segunda-feira, 28 de maio de 2018

Valorização da vida


Sob a condução de Simone Figueiredo, coordenadora do setor de Atendimento Espiritual da Federação Espírita do Estado da Bahia (FEEB), a Cobem realizou no sábado, 26 de maio, através do Departamento de Atendimento Fraterno, o seminário Valorização da vida: prevenção do suicídio. Em razão desse evento, o Grupo Jesus de Nazaré não se reuniu, mas alguns de seus integrantes compareceram, como Egnaldo, Valquíria, Waldelice,Marilda, Isabel, Carminha, Regina, Eliete e este Coordenador, aproveitando as preciosas informações divulgadas a respeito do suicídio, um mal, fruto da ignorância a respeito das finalidades da vida material, responsável pelo maior número de morte em todo o planeta.
Anotamos algumas das estatísticas apresentadas por Simone, dando conta de que, em nível mundial, os casos de suicídio estão entre 800 mil e um milhão por ano, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS, ligada à Organização das Nações Unidas), sendo 2.200 ocorrências por dia e uma a cada 40 segundos. É, segundo as estatísticas, a principal causa de mortes violentas (56%), acometendo principalmente homens (15 em cada 100 mil pessoas), enquanto entre as mulheres são oito em cada 100 mil.
Pensava-se que o suicídio fosse mais frequente nos países desenvolvidos, nas sociedades materialistas, mas Simone revelou esses casos são muito mais comuns nas nações de média e baixa renda, na ordem de 75,5% das ocorrências, superando o número de homicídios e registrando 437 mil casos anuais. Junto a isso, a Internet abriga 500 mil sites que estimulam e ensinam a prática do suicídio, que produz trágicas consequências sociais, emocionais e econômicas.

Subnotificação e esperança
No que respeita ao Brasil, nosso país ocupa o oitavo lugar em número de casos: 9,4 em cada 100 homens e 2,5 em cada 100 mil mulheres. Aqui, no entanto, as ocorrências são subnotificadas, isto é, nem todos os casos são registrados pelas autoridades policiais ou sanitárias; ainda assim, estima-se que haja 32 casos diários, dentre os quais tem aumentado muito a incidência entre os índios. Num período de dez anos - entre 2002 e 2012 -, esses casos cresceram 33,6%, superando o número de acidentes de trânsito (24,5%) e o índice de aumento populacional (11%).
Segundo Simone, as causas do suicídio podem ser biológicas, psicológicas ou psíquicas, sociodemográficas ou espirituais, com maior incidência entre jovens na faixa etária de 15 a 35 anos e idosos acima de 75 anos. Os fatores predisponentes mais apontados são a solidão, a tristeza, dificuldades financeiras, falta de expectativa ou sentido na vida material, traumas, exposição a situações violentas, ansiedade e transtornos de humor, dentre outros.
A palestrante mostrou também que 90% dos casos são evitáveis, a partir da adoção de medidas como evitar o sensacionalismo na abordagem do assunto, divulgar onde se conseguir ajuda, evitar repetir histórias de suicidas e apresentar exemplos de superação, além de esclarecer a relação entre suicídio e transtornos mentais. A partir do mês de julho, informou Simone, o Centro de Valorização da Vida (CVV) contará com um número direto - o 188 - para ligações gratuitas.
No final da primeira parte do seminário, Simone citou frase do escritor Marlon Reikdal, autor do livro O Desafio de Viver, para quem "o problema do suicídio está na literalização do desejo, na exigência imediatista de mudança e na interpretação materialista da vida".

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