sábado, 25 de setembro de 2010

Compromisso com a união

Com pouquíssimas ausências, mesmo no início das atividades, o trabalho deste sábado rendeu satisfatoriamente e nossa reunião foi abrilhantada pela visita de Maria do Céu, representante da Coordenação Geral de Grupos de Estudo da Cobem, que foi conhecer a estrutura de funcionamento do "Jesus de Nazaré".
Como estabelecido no roteiro, comentamos o tema "união, casamento, compromisso e separação/divórcio", conforme o entendimento dos primeiros versículos do capítulo 19 do Evangelho de Mateus.
Separados nas respectivas equipes - exceto Regina, Egnaldo e, depois, Marilene, que não estavam presentes à última reunião e compuseram um sexto subgrupo -, os participantes passaram a comentar as pesquisas feitas ao longo da semana, após o que partilharam suas impressões:

Carminha observou o compromisso como ponto para o crescimento individual, acrescentando que isso é mais que esforço para manter um casamento: é ajuda mútua.

Isabel ressaltou que o compromisso consigo mesmo implica em autoconhecimento e consequente reforma íntima; o compromisso com o próximo resulta do exercício de conhecer-se, daí a dificuldade para aqueles que nãos e dispõem a esse esforço.

Magali comentou a proposta de fidelidade à Doutrina Espírita esboçada por Chico Xavier para argumentar o valor da união e Railza citou as provações vivenciadas no casamento, dizendo estar mais inclinada ao casamento "trans" (de transcendente), exemplificado na história do Grupo Jesus de Nazaré na Cobem, ressaltando o compromisso com a causa.

Egnaldo comparou a separação com o suicídio, que não resolve os problema que o espírito experimenta na matéria, e salientou que o divórcio não dispensa os indivíduos da necessidade de reajustamento pela conviência; já Regina disse que o compromisso não só é proposta de fidelidade como também de perseverança e que o divórcio resulta da dificuldade se se manter aquela "uma só carne" referida no Evangelho.

Marilda, por sua vez, acrescentou que a falta de entendimento do amor provoca a separação. Roberto lembrou-se do contrato comentado no sábado anterior para justificar o casamento e que isso é patente nos vários níveis da vida de relação, salientando que fazer o outro feliz implica em sair da posição egoísta. Por fim, Simão comentou a necessidade de atitudes humildes para o casamento dar certo.

Bonfim, também falando do casamento, comparou na família a um palito de fósforo, porque "pode tocar fogo no mundo", lembrando que as pessoas não se preparam para casar como para uma profissão, por exemplo, e acrescentou que interesses particulares movem as uniões conjugais no início, daí o apego que torna dolorosa a separação. E o apego foi igualmente referido por Ormalinda para falar da dificuldade ante a separação, enquanto Iva ressaltou o medo de ficar só e não ser amada.

Depois que a coordenadora Creuza Lage explicou que o compromisso significa o cumprimento de uma promessa (compromisso = com promessa), inquirimos ao grupo: quando vivo a união, a separação e o compromisso, nos vários aspectos da vida? Em razão do horário, somente duas pessoas puderam comentar: Valquíria revelou que estabelece a união quando vive o compromisso, ao passo que, para ela, separação é deixar que os defeitos falem mais alto. Entretanto, questionada por Creuza, ela reconheceu que nem sempre vive seus compromissos integralmente. Tomando a palavra mais uma vesz, Bonfim disse viver os valores positivos procurando cada vez mais a plenitude do amor, explicando que isso significa estar cem por cento focado em cada momento da vida, com a obrigação de melhorar constantemente, vendo as pessoas mais próximas com a importância que merecem.

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Conclusões da equipe Hei de Vencer:


Componentes:
Railza, Magali, Edward, Francisco e Fernando.
Produção Coletiva

Casamento x Divórcio


FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER E A DOUTRINA ESPÍRITA: UM CASAMENTO PERFEITO!

