domingo, 19 de dezembro de 2010

Despedida


Como sói acontecer em grande parte das casas espíritas, ao final do ciclo de estudo os grupos esvaziam e assim o "Jesus de Nazaré" fez sua última reunião do ano com apenas 14 participantes, além dos três coordenadores. Os presentes foram Isabel, Ilca, Iva, Regina, Railza, Eliene, Edward, Valquíria, Waldelice, Marcos, Magali, Lígia, Fernanda e Egnaldo. Alguns dos ausentes justificaram-se com a ida ao médico, enfermidade e viagem.
A atividade desenvolvida versou sobre a trajetória moral/espiritual do doutor da lei Saulo de Tarso, que após seu célebre encontro com o Cristo promoveu sua adesão incondicional ao Cristianismo, transformando-se radicalmente a partir da pergunta "Senhor, que queres que eu faça?".
A parte prática do seminário, conduzido pela coordenadora Creuza Lage, pedia que as pessoas escrevessem tal pergunta em cada canto da folha de papel distribuída e dobrada em quatro, complementada pelos seguintes adendos: (Senhor, que queres que eu faça) na minha família?; no meu trabalho?; na minha vida afetiva?; e na Cobem?
Junto a tais reflexões, também se propôs uma avaliação ao grupo no sentido de se identificar "o que fazer para tornar o Jesus de Nazaré mais produtivo?".

À hora da partilha, colhemos estes depoimentos acerca do último questionamento:

Lígia - assiduidade, compromisso com o trabalho, tempo para estudo e disciplina;
Eliene - harmonia, disciplina, pontualidade, autenticidade ("cada um ser o que é"), solidariedade, rotatividade na Coordenação;
Edward - mais empenho, mais abertura e receptividade ante as lições, comprometimento com a mudança, mais estudo, criatividade e dinamismo das ideias;
Valquíria - compromisso e comprometimento para mais dinamismo no grupo a partir dos estudos prévios, sair da "zona de conforto", mais solidariedade com a Coordenação.

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O seminário deveria propor outras quatro questões para reflexão, o que fazemos agora, a título de sugestão para aproveitamento das "férias". De acordo com a elaboração do trabalho, os questionamentos seriam dados sem as respostas, que igualmente disponibilizamos com o fito de colaborarmos para o aprofundamento das reflexões:

* Que fazer para adquirir a compreensão perfeita dos desígnios do Cristo?
- AMA!

* Como fazer para que a alma alcance tão elevada expressão de esforço com Jesus?
- TRABALHA!

* Que providências adotar contra o desânimo destruidor?
- ESPERA!

* Como conciliar as grandiosas lições do Evangelho com a indiferença dos homens?
- PERDOA!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Fim de uma etapa



Nesta sábado, 18 de dezembro, realizaremos seminário para marcar nosso último encontro do ano, predispondo-nos a reencetar a marcha rumo ao autoconhecimento mediante o compromisso com o Cristo em 2011.
O seminário deverá recordar-nos a pergunta de Jesus à mãe dos filhos de Zebedeu ("Que queres?"), a partir do aprofundamento do questionamento feito pelo doutor da lei Saulo de Tarso ao Cristo, no caminho de Damasco: "Senhor, que queres que eu faça?"
Tal pergunta, sobre a qual devemos meditar todos os dias, é cada vez mais atual e nos chama ao entendimento de nossa condição de servidores e de discípulos daquele que se nos apresenta como guia e modelo de perfeição para a Humanidade.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Convite ao serviço abnegado

O trabalho do sábado, dia 11, começou com um pequeno ritual do lava-pés, feito pelos coordenadores, para simbolizar o sentido da lição sobre os versículos 24 a 28 do capítulo 20 do Evangelho de Mateus ("Os chefes devem servir", conforme A Bíblia de Jerusalém).
Fizeram-se presentes Iva, Fernanda, Fernando, Ilca, Lígia, Valquíria, Egnaldo, Regina, Waldelice, Carminha Sampaio, Roberto, Quito, Railza, Isabel, Sinedite (que não ficou), Cláudia (que saiu depois para outra reunião), Edward e MArilene, além de um visitante, Marcos.
Feito o lava-pés, procedeu-se à leitura da passagem evangélica e inquiriu-se das pessoas qual o sentimento experimentado ante o ritual em razão do texto, dando a palavra a apenas cinco delas:
Regina salientou a alegria, dizendo que a água em seus pés foi um bálsamo que lhe provocou uma gostosa sensação de alívio.
Egnaldo acusou também uma sensação agradável.
Waldelice, igualmente, sentiu conforto, recordando a época em que Jesus procedeu dessa forma com seus apóstolos, dando exemplo de humildade para nós.
Iva sentiu-se feliz por participar desse banquete, razão pela qual demonstrou seu agradecimento.
Railza, também ressaltando o exemplo de humildade, declarou sentir-se privilegiada.
O visitante Marcos pediu a palavra para salientar ainda a lição de humildade.

Depois, os participantes constituíram os subgrupos para comentar esta consigna: "Tenho me comportado como chefe ou como servidor?"
Após esse exercício, foi distribuído o texto-síntese (abaixo) e, após lido e comentado ainda nos subgrupos, passamos à partilha final.

A respeito, Egnaldo declarou que adora mandar e não gosta de trabalhar em grupo, o que, segundo avalia, pode ser medo de mostrar suas falhas. Railza considerou que exerce o mando sem que o outro perceba, assumindo que nasceu para chefiar, ser o gestor, mas aquele do tipo que escuta, administra os conflitos e aos poucos comanda o grupo, servindo nessa condição. Os demais afirmaram que alternam as duas posições em diversas situações da vida prática, dizendo, por exemplo, serem servidores no trabalho e chefe em casa. Nesse sentido, o visitante Marcos reparou que o próprio Jesus demonstrou em vários momentos ser chefe e servidor ao mesmo tempo.

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Os chefes devem servir

(Mt 20:24-28)

“Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração.” (Jesus)

Para compreendermos a extensão dos ensinamentos de Jesus relativamente ao serviço, é necessário reportamo-nos à humildade como condição indispensável, haja vista que o serviço conforme estabelece o Cristo é o convite à ação fraterna, solidária, desapegada em favor do próximo. Desse modo, o Homem não integralmente evangelizado se verá impossibilitado de ser um efetivo servidor por estar ainda marcado pelo orgulho, chaga esta que vem a ser a antítese da humildade. “As pessoas, embora possuindo grande inteligência, talento e capacidade, se não são amáveis e educadas no falar e no proceder, nada têm a oferecer aos outros”, pondera o Espírito Irmão Jerônimo, mentor do C. E. Deus, Luz e Verdade. Sobre tais pessoas, diz ele que “dificilmente terão êxito na vida”, posto que “o essencial portanto é a verdadeira humildade da alma”.

Existem, efetivamente, mil e uma maneiras de servir ao próximo, exercitando desse modo as virtudes que encontrarão na humildade o seu corolário, como pré-requisito para a prática da verdadeira caridade. Segundo o benfeitor espiritual Emmanuel, “quem já esteja entesourando a humildade não se afaste do orgulhoso, conferindo-lhe, com o exemplo, os elementos indispensáveis ao reajuste”. Nesse propósito de bem servir, o exemplo será sempre o cartão de visitas daquele que pretenda se ornar com os valores do Homem de Bem propagado por Allan Kardec. O Cristo, a esse respeito, é o primeiro nome a ser lembrado e, como guia e modelo da Humanidade, está ainda hoje repetindo seu convite para seguirmos seu exemplo, em cumprimento da regra de ouro: “O que você quer para si mesmo, faça primeiramente ao outro”.

Assim sendo, o modo como pensamos, sentimos, falamos e fazemos deve estar impregnado do efeito desse apelo evangélico, uma vez que todas as nossas ações, nesses quatro aspectos de nossa personalidade, passam a fazer parte de nosso ser. “Não esqueçamos que tudo que falamos fica gravado”, avisa Irmão Jerônimo. “O inconsciente é como um gravador ligado, que guarda na fita não só a voz da pessoa que fala, mas os ruídos que por acaso estejam em volta. Tudo fica armazenado”, diz, apontando em seguida o caminho mais correto a seguir: “Com humildade, teu laboratório mental estará renovado, uma nova luz brilhará e a paz infinita te envolverá em profunda alegria, porque onde há luz não existe sombra”.

Fontes:

Xavier, Francisco Cândido. Fonte Viva (pelo Espírito Emmanuel). FEB.

Santana, Bernadete de Oliveira. Liberta-te (Pelo Espírito Irmão Jerônimo). CEDLV.

Kardec, Allan. O Evangelho Segundo Espiritismo. FEB.

_________. O Livro dos Espíritos. FEB.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O serviço




O trabalho deste sábado, 11 de dezembro, dá prosseguimento à lição evangélica sobre o querer, explorada na semana passada. Desta vez teremos o comentário do evangelista Mateus constante ainda do capítulo 20, agora nos versículos 23 a 28, sob o título, na Bíblia de Jerusalém, de "Os chefes devem servir". Será o último trabalho do Grupo, uma vez que no dia 18 encerraremos as atividades realizando um seminário enfocando os assuntos abordados ao longo do ano.

"Os chefes devem servir - Ouvindo isso (o diálogo entre Jesus, Tiago, João e a mãe destes), os dez ficaram indignados com os dois irmãos. Mas Jesus, chamando-os, disse: "Sabeis que os governadores das nações as dominam e os grandes as tiranizam. Entre vós não deverá ser assim. Ao contrário, aquele que quiser tornar-se grande entre vós seja aquele que serve, e o que quiser ser o primeiro dentre vós, seja o vosso servo. Desse modo, o Filho do Homem não veio apra ser servido, mas pra servir e dar a sua vida em resgate por muitos."


domingo, 5 de dezembro de 2010

Privilégios e necessidades

Pedido da mãe dos filhos de Zebedeu

(Mt 20:20-23)

“Se o plano superior já te permite pisar na Seara Espírita, não te limites à prece.” (Emmanuel)

É próprio da natureza humana, marcada por uma estreita, pequena compreensão de sua natureza espiritual, ansiar pelos privilégios e honrarias, colocando-se o Homem na condição de julgar-se merecedor de todas as benesses a despeito mesmo das necessidades de seus semelhantes. E ainda que o Cristo tenha vindo pessoalmente indicar o caminho mais seguro para se alcançar tais benefícios, o egoísmo, ou seja, o culto de si mesmo empana a consciência de si e o Homem, então, gira seguidamente em torno dele próprio, repetindo experiências até finalmente despertar para a verdade e integrar-se ao pensamento renovador.

