sábado, 20 de setembro de 2014

Os ventos da reencarnação

Sim, desta vez pudemos levar a cabo o trabalho planejado em torno do item 9 do quarto capítulo de O Evangelho Segundo o Espiritismo ("Ninguém pode ver o Reinod e Deus se não nascer de novo"), com uma boa participação dos integrantes do "Jesus de Nazaré". Além dos coordenadores, estavam presentes Carminha, Isabel, Valquíria, Fernanda, Fernando, Maria luiza, Marilene, Marlene, Marilda, Egnaldo, Iva, Quito, Bonfim, Eliene, Waldelice, Magali, Regina, Cristiano, Roberto e Lígia.
Os comentários acerca do capítulo 27 do livro Caminho, Verdade e Vida - "Negócios" - abriu as atividades. No texto de Emmanuel (Espírito), psicografado por Chico Xavier, a epígrafe resgatava pequeno trecho do Evangelho de Lucas (2:49): "E Ele lhes disse - Por que me procuráveis? não sabíeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?" Quase todos emitimos nossos pareceres, havendo inclusive quem fugisse ao tema.
Em termos gerais, os comentários procuraram responder a estas indagações: de que modo nos envolvemos nos negócios do mundo para fazermos a vontade do Pai? Cuitar de nosso interese pessoais unicamente é contrariar a oportunidade que Deus nos concede a fim de realizarmos a política da fraternidade aqui no mundo. Considerando as palavras de Jesus - "Meu Pai trabalha desde sempre e eu também trabalho." - é preciso trabalhar pela própria elevação, desenvolvendo virtudes na ação benemerente junto aos outros, para o que é imprescindível a atitude fraterna, com boa vontade, Em razão desse negócio - palavra que em sua etimologia significa negação do ócio - podemos entender melhor o aviso do Cristo: "Àquele que tem mais receberá, e ao que não tem até o que tem lhe será tirado."

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A tomada da lição sobre o exercício da gentileza ao longo da semana mereceu uma reflexão quanto à criação dos filhos, no sentido de se lhes apontar limites e dar responsabilidades, de modo a não se precisar agir com rudeza com eles depois...

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Já o trabalho propriamente dito, sobre o item 9 do ESE, foi iniciado com a leitura do texto correspondente, pela Coordenação, que em seguida fez pequena explanação e convidou a turma para uma vivência reflexiva pautada no silêncio facilitador da introspecção. Nesse clima, foram propostas quatro questões para reflexão: 1 - Você é capaz de se sentir como espírito, esquecendo o corpo?; 2 - Como é sua vivência na Terra?; 3 - O que você percebe ter trazido de suas vidas passadas?; e 4 - De que modo você está preparando sua próxima reencarnação?
Eis o que foi partilhado:
Eliene, primeira a falar, declarou sentir-se espírito quando relaxada, mas só uma vez experimentou essa sensaação; ela disse ainda que sua vivência é difícil, posto serem constantes os desafios a enfrentar, necessitando portanto da misericórdia divina para atravessar esses momentos com equilíbrio; afirmou também ter muitas coisas boas de vidas passadas, "mas o mais forte é o temperamento", que a faz questionar os fatos da vida prática, embora lute para vencer essas dificuldades; para ela o (re)nascer e o morrer dependem do aqui e do agora, de modo que se prepara para estar mais consciente e assim não experimentar tanta dureza na próxima vez.
Em razão dos quadros de saúde apresentados em sua vida, Luiza disse ter tido várias oportunidades de fazer esse tipo de reflexões, principalmente meditando conhecida afirmativa do médium Chico Xavier ("Nasceste no lar que precisavas..." etc.), de modo que é no ambiente familiar que tem ocasião de experimentar sua tarefa reencarnatória, principalmente quando teve de cuidar dos irmãos na época em que estes, enfermos, se preparavam para retornar ao plano espiritual; desse modo, ela se preocupa em dar o melhor aos filhos, a fim de que seu retorno à Pátria da Verdade seja tranquilo e gratificante; ela considerou também que as leituras edificantes e o trabalho abnegado na Casa Espírita poderão auxiliá-la bastante quando tiver que, depois, retornar ao palco das lutas terrestres.
Creuza salientou que já começou a partilhar com os filhos o pouco de bens materiais que possui, para o que tem recebido auxílio da Espiritualidade. Marilda, por sua vez, disse ter trazido o medo de seu passado reencarnatório, medo esse que tem aprendido a perder nas lutas do dia a dia: "Quem tem família tem que perder o medo", ponderou, acrescentando que trabalha muito, apesar de reconhecer as próprias limitações: "Se fizer a vontade do corpo, fico deitada o tempo todo", contou, ressaltando que todo trabalho feito com amor será bom e é dessa forma que ela prepara sua próxima reencarnação.
"Só me vejo como espírito quando me volto para Deus", confessou Waldelice, revelando que sua vivência na Terra "é como lutar numa guerra", estando ciente de ter trazido a coragem do passado, sendo essa virtude o que norteia sua vida: "Busco melhorar e me entristiço quando faço coisas erradas", disse, explicando que nesses momentos pede mais forças a Deus. Também Iva afirmou ver-se como espírito quando está orando, ocasião em que costuma analisar suas ações e modo de viver; do passado, disse, trouxe ela a coragem e a capacidade de servir, ao passo que, para a próxima experiência na matéria, em reencarnando, pretende repetir a maternidade, recebendo seis filhos.
Regina afirmou que ao mergulhar em si mesma consegue abstrair ou transcender a condição corporal, entendendo, porém, ser difícil mostrar aos outros o que se lhe passa no intimo; para ela, há uma briga com su corpo, pois não gosta de ser tocada, "a não ser que seja com muita delicadeza". Depois de relacionar as dificuldades encontradas desde a infância, muitas delas relacionadas à saúde física, disse ter compreendido a razão espiritual dessas enfermidades, e hoje convive com uma alergia ao sulfato de níquel, substância presente em praticamente tudo na instância material, o que a faz reconhecer-se alérgica à vida; não obstante, disse ser capaz de uma conduta profundamente reflexiva e quer renascer escritora, desenvolvendo mais ainda essa capacidade.
Fechando os comentários e a atividade, a coordenadora Creuza considerou a importância de se continuar esse exercício reflexivo, porquanto o sentir-se espírito deve ser uma atitude consciente do cotidiano; desse modo, não vale mais um espírita dizer "meu espírito", ou "eu tenho um espírito"; o que vale é a afirmação positiva "eu sou espírito"; ela também observou o fato de trazermos conosco uma imensa herança reencarnatória, posto termos vivido na Terra muitas vezes, o que quer dizer possuirmos uma vasta experiência. Segundo Creuza, essa herança não quer dizer necessariamente aprendizado, daí as dificuldades da vida presente. Estar na Terra, disse ela, é viver a baase de nossa aprovação e iluminação; por isso, devemos prestar muita atenção a esta encarnação, porque a próxima será o resultado desta. Assim, completou, devemos nos perguntar sobre o que temos feito de positivo em nossas esferas de relacionamento - na família, no trabalho, no sociedade... tudo isso é construção para a próxima vinda de cada um de nós ao chão do planeta.

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