“( Não lestes que desde o princípio o Criador os fez homem e mulher? E que disse: Por isso o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher e os dois serão uma só carne? (...)”.

Motivados pela riqueza metafórica dos textos evangélicos, ampliamos o significado literal de casamento: “ato solene de união entre duas pessoas de sexos diferentes, com legitimação religiosa e/ou civil”; e divórcio: do Latim, divortium, de divertere = “separação do vínculo matrimonial, desunião,... Ressignificamos o casamento quando transcendemos e lhe conferimos um tom conotativo: enfocamos o enlace íntimo de cada ser humano com seu compromisso reencarnatório.
Lemos, analisamos e esgotamos as possibilidades de “elucidações evangélicas” para depois escolher a figura missionária e emblemática de Chico Xavier. Poderia ser Paulo de Tarso, Irmã Dulce, Maria de Magdala ou Teresa de Calcutá. Com exceção de Madalena (sic), todos “(...) se fizeram eunucos por causa do Reino dos Céus.” Foram casados e fieis aos ensinamentos do Cristo. Não cometeram adultério nem se divorciaram até o último momento na carne. Abstiveram-se de toda má palavra, de toda ação má e de todos os maus pensamentos. Doaram-se no esforço pleno de divulgar a mensagem de Jesus, consolidar a instalação do Reino de Deus na Terra e construir uma humanidade mais feliz. Mas, preferimos Chico!
Ele é cristão espírita, contemporâneo, depois de Kardec foi o grande missionário da luz e emissário da paz (Divaldo é de casa, nosso conterrâneo); viveu quase cem anos de uma existência matrimonial com a Doutrina dos Espíritos; seu norte sempre foi o Evangelho de Jesus; o Espiritismo, sua sustentação e o objetivo, tornar a humanidade mais livre e feliz.
Chico foi um cônjuge fiel, disciplinado, amoroso e coerente no pensar e agir. Em conexão com os desencarnados provou ao mundo dos vivos que a morte não é o fim. A vida é perene e.a felicidade o único destino. Consolidou a presença espírita no planeta. Foi doação plena, trabalho e sacrifício nutridos pelo amor incondicional à causa espírita, sua querida esposa. Vilipendiado, sofreu vitupérios, mas, manteve-se fiel à amada.
Joana de Angelis e Diversos Espíritos ditam através do médium Divaldo Franco, no livro S.O.S Família que o casamento é contrato de deveres recíprocos, em que se devem empenhar os contratantes a fim de lograrem o êxito do cometimento.

Comprometessem-se, realmente, a ajudar-se com lealdade, estruturassem-se nos elementos das lições evangélicas, compreendessem e aceitassem como legítimas a transitoriedade do corpo e o valor da experiência provacional, e se evitariam incontáveis dramas, inumeráveis desastres do lar, que ora desarticulam as famílias e infelicitam a sociedade.
O divórcio como o desquite são, em conseqüência soluções legais para o que moralmente já se encontra separado. Evidente, que, tal solução é sempre meritória, por evitar atitudes mais infelizes que culminam em agravamento de conduta para os implicados na trama dos reajustamentos de que não se evadirão. Períodos difíceis Ocorrem em todo e qualquer empreendimento humano. Se te encontras na difícil conjuntura de uma decisão que implique em problema para os teus filhos, pára e medita. Necessitam de tu, mas, também do outro membro-base da família. Não te precipites, através de soluções que às vezes complicam as situações. Dá tempo a que a outra parte desperte, concedendo-lhe ensancha para o reajustamento. De tua parte permanece no posto. Não sejas tu quem tome a decisão. A humildade e a perseverança no dever conseguem modificar comportamentos, reacendendo a chama do entendimento e do amor, momentaneamente apagada.Não te apegues ao outro, porém, até a consumação da desgraça. Se alguém não mais deseja, espontaneamente, seguir contigo, não te transformes em algema ou prisão. Cada ser ruma pela rota que melhor lhe apraz e vive conforme lhe convém. Estará, porém, onde quer que vá, sob o clima que merece.