A vontade tem papel preponderante nesse processo e por isso o ser precisa estar consciente sempre do que quer, a fim de encontrar-se bem conduzido no caminho que deve percorrer com vistas à própria elevação, que em suma representa a libertação das ilusões da matéria. “O objetivo maior da vida é despertar em cada um de nós os valores que o Pai nos deu para cultivar”, diz o Espírito Irmão Jerônimo [1], mentor do Centro Espírita Deus, Luz e Verdade. Segundo esse orientador espiritual, “muitas pessoas deixaram de ser escravas dos homens. Entretanto, continuam sendo escravas do pensamento, o que é bem pior”. Devemos compreender, então, que ele se refere ao pensamento desagregador, posto que inferior e distante daquele objetivo sublime.

O filósofo Huberto Rohden [3] identifica três espécies de homens: o profano, o asceta e o espiritual. Do primeiro, citando Santo Agostinho, diz que “é um cego que corre vigorosamente, mas sem saber para onde – magni passus extra viam, grandes passos... fora do caminho”. O asceta, por seu turno, “é um vidente que, paralisado de medo, prefere recolher-se a uma caverna, longe das maldades do mundo”. Já o homem espiritual “é um vidente que anda seguro e firme nos caminhos do mundo profano, sem de profanar, mas irradiando para seus semelhantes a luz da sua vidência e a força da sua santidade”.

Vemos aí o que pode ser o querer do homem enquanto realiza sua ascensão espiritual, que é algo além do desejo que marca a fase inicial da evolução dos seres e deve se aproximar do esforço consciente que chamamos aspiração, para a realização do reino de Deus no próprio coração, conforme nos convida o Cristo. Ainda segundo Rohden [2], esse algo além é o dever, a que o homem profano foge trocando-o pelo prazer. “O querer o prazer é do ego”, ressalta o filósofo, apontando para um conflito entre querer e dever, “porque o homem não harmonizou ainda o seu ego externo com o seu Eu interno”. Para Rohden, “enquanto o querer do ego está em conflito com o dever do Eu, o homem é infeliz, e tenta sufocar sua infelicidade com toda espécie de prazeres e paliativos”.

Fontes:

1. Santana, Bernadete de Oliveira. Querer é Poder (pelo Espírito Irmão Jerônimo).

2. Rohden, Huberto. A Experiência Cósmica. Martin Claret.

3. ___________. Profanos e Iniciados. Alvorada.


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O texto acima sintetizou o trabalho do último sábado (4 de dezembro) no Grupo Jesus de Nazaré, embora a participação numérica estivesse abaixo do esperado. As pessoas só chegaram efetivamente após o início das atividades, razão pela qual a Coordenação teve que fazer alteração no roteiro. Estiveram presentes, além dos três coordenadores, Ormalinda, Lígia, Bonfim, Eliene, Iva, Ilca, Roberto, Magali, Waldelice, Maria do Carmo Sampaio, Fernanda, Regina, Faraildes, Maria do Carmo Brandão, Egnaldo, Edward, Marilene e Valquíria.

Ao chegar, cada um recebia um cartão com a frase "Que queres?" para reflexão silenciosa. Após a prece, seguida da leitura da passagem evangélica, todos os presentes, que até então eram poucos, puderam externar seu querer e depois, primeiro em duplas e, com a chegada dos demais, nos subgrupos, comentaram esta consigna: "Que lugar você ocupa ao lado de Jesus?"




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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Os quereres


Em sua composição "O quereres", Caetano Veloso canta a "bruta flor do querer" (Ah! Bruta flor, bruta flor). Talvez seja útil meditar na expressão do poeta para compreendermos o tema da lição de nosso trabalho neste sábado, 4 de dezembro, quando vamos explorar o "Pedido da mãe dos filhos de Zebedeu" (Mt 20:20-23):

Então a mãe dos filhos de Zebedeu, juntamente com os seus filhos, dirigiu-se a ele, prostrando-se, para fazer-lhe um pedido. Ele perguntou: "Que queres?" Ao que ela respondeu: "Dize a estes meus dois filhos se assentem um à tua direita e outro a tua esquerda, no teu Reino". Jesus, respondendo, disse: "Não sabeis o que estais pedindo, Podeis beber o cálice que estou para beber?" Eles responderam: "Podemos". Então lhes disse: "Sim, bebereis de meu cálice. Todavia, sentar à minha direita e à minha esquerda, não cabe a mim concedê-lo; mas é para aqueles aos quais meu Pai o preparou".

domingo, 28 de novembro de 2010

Das paixões

O texto abaixo sintetiza a atividade que tivemos no sábado, 27 de novembro, explorando o tema "Terceiro anúncio da paixão" (Mt 20:17-19), oportunidade em que praticamente todo o grupo estava reunido - somente a coordenadora Creuza Lage não pode estar presente. Compareceram Fernando, as duas Marias do Carmo - a Sampaio e a Brandão -, Faraildes, Waldelice, Magali, Edward, Bonfim, Eliene, Iva, Egnaldo, Ormalinda, Valquíria, Simão, Vanesca, Ilca, Fernanda, Francisco Faraday (Quito), Roberto, Regina, Cláudia, Isabel, Marilda, Lígia e Railza, afora os coordenadores Maria Luiza e Francisco Muniz. Ao final chegou Marilene, mas para dar um aviso sobre um evento que a Cobem promove e realizará no próximo domingo, 5 de dezembro.

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O terceiro anúncio da paixão

(Mt 20:17-19)

“Eu vim para por fogo no mundo e tenho pressa que ele se acenda.” (Jesus)[4]

O grande objetivo da vinda do Cristo ao mundo, como deixou explícito na totalidade de seus ensinamentos, especialmente nas parábolas, era mostrar aos homens o caminho mais eficaz para nossa transformação íntima e assim nós mesmos alcançarmos nosso objetivo: a felicidade plena pela comunhão com o Pai, o Criador – Deus. Nisso consistia a paixão de Jesus, conforme se depreende do ensinamento da epígrafe acima.

Era desejo do Cristo fazer com que entendêssemos essa paixão e dela façamos o ideal de nossas vidas, ao nos convidar para a construção do Reino de Deus no próprio coração, através dos esforços conscientes no sentido do auto-aperfeiçoamento, representando o retorno à fonte criadora da qual todos procedemos. “Em realidade, o reino de Deus só pode integrar o coração do discípulo mediante sua transformação mental, se ele vai além da razão (nenhum apelo ao irracional, mas ao ultrarracional). Esta necessidade imperiosa de retorno a Deus integra a essência da parábola do Filho Pródigo: foi a mudança nele operada internamente que o fez retornar à casa de seu pai. Não basta, pois, que o discípulo ouça o chamado do Pai: faz-se necessário dar uma resposta positiva ao chamado." [3]

Para chegar a tal entendimento, contudo, deve o homem vencer sucessivas etapas de aprimoramento, amadurecendo sua alma, de acordo com os impositivos da evolução para só então ele viver sua paixão consoante os apelos do Cristo. É então que ele experimentará três condições distintas em sua jornada de crescimento, pelas sucessivas encarnações: 1 – a de não cumprir a vontade de Deus porque não gosta; 2 – a de cumprir essa vontade, embora não goste; e, por fim, 3 – a de cumpri-la porque gosta. Nesta última fase “desponta a alvorada do espírito, a visão da Realidade total e panorâmica, onde o homem realiza a mais gloriosa síntese das duas antíteses: ama a lei, cumpre a lei de Deus com gosto e delícia, encontra supremo prazer no
cumprimento de seu dever, que é a vontade de Deus”. [2]

É necessário, pois, abraçar o ideal libertador com convicção, convertendo-se ao poder renovador da Verdade integral, abandonando as paixões desagregadoras, porque ligadas ao plano inferior da compreensão humana, e vivendo enfim a Paixão que eleva, educa e transforma. Mas essa paixão elevada também implica em sofrimento, sacrifício, num grau superlativo três vezes superior à capacidade de entendimento do Homem, razão pela qual Jesus exigira de Pedro uma tripla
confirmação de seu amor. No entanto, “quando se sofre livremente, por amor a um grande ideal, o sofrimento perde o seu mais profundo amargor; realmente amargo é somente o sofrimento quando sofrido estupidamente, á toa, sem se saber por que, sem nenhuma finalidade superior. Todo sofrimento, físico ou moral, realizado à luz de uma grande missão, de um ideal sublime, é uma doce amargura, é um jugo suave e um peso leve”. [1]

Até lá, o Homem se rebelará a tais impositivos ou, valendo-se dos artifícios da fé ainda cega, será capaz de utilizar muletas em sua dura caminhada em direção ao Amor libertador do Pai, a única forma de garantir-lhe melhores dias no mundo ou fora dele. Que ele, então, “use suas muletas enquanto lhe forem necessárias nessa longa jornada – mas não se esqueça de que elas são um meio, e não um fim em si mesmas. Bem sei que é melhor andar de muletas do que ficar estendido à beira da estrada. Nada tenho contra essas muletas; tolero-as enquanto necessárias – estou interessado unicamente em ajudá-lo a adquirir saúde perfeita, em encher de vigor espiritual sua alma. No dia e na hora em que meu ignoto amigo tiver adquirido essa saúde e esse vigor, não lhe darei ordem para jogar fora as suas muletas – porque o amigo já as terá abandonado espontaneamente e correrá jubilosamente nos caminhos do reino de Deus”. [2]

Fontes:

1. Rohden, Huberto. Sabedoria das Parábolas. Martin Claret.

2. ____________. Profanos e Iniciados. Ed. Alvorada

3. Souza, Élzio Ferreira de. Pérolas no Fio (pelo espírito Yogashiririshnam). Círculo
Espírita da Oração.

4. A Bíblia de Jerusalém. Ed. Paulinas

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O trabalho começou com a leitura do texto evangélico, na qual se enfatizou a palavra "paixão", após o que cinco pessoas puderam falar do sentimento suscitado no momento em que ouviam/liam as palavras pronunciadas por Jesus: Walquíria experimentou tranquilidade e confiança, compreendendo na lição a certeza da continuidade da vida; Regina observou ansiedade, ante a perspectiva da morte, quando se teria então uma última oportunidade; Isabel referiu-se à coragem e à confiança, em vista de algo bom que aconteceria (a ressurreição); Iva declarou o sentimento de gratidão e louvor a Deus; e Eliene percebeu a renúncia e entrega.

Em seguida, formaram-se os subgrupos para reflexão e comentário em torno desta consigna: "Que é para mim e para Jesus a paixão?", levando os componentes a refletirem acerca das diferenças entre uma condição e outra. Após esse exercício, que durou 15 minutos, distribuiu-se o texto-síntese, pedindo-se que eles identificassem as lições encontradas. As conclusões foram depois partilhadas pelos representantes de cada equipe, antes que a palavra fosse franqueada a quem quisesse comentar.

