Quito, Valquíria, Carminha (que não ficou até o final), Marilda, Lígia, Fernando, Egnaldo, Railza, Regina, Roberto, Isabel, Marilene (que também saiu antes do término, por conta de uma reunião), Waldelice, Eliene e Bonfim compareceram ao trabalho realizado no sábado, dia 19 de outubro, idealizado para comentarmos a consigna "O que o outro faça será de minha conta?", baseados na lição da obra Jesus no Lar (Neio Lúcio, Espírito/Chico Xavier, médium) intitulada "A necessidade do entendimento", lida na ocasião graças à colaboração de Valquíria, que lembrou-se de levar o livro.
Como parte das reflexões iniciais, a Coordenação observou nossa dificuldade de relacionamento, expressa em três esferas: conosco mesmos, com o outro e com Deus; até este momento relacionamo-nos conosco mesmos com compaixão, implorando a misericórdia divina e exigindo do outro a reciprocidade de nossa afeição, além de abrigarmos o sentimento de culpa; com o outro, contudo, a relação é marcada pela paixão, quando manifestamos os frutos de nosso egoísmo e de nosso orgulho (ódio, ambição, medo, ciúme, inveja...), prejudicando a convivência; e com Deus, por fim, sem paixão, fazendo o trabalho de religação com o Criador quase que por obrigação.
Sendo assim, em vista de nossa necessidade de renovação espiritual com finalidade evolutiva, como deveriam ser esses níveis de relacionamento? A Coordenação explicou: conosco mesmos, sem paixão, procurando refrear ao máximo os impulsos do egoísmo e do orgulho; com Deus, com paixão, trabalhando na Obra divina, como cocriadores, com total alegria, com todo entusiasmo; e com o outro, finalmente, haverá de ser com compaixão, atuando junto ao outro como Deus atua sobre todos, ou seja, misericordiosamente.
Depois da referida leitura e da breve explicação sobre o desenvolvimento da atividade, quando a Coordenação salientou que Deus nos concedeu o livre-arbítrio e por isto todos somos livres para fazermos o que quisermos e pudermos, de acordo com o que já compreendemos, passamos a ouvir as reflexões dos participantes.
Isabel começou recordando recente episódio observado no trânsito de Salvador, cada vez mais complicado, reparando que o impacto sofrido fez com que agisse de modo um tanto violento com seu filho, embora costume, segundo disse, tomar fatos assim como lição, ponderando depois sobre o que falou... Eliene comentou que a Espiritualidade escolheu a afonia para conter seus ímpetos: "Toda vez que eu ia brigar, ficava sem voz", explicou, acrescentando que tem procurado se conter, "para não adoecer", até porque "não quero ser mais um no contexto da violência". Valquíria salientou a oportunidade do tema do trabalho, em razão de um fato que mobilizou a sociedade baiana na semana anterior.
Procurando responder à consigna, Quito revelou que "tudo tem limite", salientando que "estamos nesta Casa como educadores; se consentimos que nos agridam, negligenciamos nosso trabalho; temos que nos importar (com o que os outros façam), porque é preciso evoluir". Bonfim também enveredou por esse caminho e declarou ser interessante o que acontece ao outro, "mas isso não quer dizer envolvimento, se não puder falar (ao outro), cale e ore"; ele afirmou ainda não ter mais ídolos, "para não me decepcionar". Já Egnaldo propôs um questionário: "Podemos nos imiscuir nas questões do outro?" E ele mesmo respondeu: "Podemos e devemos", ao que a Coordenação indagou: "Com que finalidade?" A explicação não tardou: "Para somar. É preciso sair do discurso para a prática".
Railza aproveitou o momento para um texto (transcrito abaixo) que ela achou "a cara do grupo", ressaltando ser de sua conta, sim, o que o outro faça, embora haja limites a serem observados: "Os amigos espirituais me ajudam a me defender", disse ela, narrando o acontecido com ela no trânsito quando se dirigia à Cobem naquela manhã. Roberto contou que seu interesse pelo Espiritismo ajudou a consolidar suas éticas, balizando assim seu comportamento, apesar das adversidades, a respeito das quais citou um diálogo com seu filho, sobre até quando ele realizaria o culto do Evangelho no lar; quanto a se envolver nas questões do outro, ressaltou que, antes de julgar que alguém esteja errado, pede a Deus talento para dizer o que esse precisa, embora seja melhor deixar que ele realize as próprias experiências...
***
"O valioso tempo dos maduros", do escritor Mário de Andrade:
Contei meus anos e descobri que tenho menos tempo pra viver daqui para frente do que vivi até agora. Tenho muito mais passado do que futuro. Então, já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero reuniões em que desfilam egos inflamados. Inquieto-me com invejosos cobiçando o lugar de quem eles admiram. Já não tenho tempo pra conversas inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas idosas, mas ainda imaturas. Detesto pessoas que não debatem conteúdos, mas apenas rótulos!... Quero viver ao lado de gente que sabe rir de seus tropeços, não se encontra com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua imortalidade. Quero caminhar perto de coisas e pessoas de verdade. Apenas o essencial faz a vida valer a pena. E para mim, basta o essencial.