Tem paciência e confia em Deus. Quando se modifica uma circunstância ou muda uma situação, não infiras disso que a vida, a felicidade, se acabaram. Prossegue animado de que aquilo que hoje não tens será fortuna amanhã em tua vida. Se estiveres a sós e não dispuseres de forças, concede-te outra oportunidade, que enobrecerás pelo amor e pela dedicação. Se te encontrares ao lado de um cônjuge difícil ama-o, assim mesmo, sem deserção, fazendo dele a alma amiga com quem estás incurso pelo pretérito, para a construção de um porvir ditoso que a ambos dará a paz, facultando, desse modo, a outros Espíritos que se revincularão pela carne, a ocasião excelente para a redenção.

E Paulo, o discípulo por excelência, pensando nos deveres de incorruptibilidade matrimonial, escreveu, conforme epístola número 5, aos efésios, nos versículos 22 e 25: “as mulheres sejam sujeitas a seus maridos, como ao Senhor... Assim também devem os maridos amar a suas mulheres como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo”. Em tão nobre conceito não há subserviência feminina nem pequenez masculina, antes, ajustamento dos dois para a felicidade no matrimônio.


Referências: A Bíblia de Jerusalém; Elucidações Evangélicas; Evangelho Segundo o Espiritismo; Terapia Comunitária, de Adalberto Barreto; e S.O.S. Família, ditado por Joana de Ângelis e Diversos Espíritos.

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Equipe "Os Missionários"

REFLEXÕES

O casamento é a união permanente de dois seres, portanto é um progresso na marcha da humanidade. Se o casamento fosse abolido na sociedade humana, teríamos o retorno à vida animal. A união livre e fortuita dos sexos é um estado natural. O casamento é um dos primeiros atos de progresso das sociedades humanas, porque ele estabelece a solidariedade fraternal e se encontra entre todos os povos, ainda que em condições diversas. A abolição do casamento seria o retorno à infância da humanidade, e colocaria o homem abaixo mesmo de certos animais que lhe dão o exemplo de uniões constantes.
Na lei natural o casamento é indissolúvel, no entanto, na lei humana o enlace é contrário à lei
natural. Portanto, os homens podem mudar suas leis, enquanto as da Natureza são imutáveis. A opção do indivíduo (homem ou mulher) de casar ou de ficar solteiro será bem vinda entre o “Céu e a Terra”. No entanto, na opção pelo celibato (ficar solteiro), se for concebido e aceito pela pessoa como uma missão a serviço da Humanidade, será um diferencial importante contra o egoísmo. Deus não pode se contradizer, nem achar mau o que fez; não pode ver mérito na violação de sua lei. Mas se o celibato, por si mesmo, não é um estado meritório, o mesmo não ocorre quando constitui, pela renúncia às alegrias da família, um sacrifício feito em proveito da Humanidade. Todo sacrifício pessoal com objetivo do bem, e sem dissimulação do egoísmo, eleva o homem acima de sua condição material.

Quanto à poligamia, é diferente da monogamia, pois fere a lei natural; a poligamia é uma lei humana, cuja abolição marca um progresso social. O casamento, segundo os objetivos de Deus, deve ser fundado sobre a afeição dos seres que se unem. Com a poligamia não há afeição real, mas sensualidade.
By Allan Kardec

“A confiança é item fundamental numa relação a dois; pois viver essa relação com desconfiança é o mesmo que transitar por terreno minado. Entretanto, a confiança é também fundamental em todos os níveis de nossas relações, devemos fugir da máxima popular “confiar desconfiando sempre” e, com o pensamento elevado e vigilante, principalmente quando se fizer a respeito de nós mesmos. Também devemos estar preparados para as adversidades e consequências trazidas por eventuais desajustes; pois, poderão ser irreversíveis para a nossa segurança interior e o nosso crescimento espiritual.”
by RM

Por se amarem, um homem e uma mulher podem vir a se casar. Entretanto, existem outros princípios que deverão perenizar esta união; sendo que, um dos mais importantes no enlace, será o de fazer o outro FELIZ.
Pensamento Islâmico

Subgrupo “Os Missionários”
Ilca Rodrigues, Marilda R. Andrade, Simão Pedro Aragão e Roberto Miguel.