Fernanda, falando pelo subgrupo 1 (mais Isabel, Cláudia e Vanesca), declarou que "nossa paixão impulsiona o crescimento espiritual rumo ao aprimoramento" proposto por Jesus.

Edward, representante grupo formado com Fernando, Railza, Magali e Quito, lembrou que "nosso amor é condicional, ao passo que o Cristo prega a incondicionalidade do amor ao próximo; ainda padecemos com as perdas, a dor e o sofrimento; o Cristo é referência para o conhecimento da imortalidade da alma".

Roberto (com Ilca, Marilda e Simão), por sua vez, ponderou acerca da "paixão de fazer", concluindo que "falta-nos a capacidade do Cristo", razão pela qual o Homem encontra-se num "nível menor".

Waldelice, porta-voz de Carminha Sampaio, Faraildes, Walquíria e Carminha Brandão, disse que Jesus nos "deixou o fogo de nossa transformação espiritual e estamos nesse caminho, apesar das dificuldades".

Regina (Egnaldo e Lígia) observou que "não temos objetividade ainda, só com o aperfeiçoamento, mais purificados, poderemos deixar as (...) e assim estarmos prontos para entender e alcançar o reino de Deus".

Eliene, integrante do grupo de Bonfim, Iva e Ormalinda, revelou que "nossa paixão é terrena e enquanto a vivermos não nos daremos conta do que seja a verdadeira paixão, daí nossa dificuldade de cumprir as determinações". Segundo observou do texto-síntese, "estamos nos três fases do crescimento evolutivo simultaneamente, fazendo pequenos esforços para crescer", apontando para a "necessidade de discernimento para vivermos a paixão de Jesus, manifestando desprendimento e amor".

Os comentários extras vieram de Railza e Iva. A primeira disse, dentre outras coisas, que a paixão corresponde tanto à entrega quanto ao sofrimento, enquanto Iva esclareceu que Jesus veio resgatar o espírito da matéria: "Estamos aqui para crescer através da matéria, galgar a escala evolutiva - é da lei de Deus. Para tanto, exige-se um esforço de nossa parte, pois não é fácil dobrar o espírito".

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Folga


No próximo sábado, 20 de novembro, o "Jesus de Nazaré" não terá atividades, em razão do Encontro Estadual de Espiritismo, para o qual se pede a participação de todos os integrantes em condições de fazê-lo. Agendamos novo encontro para o dia 27, abordando o "Terceiro anúncio da paixão", conforme consta do Evangelho de Mateus em seu capítulo 20, versículos 17 a 19:

"Quando estavam para subir a Jerusalém, ele tomou os Doze a sós e lhes disse, enquanto caminhavam: 'Eis que estamos subindo a Jerusalém e o Filho do Homem será entregue aos chefes dos sacerdotes e escribas. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos gentios para ser escarnecido, açoitado e crucificado. Mas no terceiro dia ressuscitará'".

Quando o trabalhador está pronto...

Com a participação de 14 pessoas (Carminha Sampaio, Carminha Brandão, Simão, Vanesca, Isabel, Faraildes, Ormalinda, Bonfim, Iva, Roberto, Fernando, Marilene, Ilca e Marilda) inicialmente - fora os três coordenadores -, o trabalho começa com a leitura da parábola dos trabalhadores da vinha (Mt 20:1-16), após a prece. Em seguida, os subgrupos se formam para comentar as pesquisas feitas sobre o tema ao longo da semana e interpretar a lição evangélica (chegam Waldelice, Cláudia e, um pouco mais tarde, Edward).
Após esse momento, o grupo é exortado a ponderar sobre os seguintes pontos observados na parábola: a questão da justiça; a dificuldade de viver segundo regras; e a antiguidade como prerrogativa, respondendo também esta indagação: em que momentos sou o último e em quais sou o primeiro?
À hora da partilha, fizeram pronunciamentos Marilene, Roberto, Ormalinda, Isabel, Waldelice, Simão, Carminha Sampaio e Creuza.
Por fim, foi distribuído o texto-síntese da atividade, como segue:

Os últimos serão os primeiros

Os "últimos", a princípio, são aqueles que chegaram depois á realização das tarefas que lhes competiam, enquanto se pensa que os "primeiros" são os que se adiantaram na jornada. No entanto, muitos desses "primeiros" se encontram na contemplação de si mesmos e ocupados com seus interesses imediatistas, ao passo que os "últimos", tendo observado as lições do caminho, agora podem aproveitar o resultado de seu aprendizado.
Esses já não têm o mal no olhar e não se dedicam a comprar-se aos irmãos ainda incompreensivos e voltados às paixões perturbadoras quais o ciúme, a inveja e a usura que os fazem pequenos e desmerecedores das recompensas do trabalho.
Os "últimos", portanto, inquietam-se ante a ociosidade e anseiam por serem contratados para a atividade proveitosa na Vinha. Pois não é dito que quando o trabalhador está pronto o trabalho aparece? Assim será com todo aquele que, chamado à execução de suas atribuições evolutivas, não se descuidar da tarefa e fizer vale a oportunidade recebida.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Hora de trabalhar

Neste sábado, dia 13 de novembro, vamos continuar trabalhando a lição do desprendimento, agora interpretando a "Parábola dos trabalhadores da vinha", conforme o capítulo 20, versículos 1 a 16 do Evangelho de Mateus:

Pois o reino dos céus é semelhante a um homem, Senhor da Vinha, que saiu desde a madrugada para contratar trabalhadores para sua vinha.
E tendo contratado com os trabalhadores um denário por dia, enviou-os para sua vinha.
E tendo saído cerca da hora terceira, viu outros que estavam ociosos em pé na praça,
e disse-lhes: "Ide também vós também para a vinha, e vos darei o que for justo". E eles foram.
Novamente saiu cerca da hora sexta e da nona, e agiu da mesma forma.
E saiu cerca da undécima hora, e achou outros que lá estavam, e disse-lhes: "Por que estacionais aqui desocupados o dia todo?"
Disseram-lhe: "Porque ninguém nos contratou". Disse-lhes : "Ide vós também para a vinha".
Chegando a tarde, disse o dono da vinha a seu capataz: "Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, começa pelos últimos até os primeiros".
E chegando os da undécima hora, receberam um denário cada um.
E vindo os primeiros, julgaram que receberiam mais, mas receberam um denário também eles.
E ao receber, murmuraram contra o Senhor da Vinha, dizendo:
esses, os últimos, trabalharam uma hora e tu os trataste como a nós, sofredores do peso do dia e do calor.
Respondendo, ele disse a um deles: "Companheiro, não te faço injustiça; não contrataste comigo um denário?
Toma o que é teu, e retira-te; eu quero dar a este último tanto quanto a ti;
ou não me é lícito fazer dos meus bens o que quero? Ou teu olho é mau, porque eu sou bom?
Assim os últimos serão primeiros e os primeiros, últimos."



segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Desprendimento

Quando o Cristo declarou que conhecendo a Verdade nos tornaremos livres, certamente quis dizer que precisamos saber que somos espíritos imortais originários de um mundo bem diferente deste que pensamos ser o nosso – o mundo material. “Estais no mundo, mas não pertenceis a ele”, disse Jesus um dia, chamando-nos ao entendimento de que a realidade que devemos ter em consideração precipuamente é a do espírito, posto que essencial. A outra realidade que nos fere os sentidos e por isso nos produz a ilusão de verdade, a física, é apenas circunstancial, isto é, transitória, passageira. Imperioso se faz, portanto, que despertemos o quanto antes para o conhecimento de nós mesmos compreendendo nossa natureza mais íntima e assim nos esforçarmos para vencermos a forte vinculação com o elemento material que nos confunde a percepção.

Não por acaso, Allan Kardec era um educador e imprimiu essa sua condição à doutrina que codificou, por inspiração do Alto, evidentemente, a fim de nós, os profitentes do Espiritismo, termos meios seguros de nos reeducarmos, assegurando as consequências felizes desse trabalho. Como uma dessas "recompensas prometidas" podemos relacionar a liberdade mesma, em lembrança das palavras do Cristo a respeito do conhecimento da Verdade. A prisão da matéria desaparecerá quando vivermos de acordo com nossa condição de "filhos do Universo, irmãos das estrelas e árvores". Desvinculados da ilusão material e reeducados mental e emocionalmente, estaremos livres da tendência aos erros e da própria imperfeição, assumindo de uma vez por todas a túnica de colaboradores de Deus e dos bons Espíritos na Obra da Criação.


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Esse texto sintetizou o trabalho desenvolvido no sábado, dia 6, permitindo profundas reflexões por parte dos integrantes do "Jesus de Nazaré", que foram divididos em dois subgrupos em razão do número reduzido. O primeiro contou com Bonfim, Valquíria, Iva, Faraildes, Carminha, Waldelice e Eliene. O outro, com Isabel, Roberto, Regina, Egnaldo, Fernanda e Marilene. Dentre os coordenadores, somente Creuza não se fez presente.


quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Das recompensas



"Recompensa prometida ao desprendimento" é o tema do trabalho do próximo sábado, dia 6 de novembro, no Grupo Jesus de Nazaré, a partir da narrativa de Mateus 19, 27-30:

Então Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que nós deixamos tudo, e te seguimos; que receberemos?

E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel.

E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna.

Porém, muitos primeiros serão os derradeiros, e muitos derradeiros serão os primeiros.


Como nas vezes anteriores, os participantes do estudo devem pesquisar possibilidades de interpretação na bibliografia sugerida, a fim de subsidiar os comentários que advirão.

Possuir ou ser possuído

Possuir algo sem ter a devida consciência do que isso representa é, na verdade, deixar-se possuir, conforme entendem autores espiritualistas como Huberto Rohden, para quem "não se pode possuir o mundo de Deus sem o Deus do mundo". A história espiritual do Homem é repleta de exemplos e lições nesse sentido e, para preservá-lo desse perigo, diversos emissários do Alto têm vindo à Terra alertar-nos quanto ao apego e ao abuso dos bens materiais, tanto quanto dos espirituais, que nos são concedidos por empréstimo divino com a finalidade de nos utilizarmos deles para o bem-estar coletivo, que resultará em crescimento espiritual para todos, especialmente para o detentor dos recursos da Divindade.
O apego, o mau uso e a indiferença quanto aos meios de elevação que a Providência nos concede são o perigo das riquezas de que fala o evangelista Mateus (Mt 19:23). O Espiritismo vem reforçar os avisos misericordiosos do Alto ao nos relembrar a parábola de Lázaro e o rico. Por possuirmos tantos bens - e não se trata unicamente do dinheiro e outros similares tesouros da Terra - e não atentarmos para as consequências advindas dessa responsabilidade, comportamo-nos como administradores infiéis e por isso seremos cobrados pelas divinas leis, até resgatarmos "até o último ceitil".

