domingo, 15 de setembro de 2013

Como entender?

Velho rifão, de todos nós muito conhecido, diz que, para bom entendedor, meia palavra basta. Será mesmo? Talvez o fato de que cada individualidade observe a Verdade exclusivamente de seu ponto de vista dificulte o entendimento que poderia beneficiar a todos, o que responderia, possivelmente, pelas dificuldades em se cumprir as tarefas pessoais, no âmbito da esfera espiritual que nos abarca a todos, com a finalidade de despertarmos para os esforços evolutivos. Assim foi que, sob o "olhar" da câmera que filmava nossas atividades no sábado, 14 de setembro, voltamos a nos debruçar sobre o tema do entendimento, desta vez tentando apurar como temos aproveitado a existência, se já sabemos o que é mais importante em nós e para cada um de nós...
O encontro, que teve a "direção artística" de Edward, operando a câmera, contou com a participação de Railza, Lígia, Regina, Cristiano, Fernando, Waldelice, Isabel, Eliene, Quito, Cláudia, Ilca, Jaciara, Marilda, Roberto, Marilene e Magali, além do coordenador Francisco, que começou expondo, mais uma vez, a observação do mentor Emmanuel sobre nosso problema ser de entendimento; ele também recordou a metáfora da enxada, constante do tópico sobre a "missão homem inteligente na terra", de O Evangelho Segundo o Espiritismo, considerando que tanto somos a enxada quanto a trazemos em nós, no tocante à faculdade mediúnica, ferramenta utilizada pelos Espíritos que, para ser bem operada, precisa estar em boas condições de uso, o que ressalta nossa responsabilidade.