Fontes:
Santidade Caminho da Perfeição
TV Canção Nova – Padre José Augusto
Mateus – Cap. 19 versículos de 1 a 10
O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec (Indissolubilidade do Casamento).
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
Internet (garimpando sobre o tema)

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Conclusões da Equipe MVFW

Componentes:

Maria do Carmo Sampaio
Valquíria Martins
Faraildes Santos
Waldelice Santos

CASAMENTO E DIVÓRCIO

A união do homem e da mulher é uma lei divina para haver renovação da humanidade. Dessa união resulta o apogeu da felicidade dada pelo êxtase da carne. O casamento deverá estar alicerçado em outra lei divina que é a lei de amor e amor é ternura, fraternidade, tolerância, paciência, compreensão, compromisso, partilha, perdão, saber ouvir, saber falar. Vive-se a união quando os parceiros têm o propósito de crescerem juntos, saindo do êxtase da carne para o êxtase do espírito. Em princípio, o que Deus uniu o homem não separa, mas quando se instala no lar a perturbação, o desequilíbrio, o desajuste, a ajuda mútua deixa de existir, dando lugar à mágoa, maus tratos ou violência verbal e física. O divórcio é uma lei humana que tem por fim separar o que já está separado de fato, quando o amor deixou-se vencer pelo egoísmo.
O casamento não está restrito ao homem e mulher, mas há também casamento com a profissão, com a política, com a religião etc. Esse casamento também pode ser rompido quando os laços da união são desfeitos.

Fonte bibliográfica:
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec
Filosofia Cósmica do Evangelho –- Huberto Rohden
Sabedoria do Evangelho - Carlos Torres Pastorino

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Conclusões da equipe formada por
Fernanda/Isabel/Vaneska/Cláudia

O casamento - como e porque conviver com o outro

Mulher perfeita (Lenda árabe)

“Um homem saíra pelo mundo à busca de sua eleita. Trinta anos depois, sem conseguir o seu intento, velho e cansado, retornou à terra natal. Um amigo o admoestou: "Então, tu viajaste trinta anos em vão! Afinal, não encontraste a mulher perfeita! Ele respondeu-lhe: "Tu te enganas, meu amigo. Eu a encontrei, sim, mas ela também estava à busca de um homem perfeito..."


O maior compromisso que o indivíduo deve fazer na vida terrena é consigo mesmo. Compromisso de autoconhecer-se para poder, com coragem, realizar a sua reforma íntima na busca da sua felicidade. Só assim ele terá condições de cumprir com os demais compromissos que assume no decorrer da sua vida, com o próximo que está dentro da sua família (pais, filhos e parentes), no trabalho (companheiros de jornada profissional), na escola (colegas, professores, funcionários), enfim, com a sociedade em que vive. Consciente de si, do seu potencial, de suas dificuldades e virtudes, ele “poderá” ter condições de exercer, com plenitude ou de uma forma melhor, seus papéis, cumprindo, dentro da possível fidelidade, os compromissos assumidos.

Um desses papéis está no casamento, que pode ser se “unir” a outro ser ou como diz o espírito Leocádio José Correia “se casar” com a Medicina, com a Educação, com a Ciência ou com os projetos sociais”. São caminhos diferentes, mas que igualmente proporcionam oportunidade evolutiva ao espírito durante sua trajetória na Terra.