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A distribuição do texto-síntese acima finalizou o trabalho realizado no último sábado, 30 de outubro, sobre "O perigo das riquezas", com expressiva participação dos integrantes do JN, apesar do feriadão. Estávamos presentes, além dos coordenadores, Fernando, Railza, Isabel, Regina, Ilca, Marilda, Carminha, Faraildes, Quito, Valquíria, Cláudia, Edward (Jr.), Marilene, Magali, Eliene e Roberto.

A despeito dessa representatividade, foram formados apenas três subgrupos, nos quais os componentes passaram a comparar as pesquisas previamente realizadas e depois, na segunda parte da atividade, tiveram de relacionar, numa folha de papel, as riquezas que cada um conseguiu identificar sob sua posse e indicar o uso feito delas. Em seguida procedeu-se à partilha dos comentários.

Quanto à primeira parte:

Segundo Jr., necessitamos da riqueza para a sobrevivência material: o mau uso está no apego e no mau uso, razão pela qual precisamos trabalhar o desapego e o desprendimento para superarmos esse perigo;

Roberto colocou as questões materiais em contraposição à realidade do espírito;

Valquíria, inspirada em C. T. Pastorino, falou da diferença entre as pobrezas efetiva e afetiva, acrescentando haver muitos pobres apegados às coisas materiais e ricos desprendidos;

Referente à segunda parte:

"Procuro fazer valer as dádivas recebidas, como a família, lutando para vencer as más inclinações", disse Fernando;

Eliene ressaltou o amor por si mesma, o amor à Doutrina, aos filhos, aos amigos e ao trabalho profissional; a este último, porque é onde pode por em prática seu aprendizado espiritual com mais intensidade, conforme explicou;

Faraildes e Marilda também usaram a palavra e enfatizaram a necessidade da fé, tanto em Deus quanto nas pessoas.

Carminha salientou que as imperfeições a impedem de seguir Jesus integralmente, imperfeições essas que Marilene diz trabalhar para viver melhor.

Isabel e Valquíria lembraram do lar e dos amigos, além da capacidade de perdoar.

Antes de se retirar para uma reunião, a coordenadora Creuza Lage propôs uma reflexão, indagando por que só focalizamos o que é negativo. A riqueza, disse ela, é neutra em si mesma, o uso (bom ou mau) ou não uso dela é que faz a riqueza se tornar pobreza para nós. "Precisamos avaliar melhor nossas conquistas", finalizou.

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GRUPO HEI DE VENCER

Edward Junior, Magali, Fernando, Francisco Faraday e Railza.

Mateus (19 v. 24)

E outra vez vos digo que é mais fácil um camelo passar pelo fundo duma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus.

Consenso do Grupo

Podemos opinar que quando é difícil um rico entrar nos Reino dos Céus, não se trata do rico propriamente dito, ou seja, o rico com as suas riquezas. Pois não é a riqueza que desviará o homem para o mundo profano; mas sim, a sua falta de consciência quanto às suas riquezas. O homem tendo consciência das suas riqueza materiais, ou seja, ele estando vigilante das suas ações quanto aos seus afazeres aqui na Terra, havendo discernimento no que deve e não deve fazer, ele estando nas referências das Leis Divinas, o homem pode em sua íntegra dirimir o seu conhecimento em ações e práticas das suas riquezas materiais em favor do próximo, dos seus familiares, amigos, ajuda aos infortúnios, atendendo às necessidades da sociedade conforme o seu orçamento. Porém, se o homem, não estando em sua sã consciência, e tendo aquisição de riquezas materiais, ele poderá a empreender o seu dinheiro de forma ilícita, sendo seduzido pelo jogo das paixões terrenas, seduções de todas as vertentes, tentações do seu orgulho e egoísmo e aplicando de forma equivocada os seus bens materiais; podendo, em algumas situações estacionar ou se desgarrar por caminhos tortuosos. Contudo Deus, Grandeza Onisciência, Onipotência e Onipresença é Eterno e Sempre Misericordioso para com o seu filho pródigo. Riquezas materiais: possibilidades do homem íntegro a empreender negócios para a sociedade e a ele mesmo na sua qualidade de vida e, substituindo o seu supérfluo para uma necessidade do nosso próximo.




quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O perigo das riquezas



O texto de Mateus 19:23 fala-nos do perigo das riquezas, tema do próximo encontro do "Jesus de Nazaré":

Naquele tempo, Jesus disse aos discípulos: “Em verdade vos digo, dificilmente um rico entrará no reino dos Céus. E digo ainda: é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus”. Ouvindo isso, os discípulos ficaram muito espantados, e perguntaram: “Então, quem pode ser salvo?” Jesus olhou para eles e disse: “Para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é possível”.

domingo, 24 de outubro de 2010

O tesouro de cada um

Analisar e depois partilhar nos subgrupos o entendimento desta frase do texto evangélico - "Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro no céu" - constituiu o início da segunda parte dos trabalhos deste sábado, 23 de outubro, no âmbito do "Jesus de Nazaré".
Após isso, toda a turma foi dividida em três grupos e cada um ficou incumbido de examinar estas questões:
1 - O que me falta para ter um tesouro no céu?
2 - Que bens eu preciso vender e dar para ter um tesouro no céu?
3 - O que é ter um tesouro do céu na Terra?

Estávamos presentes, além dos coordenadores Francisco e Maria Luiza (Creuza cumpria atividades na Federação Espírita), Egnaldo, Iva, Marilene, Marilda, Waldelice, Faraildes, Carminha, Valquíria, Roberto, Simão, Ilca, Magali, Railza, Fernando, Quito, Fernanda, Cláudia e Vanesca, mais o visitante Egnaldo Jr.

Aberta a partilha, Fernando, falando pelo grupo 1, declarou ser neutro o tesouro, que se conquista pelo serviço/trabalho em benefício do próximo, que é o caráter do verdadeiro espírita, conforme coloca Allan Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo; Simão (grupo 2), por sua vez, o grau de materialismo presente na sociedade consumista deixa cada vez mais distante a felicidade, produzindo, ao contrário, insatisfação e o culto da aparência; representando o grupo 3, Egnaldo Jr. disse que o tesouro a ser alcançado é tanto o conhecimento quanto a elevação espiritual, que deve ser praticada todo os dias.

Baseando sua fala na leitura de Pastorino, Carminha salientou que gostaria de perder o apego ao corpo e à família, assim como as próprias imperfeições, o que indica que ela, conforme disse, ainda não segue nenhum mandamento...

Roberto comentou que há sete anos, num outro grupo de estudo na Cobem, teve de caminhar descalço pela sala e sentiu imensa dificuldade em se separar dos sapatos, ainda mais quando a tarefa impunha a doação dos calçados naquele momento, com o que não consentiu, porque os seus eram calçados novos! Chegando em casa, caiu na reflexão e decidiu que os calçados já não eram seus e os doou a uma outra instituição de caridade no dia seguinte.

Tomando a palavra, Marilene falou que a vida é oportunidade de aprendizado; comentou o desafio a vencer com Egnaldo; referiu que guardar os mandamentos é conectar-se como divino; ressaltou que busca exercitar diariamente o amor ao Pai, a si mesma e ao próximo; em sua opinião, não tem nada que possa "vender", reconhecendo a próprias imperfeições ("não posso vender o orgulho"), posto que ainda precisa das coisas do mundo.

Egnaldo repetiu o conceito de Marilene sobre o que é a vida e salientou que o "tesouro" é o aprendizado para a conquista da elevação espiritual.

"Cada um tem seu tesouro", segundo Iva, para quem "herdamos as qualidades do Pai, que são sempre positivas, por isso Jesus diz que somos deuses".

Por fim, Valquíria citou diversos conceitos enciclopédicos acerca do que seja a vida e comentou a bênção do crescimento espiritual, que exige muito esforço, renúncia e doação.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O moço rico


O tema do próximo trabalho dá sequência ao capítulo 19 do Evangelho de Mateus, fazendo referência ao "moço rico":


16 Um jovem aproximou-se de Jesus e lhe perguntou: Mestre, que devo fazer de bom para ter a vida eterna? Disse-lhe Jesus:

17 Por que me perguntas a respeito do que se deve fazer de bom? Só Deus é bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos.

18 Quais?, perguntou ele. Jesus respondeu: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho,

19 honra teu pai e tua mãe, amarás teu próximo como a ti mesmo.

20 Disse-lhe o jovem: Tenho observado tudo isto desde a minha infância. Que me falta ainda?

21 Respondeu Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me!

22 Ouvindo estas palavras, o jovem foi embora muito triste, porque possuía muitos bens.


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Os componentes do grupo deverão analisar a seguinte assertiva evangélica: "Mas se queres entrar na vida, observa os mandamentos", para responder, em seguida, a estas questões, na primeira parte do trabalho deste sábado, 23 de outubro:


1 - O que é a vida para você?

2 - O que é guardar os mandamentos?

3 - Quais mandamentos você já consegue viver em sua vida?

domingo, 17 de outubro de 2010

A criança de cada um

Eis o roteiro que seguimos na aula do último sábado, 16 de outubro:

Parte 1.
Colocar brinquedos na sala e pedir que recordem sua infância e vão brincar na sala (15m);
Colocar uma música suave e solicitar que façam um exercício de respiração para se acalmarem; Podem fechar os olhos, se desejarem;
Partilha em dupla sobre a experiência de brincar (5m);
Calmamente procurar os seus grupos;

Parte 2.
Contar a História do Patinho Feio (10m) e expor as consignas:
- Que lembranças da sua infância lhe ocorrem ao ouvir esta história?
- Com qual das personagens dessa história você se identifica? Por quê?
Partilha no grupo (20m;

Parte 3.
Distribuir com cada participante o texto abaixo:

Existem dois tipos de criança interna em você: a ferida e a maravilha

Criança Ferida
Dependência
Agressividade
Narcisismo
Problemas de Confiança
Indisciplina
Repetição de comportamentos
Misticismo e fantasia
Distorções do pensamento
Apatia e depressão
Comportamentos viciados, compulsivos

Criança Maravilha:
Criatividade
Ludicidade
Espontaneidade
Ser Imaginativo
Ser alegre
Brincar
Confiar
Sofrer
Amar
Surpreender
Ter esperança
Aptidão para viver no agora
Para se maravilhar
Para se concentrar

Identifique nas qualidades acima que criança está mais presente em sua vida.
Partilha no grupo 10m;

Parte 4.
Reflexão individual sem partilha;

Consigna:
Lembrem-se do que diz o Evangelho:
"Deixai as crianças e não proibais que venham a mim, porque destas é o reino dos céus. E depois que lhes impôs as mãos, partiu dali. E tomando uma criancinha, colocou-a no meio deles e, abraçando-a, disse-lhes: Quem quer que receba uma criancinha assim em meu nome, a mim me recebe; e quem quer que me receba, não recebe a mim, mas Aquele que me enviou."