Como dessa vez não precisamos dividir a turma em subgrupos, passamos logo à partilha, quando Ilca, tomando a palavra, fez referência ao programa Globo Repórter exibido na noite anterior enfocando a cultura religiosa do Nepal: "O que vi lá é o que fazemos aqui", disse ela. Falando em seguida, Railza voltou a afirmar sua discordância quanto à afirmativa de Emmanuel e à repetição da Coordenação, ponderando que "nossa grande dificuldade é dizer que somos humanos". Ela disse associar o entendimento à existência: "Meu problema é existir", explicou, acrescentando trazer consigo a bagagem da compreensão: "Sou eu e minha história; a depender da situação minha compreensão pode mudar". Segundo ela, o pensamento do Espírito Emmanuel "é demasiadamente intelectualizado para mim", uma vez que "minha verdade é a que consigo expressar, moldada pelos valores recebidos dos mais velhos, procurando não invadir o espaço do outro, mesmo algumas vezes atropelando-os, porque sou humana!", frisou, salientando que seu mentor espiritual - "E não é um só, é uma equipe!" - "deve ter muito trabalho comigo!"
Fernando começou relatando sua recente dificuldade com a memória e em razão disso adquiriu o hábito de escrever o que não quer esquecer. Com esse costume, chegou, outro dia, à conclusão de que já sabe o que quer: "Eu quero ser um espírita autêntico, assimilar a Verdade e ser espírita de verdade!", afirmou, acrescentando esperar não descambar outra vez pelos descaminhos; "mas agora eu sei o que quero!" Por sua vez, Regina também recordou um programa de TV em que se debatia a questão da felicidade, a qual, segundo um filósofo, consistia em sentar-se sob uma jabuticabeira e deliciar-se com as jabuticabas. Como não encontrasse jabuticabeiras, ela tentou ser feliz comendo mangas sob uma mangueira carregada de frutos maduros e o resultado, desastroso para ela, foi uma reação alérgica que a deixou toda empolada. Ela também se valeu da tríade da Benfeitora Joanna de Ângelis (humanizar, espiritizar e qualificar) para relatar episódio vivenciado numa clínica onde reclamara do atendimento.
(Neste ponto, a Coordenação interveio para tentar explicar o significado de "humanizar" na tríade citada, considerando que, se somos humanos, não estamos devidamente humanizados, por sermos recém-saídos da experiência na fase evolutiva anterior, a animal, o que responde pelo império dos instintos sobre nossa condição, levando-nos a mais reagir por impulso que agirmos por reflexão; somente quando colocarmos os dois pés na humanidade é que nos humanizaremos, sendo este o esforço a que somos chamados a fazer na atualidade de nosso percurso no rumo do aperfeiçoamento espiritual.)
Roberto ressaltou certa experiência de regressão a vidas passadas feita nos Estados Unidos, na qual o "sujeito" reviveu 38 reencarnações e em todas viu-se prejudicado pelo orgulho. "Essa é a complexidade do ser humano", disse, salientando que, por trabalhar com protestantes (evangélicos!) e atravessar um período de enfermidade, estes costumam receitar-lhe tratamentos baseados na leitura da Bíblia; no entanto, segundo afirmou, sua visão de mundo clarificada pelo Espiritismo não o faz crer que a vida das pessoas esteja toda descrita e alicerçada no chamado "livro santo" dos cristãos, como querem os protestantes.
"O que nos diferencia?", perguntou Eliene ao iniciar sua fala, focada na intervenção da Coordenação: "Se temos um pé na condição animal e não desenvolvemos nossa humanidade, é que nos preocupamos com o outro e esquecemos de nossa vida, na transitoriedade na Terra; ocupamo-nos em ver os defeitos dos outros, não os procuramos para elogiá-los; ou então mostramos algo que nós não somos." Isabel, aparentemente estimulada pelas palavras de Regina, também reportou-se à questão da felicidade, que para ela são os momentos vividos com plenitude; um desses, segundo afirmou, foi quando, em Porto Seguro, degustou pitangas tiradas do pé - "Foi inesquecível!"; outro momento é o da experiência na condução do grupo Encontro com Jesus, da Cobem, ao lado de duas companheiras, encontrando muito material humano para refletir acerca do próprio comportamento, observando os erros e acertos de sua vida...
Edward observou que em O Livro dos Espíritos o filósofo Sócrates é citado quando os Espíritos Superiores informam a Allan Kardec quanto ao meio mais prático de se atingir a perfeição: "Um sábio da Antiguidade já vos disse: conhece-te a ti mesmo!", o que levou nosso companheiro a indagar sobre qual seria o primeiro passo na direção do autoconhecimento. Em resposta, a Coordenação realizou uma dinâmica de grupo voltada para a reflexão quanto ao fato de, no processo de autodescoberta, pouco estarmos focados em nós mesmos, apontando, em seguida, já termos o conhecimento de sete informações sobre nós mesmos (além do próprio nome), mas sem delas estarmos convictos: 1 - somos espíritos; 2 - somos espíritos encarnados; 3 - somos espíritos reencarnados; 4 - somos espíritos imortais; 5 - somos espíritos criados por Deus; 6 - somos espíritos em transformação; e 7 - somos espíritos em trânsito no planeta.
A seu turno, Quito reparou que "estamos o tempo todo estudando os sentimentos" e que ninguém está coagido a participar do Grupo, mas o fazemos por escolha própria; "Uma energia de fraternidade" nos congrega, disse ele, observando que nossos encontros semanais se dão porque "esperamos sair melhores do que entramos, mas enquanto houver a dificuldade de se ser lá fora o que vivenciamos aqui não encontraremos a plenitude da paz". Só então, completou, aprenderemos a nos conhecer, passando a ser mais fortes; "Precisamos perseverar no que fazemos aqui, expondo ideias e sentimentos; não precisamos ser espíritas e trabalhar somente na Casa Espírita, lá fora temos muito mais oportunidades e sem perseverança e disciplina não sairemos de onde estamos, agindo só na superficialidade".
Por fim, Cristiano, também relatando um episódio acerca de sua experiência pessoal e familiar, considerou que nessa ocasião disse aos filhos não ser um super homem, pedindo-lhes que observassem seus erros; assim aconteceu, uma vez, quando ele viu-se agindo animalescamente, como disse, e seus filhos, então, lhe reafirmaram o amor incondicional; hoje, observou, vê-se como o verdadeiro espírita descrito por Allan Kardec, esforçando-se ao máximo para melhorar: "Embora muitas vezes eu falhe, continuo persistindo".

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