ao passo Fernanda pensa nossa participação no grupo é só um exercício: "Por enquanto, estou no óbolo da viúva", disse ela, referindo-se à passagem evangélica. Nesse momento a Coordenação interveio, comentando que Jesus transmitiu as boas novas para a humanidade inteira e indagando se o mundo tem sabido ouvir o chamado que o mestre tem feito desde há dois mil anos - "Vinde a mim todos vós..."
A esse respeito, Carminha declarou que muita gente não quer ouvir, muitos não se interessam e há outros que resolvem não seguir os passos de Jesus. "É a lição da semente jogada em vários tipos de terrenos", observou Fernando, lembrando da parábola contada pelo Messias: "A semente é uma só, o trato é que fará com que ela germine e produza", completou. E Egnaldo considerou que por vezes há sempre má vontade de nossa parte, ou preguiça, "alguma coisa que a gente tem"... as boas notícias, disse ele, estão ao lado e às vezes não temos condições de percebê-las, alegamos cansaço, excesso de trabalho, etc...
Voltando a intervir, a Coordenação lembrou certo ensinamento espiritual que nos aponta a necessidade de sermos "cartas vivas" do Evangelho, porque nosso exemplo pode ser a única maneira que o próximo tenha de conhecer as lições do Cristo, especialmente no que se refere à atividade mediúnica no aspecto natural dessa condição: se não estamos jamais a sós e os Espíritos nos utilizam como instrumentos para a prática da caridade. Nesse ponto, Egnaldo recordou-se da parábola dos talentos afirmando que cada um tem o seu. A Coordenação, porém, aduziu que o arauto da "boa nova do Reino dos Céus" pede a gorjeta devida: "Que vos ameis uns aos outros", na forma do trabalho de perdão e caridade para o qual é necessária a transformação pessoal.
Talvez por isso Quito tenha afirmado que o processo familiar é de difícil solução. Mais uma vez, a Coordenação interveio para colocar que a tarefa de transformação é individual - "E intransferível!", gritou Fernando -, mas deixamos que os outros interfiram e do mesmo modo interferimos no trabalho dos outros, invigilantemente. Fernando aproveitou para falar do psiquismo contrário ao Bem que influencia o comportamento da Humanidade - e relatou um episódio pessoal: numa semana em que se encontrava particularmente assoberbado com as complicações do trabalho, obteve de uma companheira da reunião mediúnica um retorno dos mais significativos; enquanto, nessa ocasião, ele selecionava a mensagem com que abriria os trabalhos, a companheira, médium vidente, contou que uma entidade espiritual adentrou a sala demonstrando ansiedade e revolta, perguntando quem era Fernando, porque lhe havia preparado uma armadilha e nosso amigo tinha escapado...
Foi a deixa para recuperarmos um acontecido dois sábados atrás, quando Carminha protagonizou um episódio de comunicação mediúnica, atividade que também constitui meio de fomentar a gorjeta objeto de nossas reflexões. Como a mediunidade é concessão divina para chegarmos mais depressa ao aprimoramento espiritual, conforme lê-se em O Livro dos Espíritos, indagamos: "Como corresponder ao esforço do Cristo e dos Amigos espirituais que nos vêm orientar quanto ao progresso que devemos
alcançar?" Assim, tratamos da mediunidade como instrumento de progresso e da reencarnação como recursos para desenvolvimento da inteligência, de modo que desprezar esses incentivos é malbaratar a ação da Providência...
Nesse sentido, praticamente todos os companheiros presentes deram sua opinião e indicaram os caminhos que Carminha deveria trilhar, na Casa, para cooperar consigo mesma atuando como trabalhadora da mediunidade. Ela mesma disse já estar, de certo modo, realizando a tarefa junto aos espíritos, na atividade que desenvolve com as gestantes atendidas numa Casa Espírita do bairro da Graça, razão pela qual sente-se sempre acompanhada por aqueles a quem chama de "meus meninos da Graça"...

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Volta a roda

Neste sábado, 20 de outubro, tentaremos dar continuidade à roda de leitura acerca da feitura dos evangelhos, conforme pretendido anteriormente. Desta vez poderá haver número suficiente de integrantes. Neste momento, poderemos recordar esta frase que nos recomenda sermos cartas vivas do Evangelho porque essa pode ser a única forma de nosso próximo conhecer a mensagem do Cristo...


sábado, 13 de outubro de 2012

Outras conversas

Dois motivos contribuíram para que neste sábado, 13 de outubro, não tivéssemos nossa atividade regular. Primeiro, o feriado prolongado fez com que a frequência ficasse bastante reduzida; depois, recebemos a visita de uma antiga companheira, Norma, que há alguns anos mudou-se para o interior do estado. Assim, deixamos intacto o módulo do EADE e passamos a conversar sobre temas variados. Junto a Norma estávamos Bia, Egnaldo, Valquíria, Fernanda, Marilene, Edward, Fernanda e o coordenador Francisco. Ao final, cantamos os parabéns para Egnaldo, que completou idade nova no dia 11.
As conversas giraram em torno de temas como existencialismo, planejamento reencarnatório, namoro, casamento, maternidade, gravidez, crianças, filhos e netos, adolescência, educação, trabalho, militância, amizade, liberdade, liberalismo, libertinagem, vícios, obsessão, mediunidade e crescimento espiritual - mas não necessariamente nessa ordem...
No encerramento do encontro, vibramos pelas companheiras Isabel, que se recupera de uma cirurgia; Iva, hospitalizada por conta de uma insuficiência cardíaca agravada pelo quadro de depressão; Eliene, que também está às voltas com uma enfermidade; Waldelice e Magali (mãe e filha, respectivamente), cuja genitora e avó experimenta o processo, muita vezes difícil, de desencarnação.
Dos parabéns a Egnaldo participaram os integrantes do grupo de teatro da Cobem, que também posaram para a foto de Edward.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Roda e gorjeta

Neste sábado, 13 de outubro, daremos sequência à roda de leitura comentada em torno dos evangelistas e da elaboração dos evangelhos, esperando que esse ato tenha consequências louváveis. Algo que podemos enfatizar num trabalho vivencial a esse repeito é o fato de que "o sentido mais antigo da palavra [evangelho] está relacionado a uma gorjeta que era dada aos que traziam boas notícias"... Assim, por Jesus ter trazido a mais importante das boas novas aos homens, seria de bom tom darmos algo a ele, nos moldes que ele propõe: que nos amemos uns aos outros, aperfeiçoando-nos para fazermos jus à condição de espíritos imortais, filhos de Deus...

sábado, 6 de outubro de 2012

Só leitura...