Entregue a sua criança que é você mesmo a Jesus. Apresente-a ao Mestre, peça-lhe por essa criança.

Prece final

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Estavam presentes, além dos coordenadores, Lígia, Faraildes, Carminha, Simão, Roberto, Fernando, Railza, Ilca, Marilda, Regina, Cláudia, Vanesca, Magali e Isabel, mais Waldelice e Fernanda, que deixaram a sala em meio ao trabalho para participar de outra reunião.
A partilha contou com comentários de Ilca, Marilda e Regina, que referiram episódios da infância relacionados com a "criança ferida" e a "maravilha", identificando-se com o patinho feio da história.
Simão relembrou sua infância marcada por um caso de obsessão, valorizando o papel representando por sua mãe.
Railza contou fatos de sua infância feliz em Feira de Santana e Cachoeira, quando fez tudo de que tinha e não tinha direito, segundo suas palavras, como na vez em que foi "salva por Jesus" após ter comido, junto com os irmãos, todo o peru da ceia natalina, enquanto os pais assistiam à Missa do Galo. Só não apanhou porque sua avó disse que no natal não se batia nas crianças.
Roberto, que também foi menino no interior, ressaltou que ele e os irmãos faziam os próprios brinquedos, mas reviveu um episódio de rejeição a partir da história do patinho feio, referente a certos preconceitos familiares.
Cláudia, tanto quanto Railza, também disse ter vivenciado a "criança maravilha" na infância, só que na capital, onde protagonizava algumas situações divertidas, como quando parava táxis em frente ao condomínio onde morava e perguntava ao motorista se estava livre. Ante a resposta afirmativa, ela gritava: "Então, viva a liberdade!" e saía correndo...
Magali referiu problemas familiares na infância, em razão do alcoolismo do pai, situação que só melhorou com a separação do casal.
Carminha lembrou que, quando criança, fazia coisas para vender, porque "sempre gostei de dinheiro". Desde cedo, também, ela despertou a vocação para o ensino, embora dissesse que não queria ser professora como sua mãe.

sábado, 9 de outubro de 2010

Venham, crianças!

No início de um feriadão, o trabalho deste sábado começou com pouca gente na sala e terminou com 16 participantes, afora os três coordenadores. Estavam presentes Bonfim, Carminha, Cláudia, Edward, Eliene, Faraildes, Fernanda, Fernando, Ilca, Isabel, Iva, Marilda, Regina, Roberto, Vanesca e Waldelice.
Subdivididos nas respectivas equipes, restaram Iva e Regina sem companhia, até que Bonfim chegou para juntar-se à primeira e, logo depois, veio Eliene. Conforme o contrato firmado anteriormente, pregando o compromisso com as atividades, Regina teve que fazer a primeira parte do trabalho solitariamente.
De acordo com o roteiro, fizeram a comparação comentada das pesquisas realizadas e após isso a Coordenação explicou sobre a imaturidade psicológica e espiritual e deu a primeira consigna: "De que modo minha infantilidade inibe minha criança interior de ir a Jesus?" Depois dessa reflexão, uma outra consigna foi apresentada, propondo que se recordasse a infância de cada um.
Em razão da necessidade de aprofundar o tema, permitindo também a participação dos companheiros ausentes, a Coordenação propôs que o trabalho seja retomado no próximo sábado, 16 de outubro.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Dia das crianças

O mote é Mateus 19, versículos 13 a 15, que fala de Jesus e as crianças. Como nada é por acaso e quando uma coisa precisa acontecer todo o universo conspira favoravelmente, qual a relação entre essa passagem do Evangelho e a necessidade de o Grupo Jesus de Nazaré trabalhar esse tema justamente na semana em que se comemora o Dia das Crianças?

Eis o roteiro:

1 - Prece de abertura;

2 - Desenvolvimento:
2.1 - Formação das equipes habituais;
2.2 - Comparação comentada das pesquisas feitas sobre o tema;

3 - Explicações da Coordenação;

4 - Consignas 1 e 2;

5 - Partilha;

6 - Avisos e prece final.

sábado, 2 de outubro de 2010

Moderação: lição de paciência e disciplina

"O meu amor chorou/não sei por que razão.../também pudera, eu não estava acostumado/à vida de casado/faço força pra ficar em casa sossegado/mas, amor, é tão difícil a gente se conter..." (Paulo Diniz)

***

Esse trecho de letra da música de Paulo Diniz diz bem da natureza do trabalho apresentado neste sábado no "Jesus de Nazaré", enfocando "a continência voluntária". Apesar da ausência da coordenadora Creuza Lage, dentre outros companheiros, as atividades fluíram proveitosamente, com a participação de Marilene, Ormalinda, Railza, Iva, Waldelice, Carminha Sampaio, Ilca, Vanesca, Fernanda, Isabel, Marilda, Eliene, Regina, Quito, Valquíria, Lígia, Egnaldo, Edward, Roberto, Simão e Magali.

Reunidos nos respectivos subgrupos, compararam as pesquisas feitas sobre o tema, atentando para estes tópicos: 1 - abordagem utilizada; 2 - livros consultados; 3 - relação do trabalho com o grupo; e 4 - ressonância no relacionamento grupal. Após isso, os subgrupos foram desfeitos para a realização de um painel integrado, para o que a turma compuseram quatro novos grupos de formação aleatória e, após explicação da Coordenação sobre a condição do eunuco, ressaltando a lição de paciência, disciplina e compromisso, passaram a dialogar entre si com base na vivência individual da moderação nos campos físico, social, psicoafetivo e moral/espiritual.

Um representante de cada um desses quatro subgrupos apresentou as conclusões:
Edward (físico) salientou os esforços empreendidos;
Roberto (social) frisou o respeito à condição do outro;
Regina (psicoafetivo) ponderou o autoconhecimento e as lições evangélicas como caminhos para a busca do equilíbrio; e
Eliene (moral/espiritual) refletiu o entendimento quanto ao sexo e a sexualidade para obtenção do equilíbrio espiritual.

Mensagem espiritual lida por Edward - transcrita abaixo - sobre as artimanhas das forças das Trevas para desestimular os espíritas no trabalho com o Cristo, e as considerações da Coordenação fechou o trabalho.

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A Reunião das Trevas

O Chefe dos Espíritos das Trevas convocou uma Convenção Mundial de obsessores.
Em seu discurso de abertura, ele disse:

"Não podemos impedir os cristãos de irem aos seus templos. Não podemos impedi-los de ler os livros e conhecerem a verdade. Nem mesmo podemos impedi-los de formar um relacionamento íntimo com os Espíritos Elevados e Jesus. E, uma vez que eles ganham essa conexão com os Espíritos Elevados e Jesus, o nosso poder sobre eles está quebrado! Então vamos deixá-los ir para seus Centros Espíritas e suas igrejas, vamos deixá-los com os almoços e jantares que neles organizam, MAS, vamos roubar-lhes o TEMPO que têm, de maneira que não sobre tempo algum para desenvolver um relacionamento elevado.
"O que quero que vocês façam é o seguinte" - disse o obsessor-chefe:
"Distraia-os a ponto de que não consigam aproximar-se de Jesus e dos espíritos superiores.”

- Como vamos fazer isto? Gritaram os seus asseclas.

Respondeu-lhes:

"Mantenham-nos ocupados nas coisas não essenciais da vida, e inventem inumeráveis assuntos e situações que ocupem as suas mentes. Tentem-nos a gastarem, gastarem, gastarem, e tomar emprestado, tomar emprestado... Persuadam as suas esposas a irem trabalhar durante longas horas, e os maridos a trabalharem de 6 à 7 dias por semana, durante 10 à 12 horas por dia, a fim de que eles tenham capacidade financeira para manter os seus estilos de vida fúteis e vazios. Criem situações que os impeçam de passar algum tempo com os filhos.”

"À medida que suas famílias forem se fragmentando, muito em breve seus lares já não mais oferecerão um lugar de paz para se refugiarem das pressões do trabalho. Estimulem suas mentes com tanta intensidade, que eles não possam mais escutar aquela voz suave e tranqüila que orienta seus espíritos. Encham as mesinhas de centro de todos os lugares com revistas e jornais".
"Bombardeiem as suas mentes com notícias, 24 horas por dia. Invadam os momentos em que estão dirigindo, fazendo-os prestar atenção a cartazes chamativos. Inundem as caixas de correio deles com papéis totalmente inúteis, catálogos de lojas que oferecem vendas pelo correio, loterias, bolos de apostas, ofertas de produtos gratuitos, serviços, e falsas esperanças. Mantenham lindas e delgadas modelos nas revistas e na TV, para que os maridos acreditem que a beleza externa é o que é importante, e eles se tornarão mal satisfeitos com suas próprias esposas... Mantenham as esposas demasiadamente cansadas para amarem seus maridos. Se elas não dão a seus maridos o amor que eles necessitam, eles então começarão a procurá-lo em outro lugar e isto, sem dúvida, fragmentará as suas famílias mais rapidamente.”

"Dê-lhes Papai Noel, para que esqueçam da necessidade de ensinarem aos seus filhos, o significado real do Natal. Dê-lhes o Coelho da Páscoa, para que eles não falem sobre a ressurreição de Jesus, e a Sua mensagem sobre o pecado e a morte. Até mesmo quando estiverem se divertindo, se distraindo, que seja tudo feito com excessos, para que ao voltarem dali estejam exaustos!"

"Mantenha-os de tal modo ocupados que nem pensem em andar ou ficar na natureza, para refletirem na criação de Deus. Ao invés disso, mande-os para Parques de Diversão, acontecimentos esportivos, peças de teatro banais, apresentações artísticas mundanas e à TV entorpecedora. Mantenha-os ocupados, ocupados. E, quando se reunirem para um encontro, ou uma reunião espiritual, envolva-os em mexericos e conversas sem importância, principalmente fofocas, para que, ao saírem, o façam com as consciências comprometidas”.

"Encham as vidas de todos eles com tantas causas supostamente importantes a serem defendidas que não tenham nenhum tempo para buscarem a espiritualidade e Jesus. Muito em breve, eles estarão buscando, em suas próprias forças, as soluções para seus problemas e causas que defendem, sacrificando sua saúde e suas famílias pelo bem da causa.”

