Depois da pausa provocada pela realização do XV Congresso Espírita da Bahia, retomamos nossas atividades no sábado, 9 de novembro, seguindo com a proposta referente ao entendimento do outro especificada nas postagens anteriores. Estiveram presentes Eliene, Iva, Roberto, Fernando, Regina, Railza, Waldelice, Valquíria, Egnaldo, Maria Luiza, Marilene, Cristiano, Marilda, Isabel, Quito, Bonfim e Lígia, além do coordenador Francisco (Fernanda está afastada este mês em função de seus estudos de pós-graduação). Após as explicações sobre o trabalho, quando a Coordenação praticamente repetiu as colocações da última postagem, os integrantes do Grupo passaram a manifestar sua opinião acerca do entendimento da consigna ("como manifesto minha condição de cristão perante meu próximo?").
Egnaldo foi o primeiro a falar e salientou o que ouviu no recente congresso espírita, sobre a necessidade de distribuir riquezas. "É o bastante?", perguntou ele, oferecendo em seguida a resposta: "Não, mas é o que posso dar", referindo-se ao respeito, à alegria, à colaboração... Por sua vez, Luiza ressaltou estar lendo livro ditado pelo Espírito Ermance Dufaux no qual se diz que o importante é o que fazemos e não o que os outros fazem conosco, encerrando sua fala com estas palavras do citado livro, do qual ela não recordou o título: "Preocupe-se com o que você faz de bom".
Falando em seguida, Railza declarou que no começo se irritava com a insistência da Coordenação no tema do entendimento, mas no fim de semana anterior àquele sábado, observou-se refletindo acerca do que sua avó dizia: "Não se preocupe com as ações dos outros..." Segundo ela, até então não conseguia ficar indiferente à ação do outro, não "rezava" por quem lhe agredia e tinha dificuldade em compreender os motivos das atitudes alheias; no entanto, hoje observa que pessoas com as quais se indispôs no passado, gastando energia se defendendo, agora "estão no chão" e perturbou-se ao saber que uma dessas pessoas quase cometeu suicídio recentemente, "devido à própria loucura". Ela disse reconhecer ter assumido uma postura masculina na vida, mas agora consegue até mesmo doar sangue àquele antigo desafeto hospitalizado; assim, ela pensa ter se resgatado, entrando agora no processo do entendimento: "Meu olhar será mais fraterno doravante", explicou, salientando, contudo que "não vou dar mole!"
Regina, num depoimento emocionado e emocionante, começou dizendo que a pergunta da consigna veio a calhar, correspondendo ao que vivenciava naquela semana, quando viu-se às voltas com a vontade intensa de dormir e a necessidade de se libertar dos remédios que é obrigada a tomar por conta de sua saúde frágil, e até mesmo fez com que, ingerindo-os além do permitido, quase chegou ao suicídio; ela disse, por causa disso, que a experiência não fora de todo ruim porque, não tendo chegado ao ilusório fim, viu-se surpreendentemente melhor, principalmente porque, depois de tudo, encontrou um médico mais sensível a seu caso. Dentre outras coisas por ela abordadas, falou também da dificuldade que vem encontrando para se aposentar - "minha carta de alforria" -, explicando que já não consegue conviver bem com seus alunos: "Cada vez fico mais indignada e peço a Deus que me dê forças, pois se ainda não consegui me aposentar é
porque há coisas que devo fazer..."
Por sua vez, Eliene considerou que "o verdadeiro entendimento é quando você se põe no lugar do outro". Segundo ela, a culpa se estabelece quando não estabelecemos empatia com o próximo, colocando-nos em seu lugar: "Todo indivíduo tem sua história, que deve ser respeitada", disse, ressaltando que nos instantes de dificuldade costumamos nos perguntar sobre o que fizemos: "Estou aprendendo a ver as coisas, as dificuldades, os desafios de outra forma, não como pedras, não como obstáculos, que procuro vencer". Já Quito observou que, lembrando da mensagem de certa música de Dorival Caymmi ("Suíte do pescador") "não precisamos estar na casa espírita para ajudar as pessoas, mas onde quer que estejamos isso é possível: "Isso me evita momentos de ódio e rancor, ao contrário de antes", disse.