A rigor, para não faltar com a verdade, não tivemos atividade de estudo neste sábado, 6 de outubro, quando ocupamo-nos tão somente da leitura Roteiro 11 do segundo módulo do EADE, concernente à "Escritura dos Evangelhos. Os evangelistas". Ainda que a leitura fosse comentada, posto que dúvidas
acerca de vários tópicos foram suscitadas, o encontro serviu para divisarmos uma certa aridez nas informações teóricas, distantes talvez da necessária ponte com as experiências evolutivas de cada um dos membros, acostumados que estamos com as atividades vivenciais. Ficou patente, no entanto, a necessidade de se estabelecer e fortificar nosso compromisso com a verdade, a fim de, nós mesmos, não deturparmos os fatos por conta das interpretações pessoais, servindo aos próprios interesses tão somente, ao contrário do que se verificou com a propagação dos ensinos do Cristo, que, a despeito do esforço daqueles que se encarregaram dos registros denominados Evangelhos, ao longo da história sofreu mutilações para atender aos ditames do grupo hegemônico que, sob a tutela do Estado romano, tomou as rédeas do Cristianismo...
Além dos coordenadores Francisco e Maria Luiza, compareceram ao encontro os companheiros Acely, Carminha, Railza, Jaciara, Lígia, Bia, Marilene, Quito, Regina, Marilda, Valquíria e Egnaldo.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Os evangelistas

Marcos, Mateus, Lucas e João não foram os únicos a grafar no papiro as lições deixadas pelo Cristo Jesus, que em seus três anos de pregação nada escreveu, preferindo gravar seus ensinamentos a fogo na consciência de cada alma que o acompanhou há aproximadamente dois mil anos, fosse direta ou indiretamente esse acompanhamento. Mas quem foram esse homens (Mateus e João já foram abordados em nossos estudos), como e por que eles decidiram fazer esses registros? Por que só esses quatro livros, além dos Atos dos Apóstolos e do Apocalipse, foram aproveitados no Novo Testamento? E em que eles nos dizem respeito?
Neste sábado, 6 de outubro, começaremos a abordar essas questões, para compreendermos um pouco mais acerca da vida e obra do Cristo e da atuação de seus seguidores e continuadores.

***

De quebra, vibraremos pela pronta recuperação de Isabel, que se submeteu a uma cirurgia e passa bem, sinal de que não demorará a retornar ao nosso convívio. Paz e bem!

domingo, 30 de setembro de 2012

Benefícios da dúvida

As informações sobre Tomé encerram os comentários a respeito do Colégio Apostolar de Jesus e por isso colocamos um ponto em nossas digressões vivenciais no tocante às respectivas abordagens suscitadas pelas leituras do módulo do EADE. Desse modo, a última conversa, versando acerca das dúvidas que por vezes nos assaltam, também envolveu necessariamente a questão da fé, como contraponto à atitude/condição do apóstolo que questionou a veracidade da ressurreição do Cristo. Nesta atividade, além dos coordenadores Francisco e Maria Luiz, cooperaram Railza, Fernando, Marilene, Isabel, Fernanda, Acely - retornando de uma pausa forçada por uma enfermidade -, Egnaldo, Valquíria, Jaciara - que trouxe a filha, Luciana -, Roberto e Marilda.
O trabalho começou, logo após a prece, antecedida por um minuto de proveitoso silêncio, com a citação destes versos da famosa oração atribuída ao místico italiano Giovanni Bernardone, que passou à história hagiográfica como Francisco de Assis: "Onde houver dúvida, que eu leve a fé". Em seguida teve lugar uma explanação balizando nossa capacidade de duvidar dos informes relativos à realidade espiritual, isto é, nossa condição mais íntima, com o exemplo de Tomé. Ora, Jesus, ressuscitado dá testemunho da vida espiritual independente da matéria. Tomé duvidou disso, o que em suma significa duvidar de si mesmo, porquanto cada homem na Terra é um Espírito (re)encarnado... Sendo assim, inevitável foi propor esta pergunta: "Eu ainda duvido?".
Observemos os comentários.k
Egnaldo, tomando a palavra, refere os avanços tecnológicos da atualidade afirmando que no passado qualquer um duvidaria que pudessem ser possível aparelhinhos que encurtassem as distâncias e mostrassem com precisão a localização de alguém... Marilene começou questionando a si própria: "O que preciso fazer para avançar nessa mudança?", ponderando que não desconhece nem nega sua realidade/condição espiritual; "contudo, sofro muitas decepções e me imponho uma postura que não gostaria de ter: quando o outro não atende às minhas expectativas, essa postura de não aceitação atrasa meu caminhar..."
"O trabalho não é só aqui" (na casa espírita), disse Valquíria, salientando que em toda parte somos intuídos para as tarefas de crescimento espiritual, pelo diálogo com os outros, através de leituras edificantes e da participação em eventos informativos relacionados à atividade da alma; no entanto, observou, "as pequenas coisas do dia a dia nos causam perturbação; ainda estou buscando o equilíbrio para a boa convivência, pois algumas coisas no outro ainda me irritam..." E Egnaldo, voltando ao pensamento futurista, declarou que os Espíritos que chegam na condição de nossos netos - e já somos quase todos avós no Grupo -  fazem-nos perceber que o futuro chegou e com isso mudamos nossa capacidade de ver a nós mesmos...
Railza também começou fazendo um relato dos avanços da Ciência e declarou, conforme anúncio científico, que brevemente estaremos nos comunicando telepaticamente, abdicando do esforço físico que se faz para falar. Quanto ao tema em estudo, ela trouxe a colaboração de Pastorino, segundo quem Tomé não duvidou da ressurreição por mera incredulidade, mas por espírito investigativo, comprovando a veracidade do fenômeno promovido pelo Cristo. Tal comportamento, disse Railza, contraria a ideia de que o outro seja uma cruz (*): "Ainda não nos conhecemos; desencarnamos e reencarnamos nesse processo de busca por nós mesmos", afirmou, acrescentando ser ela própria um "exemplo do que não se deveria fazer, porque faço o errado, falo mal do outro, embora saiba ajudar". Ela reconhece que deve ser mais paciente, sem ser complacente consigo própria, porque, "se o jugo é suave, como diz o Evangelho, cada um administra sua cruz"...

(*) A companheira se referia à intervenção da Coordenação no comentário de Marilene, argumentando que, conforme o critério estabelecido por Jesus para o seguirmos, é necessário tomar a própria cruz e renunciar a si mesmo, como tarefa individual em meio à convivência com os semelhantes, de modo que, pelo pensamento da Coordenação, o outro seria essa cruz; não, porém, a do martírio, mas a da libertação, ao nos dar a possibilidade de, trazendo-nos resistência e sofrimento, passarmos à etapa seguinte da experiência evolutiva ("...Pois em verdade vos digo que não saireis daí até pagardes o último ceitil...")

