domingo, 13 de dezembro de 2015

Vozes e vezes de Maria

Sim, o último encontro do ano foi festivo e o "Jesus de Nazaré" reuniu-se duas vezes: primeiro, para sua atividade habitual, no sábado, dia 12, com os integrantes que puderam ou quiseram participar, e, depois, no domingo, 13, festejando com um culto do Evangelho as bodas de ouro do casal amigo Fernando e Maria Luiza, membros do Grupo, na Mansão Mascarenhas, com alguns de nós: Creuza, Carminha - que levou Aurélio -, este escriba, Waldelice, Magali, Railza - que levou Inês -, Isabel e, chegando mais tarde, Valquíria e Egnaldo. No sábado, a participação envolveu, além de Carminha e este Coordenador, também Regina Mendes, Cristiano, Roberto, Eliene, Bonfim, Lígia, Marilene, Marilda, Iva, Magali, Waldelice, Railza, Valquíria e Andrea, convidada especial que teria um papel importante a desempenhar no trabalho.
Assim, após a prece, Carminha introduziu o assunto recordando trechos do texto alusivo a Maria no livro Boa Nova, enfatizando a expressão acessória "ser mãe é ter para sempre o coração fora do peito", e colocando depois as duas consignas: 1 - "Como você lida com suas perdas?" e 2 - "Você se tem feito mãe (e pai) dos filhos alheios?". Em seguida, ela propôs que os presentes se reunissem em duplas para a abordagem dessas questões, antes dos comentários individuais.
"Graças a Deus, procuro ser mãe de todos", começou Waldelice, acrescentando, porém, não saber lidar com as perdas afetivas: "Todo mundo é meu parente, mas quando alguém me fere, é como se jogasse um balde d'água fria na relação, acabando com um afeto que não consigo resgatar, e fico triste por perder a amizade", disse ela, salientando que esse o fim desse sentimento é como cristal que se quebra e não pode mais ser colado: "Tenho ainda essa dificuldade", finalizou. Marilene, por sua vez, declarou que, em geral, "buscamos não ter ressentimentos no seio da família, mas não esqueço das mágoas; preciso entender a condição dos outros, que são meus companheiros de viagem"; em seguida, ela indagou de si mesma "perdi algo?", tentando responder à primeira consigna: "Sim", concluiu, ressaltando que ficaram as lembranças, embora compreenda que tudo passa; para essa companheira, "minha fé no Criador e minha vontade de melhorar permanecem, pois as alimento sempre!"; mas ela, que é diretora da creche mantida pela Cobem, externou uma dúvida relativa à segunda questão proposta: "Não sei se sou mãe dos outros, sou só uma intermediária; busco passar para todos os meus sentimentos; lendo (sobre) Maria, me comovi bastante, porque ela toca no coração, principalmente o das mães".
Eliene afirmou ser mãe de muitos filhos "que temos durante a encarnação", porquanto, para ela, os filhos espirituais se reencontram com seus pais na existência, "aqueles que deixamos em outras oportunidades", para o refazimento dos laços afetivos: "Os filhos sempre acham sua mãe e as mães sempre encontram seus filhos e isso me conforta por ter nascido mulher; sermos mães nos deixa felizes e agradecidas", ressaltou; quanto às perdas, ela assegurou lidar muito bem com essa situação, pois "não tenho apego a mais nada, nem a dinheiro, que não devo guardar porque as traças roem...". Falando em seguida, Bonfim também disse não ligar muito para o dinheiro, observando que, na economia espiritual, não há lucro nem perdas, só experiências, tanto as vividas quanto as que serão vivenciadas; para ele, "resta a consciência de ter feito o melhor possível", observando que "o resultado de nosso trabalho não é nosso, não precisamos nos preocupar com isso".
Iva, a seu turno, considerou que "Maria sofreu e usava a razão", de modo que ela mesma, como mãe, "ainda não tenho o coração fora do peito, mas recebo como filho todo aquele que me procura"; ela salientou que o medo não a ajuda a lidar bem com as perdas, por isso busca compreender tanto o outro quanto a situação desconfortável, "mas o sentimento fica lá dentro...". Chegada a vez de Railza, esta companheira sugeriu que Grupo estudasse, no próximo ano, o significado do conceito de "espiritualidade" e depois, entrando no trabalho, revelou não lidar bem com as perdas e que só se apega às pessoas ("Não quero que ninguém sofra."), embora saiba que essa situação seja algo "que não vou resolver nesta encarnação"; quanto à segunda questão, ela afirmou não ser mãe dos filhos de ninguém, do mesmo modo que, sendo professora, não é tia de seus alunos.
"Não suporto perder", declarou Egnaldo, salientando que nem mesmo consegue aceitar mudanças e separações; disse ele ainda que "quase sempre sou pai de filhos alheios", acrescentando que isso "é endógeno": "Na condição do professor, ele se revela paternal sempre, a vida é assim", concluiu. E como já era o momento de encerrar a atividade, Carminha voltou a citar trechos do capítulo de Boa Nova, agora emocionando-se, mais ainda quando, ao referir a passagem em que Maria Santíssima, desencarnada, visita o circo onde em Roma os mártires iam para o sacrifício e pede a uma mocinha que cante. Nesse momento, Andrea entoou as notas inicias da "Ave Maria", completando-as após a facilitadora do trabalho repetiu a conclamação final do Espírito Humberto de Campos, no sentido de silenciarmos sempre que ouvirmos, nos templos religiosos ou onde quer que seja, a bela homenagem que a Música faz à mãe de Jesus e nossa Mãe também.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Maria, pela última vez

