...Mas gira, e isto percebemos na atividade de sábado, 20 de outubro, quando mais uma vez tivemos uma participação reduzida, embora o trabalho fluísse satisfatoriamente. Além dos coordenadores - Francisco e Maria Luiza - estávamos presentes Fernando, Lígia, Fernanda, Quito, Egnaldo e Carminha. Como proposta da Coordenação, não lemos o texto dos subsídios referentes à feitura dos evangelho; preferimos observar a informação histórica dando conta de que a palavra "evangelho" dizia respeito, àquela ocasião, a uma gorja que se dava aos portadores das boas novas, as notícias trazidas às pessoas num tempo em que a veiculação de informações era tão rudimentar quanto demorada. Assim, perguntamos: "Que tipo de esmola estamos dando ao Cristo, que nos trouxe as melhores das notícias - as boas novas do Reino de Deus?"
Para Quito, o tipo de trabalho realizado no "Jesus de Nazaré" seria essa gorjeta, ao passo Fernanda pensa nossa participação no grupo é só um exercício: "Por enquanto, estou no óbolo da viúva", disse ela, referindo-se à passagem evangélica. Nesse momento a Coordenação interveio, comentando que Jesus transmitiu as boas novas para a humanidade inteira e indagando se o mundo tem sabido ouvir o chamado que o mestre tem feito desde há dois mil anos - "Vinde a mim todos vós..."
A esse respeito, Carminha declarou que muita gente não quer ouvir, muitos não se interessam e há outros que resolvem não seguir os passos de Jesus. "É a lição da semente jogada em vários tipos de terrenos", observou Fernando, lembrando da parábola contada pelo Messias: "A semente é uma só, o trato é que fará com que ela germine e produza", completou. E Egnaldo considerou que por vezes há sempre má vontade de nossa parte, ou preguiça, "alguma coisa que a gente tem"... as boas notícias, disse ele, estão ao lado e às vezes não temos condições de percebê-las, alegamos cansaço, excesso de trabalho, etc...
Voltando a intervir, a Coordenação lembrou certo ensinamento espiritual que nos aponta a necessidade de sermos "cartas vivas" do Evangelho, porque nosso exemplo pode ser a única maneira que o próximo tenha de conhecer as lições do Cristo, especialmente no que se refere à atividade mediúnica no aspecto natural dessa condição: se não estamos jamais a sós e os Espíritos nos utilizam como instrumentos para a prática da caridade. Nesse ponto, Egnaldo recordou-se da parábola dos talentos afirmando que cada um tem o seu. A Coordenação, porém, aduziu que o arauto da "boa nova do Reino dos Céus" pede a gorjeta devida: "Que vos ameis uns aos outros", na forma do trabalho de perdão e caridade para o qual é necessária a transformação pessoal.
Talvez por isso Quito tenha afirmado que o processo familiar é de difícil solução. Mais uma vez, a Coordenação interveio para colocar que a tarefa de transformação é individual - "E intransferível!", gritou Fernando -, mas deixamos que os outros interfiram e do mesmo modo interferimos no trabalho dos outros, invigilantemente. Fernando aproveitou para falar do psiquismo contrário ao Bem que influencia o comportamento da Humanidade - e relatou um episódio pessoal: numa semana em que se encontrava particularmente assoberbado com as complicações do trabalho, obteve de uma companheira da reunião mediúnica um retorno dos mais significativos; enquanto, nessa ocasião, ele selecionava a mensagem com que abriria os trabalhos, a companheira, médium vidente, contou que uma entidade espiritual adentrou a sala demonstrando ansiedade e revolta, perguntando quem era Fernando, porque lhe havia preparado uma armadilha e nosso amigo tinha escapado...
Foi a deixa para recuperarmos um acontecido dois sábados atrás, quando Carminha protagonizou um episódio de comunicação mediúnica, atividade que também constitui meio de fomentar a gorjeta objeto de nossas reflexões. Como a mediunidade é concessão divina para chegarmos mais depressa ao aprimoramento espiritual, conforme lê-se em O Livro dos Espíritos, indagamos: "Como corresponder ao esforço do Cristo e dos Amigos espirituais que nos vêm orientar quanto ao progresso que devemos
alcançar?" Assim, tratamos da mediunidade como instrumento de progresso e da reencarnação como recursos para desenvolvimento da inteligência, de modo que desprezar esses incentivos é malbaratar a ação da Providência...
Nesse sentido, praticamente todos os companheiros presentes deram sua opinião e indicaram os caminhos que Carminha deveria trilhar, na Casa, para cooperar consigo mesma atuando como trabalhadora da mediunidade. Ela mesma disse já estar, de certo modo, realizando a tarefa junto aos espíritos, na atividade que desenvolve com as gestantes atendidas numa Casa Espírita do bairro da Graça, razão pela qual sente-se sempre acompanhada por aqueles a quem chama de "meus meninos da Graça"...
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