Falando em seguida, Isabel afirmou que quando se está equilibrado fica fácil suportar o outro, pensamento este aproveitado por Marilene, afirmando precisar do outro para seu crescimento, posto que os companheiros de caminhada são instrumentos de aperfeiçoamento. Mais tarde ela falaria da necessidade de auto afirmação, ponderando que devemos acreditar que conseguimos as coisas; disse que, um dia, quando se sentia especialmente cansada da semana estafante, saindo para o emprego, pensou que gostaria de uma carona que a deixasse em seu local de trabalho; depois, refletindo melhor, pensou: "Gostaria, não; eu quero uma carona!". Nesse mesmo momento viu parar um carro ao seu lado, conduzido por um motorista a serviço de sua repartição, o que a levou a afirmar: "Não posso ficar na condicionalidade; poderia pensar em coincidência, mas o motorista me viu e parou! É a fé, para me fazer ver que eu posso, que podemos; geralmente pensamos que as coisas boas não vêm para nós, só a dificuldade, mas não é assim!"
Por sua vez, Acely disse ver no comportamento de Tomé a necessidade da simplicidade, seu objetivo de conquista: "Tenho espírito de cobrança, embora tenha necessidade de ser simples, tropeçando assim por segundo". Para ela, ser simples significa transcender o modo como vivemos: "As coisas se complicam porque a gente julga os outros e tenta enquadrá-los em [nossos] modelos; ora, assim como estou crescendo o outro também está; com isso a simplicidade fica comprometida, causando sofrimento". Acely disse também, contando um pouco de sua história, que, quando começou a se envolver com o Espiritismo, acreditou piamente na Doutrina, de modo que não precisa que ninguém lhe prove nada. "Só tenho dúvida quanto às minhas ações, à minha visão de vida", completou.
"Acredito que vivemos testados no dia a dia", observou Jaciara, apontando que tais testes acontecem em todo lugar: "Em casa, no trabalho... e precisamos ter fé para superar os obstáculos"; para exemplificar seu argumento, ela citou as dificuldades enfrentadas com colegas de trabalho, quando chamada para coordenar um projeto e sentiu a resistência dos subordinados; Jaciara, então, começou a
sentir a energia pesada no ambiente, não permitindo que houvesse clima para o diálogo; para dissipar tais miasmas, ela passou a fazer uso de mensagens impressas, dessas que os centros espíritas costumam distribuir aos frequentadores, reparando que os impressos sumiam invariavelmente: "Não sei se liam e levavam ou simplesmente jogavam fora", disse, salientando que deixava as mensagens numa mesa comum antes que os colegas chegassem para o trabalho; essa situação perdurou até a eclosão de um dos últimos conflitos, ocasião em que, para não perder as estribeiras, ficou cantando baixinho o hino "Quanta luz", compreendeu, por inspiração ela ela mesma que precisava se acalmar para ficar a cavaleiro daquele estado de coisas...
Após Egnaldo voltar a falar, dizendo que habitualmente somos como Tomé, condição que se modifica à medida que crescemos, foi a vez de Roberto expor sua opinião. Segundo ele, Kardec já falava que devemos ser investigativos - e passou a contar o que ouviu de um palestrante: "O homem não acredita no Espírito, mas no futuro vamos nos comunicar com os que já partiram pelo telefone celular!" (Nesse momento, a Coordenação pediu vênia para contar a experiência do escritor Coelho Neto, que pode ser lida aqui, guardando relação com o tema em estudo.) Ainda de acordo com Roberto, "o progresso vai chegando pelo esforço intelectual do homem"; mas para falar do progresso no campo moral ele citou a experiência de um conhecido seu, tido como "médium completo", mas que não se cuida como achamos que deveria; aconteceu de esse médium perceber um dia em seu campo vibratório uma certa entidade que se manifestava como "caboclo", embora o médium não lhe divisasse a imagem; instado a revelar-se, o Espírito mostrou-se "como uma palmeira"...
Acely voltou a falar de sua crença, afirmando que ante qualquer dificuldade material costuma recorrer a Deus, em prece, "e imediatamente sou atendida"; e também "tenho tido respostas para várias questões de ordem moral"; em vista dessa assistência espiritual recebida, ela inquire: "Como posso duvidar?", acrescentando que "a certeza de que tudo é transitório aumenta a fé que conforta". Valquíria também voltou à carga e igualmente reafirmou sua crença, relembrando a origem histórica do Brasil para exemplificar a vida espiritual. "Viver as coisas simples que dependem de nós", disse ela, "é ainda uma dificuldade", considerando que "do berço até hoje sou uma santa, mas minha dificuldade com o outro remonta às reencarnações, então creio!". Para Valquíria, a crença de Tomé não levasse à mudança pelo fato de ele ter duvidado do Cristo - e citou o papel das mulheres que conviveram com Jesus, que o amaram incondicionalmente...
Fernanda, embora estivesse presente, preferiu enviar a opinião dela depois, através de comentário neste blog: "A minha fé passa pela compreensão e entendi isso ao ler no ESE sobre a fé inabalável. Gosto quando não me sinto satisfeita com o meu progresso. Isso quer dizer que não me acomodei com o que consegui. Procuro analisar a minha caminhada e perceber em que mudei. Aprendi a valorizar a minha mudança, por menor que ela seja. E se me sinto insatisfeita... mãos à obra, ainda há muito trabalho a realizar".
Já perto do final da atividade Fernando, que é um dos decanos do grupo, pediu a palavra. Ele disse que ainda duvida muito: "Minha fé é vacilante, mas menos que ontem, em função do processo de crescimento, que é individual e intransferível; deixamos de duvidar naturalmente, pelo esforço empreendido ao longo da existência"; para tanto, ele frisou o auxílio indispensável do Espiritismo, embora reconheça que haja informações que não podem chegar ao homem ainda, conforme apontam os Espíritos da Codificação. "Jesus só falou o que aquele povo podia entender e hoje já recebemos bem mais", observou, considerando que o exemplo de Tomé é mais generalizado, de acordo que o que temos estudado: "Todos duvidaram", disse Fernando, referindo-se à quase totalidade dos discípulos que na hora crucial do Cristo o deixaram sozinho, assim como durante suas pregações poucos souberam compreender seus ensinamentos: "Não puderam andar sobre as águas! Tomé só explicitou a dúvida, o que não é um crime, não é desdouro; o problema é ficar sempre nesse patamar, sem procurar crescer", analisou. Para ele, ter fé é acreditar na [possibilidade de] transformação moral - "e isso exige convicção", disse, acrescentando que "os espíritas de hoje são os cristãos de ontem" e que "o medo faz-nos ter dúvida", mas "o Espiritismo me fez mudar de condição em relação ao medo".
No final da atividade, à guisa de prece, durante a qual envolvemos em vibração a companheira Isabel, que se submeteria a uma intervenção cirúrgica na semana seguinte, Acely procedeu à leitura de um trecho do livro "Paz todo dia", de Lourival Lopes, enfocando a fé que remete ao esforço individual para resultar em merecimento da cada um.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Agora é Tomé