No nosso grupo decidimos falar da união entre um homem e uma mulher, onde cada um assume conviver com o outro, assinando contrato legal ou não, prometendo verbalmente (o que é mais usual) conviver pela lei do amor, mantendo o respeito, a fidelidade, a compreensão, e por aí vai... Ledo engano, na maioria (ou em grande parte) das vezes o casal esquece de respeitar a individualidade de cada um.

Não se atenta para o fato de que cada um de nós é um ser único (indivíduo), que tem suas peculiaridades e, diante das imperfeições que cada um carrega é preciso vivenciar no dia a dia da relação, a aceitação, o ceder, o entendimento, o ouvir... enfim, ao que chamamos de DIÁLOGO. Portanto, se o amor não for real, forte, nada é levado em conta e essa compromisso se desfaz, inclusive, até com o fim da amizade, do carinho, e tantos outros sentimentos que existiam no início de tudo.

De acordo o Livro dos Espíritos - Capítulo 6, Vida Espírita, “a simpatia que atrai um espírito ao outro é o resultado da perfeita concordância de suas tendências, de seus instintos. Se um tivesse que completar o outro, perderia a sua individualidade”. Portanto, é possível desmistificar o termo comumente conhecido como “alma gêmea”. O que ocorre com a maioria das pessoas é a semelhança, as chamadas “afinidades”. Por isso, é possível ter afinidades também com amigos e parentes. “Nós só convivemos bem com quem se parece conosco”.

No seu artigo “Casamento na Visão Espírita”, elaborado a partir de uma extensa bibliografia que inclui Kardec, Chico Xavier, Divaldo Franco, Herculano Pires, Joana de Angelis (S.O.S Família), Carmen Diana Rodrigues Daré afirma ser preciso que a ligação se baseie na responsabilidade recíproca, respeito e consideração pelo cônjuge, firmando-se na fidelidade e nos compromissos da camaradagem, da afetividade, em qualquer estágio da união.

O lar, estruturado no amor e no respeito aos direitos dos seus membros, é o local onde as criaturas se harmonizam e se completam. Dinamizam os compromissos que se desdobram em realizações que dignificam a sociedade, pois os envolvidos passam a compreender a grandeza das emoções profundas e realizadoras, administrando as dificuldades que surgem, prosseguindo com segurança e otimismo. Eles se sentem membros integrantes do grupo social, com o qual contribui a favor do progresso geral e da felicidade de cada um, como de todos em conjunto.

Em tese, o agrupamento doméstico se forma a partir de princípios de afinidade. Devemos entender bem que afinidade psíquica não significa simpatia, mas sim atração devido a compromissos emocionais. Por isso que nas ligações terrenas, encontramos as grandes alegrias e também dentro delas somos habitualmente defrontados pelas mais duras provações.

Inicialmente deve ser examinado que o matrimônio em linhas gerais é uma experiência de reequilíbrio das almas no ambiente familiar e oportunidade de edificação sob a bênção da prole. Não poucas vezes os nubentes, mal preparados para o casamento ou para uma vida a dois, dele esperam tudo, guindados ao paraíso da fantasia, esquecidos de que esse é um sério compromisso, e todo compromisso exige responsabilidades recíprocas a benefício dos resultados que se deseja atingir.

A lua de mel é imagem rica da ilusão, porquanto, no período primeiro do casamento, nascem traumas, desajustes, inquietações e receios, frustrações e revoltas que, despercebidos, quase a princípio, surgem mais tarde em surdaguerrilhas ou batalhas no lar, em que o ódio e o ciúme explodem, descontrolados, impondo soluções, sem dúvida, que sejam menos danosas do que as trágicas.

Todavia há de se meditar, no que se refere a compromissos de qualquer natureza, que sua interrupção, somente adia a data da justa quitação. No casamento, não raro, o adiamento promove o ressurgir do pagamento em circunstâncias mais dolorosas no futuro em que, a pesadas renúncias e a fortes lágrimas, somente, se consegue a solução.