Bonfim também contou parte de sua vida, falando da infância e juventude difíceis, circunstâncias que superou com muita ajuda e assim chegou a ser professor, diretor de escolas e, depois, delegado de polícia, mandatos dos quais desincumbiu-se muito bem, conforme revelou. "Quando assumimos uma missão, não devemos ouvir os outros, mas a própria consciência", explicou, acrescentando que "a vida é isso: colhemos os frutos conforme o plantio. Ninguém constrói sua vida com facilidade". Segundo ele, dedicando-nos ao trabalho não daremos tanta importância às decepções que por vezes surjam, porque, se olharmos para cima, seguiremos sempre em frente...
A seu turno, Marilene revelou que ainda fica no julgamento do outro, embora não queira isso: "Devemos ser responsáveis por nossas escolhas; tudo que vivo é escolha minha", ponderou, considerando que "se eu brigo com essas escolhas não irei a lugar algum", porque "tudo que faço é para buscar a Verdade e viver essa Verdade". E como alguns companheiros tivessem opinado acerca da condição de professor, ela também relatou que não pode ter sido, como gostaria, uma educadora em sala de aula, porquanto sua mãe não lhe permitiu essa escolha; no entanto, "considero-me feliz no que faço e não brigo com as escolhas ou com o que deixo de escolher"...
Segundo Valquíria, "como cristãos, focamos mais nossas atitudes no aspecto profissional, mas a questão é mais complexa, abrangendo nossa atuação na sociedade inteira". Ela disse que suas escolhas sempre foram muito difíceis, principalmente por ter sido a única de sua família a buscar o Espiritismo, pela sede de saber que a animava; por ser loura, era discriminada no bairro da Liberdade, a maior comunidade negra de Salvador; encontrava dificuldades para viver a Doutrina no ambiente familiar; ainda encontra percalços no relacionamento com o marido e, compreensivelmente, convive com dores físicas no lar e a proteção espiritual na Cobem: "Adoeço quando entro na energia de cobra dos outros, mas como fechar os olhos se ainda não estamos nesse nível de perfeição?", disse ela, completando que nos momentos de conflito costuma retirar-se e procurar sua harmonização...
Egnaldo foi o primeiro a falar e salientou o que ouviu no recente congresso espírita, sobre a necessidade de distribuir riquezas. "É o bastante?", perguntou ele, oferecendo em seguida a resposta: "Não, mas é o que posso dar", referindo-se ao respeito, à alegria, à colaboração... Por sua vez, Luiza ressaltou estar lendo livro ditado pelo Espírito Ermance Dufaux no qual se diz que o importante é o que fazemos e não o que os outros fazem conosco, encerrando sua fala com estas palavras do citado livro, do qual ela não recordou o título: "Preocupe-se com o que você faz de bom".
Falando em seguida, Railza declarou que no começo se irritava com a insistência da Coordenação no tema do entendimento, mas no fim de semana anterior àquele sábado, observou-se refletindo acerca do que sua avó dizia: "Não se preocupe com as ações dos outros..." Segundo ela, até então não conseguia ficar indiferente à ação do outro, não "rezava" por quem lhe agredia e tinha dificuldade em compreender os motivos das atitudes alheias; no entanto, hoje observa que pessoas com as quais se indispôs no passado, gastando energia se defendendo, agora "estão no chão" e perturbou-se ao saber que uma dessas pessoas quase cometeu suicídio recentemente, "devido à própria loucura". Ela disse reconhecer ter assumido uma postura masculina na vida, mas agora consegue até mesmo doar sangue àquele antigo desafeto hospitalizado; assim, ela pensa ter se resgatado, entrando agora no processo do entendimento: "Meu olhar será mais fraterno doravante", explicou, salientando, contudo que "não vou dar mole!"