A posição do homem comum frente às questões espirituais ainda é, em grande parte, marcada pela incredulidade. Desconfia-se ou simplesmente duvida-se da veracidade das informações provindas do Mundo dos Espíritos, ainda que tais informes sejam o mais das vezes evidentes. Diz-se que ninguém nunca voltou da morte para dizer como é do "outro lado" e foi justamente essa a postura do apóstolo Tomé, ao ser informado de que Jesus havia transposto a fronteira, retornando de entre os mortos, ressuscitado, para mais uma vez se manifestar junto aos "vivos". A dúvida acompanha até mesmo os estudiosos do Espiritismo, que se perguntam se as coisas do chamado Além são mesmo como os livros registram e como os Espíritos descrevem... Mas se é bom ter dúvidas que levem ao conhecimento da verdade, por outro lado, não é bom duvidar, desconsiderando o esforço dos Invisíveis na transmissão das notícias do plano espiritual. Eis aí o fulcro do trabalho que pretendemos apresentar neste sábado, 29 de setembro, finalizando nossas conversas acerca dos apóstolos do Cristo. Até lá.

sábado, 22 de setembro de 2012

Zeladores?

"Com que zelo você cuida de sua alma, a partir das recomendações do Cristo e das orientações da Doutrina Espírita, sabendo que, segundo Jesus, "aquele que quiser salvar sua vida perdê-la-á, mas quem a perder por amor a mim a salvará"?

Com essa proposta reunimo-nos na manhã deste sábado, 22 de setembro, Railza, Quito, Isabel, Roberto, Bia, Marilda, Carminha e os coordenadores - Francisco e Maria Luiza -, recepcionando a Primavera. Como a Casa realizava um encontro voltado para a capacitação dos médiuns, boa parte dos integrantes do "Jesus de Nazaré" faltou. Antes da prece de abertura, a Coordenação concitou os presentes a meditarem um pouco na frase "Tudo tem uma finalidade na natureza", chamando a atenção para a importância das reflexões do dia. Após a leitura do texto correspondente a Simão, o Zelote, a Coordenação fez uma breve introdução do trabalho falando sobre a necessidade dos cuidados com a alma, com a própria vida, que no Evangelho é simbolizada pelo Cristo como "a vinha do Senhor", tarefa essa que não pode ser desprezada tendo em vista o retorno à Pátria Espiritual. Para esse retorno, segundo o Cristo, não devemos levar nada conosco, posto que o que levarmos poderá impedir nossa passagem pela "porta estreita", ou seja, nossa readaptação ao mundo da verdade, sendo imprescindível, portanto, purificar os sentimentos e modificar os conceitos - muitos deles equivocados - acerca de nós mesmos, dos outros e da vida.
Railza falou em seguida, dando um depoimento bastante significativo. Disse ela que uma vez teve uma experiência de desdobramento, quando acometida por um processo alérgico que lhe provocou intoxicação; desdobrada, acreditou haver desencarnado, sendo recepcionada por alguém que a convidava a continuar sua função de professora, lecionando para uma turma muito especial, composta por antigos alunos seus, já desencarnados, todos eles envolvidos com atividades marginais quando no planeta, que afirmavam a Railza estarem se preparando para retornar; e ainda que dissesse não ter sido uma boa zeladora, nossa companheira ressaltou que experiências assim mostram, pelo menos, que não terá tanta dificuldade de readaptação quando voltar "para casa": "Sou hoje o que escolhi e zelo por mim aprendendo o que os alunos estão me ensinando", completou a professora.
"Estou começando a tomar consciência desse zelo, busco ter um cuidado maior comigo mesma", disse, por sua vez, Isabel, salientando que ainda engatinha nesse sentido; é observando as próprias atitudes como espírita que ela desperta para a necessidade de olhar-se mais profundamente, conforme explicou,  ressaltando que isso não se faz sem dor: "Mas busco uma coragem maior, principalmente com o auxílio da Doutrina", compreendendo que até então andava meio "solta"...
Esse zelo para com as coisas da alma, na opinião de Quito, é consequência do "orai e vigiai" orientados por Jesus; "Às vezes as coisas acontecem espontaneamente, mas o zelo é pertinente a orar e vigiar e por isso estou sempre atento", afirmou, reparando, porém, que sua dificuldade está em aceitar a si mesmo, como é, sem querer mudar as pessoas; conforme disse, ele trabalha com a prece e a reflexão todos os dias, mas ainda se vê egoísta, de modo que procura o zelo para si próprio e só depois incentivar o próximo...
Roberto comentou que o mais das vezes zelamos pelos nossos e se isso é feito com amorosidade, o efeito nós também experimentamos. Para justificar suas palavras, ele, que atravessa um momento de enfermidade física, relatou um episódio familiar envolvendo seu filho de apenas cinco anos de idade: "Num dia em que estive mais fragilizado, meu filho entrou no quarto e perguntou se poderia fazer alguma coisa por mim. Essas coisas emocionam a gente, então pedi que ele orasse, pedindo a Deus por mim. Então ele se afastou e ficou atrás da cortina, quietinho, e depois veio para perto, dizendo que Deus estava muito ocupado e que eu deveria esperar mais um pouco..."
Para relatar um episódio envolvendo seu marido, Marilda falou, emocionada, que esperou que outras pessoas se pronunciassem porque meditava na frase lida pela Coordenação ("Tudo na vida tem uma finalidade."); ela contou, então, que pediu a inspiração do Alto - "mas a ficha ainda não caiu" - para encontrar explicação para o acontecido, o acidente automobilístico que quase vitima seu marido e outros ocupantes do carro que ele dirigia. "Tudo acontece por um motivo", afirmou, comentando que quando tudo parece bem acontece algo que nos tira o equilíbrio; no entanto, hoje ela agradece a Deus a ocorrência, com a convicção de as coisas poderiam ser piores, a julgar pelo estado em que o carro ficou; "Mas gostaria de estar menos angustiada", afirmou, acrescentando um questionamento: "Como tenho cuidado de minha alma se ainda não consigo vencer essa emoção, que acomete a cada um neste mundo?".

