Sob a condução de Simone Figueiredo, coordenadora do setor de
Atendimento Espiritual da Federação Espírita do Estado da Bahia (FEEB), a Cobem
realizou no sábado, 26 de maio, através do Departamento de Atendimento
Fraterno, o seminário Valorização da vida: prevenção do suicídio.
Em razão desse evento, o Grupo Jesus de Nazaré não se reuniu, mas alguns de
seus integrantes compareceram, como Egnaldo, Valquíria, Waldelice,Marilda,
Isabel, Carminha, Regina, Eliete e este Coordenador, aproveitando as preciosas
informações divulgadas a respeito do suicídio, um mal, fruto da ignorância a
respeito das finalidades da vida material, responsável pelo maior número de
morte em todo o planeta.
Anotamos algumas das estatísticas apresentadas por Simone, dando
conta de que, em nível mundial, os casos de suicídio estão entre 800 mil e um
milhão por ano, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS, ligada
à Organização das Nações Unidas), sendo 2.200 ocorrências por dia e uma a cada
40 segundos. É, segundo as estatísticas, a principal causa de mortes violentas
(56%), acometendo principalmente homens (15 em cada 100 mil pessoas), enquanto
entre as mulheres são oito em cada 100 mil.
Pensava-se que o suicídio fosse mais frequente nos países
desenvolvidos, nas sociedades materialistas, mas Simone revelou esses casos são
muito mais comuns nas nações de média e baixa renda, na ordem de 75,5% das
ocorrências, superando o número de homicídios e registrando 437 mil casos
anuais. Junto a isso, a Internet abriga 500 mil sites que estimulam e ensinam a
prática do suicídio, que produz trágicas consequências sociais, emocionais e
econômicas.
Subnotificação e esperança
No que respeita ao Brasil, nosso país ocupa o oitavo lugar em
número de casos: 9,4 em cada 100 homens e 2,5 em cada 100 mil mulheres. Aqui,
no entanto, as ocorrências são subnotificadas, isto é, nem todos os casos são
registrados pelas autoridades policiais ou sanitárias; ainda assim, estima-se
que haja 32 casos diários, dentre os quais tem aumentado muito a incidência
entre os índios. Num período de dez anos - entre 2002 e 2012 -, esses casos
cresceram 33,6%, superando o número de acidentes de trânsito (24,5%) e o índice
de aumento populacional (11%).
Segundo Simone, as causas do suicídio podem ser biológicas,
psicológicas ou psíquicas, sociodemográficas ou espirituais, com maior
incidência entre jovens na faixa etária de 15 a 35 anos e idosos acima de 75 anos.
Os fatores predisponentes mais apontados são a solidão, a tristeza,
dificuldades financeiras, falta de expectativa ou sentido na vida material,
traumas, exposição a situações violentas, ansiedade e transtornos de humor,
dentre outros.
A palestrante mostrou também que 90% dos casos são evitáveis, a
partir da adoção de medidas como evitar o sensacionalismo na abordagem do
assunto, divulgar onde se conseguir ajuda, evitar repetir histórias de suicidas
e apresentar exemplos de superação, além de esclarecer a relação entre suicídio
e transtornos mentais. A partir do mês de julho, informou Simone, o Centro de
Valorização da Vida (CVV) contará com um número direto - o 188 - para ligações
gratuitas.
No final da primeira parte do seminário, Simone citou frase do escritor
Marlon Reikdal, autor do livro O Desafio de Viver, para quem
"o problema do suicídio está na literalização do desejo, na exigência
imediatista de mudança e na interpretação materialista da vida".
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