Neste sábado, dia 12 de dezembro, concluiremos o trabalho de Carminha sobre Maria, em conformidade com o texto do último capítulo do livro Boa Nova (pelo Espírito Humberto de Campos, com a psicografia de Chico Xavier). Como anunciado há duas semanas, desta vez teremos uma surpresa para enriquecer ainda mais a atividade, procurando ressaltar não só a importância da Mãe de Jesus no seio da cristandade, mas sobretudo a necessidade de cada um de seus filhos manifestarmos o reconhecimento do trabalho que esse Espírito grandioso desenvolveu na Terra e continua desenvolvendo no espaço, em benefício principalmente daqueles que, como ovelhas desgarradas, teimam em se manter à margem do convite do Cristo. Outra coisa é que não teremos a reunião de confraternização no domingo, dia 13, na casa de Carminha. Em vez disso, realizaremos um culto do Evangelho na "mansão" Mascarenhas.
Até lá.



sábado, 5 de dezembro de 2015

Escravo, eu?

Num trabalho que leva ao autoconhecimento, como os que os grupos de estudo de uma Casa Espírita realizam, uma pergunta bem feita resulta em depoimentos bastante reveladores da condição em que ainda nos encontramos. Foi o que pudemos perceber neste sábado no âmbito do "Jesus de Nazaré", ao abordarmos a primeira parte da lição sobre Maria (Boa Nova, por Humberto de Campos, Espírito, e Chico Xavier, médium), a mãe de Jesus. A essa atividade, conduzida por Carminha, comparecemos Cristiano, Luiza, Marilda, Marilene, Railza, Lígia, Nilza, Fernando, Bonfim, Regina Mendes, Roberto, Egnaldo, Iva, Jaciara, Magali, Waldelice, Valquíria e Marta, mais este escriba, dublê de coordenador. Além desse trabalho, a Coordenação também distribuiu a ficha da autoavaliação com as duas questões elaboradas a partir das virtudes trabalhadas ao longo do ano: 1 - Que dificuldades encontrei para vivenciar o equilíbrio ao longo deste ano? e 2 - O que consegui superar dentro de mim neste ano que termina?.
Carminha começou resumindo, em tom emocionado, a primeira parte do belo texto de Humberto de Campos, contando com a atenção dos companheiros presentes, e depois solicitou uma breve reflexão acerca do compromisso de Maria perante Deus e a Espiritualidade e então propondo que discutissem em duplas a consigna distribuída: Você se reconhece como o(a) escravo(a) a serviço da vontade do Senhor? Essa pergunta remetia ao episódio da Anunciação, quando a então noiva de José ajoelha-se diante do Anjo e declara: "Eis aqui a escrava (ou serva) do Senhor. Faça-se em mim segundo Sua vontade". Depois dessa discussão foi aberta a partilha.
Primeiro a falar, Egnaldo revelou sua condição de escravo, ou servidor, salientando, contudo, que falha muitas vezes e que o termo escravo "é forte": "Quando fazemos um trabalho voluntário é porque acreditamos na causa", disse, acrescentando que, nessa proposta, o que o move é a intenção de ajudar. Por sua vez, Marilene declarou estar a serviço de própria vontade, por enquanto, mas "um dia me tornarei escrava do Senhor e só espero que não leve muitos milênios, porque hoje o que quero é me tornar melhor". Regina afirmou não se reconhecer escrava mas disse que passou o ano refletindo sobre o chamamento à renúncia da própria vontade, travando uma "grande guerra" consigo mesma para, pelo menos, não fugir da situação vivenciada, "o que seria muito fácil, mas tenho de ir até o fim"...