Regina, num depoimento emocionado e emocionante, começou dizendo que a pergunta da consigna veio a calhar, correspondendo ao que vivenciava naquela semana, quando viu-se às voltas com a vontade intensa de dormir e a necessidade de se libertar dos remédios que é obrigada a tomar por conta de sua saúde frágil, e até mesmo fez com que, ingerindo-os além do permitido, quase chegou ao suicídio; ela disse, por causa disso, que a experiência não fora de todo ruim porque, não tendo chegado ao ilusório fim, viu-se surpreendentemente melhor, principalmente porque, depois de tudo, encontrou um médico mais sensível a seu caso. Dentre outras coisas por ela abordadas, falou também da dificuldade que vem encontrando para se aposentar - "minha carta de alforria" -, explicando que já não consegue conviver bem com seus alunos: "Cada vez fico mais indignada e peço a Deus que me dê forças, pois se ainda não consegui me aposentar é
porque há coisas que devo fazer..."
Por sua vez, Eliene considerou que "o verdadeiro entendimento é quando você se põe no lugar do outro". Segundo ela, a culpa se estabelece quando não estabelecemos empatia com o próximo, colocando-nos em seu lugar: "Todo indivíduo tem sua história, que deve ser respeitada", disse, ressaltando que nos instantes de dificuldade costumamos nos perguntar sobre o que fizemos: "Estou aprendendo a ver as coisas, as dificuldades, os desafios de outra forma, não como pedras, não como obstáculos, que procuro vencer". Já Quito observou que, lembrando da mensagem de certa música de Dorival Caymmi ("Suíte do pescador") "não precisamos estar na casa espírita para ajudar as pessoas, mas onde quer que estejamos isso é possível: "Isso me evita momentos de ódio e rancor, ao contrário de antes", disse.
Bonfim também contou parte de sua vida, falando da infância e juventude difíceis, circunstâncias que superou com muita ajuda e assim chegou a ser professor, diretor de escolas e, depois, delegado de polícia, mandatos dos quais desincumbiu-se muito bem, conforme revelou. "Quando assumimos uma missão, não devemos ouvir os outros, mas a própria consciência", explicou, acrescentando que "a vida é isso: colhemos os frutos conforme o plantio. Ninguém constrói sua vida com facilidade". Segundo ele, dedicando-nos ao trabalho não daremos tanta importância às decepções que por vezes surjam, porque, se olharmos para cima, seguiremos sempre em frente...
A seu turno, Marilene revelou que ainda fica no julgamento do outro, embora não queira isso: "Devemos ser responsáveis por nossas escolhas; tudo que vivo é escolha minha", ponderou, considerando que "se eu brigo com essas escolhas não irei a lugar algum", porque "tudo que faço é para buscar a Verdade e viver essa Verdade". E como alguns companheiros tivessem opinado acerca da condição de professor, ela também relatou que não pode ter sido, como gostaria, uma educadora em sala de aula, porquanto sua mãe não lhe permitiu essa escolha; no entanto, "considero-me feliz no que faço e não brigo com as escolhas ou com o que deixo de escolher"...
Segundo Valquíria, "como cristãos, focamos mais nossas atitudes no aspecto profissional, mas a questão é mais complexa, abrangendo nossa atuação na sociedade inteira". Ela disse que suas escolhas sempre foram muito difíceis, principalmente por ter sido a única de sua família a buscar o Espiritismo, pela sede de saber que a animava; por ser loura, era discriminada no bairro da Liberdade, a maior comunidade negra de Salvador; encontrava dificuldades para viver a Doutrina no ambiente familiar; ainda encontra percalços no relacionamento com o marido e, compreensivelmente, convive com dores físicas no lar e a proteção espiritual na Cobem: "Adoeço quando entro na energia de cobra dos outros, mas como fechar os olhos se ainda não estamos nesse nível de perfeição?", disse ela, completando que nos momentos de conflito costuma retirar-se e procurar sua harmonização...
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