Quando nos relacionamentos conjugais surgirem dificuldades de entendimento, estes devem ser solucionados mediante o diálogo, ajuda especializada e principalmente por intermédio da oração que facilita melhor entendimento dos objetivos existenciais. Desse modo, a tolerância toma o lugar da irritação, a compreensão satisfaz os estados de desconforto, favorecendo com soluções hábeis para que sejam superadas essas ocorrências.
A amizade assume o seu lugar, amenizando o conflito e proporcionando o companheirismo agradável e benéfico, que refaz a comunhão, sustentando a afeição. Em verdade, o que mantém o matrimônio não é o prazer sexual, sempre fugidio, mesmo quando inspirado pelo amor, mas a amizade, que responde pelo intercâmbio emocional através do diálogo, do interesse nas realizações do outro, na convivência compensadora, na alegria de sentir-se útil e estimado.

No livro Consterlação Familiar, psicografado por Divaldo Franco, Joanna de Ângelis diz, no prefácio, que a aparente falência das uniões consagradas pelo matrimônio, assim como a de todas aquele que frutesceram em descendentes, não é da família, mas da desestruturação da ética e da moral, vitimadas pelas mudanças impostas pelos denominados novos tempos, nos quais, escravizando-se às paixões dissolventes, os indivíduos optam pela ansiosa conquista das coisas e dos fetiches da tecnologia que os distraem e entorpecem. (...) a realidade humana, a pressa pela fruição de todas as sensações possíveis apresenta-se na condições de meta que deve ser alcançada a qualquer preço para não se perder a oportunidade de viver bem, quando o ideal seria bem-viver”.

Em outro capítulo, Joana de Ângeliz diz mais: “Numa cultura social saudável, os primeiros relacionamentos afetivos têm por finalidade a vivência do companheirismo, o desabrochar da amizade, passo inicial para a manifestação do amor sem perturbação e com caráter duradouro”.

“´De inspiração divina, a família é o alicerce sobre o qual a sociedade se edifica, sendo o primeiro educandário do espírito, onde são aprimoradas as faculdades que desatam os recursos que lhe dormem latentes. É a escola de bênçãos onde se aprendem os deveres fundamentais para uma vida feliz e sem cujo apoio fenecem os ideais, desfalecem as aspirações, emurchecem as resistências morais. É a oportunidade superior do entendimento e da vera fraternidade, de onde surgirá o grupo maior, equilibrado e rico de valores, que é a sociedade”.

“Por isso, no momento em que a família se desestrutura sob os camartelos da impiedade e da agressão ou se dilui em face da ilusão acalentada pelos seus membros ou se desmorona em razão da imprevidência, a sociedade sofre um grande constrangimento”. “Quem não consegue a capacidade de amar aqueles comos quais convive, mais dificilmente poderá amar aqueloutros que não conhece”.

Paulo Wedderhoff, coordenador de projetos da Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas, faz uma reflexão a respeito das vidas conjugais nos dias de hoje com uma pergunta: “Será que as uniões que têm maior chance de sucesso não são aquelas em que o cônjuge casa para fazer feliz a pessoa que ama? Quando os cônjuges pensarem assim, será muito difícil a união se desfazer”.

Relacionamentos conjugais são edificações que devemos realizar todos os dias. “Casar é se comprometer com a felicidade de quem a gente ama”, diz o professor. E este pensamento é coerente com algumas observações trazidas pelo espírito Leocádio José Correia. Segundo ele, “casamento é renúncia”, o que não significa peso ou desgaste quando se tem amor pela outra pessoa.

De acordo com “O Livro dos Espíritos”, o casamento é um dos instrumentos para a evolução humana. “O casamento ou a união permanente de dois seres, é contrária à lei natural? É um progresso na marcha da humanidade” (Capítulo 4 – Lei da Reprodução). No Evangelho também é enfatizada a idéia do ser humano constituir uma família para o seu próprio progresso. Porém, viver com outra pessoa não é uma obrigação, é uma escolha.