Depois foi a vez de Iva, que igualmente não se reconhece como escrava imposta, "pois tenho o livre arbítrio, tenho consciência de que vim servir à família, aos amigos, à Casa Espírita, principalmente pela profissão que escolhi"; segundo ela, sua condição é de "escrava livre", atenta à própria responsabilidade. Outro que não se reconheceu escravo foi Roberto, dizendo que, se assim fosse, Deus não seria perfeito: "Quero sentir esse Deus, esse Jesus como um espelho para mim", sentenciou. Já Waldelice reparou que escravo é quem não tem vontade própria: "Me considero serva, tenho prazer em servir a Jesus e a Deus, porque cada dia mais entendo que minha encarnação é para isso".
Para Valquíria, a condição de escravo é a da entrega total e por isso não se sente coagida: "Busco em Maria a confiança que ela demonstrou, era essa a missão dela". Railza, por outro lado, depois de referir a questão antropológica em torno da escravidão, em razão da história do povo brasileiro, declarou ser serva, sim, "mas rebelde, que pula a cerca, forma quilombos e luta pelo processo de minha libertação"; segundo ela, há coisas que faz obedecendo a Deus, mas são ocasiões em que sente cumprir um dever: "Não estou aqui para receber pancada em nome da vontade de Deus", salientou.
Quanto a Marta, ela disse tentar ser essa escrava: "Pelo que tenho passado, descobri que tenho de chegar a essa condição e estou consciente do trabalho no físico e no espírito", revelou.
Em seguida, Fernando considerou não se reconhecer ainda esse escravo, "porque a minha vontade ainda prevalece". Também Luiza repudiou a sensação impositiva do termo "escrava" e revelou não se sentir assim, embora dissesse que se deixa conduzir pela vida... "Não me sinto escrava", ponderou Jaciara, acrescentando que "para que eu seja realmente serva, preciso trabalhar o equilíbrio, estar focada em minhas possibilidades para vencer as limitações, ser mais consciente e compromissada"; para ela, é imprescindível, para alcançar tais metas, "trabalhar para superar o medo". E já no final da atividade, o Coordenador lembrou que costumeiramente mentimos ao recitar o Pai Nosso, dizendo, como ensinou-nos o Cristo, "seja feita a vossa vontade", porque nesse momento intimamente estamos afirmando: "desde que a minha vontade não seja contrariada e minha família, poupada", de modo que tão cedo não nos comportaremos como a Mãe Santíssima...


quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Enfim, Maria

Neste sábado, 5 de dezembro, finalmente vamos ter a primeira aula sobre o último capítulo do livro Boa Nova (Humberto de Campos - Chico Xavier), intitulado "Maria". Como é fácil depreender, abordaremos o relato poético e sentimental do autor espiritual acerca das últimas experiências da mãe de Jesus na Terra, após a morte ignominiosa de seu filho muito amado. A condução da atividade está sob a responsabilidade de Carminha, que fará a apresentação em duas etapas, reservando para o dia 12 uma surpresa muito interessante. Mas nesta primeira aula a Coordenação vai aproveitar para realizar, nos primeiros 15 minutos, uma breve avaliação, enfocando as duas virtudes trabalhadas ao longo do ano: o equilíbrio e a auto-superação.
Todos lá!