- "Isto vai funcionar! Vai funcionar !!”

Os espíritos trevosos ansiosamente partiram para cumprirem as determinações do chefe, fazendo com que os cristãos, em todo o mundo, ficassem mais ocupados e mais apressados, indo daqui para ali e vice-versa, tendo pouco tempo para Deus e para suas famílias. Não tendo nenhum tempo para contar a outros sobre a sublimidade e o poder do Evangelho de Jesus para transformar suas vidas.


Creio que a pergunta a ser feita é:

Teve o Obsessor-chefe sucesso nas suas maquinações?

PENSE NISSO........

Que esta mensagem chegue com nossas melhores vibrações de Paz e Saúde!!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Eunuco, eu?

A continência voluntária (Mt 19:10-12 / Disseram-lhe os discípulos: Se tal é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar. Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem aceitar esta palavra, mas somente aqueles a quem é dado. Porque há eunucos que nasceram assim; e há eunucos que pelos homens foram feitos tais; e outros há que a si mesmos se fizeram eunucos por causa do Reino dos Céus. Quem pode aceitar isso, aceite-o.) é o tema do trabalho do próximo sábado, 2 de outubro. A turma já foi orientada a pesquisar possíveis interpretações a partir da bibliografia sugerida. Até lá.

sábado, 25 de setembro de 2010

Compromisso com a união

Com pouquíssimas ausências, mesmo no início das atividades, o trabalho deste sábado rendeu satisfatoriamente e nossa reunião foi abrilhantada pela visita de Maria do Céu, representante da Coordenação Geral de Grupos de Estudo da Cobem, que foi conhecer a estrutura de funcionamento do "Jesus de Nazaré".
Como estabelecido no roteiro, comentamos o tema "união, casamento, compromisso e separação/divórcio", conforme o entendimento dos primeiros versículos do capítulo 19 do Evangelho de Mateus.
Separados nas respectivas equipes - exceto Regina, Egnaldo e, depois, Marilene, que não estavam presentes à última reunião e compuseram um sexto subgrupo -, os participantes passaram a comentar as pesquisas feitas ao longo da semana, após o que partilharam suas impressões:

Carminha observou o compromisso como ponto para o crescimento individual, acrescentando que isso é mais que esforço para manter um casamento: é ajuda mútua.

Isabel ressaltou que o compromisso consigo mesmo implica em autoconhecimento e consequente reforma íntima; o compromisso com o próximo resulta do exercício de conhecer-se, daí a dificuldade para aqueles que nãos e dispõem a esse esforço.

Magali comentou a proposta de fidelidade à Doutrina Espírita esboçada por Chico Xavier para argumentar o valor da união e Railza citou as provações vivenciadas no casamento, dizendo estar mais inclinada ao casamento "trans" (de transcendente), exemplificado na história do Grupo Jesus de Nazaré na Cobem, ressaltando o compromisso com a causa.

Egnaldo comparou a separação com o suicídio, que não resolve os problema que o espírito experimenta na matéria, e salientou que o divórcio não dispensa os indivíduos da necessidade de reajustamento pela conviência; já Regina disse que o compromisso não só é proposta de fidelidade como também de perseverança e que o divórcio resulta da dificuldade se se manter aquela "uma só carne" referida no Evangelho.

Marilda, por sua vez, acrescentou que a falta de entendimento do amor provoca a separação. Roberto lembrou-se do contrato comentado no sábado anterior para justificar o casamento e que isso é patente nos vários níveis da vida de relação, salientando que fazer o outro feliz implica em sair da posição egoísta. Por fim, Simão comentou a necessidade de atitudes humildes para o casamento dar certo.

Bonfim, também falando do casamento, comparou na família a um palito de fósforo, porque "pode tocar fogo no mundo", lembrando que as pessoas não se preparam para casar como para uma profissão, por exemplo, e acrescentou que interesses particulares movem as uniões conjugais no início, daí o apego que torna dolorosa a separação. E o apego foi igualmente referido por Ormalinda para falar da dificuldade ante a separação, enquanto Iva ressaltou o medo de ficar só e não ser amada.

Depois que a coordenadora Creuza Lage explicou que o compromisso significa o cumprimento de uma promessa (compromisso = com promessa), inquirimos ao grupo: quando vivo a união, a separação e o compromisso, nos vários aspectos da vida? Em razão do horário, somente duas pessoas puderam comentar: Valquíria revelou que estabelece a união quando vive o compromisso, ao passo que, para ela, separação é deixar que os defeitos falem mais alto. Entretanto, questionada por Creuza, ela reconheceu que nem sempre vive seus compromissos integralmente. Tomando a palavra mais uma vesz, Bonfim disse viver os valores positivos procurando cada vez mais a plenitude do amor, explicando que isso significa estar cem por cento focado em cada momento da vida, com a obrigação de melhorar constantemente, vendo as pessoas mais próximas com a importância que merecem.

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Conclusões da equipe Hei de Vencer:


Componentes:
Railza, Magali, Edward, Francisco e Fernando.
Produção Coletiva

Casamento x Divórcio


FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER E A DOUTRINA ESPÍRITA: UM CASAMENTO PERFEITO!

“( Não lestes que desde o princípio o Criador os fez homem e mulher? E que disse: Por isso o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher e os dois serão uma só carne? (...)”.

Motivados pela riqueza metafórica dos textos evangélicos, ampliamos o significado literal de casamento: “ato solene de união entre duas pessoas de sexos diferentes, com legitimação religiosa e/ou civil”; e divórcio: do Latim, divortium, de divertere = “separação do vínculo matrimonial, desunião,... Ressignificamos o casamento quando transcendemos e lhe conferimos um tom conotativo: enfocamos o enlace íntimo de cada ser humano com seu compromisso reencarnatório.
Lemos, analisamos e esgotamos as possibilidades de “elucidações evangélicas” para depois escolher a figura missionária e emblemática de Chico Xavier. Poderia ser Paulo de Tarso, Irmã Dulce, Maria de Magdala ou Teresa de Calcutá. Com exceção de Madalena (sic), todos “(...) se fizeram eunucos por causa do Reino dos Céus.” Foram casados e fieis aos ensinamentos do Cristo. Não cometeram adultério nem se divorciaram até o último momento na carne. Abstiveram-se de toda má palavra, de toda ação má e de todos os maus pensamentos. Doaram-se no esforço pleno de divulgar a mensagem de Jesus, consolidar a instalação do Reino de Deus na Terra e construir uma humanidade mais feliz. Mas, preferimos Chico!
Ele é cristão espírita, contemporâneo, depois de Kardec foi o grande missionário da luz e emissário da paz (Divaldo é de casa, nosso conterrâneo); viveu quase cem anos de uma existência matrimonial com a Doutrina dos Espíritos; seu norte sempre foi o Evangelho de Jesus; o Espiritismo, sua sustentação e o objetivo, tornar a humanidade mais livre e feliz.
Chico foi um cônjuge fiel, disciplinado, amoroso e coerente no pensar e agir. Em conexão com os desencarnados provou ao mundo dos vivos que a morte não é o fim. A vida é perene e.a felicidade o único destino. Consolidou a presença espírita no planeta. Foi doação plena, trabalho e sacrifício nutridos pelo amor incondicional à causa espírita, sua querida esposa. Vilipendiado, sofreu vitupérios, mas, manteve-se fiel à amada.
Joana de Angelis e Diversos Espíritos ditam através do médium Divaldo Franco, no livro S.O.S Família que o casamento é contrato de deveres recíprocos, em que se devem empenhar os contratantes a fim de lograrem o êxito do cometimento.

Comprometessem-se, realmente, a ajudar-se com lealdade, estruturassem-se nos elementos das lições evangélicas, compreendessem e aceitassem como legítimas a transitoriedade do corpo e o valor da experiência provacional, e se evitariam incontáveis dramas, inumeráveis desastres do lar, que ora desarticulam as famílias e infelicitam a sociedade.
O divórcio como o desquite são, em conseqüência soluções legais para o que moralmente já se encontra separado. Evidente, que, tal solução é sempre meritória, por evitar atitudes mais infelizes que culminam em agravamento de conduta para os implicados na trama dos reajustamentos de que não se evadirão. Períodos difíceis Ocorrem em todo e qualquer empreendimento humano. Se te encontras na difícil conjuntura de uma decisão que implique em problema para os teus filhos, pára e medita. Necessitam de tu, mas, também do outro membro-base da família. Não te precipites, através de soluções que às vezes complicam as situações. Dá tempo a que a outra parte desperte, concedendo-lhe ensancha para o reajustamento. De tua parte permanece no posto. Não sejas tu quem tome a decisão. A humildade e a perseverança no dever conseguem modificar comportamentos, reacendendo a chama do entendimento e do amor, momentaneamente apagada.Não te apegues ao outro, porém, até a consumação da desgraça. Se alguém não mais deseja, espontaneamente, seguir contigo, não te transformes em algema ou prisão. Cada ser ruma pela rota que melhor lhe apraz e vive conforme lhe convém. Estará, porém, onde quer que vá, sob o clima que merece.

Tem paciência e confia em Deus. Quando se modifica uma circunstância ou muda uma situação, não infiras disso que a vida, a felicidade, se acabaram. Prossegue animado de que aquilo que hoje não tens será fortuna amanhã em tua vida. Se estiveres a sós e não dispuseres de forças, concede-te outra oportunidade, que enobrecerás pelo amor e pela dedicação. Se te encontrares ao lado de um cônjuge difícil ama-o, assim mesmo, sem deserção, fazendo dele a alma amiga com quem estás incurso pelo pretérito, para a construção de um porvir ditoso que a ambos dará a paz, facultando, desse modo, a outros Espíritos que se revincularão pela carne, a ocasião excelente para a redenção.

E Paulo, o discípulo por excelência, pensando nos deveres de incorruptibilidade matrimonial, escreveu, conforme epístola número 5, aos efésios, nos versículos 22 e 25: “as mulheres sejam sujeitas a seus maridos, como ao Senhor... Assim também devem os maridos amar a suas mulheres como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo”. Em tão nobre conceito não há subserviência feminina nem pequenez masculina, antes, ajustamento dos dois para a felicidade no matrimônio.


Referências: A Bíblia de Jerusalém; Elucidações Evangélicas; Evangelho Segundo o Espiritismo; Terapia Comunitária, de Adalberto Barreto; e S.O.S. Família, ditado por Joana de Ângelis e Diversos Espíritos.