Aproveitando a deixa, a Coordenação contou uma história "cavalar", que pode ser lida aqui.
Depois foi a vez de Bia falar de seu zelo; segundo ela, "sei que preciso zelar mais de minha vida, minha alma... sei que tenho de fazer mais, mas sinto uma cobrança; não se deve cobrar essa transformação, que acontece aos poucos"; ela também fez um questionamento a respeito disso que chamou "cobrança": "Por que tenho de ficar dentro de um Centro Espírita o tempo todo? Não quero isso! Não quero ficar na linha de frente; quero, ao máximo, ficar na área de conforto. Algo em mim ainda não entende e não aceita o que os outros veem como necessidade..."
"Minha luta é saber de mim por min ha história", voltou a falar Isabel, revelando sua gratidão a Deus por ter o Espiritismo em sua vida, pois "a Doutrina me faz entender o que se passa comigo desde que estava no útero de minha mãe - há muito sofrimento nessa história"; segundo ela, hoje já não se pergunta mais o por que de tudo, mas para que as coisas acontecem: "Ficaria difícil se eu não procurasse entender, se não tivesse explicações", observou, acrescentando que o zelo por si mesma ainda é pequeno, mas já supera o lamento cansativo de antes; para Isabel, a Doutrina dos Espíritos é consoladora por isso, permitindo-nos que nos trabalhemos em meio às turbulências da vida física. Por essa razão, afirmou, "não posso ficar na culpa, que é o resultado do pensamento de que tudo que me acontece tem causa no que fiz no passado. Busco ficar mais alegre, encarar as coisas de outra maneira, zelando mesmo por minha integridade espiritual".

Falando em seguida, Carminha explicou ter zelado mais pelo corpo que pela alma, "talvez por causa do medo de morrer, que é muito grande; louvo quem não tem esse medo; no hospital, eu lutava para não ter que tomar remédio para dormir, com medo de morrer dormindo!" Mas foi através do zelo corporal que ela despertou, conforme disse, para o que realmente deve zelar, "para o que já posso fazer". Para colocar-se melhor, ela contou um episódio pessoal envolvendo seu marido, o qual, sabedor de sua vocação para a oratória, propôs-lhe ganhar dinheiro fazendo palestras sobre temas de sua área profissional. No entanto, sua vocação é outra, salientou: "Cuido de esclarecer as consciências", declinou, ressaltando sua condição de expositora do Espiritismo. "Mas sei que faço muito pouco por mim mesma, espiritualmente; o de que gosto mesmo é de auxiliar, especialmente às gestantes, e assim penso que ajudo a mim mesma." Referindo-se às mães das crianças atendidas na creche mantida pela Cobem, todas elas provenientes das camadas mais pobres da sociedade, Carminha disse ver essas pessoas como "gente", procurando aprender com elas, especialmente em atividades na Casa: "Tomo para mim as palavras que ouço de pessoas que não têm mais do que eu e assim tiro leite de pedra"... Ela também questionou sua condição: "Tenho o dom da fala, e o que faço com isso?", acrescentando que é difícil cuidar do espírito, mas essa dificuldade diminui enquanto se expande a consciência.

"Temos de aprender a zelar por nós mesmos, porque somos nosso próprio juiz", revelou a coordenadora Maria Luiza, que também lembrou-se do marido ao contar um episódio pessoal ocorrido no tempo em que Fernando ainda não tinha qualquer orientação religiosa e precisou recorrer aos benefícios proporcionados pelo Espiritismo. "Foi uma fase em que eu tive de parar tudo para descobrir o que realmente queria na vida, na Doutrina, na Casa...", disse ela, revelando que então envolveu-se tanto quanto o marido no labor espírita ao ponto de se sentir sobrecarregada, por desempenhar muitas funções na Cobem. Nesse sentido, ouvir as palavras do médium Divaldo Franco foi fundamental para Luiza; o famoso tribuno, numa palestra, teria dito que na Casa Espírita cada um faz somente o que tem condições de fazer, uma tarefa ou duas, contanto que faça bem feito.
E fechando a atividade, a Coordenação relembrou, especialmente referindo as palavras de Bia, que não é o Espiritismo que faz cobrança, mas alguns espíritas, porquanto a Doutrina respeita o livre arbítrio de quem quer que seja e proclama tão somente a necessidade da reforma moral das criaturas, que, segundo os Espíritos, é inadiável. Além do mais, o Espiritismo revive o Cristianismo primitivo, cuja essência é voltada para a transformação do "homem velho" no "homem novo" pelo método ensinado pelo Cristo: "Conhecereis a verdade e a verdade vos tornará livres"...

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O zelo de Simão

Sim, chegou a vez de Simão, o Zelote, ser apresentado ao Grupo de Estudo jesus de Nazaré - e vice-versa. De acordo com o texto resumido do módulo do Estudo Aprofundado da Dourina Espírita (EADE), esse segundo Simão do Colégio Epistolar - como ninguém desconhece, o primeiro é o Simão cognominado Pedro - era também pescador mas guardava em si uma característica muito interessante para nossas abordagens: era um judeu ultranacionalista do partido dos zelotes, ou zeladores, interessado na libertação de Israel do jugo romano. Mas se juntou ao Cristo e certamente compreendeu qual era a revolução que precisava fazer. Quanto a nós, convém perguntar, na atividade deste sábado, 22 de setembro, com que zelo cuidamos de nossa alma, a partir das recomendações de Jesus e das orientações da Doutrina Espírita. Afinal, ensina-nos Jesus que "quem quiser salvar sua alma perdê-la-á"...

domingo, 16 de setembro de 2012

Sacrifícios...

