quarta-feira, 12 de agosto de 2015

"Meu pai é uma figura!"

Consternados pela súbita enfermidade de Marilene, que a levou ao hospital por uns dias, retirando-a momentaneamente de nosso convívio, os participantes do trabalho realizado no sábado, 8 de agosto, fizeram a seu modo a homenagem ao Dia dos Pais, durante a atividade conduzida por Lígia. Presentes estávamos Valquíria, Eliene, Magali, Roberto, Waldelice, Marlene, Regina Mendes, Cristiano, Egnaldo, Jaciara - que levou seu neto João Francisco - e este redator dublê de coordenador. Depois da explicação de Lígia acerca da tarefa, ela fez a leitura do primeiro parágrafo do tópico sobre "O parentesco corporal e o parentesco espiritual" (item 8 do Cap. XIV de O Evangelho Segundo o Espiritismo) e expôs a primeira consigna: "Como percebo o papel da figura paterna na minha existência?" Mas antes de tudo a turma foi chamada a cantar a música "Pai", do cantor e compositor Fábio Jr. (letra abaixo).
Roberto optou por falar primeiro de sua condição de pai dos quatro filhos com que a Vida o presenteou. Quanto a seu genitor, ele disse que este faleceu quando ele contava 19 anos, mas a convivência ficou dificultada pelas constantes ausências do pai, de modo que sua mãe representou melhor a figura paterna em sua vida. Para Eliene, falar do pai "é falar da melhor coisa do mundo em minha existência", revelando que a natureza de seu pai era igual à dela, "que não levo desaforo pra casa"; segundo ela, o legado paterno foi o respeito que ele tinha por todos, dizendo aos filhos que "a vida é feita de partilha e divisão". Ela se emocionou ao narrar que, já espírita, não quis acompanhar a desencarnação do pai, preferindo ir ao Centro, onde uma médium junto a ela pressentiu a partida desse Espírito.
Por sua vez, Regina declarou que o papel de seu pai foi o contrário do que diz a letra da canção de Fábio Jr. - e assim ela relatou a história de sua infância marca pelas brigas entre os pais até que veio o abandono do lar pela figura paterna e por conta disso a situação familiar tornou-se bem precária e só melhorou quando ela e os irmãos cresceram e puderam rever e modificar sua relação com o pai; então Regina, conforme disse, pôde perdoar deu pai e libertar-se da mágoa. Ela também se emocionou ao contar que a gravidez da companheira de seu filho não foi a termo e não será avó no tempo esperado.
Egnaldo considerou ter tido um pai "muito simples", mas trabalhador, dinâmico: "Aprendi a pescar com ele", disse, observando que esse aprendizado continua até hoje, trazendo-lhe vantagens na criação dos três filhos. Agora, com os netos, segundo afirmou, ele recomeça a vida, acrescentando que "o pai é essencial na vida das pessoas".
"Meu pai não me largava", observou Valquíria, querendo dizer com isso que seu genitor a apoiava em tudo, sendo muito presente na vida dos filhos todos e em nenhum momento permitia a tristeza. Um autêntico líder comunitário num bairro populoso de Salvador, ele registrava as etapas do desenvolvimento dos filhos e se importava com os namorados das filhas. "Com ele aprendi a me dedicar aos assuntos espiritualistas e recebi o legado da honestidade e da valorização do trabalho", ressaltou.
Já no final do trabalho, Cristiano tomou a palavra e declarou que eve dificuldades com seu pai, acreditando que isso se deveu a sua reencarnação "compulsória": "Mas depois comecei a ver o que havia de positivo nele, como a honestidade e o gosto pela leitura", disse, salientando que essa nova visão o ajudou a ser um bom pai para seus próprios filhos, procurando não repetir os padrões negativos da educação recebida ao longo de sua criação.

Pai
(Fábio Jr.)

Pai
Pode ser que daqui algum tempo
Haja tempo pra gente ser mais
Muito mais que dois grandes amigos
Pai e filho talvez

Pai
Pode ser que daí você sinta
Qualquer coisa entre esses 20 ou 30
Longos anos em busca de paz

Pai
Pode crer eu tô bem, eu vou indo
Tô tentando vivendo e pedindo
Com loucura pra você renascer

Pai
Eu não faço questão de ser tudo
Só não quero e não vou ficar mudo
Pra falar de amor pra você

Pai
Senta aqui que o jantar tá mesa
Fala um pouco tua voz tá tão presa
Nos ensina esse jogo da vida
Onde vida só paga pra ver

Pai
Me perdoa essa insegurança
É que eu não sou mais aquela criança
Que um dia morrendo de medo
Nos seus braços você fez segredo
Nos seus passos você foi mais eu

Pai
Eu cresci e não houve outro jeito
Quero só recostar no teu peito
Pra pedir pra você ir lá em casa
E brincar de vovô com meu filho
No tapete da sala de estar

Pai
Você foi meu herói, meu bandido
Hoje é mais muito mais que um amigo
Nem você, nem ninguém tá sozinho
Você faz parte desse caminho
Que hoje eu sigo em paz

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