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Equipe "Os Missionários"

REFLEXÕES

O casamento é a união permanente de dois seres, portanto é um progresso na marcha da humanidade. Se o casamento fosse abolido na sociedade humana, teríamos o retorno à vida animal. A união livre e fortuita dos sexos é um estado natural. O casamento é um dos primeiros atos de progresso das sociedades humanas, porque ele estabelece a solidariedade fraternal e se encontra entre todos os povos, ainda que em condições diversas. A abolição do casamento seria o retorno à infância da humanidade, e colocaria o homem abaixo mesmo de certos animais que lhe dão o exemplo de uniões constantes.
Na lei natural o casamento é indissolúvel, no entanto, na lei humana o enlace é contrário à lei
natural. Portanto, os homens podem mudar suas leis, enquanto as da Natureza são imutáveis. A opção do indivíduo (homem ou mulher) de casar ou de ficar solteiro será bem vinda entre o “Céu e a Terra”. No entanto, na opção pelo celibato (ficar solteiro), se for concebido e aceito pela pessoa como uma missão a serviço da Humanidade, será um diferencial importante contra o egoísmo. Deus não pode se contradizer, nem achar mau o que fez; não pode ver mérito na violação de sua lei. Mas se o celibato, por si mesmo, não é um estado meritório, o mesmo não ocorre quando constitui, pela renúncia às alegrias da família, um sacrifício feito em proveito da Humanidade. Todo sacrifício pessoal com objetivo do bem, e sem dissimulação do egoísmo, eleva o homem acima de sua condição material.

Quanto à poligamia, é diferente da monogamia, pois fere a lei natural; a poligamia é uma lei humana, cuja abolição marca um progresso social. O casamento, segundo os objetivos de Deus, deve ser fundado sobre a afeição dos seres que se unem. Com a poligamia não há afeição real, mas sensualidade.
By Allan Kardec

“A confiança é item fundamental numa relação a dois; pois viver essa relação com desconfiança é o mesmo que transitar por terreno minado. Entretanto, a confiança é também fundamental em todos os níveis de nossas relações, devemos fugir da máxima popular “confiar desconfiando sempre” e, com o pensamento elevado e vigilante, principalmente quando se fizer a respeito de nós mesmos. Também devemos estar preparados para as adversidades e consequências trazidas por eventuais desajustes; pois, poderão ser irreversíveis para a nossa segurança interior e o nosso crescimento espiritual.”
by RM

Por se amarem, um homem e uma mulher podem vir a se casar. Entretanto, existem outros princípios que deverão perenizar esta união; sendo que, um dos mais importantes no enlace, será o de fazer o outro FELIZ.
Pensamento Islâmico

Subgrupo “Os Missionários”
Ilca Rodrigues, Marilda R. Andrade, Simão Pedro Aragão e Roberto Miguel.

Fontes:
Santidade Caminho da Perfeição
TV Canção Nova – Padre José Augusto
Mateus – Cap. 19 versículos de 1 a 10
O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec (Indissolubilidade do Casamento).
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
Internet (garimpando sobre o tema)

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Conclusões da Equipe MVFW

Componentes:

Maria do Carmo Sampaio
Valquíria Martins
Faraildes Santos
Waldelice Santos

CASAMENTO E DIVÓRCIO

A união do homem e da mulher é uma lei divina para haver renovação da humanidade. Dessa união resulta o apogeu da felicidade dada pelo êxtase da carne. O casamento deverá estar alicerçado em outra lei divina que é a lei de amor e amor é ternura, fraternidade, tolerância, paciência, compreensão, compromisso, partilha, perdão, saber ouvir, saber falar. Vive-se a união quando os parceiros têm o propósito de crescerem juntos, saindo do êxtase da carne para o êxtase do espírito. Em princípio, o que Deus uniu o homem não separa, mas quando se instala no lar a perturbação, o desequilíbrio, o desajuste, a ajuda mútua deixa de existir, dando lugar à mágoa, maus tratos ou violência verbal e física. O divórcio é uma lei humana que tem por fim separar o que já está separado de fato, quando o amor deixou-se vencer pelo egoísmo.
O casamento não está restrito ao homem e mulher, mas há também casamento com a profissão, com a política, com a religião etc. Esse casamento também pode ser rompido quando os laços da união são desfeitos.

Fonte bibliográfica:
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec
Filosofia Cósmica do Evangelho –- Huberto Rohden
Sabedoria do Evangelho - Carlos Torres Pastorino

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Conclusões da equipe formada por
Fernanda/Isabel/Vaneska/Cláudia

O casamento - como e porque conviver com o outro

Mulher perfeita (Lenda árabe)

“Um homem saíra pelo mundo à busca de sua eleita. Trinta anos depois, sem conseguir o seu intento, velho e cansado, retornou à terra natal. Um amigo o admoestou: "Então, tu viajaste trinta anos em vão! Afinal, não encontraste a mulher perfeita! Ele respondeu-lhe: "Tu te enganas, meu amigo. Eu a encontrei, sim, mas ela também estava à busca de um homem perfeito..."


O maior compromisso que o indivíduo deve fazer na vida terrena é consigo mesmo. Compromisso de autoconhecer-se para poder, com coragem, realizar a sua reforma íntima na busca da sua felicidade. Só assim ele terá condições de cumprir com os demais compromissos que assume no decorrer da sua vida, com o próximo que está dentro da sua família (pais, filhos e parentes), no trabalho (companheiros de jornada profissional), na escola (colegas, professores, funcionários), enfim, com a sociedade em que vive. Consciente de si, do seu potencial, de suas dificuldades e virtudes, ele “poderá” ter condições de exercer, com plenitude ou de uma forma melhor, seus papéis, cumprindo, dentro da possível fidelidade, os compromissos assumidos.

Um desses papéis está no casamento, que pode ser se “unir” a outro ser ou como diz o espírito Leocádio José Correia “se casar” com a Medicina, com a Educação, com a Ciência ou com os projetos sociais”. São caminhos diferentes, mas que igualmente proporcionam oportunidade evolutiva ao espírito durante sua trajetória na Terra.

No nosso grupo decidimos falar da união entre um homem e uma mulher, onde cada um assume conviver com o outro, assinando contrato legal ou não, prometendo verbalmente (o que é mais usual) conviver pela lei do amor, mantendo o respeito, a fidelidade, a compreensão, e por aí vai... Ledo engano, na maioria (ou em grande parte) das vezes o casal esquece de respeitar a individualidade de cada um.

Não se atenta para o fato de que cada um de nós é um ser único (indivíduo), que tem suas peculiaridades e, diante das imperfeições que cada um carrega é preciso vivenciar no dia a dia da relação, a aceitação, o ceder, o entendimento, o ouvir... enfim, ao que chamamos de DIÁLOGO. Portanto, se o amor não for real, forte, nada é levado em conta e essa compromisso se desfaz, inclusive, até com o fim da amizade, do carinho, e tantos outros sentimentos que existiam no início de tudo.

De acordo o Livro dos Espíritos - Capítulo 6, Vida Espírita, “a simpatia que atrai um espírito ao outro é o resultado da perfeita concordância de suas tendências, de seus instintos. Se um tivesse que completar o outro, perderia a sua individualidade”. Portanto, é possível desmistificar o termo comumente conhecido como “alma gêmea”. O que ocorre com a maioria das pessoas é a semelhança, as chamadas “afinidades”. Por isso, é possível ter afinidades também com amigos e parentes. “Nós só convivemos bem com quem se parece conosco”.

No seu artigo “Casamento na Visão Espírita”, elaborado a partir de uma extensa bibliografia que inclui Kardec, Chico Xavier, Divaldo Franco, Herculano Pires, Joana de Angelis (S.O.S Família), Carmen Diana Rodrigues Daré afirma ser preciso que a ligação se baseie na responsabilidade recíproca, respeito e consideração pelo cônjuge, firmando-se na fidelidade e nos compromissos da camaradagem, da afetividade, em qualquer estágio da união.

O lar, estruturado no amor e no respeito aos direitos dos seus membros, é o local onde as criaturas se harmonizam e se completam. Dinamizam os compromissos que se desdobram em realizações que dignificam a sociedade, pois os envolvidos passam a compreender a grandeza das emoções profundas e realizadoras, administrando as dificuldades que surgem, prosseguindo com segurança e otimismo. Eles se sentem membros integrantes do grupo social, com o qual contribui a favor do progresso geral e da felicidade de cada um, como de todos em conjunto.

Em tese, o agrupamento doméstico se forma a partir de princípios de afinidade. Devemos entender bem que afinidade psíquica não significa simpatia, mas sim atração devido a compromissos emocionais. Por isso que nas ligações terrenas, encontramos as grandes alegrias e também dentro delas somos habitualmente defrontados pelas mais duras provações.

Inicialmente deve ser examinado que o matrimônio em linhas gerais é uma experiência de reequilíbrio das almas no ambiente familiar e oportunidade de edificação sob a bênção da prole. Não poucas vezes os nubentes, mal preparados para o casamento ou para uma vida a dois, dele esperam tudo, guindados ao paraíso da fantasia, esquecidos de que esse é um sério compromisso, e todo compromisso exige responsabilidades recíprocas a benefício dos resultados que se deseja atingir.

A lua de mel é imagem rica da ilusão, porquanto, no período primeiro do casamento, nascem traumas, desajustes, inquietações e receios, frustrações e revoltas que, despercebidos, quase a princípio, surgem mais tarde em surdaguerrilhas ou batalhas no lar, em que o ódio e o ciúme explodem, descontrolados, impondo soluções, sem dúvida, que sejam menos danosas do que as trágicas.

Todavia há de se meditar, no que se refere a compromissos de qualquer natureza, que sua interrupção, somente adia a data da justa quitação. No casamento, não raro, o adiamento promove o ressurgir do pagamento em circunstâncias mais dolorosas no futuro em que, a pesadas renúncias e a fortes lágrimas, somente, se consegue a solução.

Quando nos relacionamentos conjugais surgirem dificuldades de entendimento, estes devem ser solucionados mediante o diálogo, ajuda especializada e principalmente por intermédio da oração que facilita melhor entendimento dos objetivos existenciais. Desse modo, a tolerância toma o lugar da irritação, a compreensão satisfaz os estados de desconforto, favorecendo com soluções hábeis para que sejam superadas essas ocorrências.
A amizade assume o seu lugar, amenizando o conflito e proporcionando o companheirismo agradável e benéfico, que refaz a comunhão, sustentando a afeição. Em verdade, o que mantém o matrimônio não é o prazer sexual, sempre fugidio, mesmo quando inspirado pelo amor, mas a amizade, que responde pelo intercâmbio emocional através do diálogo, do interesse nas realizações do outro, na convivência compensadora, na alegria de sentir-se útil e estimado.