Também o “O Livro dos Espíritos”, no Capítulo 6, Vida Espírita, diz que “a simpatia que atrai um espírito ao outro é o resultado da perfeita concordância de suas tendências, de seus instintos. Se um tivesse que completar o outro, perderia a sua individualidade”. Portanto, é possível desmistificar o termo comumente conhecido como “alma gêmea”.

O que ocorre com a maioria das pessoas é a semelhança, as chamadas “afinidades”. Por isso, é possível ter afinidades também com amigos e parentes. Na opinião de Wedderhoff, “nós só convivemos bem com quem se parece conosco”.

Fatores que contribuem para o desencontro conjugal

De natureza íntima - insegurança, busca de realização pelo método da fuga, insatisfação em relação a si mesmo, transferência de objetivos, que nunca se complementarão em uma união que não foi amadurecida pelo amor real.
De ordem psicossocial, econômica, educacional, nos quais estão embutidos os culturais, de religião, de raça, de nacionalidade, que sempre comparecem como motivo de desajuste, passados os momentos de euforia e de prazer. Ainda se podem relacionar aqueles que são conseqüências de interesses subalternos, nos quais o sentimento do amor esteve ausente. Nesses casos já se iniciou o compromisso com programa de extinção, o que logo sucede, e outros motivos vários.

Sinais de alarme antes de agravar a união conjugal
• Silêncios injustificáveis quando os esposos estão juntos
• Tédio inexplicável ante a presença da companheira ou do companheiro
• Ira disfarçada quando o consorte ou a consorte emite uma opinião
• Saturação dos temas habituais, versados em casa, fugindo para intérminas leituras de jornais ou inacabáveis novelas de televisão
• Irritabilidade contumaz sempre que se avizinha do lar
• Desinteresse pelos problemas do outro
• Falta de intercâmbio de opiniões
• Atritos contínuos que provocam agressão das mais variadas formas
O que fazer para salvar o casamento

Segundo João Batista Armani, é preciso a prática da caridade no lar para salvar o casamento. A meditação, a oração em conjunto, a procura do bem em toda parte, auxiliarão a paz no lar. Poderíamos defini-la como uma ginástica diária, onde os principais exercícios são perdão, tolerância, atenção, respeito e renúncia. Com semelhantes exercícios descobriremos no lar afinidades novas, motivações renovadas, afetos insuspeitados a garantir uma vida familiar saudável e feliz.
O lar é o laboratório de experiências nobres em busca de avanços morais e espirituais, onde os seres se depuram em preparo para realizações mais elevadas nos Domínios do Criador. Treinamos na família menor habilitando-nos para o serviço à família maior, que constituí a Humanidade inteira.
Emmanuel nos diz: A felicidade existe sim, porém, para usufruí-la no Outro Mundo, precisamos aqui na Terra admitir “que ninguém pode ser realmente feliz sem fazer a felicidade alheia no caminho que avança”.
Divórcio

É claro que o casamento não impõe um compromisso irreversível, o que seria terrivelmente perturbador, em razão de todos os desafios que apresenta, os quais deixam muitas seqüelas, quando não necessariamente diluídos pela compreensão e pela afetividade.

É importante observar que existe diferença entre programação e determinismo. Embora eu tenha me comprometido, posso a qualquer momento mudar o meu planejamento, pois tenho o livre arbítrio. Por isso é difícil emitir opinião a respeito de problemas alheios. Cada um precisa analisar-se honestamente e sentir o que estar no fundo do seu Ser, da sua consciência, antes de tomar qualquer decisão.

Todo compromisso afetivo, portanto, que envolve dois indivíduos, torna-se de magna importância para o comportamento psicológico de ambos. Rupturas abruptas, cenas agressivas, atitudes levianas e vulgaridade geram lesões na alma da vítima, assim como naquele que as assume. A precipitação e o desgoverno das emoções respondem pela ruptura da responsabilidade assumida, levando muitos indivíduos ao naufrágio conjugal e à falência familiar por exclusiva responsabilidade deles mesmos.