Como parte das reflexões iniciais, a Coordenação observou nossa dificuldade de relacionamento, expressa em três esferas: conosco mesmos, com o outro e com Deus; até este momento relacionamo-nos conosco mesmos com compaixão, implorando a misericórdia divina e exigindo do outro a reciprocidade de nossa afeição, além de abrigarmos o sentimento de culpa; com o outro, contudo, a relação é marcada pela paixão, quando manifestamos os frutos de nosso egoísmo e de nosso orgulho (ódio, ambição, medo, ciúme, inveja...), prejudicando a convivência; e com Deus, por fim, sem paixão, fazendo o trabalho de religação com o Criador quase que por obrigação.
Sendo assim, em vista de nossa necessidade de renovação espiritual com finalidade evolutiva, como deveriam ser esses níveis de relacionamento? A Coordenação explicou: conosco mesmos, sem paixão, procurando refrear ao máximo os impulsos do egoísmo e do orgulho; com Deus, com paixão, trabalhando na Obra divina, como cocriadores, com total alegria, com todo entusiasmo; e com o outro, finalmente, haverá de ser com compaixão, atuando junto ao outro como Deus atua sobre todos, ou seja, misericordiosamente.
Depois da referida leitura e da breve explicação sobre o desenvolvimento da atividade, quando a Coordenação salientou que Deus nos concedeu o livre-arbítrio e por isto todos somos livres para fazermos o que quisermos e pudermos, de acordo com o que já compreendemos, passamos a ouvir as reflexões dos participantes.
Isabel começou recordando recente episódio observado no trânsito de Salvador, cada vez mais complicado, reparando que o impacto sofrido fez com que agisse de modo um tanto violento com seu filho, embora costume, segundo disse, tomar fatos assim como lição, ponderando depois sobre o que falou... Eliene comentou que a Espiritualidade escolheu a afonia para conter seus ímpetos: "Toda vez que eu ia brigar, ficava sem voz", explicou, acrescentando que tem procurado se conter, "para não adoecer", até porque "não quero ser mais um no contexto da violência". Valquíria salientou a oportunidade do tema do trabalho, em razão de um fato que mobilizou a sociedade baiana na semana anterior.
Procurando responder à consigna, Quito revelou que "tudo tem limite", salientando que "estamos nesta Casa como educadores; se consentimos que nos agridam, negligenciamos nosso trabalho; temos que nos importar (com o que os outros façam), porque é preciso evoluir". Bonfim também enveredou por esse caminho e declarou ser interessante o que acontece ao outro, "mas isso não quer dizer envolvimento, se não puder falar (ao outro), cale e ore"; ele afirmou ainda não ter mais ídolos, "para não me decepcionar". Já Egnaldo propôs um questionário: "Podemos nos imiscuir nas questões do outro?" E ele mesmo respondeu: "Podemos e devemos", ao que a Coordenação indagou: "Com que finalidade?" A explicação não tardou: "Para somar. É preciso sair do discurso para a prática".
Railza aproveitou o momento para um texto (transcrito abaixo) que ela achou "a cara do grupo", ressaltando ser de sua conta, sim, o que o outro faça, embora haja limites a serem observados: "Os amigos espirituais me ajudam a me defender", disse ela, narrando o acontecido com ela no trânsito quando se dirigia à Cobem naquela manhã. Roberto contou que seu interesse pelo Espiritismo ajudou a consolidar suas éticas, balizando assim seu comportamento, apesar das adversidades, a respeito das quais citou um diálogo com seu filho, sobre até quando ele realizaria o culto do Evangelho no lar; quanto a se envolver nas questões do outro, ressaltou que, antes de julgar que alguém esteja errado, pede a Deus talento para dizer o que esse precisa, embora seja melhor deixar que ele realize as próprias experiências...
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"O valioso tempo dos maduros", do escritor Mário de Andrade:
Contei meus anos e descobri que tenho menos tempo pra viver daqui para frente do que vivi até agora. Tenho muito mais passado do que futuro. Então, já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero reuniões em que desfilam egos inflamados. Inquieto-me com invejosos cobiçando o lugar de quem eles admiram. Já não tenho tempo pra conversas inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas idosas, mas ainda imaturas. Detesto pessoas que não debatem conteúdos, mas apenas rótulos!... Quero viver ao lado de gente que sabe rir de seus tropeços, não se encontra com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua imortalidade. Quero caminhar perto de coisas e pessoas de verdade. Apenas o essencial faz a vida valer a pena. E para mim, basta o essencial.
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