No livro Consterlação Familiar, psicografado por Divaldo Franco, Joanna de Ângelis diz, no prefácio, que a aparente falência das uniões consagradas pelo matrimônio, assim como a de todas aquele que frutesceram em descendentes, não é da família, mas da desestruturação da ética e da moral, vitimadas pelas mudanças impostas pelos denominados novos tempos, nos quais, escravizando-se às paixões dissolventes, os indivíduos optam pela ansiosa conquista das coisas e dos fetiches da tecnologia que os distraem e entorpecem. (...) a realidade humana, a pressa pela fruição de todas as sensações possíveis apresenta-se na condições de meta que deve ser alcançada a qualquer preço para não se perder a oportunidade de viver bem, quando o ideal seria bem-viver”.

Em outro capítulo, Joana de Ângeliz diz mais: “Numa cultura social saudável, os primeiros relacionamentos afetivos têm por finalidade a vivência do companheirismo, o desabrochar da amizade, passo inicial para a manifestação do amor sem perturbação e com caráter duradouro”.

“´De inspiração divina, a família é o alicerce sobre o qual a sociedade se edifica, sendo o primeiro educandário do espírito, onde são aprimoradas as faculdades que desatam os recursos que lhe dormem latentes. É a escola de bênçãos onde se aprendem os deveres fundamentais para uma vida feliz e sem cujo apoio fenecem os ideais, desfalecem as aspirações, emurchecem as resistências morais. É a oportunidade superior do entendimento e da vera fraternidade, de onde surgirá o grupo maior, equilibrado e rico de valores, que é a sociedade”.

“Por isso, no momento em que a família se desestrutura sob os camartelos da impiedade e da agressão ou se dilui em face da ilusão acalentada pelos seus membros ou se desmorona em razão da imprevidência, a sociedade sofre um grande constrangimento”. “Quem não consegue a capacidade de amar aqueles comos quais convive, mais dificilmente poderá amar aqueloutros que não conhece”.

Paulo Wedderhoff, coordenador de projetos da Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas, faz uma reflexão a respeito das vidas conjugais nos dias de hoje com uma pergunta: “Será que as uniões que têm maior chance de sucesso não são aquelas em que o cônjuge casa para fazer feliz a pessoa que ama? Quando os cônjuges pensarem assim, será muito difícil a união se desfazer”.

Relacionamentos conjugais são edificações que devemos realizar todos os dias. “Casar é se comprometer com a felicidade de quem a gente ama”, diz o professor. E este pensamento é coerente com algumas observações trazidas pelo espírito Leocádio José Correia. Segundo ele, “casamento é renúncia”, o que não significa peso ou desgaste quando se tem amor pela outra pessoa.

De acordo com “O Livro dos Espíritos”, o casamento é um dos instrumentos para a evolução humana. “O casamento ou a união permanente de dois seres, é contrária à lei natural? É um progresso na marcha da humanidade” (Capítulo 4 – Lei da Reprodução). No Evangelho também é enfatizada a idéia do ser humano constituir uma família para o seu próprio progresso. Porém, viver com outra pessoa não é uma obrigação, é uma escolha.

Também o “O Livro dos Espíritos”, no Capítulo 6, Vida Espírita, diz que “a simpatia que atrai um espírito ao outro é o resultado da perfeita concordância de suas tendências, de seus instintos. Se um tivesse que completar o outro, perderia a sua individualidade”. Portanto, é possível desmistificar o termo comumente conhecido como “alma gêmea”.

O que ocorre com a maioria das pessoas é a semelhança, as chamadas “afinidades”. Por isso, é possível ter afinidades também com amigos e parentes. Na opinião de Wedderhoff, “nós só convivemos bem com quem se parece conosco”.

Fatores que contribuem para o desencontro conjugal

De natureza íntima - insegurança, busca de realização pelo método da fuga, insatisfação em relação a si mesmo, transferência de objetivos, que nunca se complementarão em uma união que não foi amadurecida pelo amor real.
De ordem psicossocial, econômica, educacional, nos quais estão embutidos os culturais, de religião, de raça, de nacionalidade, que sempre comparecem como motivo de desajuste, passados os momentos de euforia e de prazer. Ainda se podem relacionar aqueles que são conseqüências de interesses subalternos, nos quais o sentimento do amor esteve ausente. Nesses casos já se iniciou o compromisso com programa de extinção, o que logo sucede, e outros motivos vários.

Sinais de alarme antes de agravar a união conjugal
• Silêncios injustificáveis quando os esposos estão juntos
• Tédio inexplicável ante a presença da companheira ou do companheiro
• Ira disfarçada quando o consorte ou a consorte emite uma opinião
• Saturação dos temas habituais, versados em casa, fugindo para intérminas leituras de jornais ou inacabáveis novelas de televisão
• Irritabilidade contumaz sempre que se avizinha do lar
• Desinteresse pelos problemas do outro
• Falta de intercâmbio de opiniões
• Atritos contínuos que provocam agressão das mais variadas formas
O que fazer para salvar o casamento

Segundo João Batista Armani, é preciso a prática da caridade no lar para salvar o casamento. A meditação, a oração em conjunto, a procura do bem em toda parte, auxiliarão a paz no lar. Poderíamos defini-la como uma ginástica diária, onde os principais exercícios são perdão, tolerância, atenção, respeito e renúncia. Com semelhantes exercícios descobriremos no lar afinidades novas, motivações renovadas, afetos insuspeitados a garantir uma vida familiar saudável e feliz.
O lar é o laboratório de experiências nobres em busca de avanços morais e espirituais, onde os seres se depuram em preparo para realizações mais elevadas nos Domínios do Criador. Treinamos na família menor habilitando-nos para o serviço à família maior, que constituí a Humanidade inteira.
Emmanuel nos diz: A felicidade existe sim, porém, para usufruí-la no Outro Mundo, precisamos aqui na Terra admitir “que ninguém pode ser realmente feliz sem fazer a felicidade alheia no caminho que avança”.
Divórcio

É claro que o casamento não impõe um compromisso irreversível, o que seria terrivelmente perturbador, em razão de todos os desafios que apresenta, os quais deixam muitas seqüelas, quando não necessariamente diluídos pela compreensão e pela afetividade.

É importante observar que existe diferença entre programação e determinismo. Embora eu tenha me comprometido, posso a qualquer momento mudar o meu planejamento, pois tenho o livre arbítrio. Por isso é difícil emitir opinião a respeito de problemas alheios. Cada um precisa analisar-se honestamente e sentir o que estar no fundo do seu Ser, da sua consciência, antes de tomar qualquer decisão.

Todo compromisso afetivo, portanto, que envolve dois indivíduos, torna-se de magna importância para o comportamento psicológico de ambos. Rupturas abruptas, cenas agressivas, atitudes levianas e vulgaridade geram lesões na alma da vítima, assim como naquele que as assume. A precipitação e o desgoverno das emoções respondem pela ruptura da responsabilidade assumida, levando muitos indivíduos ao naufrágio conjugal e à falência familiar por exclusiva responsabilidade deles mesmos.

Enquanto houver o sentimento do amor no coração do homem - e ele sempre existirá, por ser manifestação de Deus inserida na Vida – o matrimônio permanecerá, e a família continuará sendo a célula fundamental da sociedade. Envidar esforços para a preservação dos valores morais, estabelecidos pela necessidade do progresso espiritual, é dever de todos que, unidos, contribuirão para uma vida melhor uma humanidade mais feliz, na qual o bem será a resposta primeira de todas as aspirações.

A separação legal ocorre quando já houve a de natureza emocional, e as pessoas são estranhas umas à outra. Ademais a precipitação faz com que as criaturas se consorciem não com a individualidade, o ser real, mas sim, com a personalidade, aparência, os maneirismos, com as projeções que desaparecem nas convivências, desvelando cada qual conforme é, e não como se apresentava no período da conquista.

Essa desidentificação causa, não poucas vezes, grandes choques, produzindo impactos emocionais devastadores. Ainda por isso o Espiritismo reconhece a necessidade do divórcio, pois no plano ilusório da matéria as criaturas se confundem e misturam sexualidade e desejo com amor.

ORIGEM DO CASAMENTO

Historicamente, o casamento começou a receber atenção na Roma antiga, onde se achava perfeitamente organizado. Inicialmente havia a confarreatio, casamento da classe patrícia, correspondendo ao casamento religioso. Dentre outros traços, caracterizava-se pela oferta aos deuses de um pão de trigo, costume que, modificado, sobrevive até os nossos dias, com o tradicional bolo de noiva. A confarreatio não tardou a cair em desuso e era rara já ao tempo de Augusto. A coemptio era o matrimônio da plebe, constituindo o casamento civil. Finalmente, havia o usus, aquisição da mulher pela posse, equivalendo assim a uma espécie de usucapião. O casamento religioso só foi regulamentado pela Igreja no Concílio de Trento (1545-1563). Com o tempo, em virtude de inúmeros fatores, inclusive a Reforma protestante, os Estados puseram à margem o casamento religioso e o primeiro país a dar esse passo foi a Inglaterra, ao tempo de Cromwell.

FORMAS DE CASAMENTO

Historicamente, pode-se dizer que quatro formas fundamentais de casamento existiram no mundo:
1) Casamento por rapto ou captura, muito comum entre as tribos que guerreavam entre si e nas civilizações antigas, embora o antropólogo Malinowski entenda que esse tipo de casamento tenha existido mais na teoria do que na prática
2) Casamento por compra ou troca, comum entre os zulus da África, os índios americanos e os germanos
3) Casamento por determinação paterna, cultivado, sobretudo, pelos povos islâmicos e na China
4) Casamento por consentimento mútuo, em que é dispensável a autorização dos pais, salvo se os contraentes são menores.


Bibliografia
Constelação Familiar – Joana de Angelis p/ Divaldo Franco
Internet por meio de textos que usaram os livros abaixo:
Astolfo O. de Oliveira Filho – Pelo Centro Espírita Meimei
Franco, Divaldo P. - Amor, imbatível Amor. Pelo Espírito Joanna de Angelis
(S.O.S. Família. Por Joanna de Angelis e outros Espíritos)
Kardec, Allan. - O Evangelho segundo o Espiritismo - O Livro dos Espíritos
Pires, José H. - Curso Dinâmico do Espiritismo (Pesquisa sobre o Amor)
Xavier, Francisco C. - Vida e Sexo. Pelo Espírito Emmanuel
O consolador. Pelo Espírito Emmanuel
Um Jeito de Ser Feliz – Richard Simonetti.
Aprendendo Sempre – Jobel Sampaio Cardoso.
Vereda familiar – Thereza de Brito (José Raul Teixeira).
Amor Imbatível Amor – Joanna de Ângelis (Divaldo Pereira Franco).

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