Enquanto houver o sentimento do amor no coração do homem - e ele sempre existirá, por ser manifestação de Deus inserida na Vida – o matrimônio permanecerá, e a família continuará sendo a célula fundamental da sociedade. Envidar esforços para a preservação dos valores morais, estabelecidos pela necessidade do progresso espiritual, é dever de todos que, unidos, contribuirão para uma vida melhor uma humanidade mais feliz, na qual o bem será a resposta primeira de todas as aspirações.

A separação legal ocorre quando já houve a de natureza emocional, e as pessoas são estranhas umas à outra. Ademais a precipitação faz com que as criaturas se consorciem não com a individualidade, o ser real, mas sim, com a personalidade, aparência, os maneirismos, com as projeções que desaparecem nas convivências, desvelando cada qual conforme é, e não como se apresentava no período da conquista.

Essa desidentificação causa, não poucas vezes, grandes choques, produzindo impactos emocionais devastadores. Ainda por isso o Espiritismo reconhece a necessidade do divórcio, pois no plano ilusório da matéria as criaturas se confundem e misturam sexualidade e desejo com amor.

ORIGEM DO CASAMENTO

Historicamente, o casamento começou a receber atenção na Roma antiga, onde se achava perfeitamente organizado. Inicialmente havia a confarreatio, casamento da classe patrícia, correspondendo ao casamento religioso. Dentre outros traços, caracterizava-se pela oferta aos deuses de um pão de trigo, costume que, modificado, sobrevive até os nossos dias, com o tradicional bolo de noiva. A confarreatio não tardou a cair em desuso e era rara já ao tempo de Augusto. A coemptio era o matrimônio da plebe, constituindo o casamento civil. Finalmente, havia o usus, aquisição da mulher pela posse, equivalendo assim a uma espécie de usucapião. O casamento religioso só foi regulamentado pela Igreja no Concílio de Trento (1545-1563). Com o tempo, em virtude de inúmeros fatores, inclusive a Reforma protestante, os Estados puseram à margem o casamento religioso e o primeiro país a dar esse passo foi a Inglaterra, ao tempo de Cromwell.

FORMAS DE CASAMENTO

Historicamente, pode-se dizer que quatro formas fundamentais de casamento existiram no mundo:
1) Casamento por rapto ou captura, muito comum entre as tribos que guerreavam entre si e nas civilizações antigas, embora o antropólogo Malinowski entenda que esse tipo de casamento tenha existido mais na teoria do que na prática
2) Casamento por compra ou troca, comum entre os zulus da África, os índios americanos e os germanos
3) Casamento por determinação paterna, cultivado, sobretudo, pelos povos islâmicos e na China
4) Casamento por consentimento mútuo, em que é dispensável a autorização dos pais, salvo se os contraentes são menores.


Bibliografia
Constelação Familiar – Joana de Angelis p/ Divaldo Franco
Internet por meio de textos que usaram os livros abaixo:
Astolfo O. de Oliveira Filho – Pelo Centro Espírita Meimei
Franco, Divaldo P. - Amor, imbatível Amor. Pelo Espírito Joanna de Angelis
(S.O.S. Família. Por Joanna de Angelis e outros Espíritos)
Kardec, Allan. - O Evangelho segundo o Espiritismo - O Livro dos Espíritos
Pires, José H. - Curso Dinâmico do Espiritismo (Pesquisa sobre o Amor)
Xavier, Francisco C. - Vida e Sexo. Pelo Espírito Emmanuel
O consolador. Pelo Espírito Emmanuel
Um Jeito de Ser Feliz – Richard Simonetti.
Aprendendo Sempre – Jobel Sampaio Cardoso.
Vereda familiar – Thereza de Brito (José Raul Teixeira).
Amor Imbatível Amor – Joanna de Ângelis (Divaldo Pereira Franco).

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