Por alguma razão não muito facilmente identificável, a frequência ao grupo nesse sábado 15 de setembro esteve reduzida, justamente quando nos propomos abordar a questão do sacrifício a partir da observação sobre Tiago Maior. Além dos coordenadores - Francisco e Maria Luiza, contamos, nessa atividade, com a participação de Isabel, Quito, Egnaldo, Fernanda, Fernando, Iva, Valquíria, Edward, Magali, Carminha, Jaciara e Lígia.
Para começar, dispensamos a leitura do módulo do EADE referente aos dados biográficos de Tiago (tanto o Maior quanto o Menor) e relembramos a última postagem deste blog, enfatizando a noção de sacrifício como a santificação das atividades realizadas no plano material, assim como a opção por atitudes ou comportamento mais condigno com nossa condição espiritual, em detrimento das questões mundanas, apontando para o ensino e exemplo do Cristo a esse respeito, uma vez que o Mestre, aos 12 anos, já estava "cuidando das coisas do Pai", como fez ver a sua mãe, Maria Santíssima, quando esta, não o vendo entre seus familiares na volta a Nazaré após uma Páscoa em Jerusalém, foi encontrá-lo discutindo de igual para igual com os doutores da lei no Templo...
Desse modo, vê-se que o sacrifício não corresponde unicamente à doação da própria vida por uma causa ou por alguém - no caso, o Cristo -, mas torná-la santificada o quanto possível pelo uso responsável do livre-arbítrio. Assim, expôs-se a questão motivadora da reunião: "Estou disposto a me sacrificar também?"
Tomando a palavra, Luiza recordou a frase lapidar do Apóstolo dos Gentios, Paulo de Tarso - "Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém" - para falar dos abusos da vida na matéria, aos quais devemos procurar evitar ou renunciar, enquanto Quito ponderou que, como disse Jesus, a quem mais é dado, mais será cobrado... Valquíria afirmou que muitas vezes enveredamos por caminhos contrários à nossa programação reencarnatória e por isso deixar tais coisas para estar com o Cristo é doação sacrificial; ela julgou importante considerar o exemplo de profissionais como os médicos, que são capazes de doar grande parte de seu tempo para aprender e ajudar os outros.
Contudo, Fernanda declarou que evitar os excessos não constitui sacrifício, mas obrigação. "Sacrifício", disse, "é optar pelo que é de natureza espiritual sem se desligar do mundo" - e citou como fundamento de suas palavras o tópico de O Evangelho Segundo o Espiritismo no qual Allan Kardec comenta o papel de "O homem no mundo". Ainda segundo ela, "devemos viver a vida material da maneira mais pura possível, sacrificar as alegrias da vida familiar para cumprirmos atividades religiosas, por exemplo". Iva, a esse respeito, salientou ser preciso manter a pureza na mistura, isto é, vermo-nos espíritos em meio às pessoas que se veem apenas seres humanos, aproveitando para relatar um episódio envolvendo terceiros que se utilizam do apelo do álcool para conquistar simpatizantes para as obras de caridade...
"Não é fácil", disse Isabel, "nos fazermos entender pelo outro quando optamos por um estilo de vida diferente do da maioria e por isso devemos ter cuidado para nossa convicção não virar fanatismo". Para ela, é necessário encontrar o equilíbrio conciliando os apelos da vida social com as necessidades espirituais. Mas Quito não vê tanta dificuldade assim, afirmando que "é tudo simples: é só se identificar com o Espiritismo a partir de seus três aspectos - filosófico, científico e religioso"; e referindo-se ao modo como certos integrantes agem uns junto aos outros, ressaltou que "fica ruim quando o espírita é cobrado, de forma terrorista, para vir à Casa"; para o companheiro, esse tipo de comportamento destoa da recomendação evangélica segundo a qual o que nos é dado é cobrado por nossa consciência, o que nos permite ver o que é excessivo em nossas atitudes.
Como se respondesse a Quito, e após a Coordenação ter observado que essa atitude condenada não parte da Doutrina Espírita, como o companheiro havia referido anteriormente, mas dos espíritas, Valquíria disse não ver isso como cobrança, mas como ajuda espiritual; referindo-se à colocação de Iva, ela questionou: "Será que os fins justificam os meios?", ponderando acerca do incentivo ao vício, o que afronta os princípios do Espiritismo. Carminha, porém, voltando ao tema do trabalho, revelou uma experiência "dolorosa" no Catolicismo, o qual deixou para "viver no mundo". Chegando ao conhecimento espírita, entretanto, sua consciência acerca da vida fê-la mudar a maneira de ser, compreendendo que poderia fazer tudo: "Fazer ou não fazer é questão de livre-arbítrio, escolha de cada um", aprendeu, complementando: "Mas sei de minhas responsabilidades e vou me dedicar mais para passar pela porta estreita"...
Edward, por seu turno, salientou que seu coração e sua consciência precisam estar tranquilos para que possa agir sem martírio, declarando que seu "calcanhar de Aquiles" ainda é o julgamento; como reforço de suas palavras, contou a história do fazendeiro que tinha um belo cavalo que um dia fugiu mas retornou com outros, selvagens, metaforizando várias situações que suscitaram o julgamento alheio, ao passo que o fazendeiro manteve-se indulgente, até queno final tudo se revela, mostrando a desnecessidade do julgamento, que será sempre uma ação prematura.; em razão disso, Edward perguntou: "Até que ponto posso julgar sem sentenciar?"
Em seguida, Jaciara expressou seu comentário, falando que "o compromisso é algo forte para mim, pesado e acima de mim, fazendo com que eu pense muito antes de vir à Cobem, muitas vezes". Segundo ela, a causa desse desânimo é o cansaço acumulado durante a semana de trabalho profissional. "Mas", disse, "se não venho, penso no que perdi não vindo e fica um vazio..." Já Egnaldo comentou o modo como os apóstolos do Cristo assumiram o trabalho delineado pelo Mestre e observou: "Ainda tenho muito a aprender, porque não nos transformamos da noite para o dia". Retomando a palavra, Carminha falou que o fato de vir à Cobem é de muita valia para ela, porquanto se encontra ainda "muito intransigente, intolerante...", de modo que imagina como estaria se não viesse à Casa, onde o que aprende leva para seu lar, para a convivência com o esposo, posto que os filhos já vivem a própria vida em cidades diferentes. "A Cobem é meu remédio do dia a dia", afirmou.
Iva, voltando a se expressar, explicou a dificuldade de sacrificar-se por conta da reforma espiritual, acreditando, às vezes, que o que faz é o melhor, é o bastante. Recordando a lição sobre "o sacrifício mais agradável a Deus" constante de O Evangelho Segundo o Espiritismo, ela disse estar longe de poder dobrar o espírito, conforme Jesus pede, porque ainda alimenta seus defeitos, "por mais que eu queira fazer o certo", suspeitando de que "há, lá no fundo, uma coisinha a ser trabalhada"... No final, após Luiza contar um episódio pessoal vivido num dos shopping centers da cidade, a Coordenação encerrou os trabalhos narrando a história que segue, da qual se pode extrair noções de sacrifício:

"Uma ex-professora se aproximou do balcão do supermercado. Cansada, com dores no corpo, andando com dificuldade, não via a hora de ir embora. Ela então comentou com outra senhora do lado:
- Graças a Deus eu me aposentei há vários anos. Não tenho mais energia para trabalhar, para ensinar, para lecionar!
Imediatamente antes de se formar a fila do balcão ela viu um rapaz com quatro crianças e a esposa, ou namorada, grávida. A professora não pôde deixar de notar a tatuagem em seu pescoço. E ela pensou: "Hummm... Ele esteve preso."
Sua camiseta branca, calças largas e cabelo raspado levaram a professora a pensar também: "Ih, ele deve ser membro de uma gangue."
A professora tentou deixar o homem passar na sua frente:
- Você pode ir primeiro, meu filho - ofereceu.
- Não, a senhora primeiro - ele insistiu.
- Não, você está com mais gente, tem crianças, e ela está grávida... - insistiu a professora.
- Devemos respeitar os mais velhos... - disse o homem.
E, com isto, fez um gesto com a mão indicando o caminho para a mulher. Com um breve sorriso nos lábios ela mancou na frente dele. A professora que existia dentro dela não pôde desperdiçar o momento e, virando-se para ele, perguntou:
- Quem lhe ensinou boas maneiras, menino?
E o jovem respondeu:
- Foi a senhora, professora, na terceira série..."

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O maioral sacrificado

Conforme reza o texto do módulo do EADE, Tiago, irmão de João, cognominado "o Maior", foi o primeiro do grupo apostólico a morrer (excetuando-se Judas Iscariotes) e o segundo mártir do Cristianismo, após Estêvão, por ordem do rei Herodes Agripa I. Naturalmente, como convém ao nosso entendimento, ele deixou-se matar por amor ao Cristo, ou seja, pela causa do Reino dos Céus que deve ser instalado na Terra através de sua construção no coração de cada alma identificada com a Verdade. A pergunta que deve ser feita, com tal propósito, é: estou disposto a me sacrificar também? Eis a temática de nosso encontro neste sábado, 15 de setembro, dia em que se festejará um certo Pedro, dito Pedrinho...


sábado, 8 de setembro de 2012

Boanerges, uma porção deles!

Realizar atividades de autoconhecimento em meio a um feriadão é algo meio suicida, mas a gente tem de arriscar. Neste sábado, para falarmos da condição de Tiago Maior como um boanerge (o outro era seu irmão João), "um filho do trovão", o grupo esteve reduzido, como esperado. Além dos coordenadores, marcaram presença Fernanda, Fernando, Isabel, Lígia, Bia, Marilene, Jaciara, Edward, Cláudia (pela primeira vez neste ano), Waldelice, Magali e, um pouco mais tarde, Railza.
Após a leitura do tópico do EADE acerca de Tiago Maior, a Coordenação fez um breve intróito para início de conversa, tratando do império das paixões sobre nós, ao passo que temos, como adeptos do Evangelho e do Espiritismo, de considerar lições como as que Allan Kardec relaciona em sua obra que configura o aspecto religioso da Doutrina dos Espíritos, especialmente a que chama a atenção para a adoção de atitudes marcadas pela doçura e pela afabilidade.
Isabel começa a partilha. Ela relata a experiência vivida no dia anterior, quando levou o filho e outra criança para verem o desfile do Sete de Setembro e se irritou com o comportamento das pessoas que, segundo avaliou, desrespeitava o direito das crianças; nesses momentos, disse, "eu viro um boanerge mesmo!". Pensando que o episódio comportava uma colaboração, a Coordenação contou uma metáfora, a história do homem que uma noite estava sob o poste em defronte de sua casa perscrutando o chão; passa um amigo e pergunta-lhe o que faz e o homem diz-lhe que perdera sua identidade e a procurava; o amigo prontifica-se a ajudá-lo e ficam ali por vários minutos vasculhando todo o terreno sob o poste, sem nada encontrarem; cansado e impaciente, o amigo indaga: "Vem cá, foi aqui mesmo que você perdeu sua identidade?", o que o homem nega, dizendo que a perda acontecera em seu quarto; torna o amigo: "E por que você a está procurando aqui fora?", para ouvir do outro esta explicação: "Porque aqui tem luz!"
Em seguida, e dirigindo-se a Isabel, Marilene diz que a companheira está no movimento da mudança e por isso percebe a deseducação geral... Novamente a Coordenação interfere para narrar outra história - esta verídica -, dando conta de um episódio relatado por um hebeatra que, conduzindo um grupo formado por adolescentes em situação de risco social, reparou que um desses meninos não opinava quando exortado a dizer o que havia aprendido no grupo; depois de alguma insistência, o garoto resolveu partilhar suas impressões e declarou, com grande impacto, que aprendera a "suportar a delicadeza". Do mesmo jeito que a violência agride aos pacifistas, a delicadeza também ofende os violentos...
"O orgulho evidencia meu lado boanerge", salientou Fernanda, relatando um episódio pessoal ocorrido em seu ambiente de trabalho, quando "explodiu" com alguém que havia questionado sua competência na execução de certo serviço, ao que a Coordenação salientou a condição de autoridade moral do Cristo para refrear os ímpetos dos fariseus orgulhosos. Aproveitando a deixa, Jaciara ponderou que sem autoconfiança fica difícil manifestar a autoridade; ela disse que não costuma agir irrefletidamente, mas às vezes passa por "situações ridículas" devido ao medo e à insegurança, ao contrário do que observa na própria filha.
Bia ressaltou que o comportamento do outro deixa-lhe constantemente estressada e Cláudia, seguindo pelo mesmo caminho, declarou que é estressante também conviver com frequentadores da Casa Espírita, revelando que as pessoas são um teste de paciência. Como tais depoimentos parecem justificar a condição de boanerge que abrigamos ainda, a Coordenação observou ser necessário refletir acerca das próprias atitudes, e não reparando nos atos alheios.
Atento à proposta do trabalho, Fernando afirmou que "estamos distantes da condição de doçura e afabilidade" manifestas no Evangelho Segundo o Espiritismo, apontando que tais são conquistas superiores, narrando a seguir alguns episódios de sua vivência, num dos quais viu-se reconhecendo em si mesmo o comportamento "intransigente" de um companheiro de lides mediúnicas, passando então a controlar mais seus impulsos, revelando que "ainda não estou como gostaria"; de outra feita, manifestando impaciência ante certos atos praticados por uma das últimas diretorias da Cobem, recebeu um "puxão de orelhas" de um Espírito amigo que lhe "mandou" cuidar da própria vida, posto não ser ele responsável pelas ações dos outros. Luiza também narrou episódios familiares envolvendo uma de suas filhas adotivas, em quem reconhece uma boanerge pelos rompantes em relação a ela, que os recebe como teste de paciência.
Edward, ainda aludindo à autoridade de Jesus, declarou-se "marcado pelo orgulho e pelo egoísmo", estando portanto longe do Cristo, "porque não pratico tudo o que falo"... Encerrando os comentários, que serão retomados no próximo sábado, 15 de setembro, a partir da observação de uma outra característica do perfil de Tiago Maior, Fernanda salientou que quando começa a se irritar com as pessoas costuma dizer intimamente que elas estão certas, posto que "quem precisa melhorar sou eu"...


 

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O maior dos Tiagos


Tiago Maior era irmão de João, o futuro evangelista, e ambos receberam de Jesus a alcunha de Boanerges, isto é, "filhos do trovão", devida, talvez, ao tom de voz tonitroante ou ao temperamento exaltado. Para melhor aferirmos nossa própria condição perante os desafios do mundo, podemos avocar para nosso trabalho deste sábado, 8 de setembro, a segunda acepção do termo, julgando que há pessoas - alguns de nós, possivelmente - que costumam manifestar seus pontos de vista de modo a preponderar sobre os outros, movidos pelo calor das atitudes apaixonadas, principalmente quando se faz, por exemplo, a defesa do time/partido do coração em detrimento da(s) equipe(s) adversária(s)...

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Tiago(s) se desdobra(m)

"Como devo proceder para ser grande no Reino dos Céus, conforme a ponderação de Jesus?"- com essa pergunta iniciamos a atividade de sábado, 1 de setembro, com a participação de Roberto, Fernanda, Egnaldo, Waldelice, Bia, Valquíria, Regia, Iva, Jaciara, Carminha, Marilda, Marilene, Fernando, Lígia e, chegando quase no fim devido ao trabalho em outro setor da Cobem, Edward, mais os coordenadores Francisco e Maria Luiza. Como anunciado previamente, começamos comentando sobre a recomendação de Jesus acerca de nossas pretensões relativas à participação no Reino dos Céus, observando que o critério para isso é o desenvolvimento da humildade através do serviço abnegado a todos aqui no mundo.
Mas para que a proposta fosse bem compreendida quisemos saber o que é de fato esse reino onde do qual o Cristo é soberano e Regina ressaltou que ele é a consciência de cada um, desde que purificada, posto que o Reino se instala em nós pela transformação moral, tornando-nos ponte para quem está ao redor. Aproveitando a deixa, ela ressaltou estar passando por um momento de purificação e por isso pede a Deus que não a deixe sucumbir, dando-lhe forças para esforçar-se e, dentre outras, conseguir frequentar o "Jesus de Nazaré", mesmo em meio às dificuldades observadas no dia a dia. Ela quer e precisa desse alimento, como disse, "porque minha fome e minha sede são grandes".
Ainda em referência ao Reino dos Céus, Egnaldo comentou que se trata de "um sonho que se tenta transformar em realidade", através de atos concretos com vistas à caridade e à fraternidade. Também a esse respeito, Carminha lembrou-nos que, neste mundo, tudo é relativo e salientou uma lição aprendida no livro Sabedoria do Evangelho, de Carlos Torres Pastorino.
Retomada a conversa de acordo com o tema proposto - a humildade como pressuposto para a posição no Reino dos Céus, Fernando colocou-se nestes termos: "A humildade é a virtude mais difícil de ser vivenciada", porque, segundo disse, o conceito espírita é totalmente diferente do que se apregoa no mundo, que observa tão somente o aspecto exterior, seja em relação aos gestos ou quanto ao vestuário. "A vivência real" da humildade é difícil, reafirmou, acrescentando que, para isso, Jesus é o modelo. E contou um episódio para exemplificar suas palavras: no tempo em que suas condições financeiras eram mais favoráveis, relutou muito em comprar um carro 0km, acreditando que isto feria seu senso de humildade; mas seu sócio insistiu tanto que ele viu-se sem alternativa e fez a aquisição; mas só compreendeu o que quer dizer humildade quando se perguntou para que lhe serviria o carro novo, vendo-se atuando ainda mais a serviço da Cobem, que na ocasião estava em processo de construção.
Valquíria, fazendo ponte com a referência de Fernando sobre o conceito mundano de humildade, louvou a necessidade do esforço intelectual para a boa compreensão da fé e das lições de Jesus. Maria Luiza, por sua vez, trouxe à baila o exemplo de vida deixado pelo benfeitor Bezerra de Menezes, patrono da Cobem, unindo, enquanto esteve na presidência da Federação Espírita Brasileira, o aspecto religioso ao da ciência, no âmbito do Espiritismo, priorizando o ensino evangélico. E Fernanda recordou a escala espírita elaborada por Allan Kardec para comentar a evolução espiritual em contraposição à aquisição de títulos acadêmicos no mundo, coisa que, para ela, não é tão importante neste momento de sua vida, por julgar, até mesmo com base em recente informação recebida de um amigo espiritual, que já realiza um aprendizado muito especial no âmbito da Doutrina.
"Se eu tivesse tudo de que sinto falta - dinheiro, poder, saúde, beleza, etc. - eu estaria perdida", comentou Marilene, revelando estar ainda muito orgulhosa e por isso distante do grau de humildade pregado por Jesus. "Eu estaria vivendo uma vida completamente divorciada daquilo que me sustenta moralmente", completou. Nesse sentido, Egnaldo relembrou antigo trabalho teatral do grupo no qual se preparava, num ambiente doméstico, uma recepção ao Cristo: a patroa deixara a empregada incumbida dos preparativos quando por diversas vezes necessitados bateram à porta e a doméstica enxotava a todos, com a desculpa de que a patroa receberia um visitante ilustre e não podia ser perturbada; mas ante a demora do Cristo, a patroa decide "telefonar" para o Céu e saber porque Jesus não vinha; a resposta foi que o Mestre havia tentado várias vezes entrar na casa, mas fora sempre impedido... E Carminha, que tinha representado a empregada naquele trabalho, fez um adendo, observando a Egnaldo: "Você pensa que eu estava representando? Eu estava sendo eu mesma!"
Waldelice aproveitou para examinar o modo como tratamos os colaboradores domésticos, frisando que a empregada não é escrava. E Iva, relatando um drama pessoal envolvendo seus irmãos, um deles hospitalizado, comentou que ainda deixamos o ego comandar nossas atitudes, por mais que nos esforcemos para domar as más inclinações, manifestando o orgulho...
Em face do exposto, e por julgar que as lições em torno principalmente de Tiago Maior oferecem muito mais possibilidades de reflexão, a Coordenação decidiu estender por pelo menos mais duas aulas a abordagem sobre esse apóstolo do Cristo, que junto com João, o Evangelista, fora cognominado de Boanerge, isto é, voz de trovão, talvez por serem ambos estourados...