domingo, 23 de julho de 2017

Ah, a felicidade é como a pluma!...

A letra e a melodia da bela composição de Tom Jobim e Vinicius de Moraes que é "A felicidade" (letra no final desta postagem) marcaram parte da atividade realizada no sábado, dia 22 de julho, pelo Grupo Jesus de Nazaré, quando a Coordenação propôs reflexões em torno do amor e da felicidade. Ao trabalho compareceram Carminha, Jaciara, Quito, Iva, Cláudia, Cristiane, Valquíria, Marilene, Egnaldo, Cristiano, Marilda, Lígia, Augusta, Fernando, Maria Luiza e este escriba, também coordenador. Era um dia de festa e portanto a turma foi convidada a encher balões coloridos e identificá-los com o nome de cada um. Todos os balões, inclusive os que não foram nomeados, ornamentaram um canto da sala até que a Coordenação informasse para que serviriam. No início da atividade, como habitualmente, foi feita a leitura do texto abaixo, em referência ao item 10 ("Lei de amor") do Cap. XI de O Evangelho Segundo o Espiritismo, intitulado "Amar ao próximo como a si mesmo":

O amar e o amor

Um esposo foi visitar um sábio conselheiro e disse-lhe que já não amava mais sua esposa e que pensava em separar-se.
O sábio escutou-o, olhou-o nos olhos e disse-lhe apenas uma palavra:
- Ame-a! - e logo se calou.
- Mas já não sinto nada por ela!
- Ame-a! - disse novamente o sábio.
E, diante do desconcerto do esposo, depois de um breve silêncio, disse-lhe o seguinte:
- Amar é uma decisão, não é apenas um sentimento; amar é dedicação e entrega. Amar é um verbo e o fruto dessa ação é o amor. O amor é um substantivo, um exercício de jardinagem: arranque o que faz mal, prepare o terreno, semeie, seja paciente, regue e cuide. Esteja preparado porque haverá pragas, secas e muitas chuvas, mas nem por isso abandone seu jardim. Ame seu par, ou seja, aceite-o, valorize-o, respeite-o, dê afeto e ternura, admire e compreenda-o. Isso é tudo. Ame, simplesmente ame!

Essa história trazia uma consigna que foi proposta ao grupo para reflexão em duplas: Como e quando posso decidir amar?. Mas antes da partilha a Coordenação sugeriu que todos fossem até a entrada do salão e lessem um cartaz com frases do Espírito Joanna de Ângelis (psicografia de Divaldo Franco) sobre a felicidade. De volta à sala, as duplas tiveram mais alguns minutos de reflexão e por fim a partilha começou, com Quito afirmando que "a felicidade é um caminhão de lixo cheio de garis"; segundo ele, os trabalhadores da limpeza pública trabalham sempre sorrindo, como se se divertissem muito na tarefa: "Ninguém vê um gari triste", disse o companheiro, salientando que ele próprio só será feliz "quando amar a mim mesmo; depois terei condição para amar o próximo; não faço questão de que me amem", frisou, salientando que "a felicidade é a vida e, por ser inconstante, não vivemos plenamente a felicidade". Depois falou Marilene, explicando ter dificuldade de entender o amor: "Será que não tenho esse sentimento?", indagou, revelando porém que "o amor é extensão da vida; amar é expressão do amor"; ela também disse adorar a beleza da Criação e de ser mulher, ressaltado a felicidade "de trazer cinco seres através do meu corpo".
Em seguida, Egnaldo considerou que "a felicidade está em praticar o bem" e que isso independe de tempo ou lugar. Por sua vez, Iva garantiu permitir que a façam feliz, "mas eu faço bem mais pelos outros, pela solidariedade". Augusta, recordando das lições evangélicas, repetiu que "a felicidade não é deste mundo" e que só no mundo espiritual é que poderá experimentar esse bem estar. "Às vezes me sinto feliz", observou Carminha, salientando que nesses momentos fica sem saber o porquê: "Na maioria das vezes foi por feito algo pelo outro", disse, acrescentando isso é "um sentimento interno muito bom que eu chamo de felicidade". Por seu turno, Luiza revelou que "nunca me senti infeliz, apesar de todos os problemas"; ela assegurou ter momentos difíceis, mas não os considera infelicidade. Por fim, Jaciara, contando um episódio protagonizado por seu companheiro que para ela foi uma grande lição a respeito da noção de felicidade; conforme ressaltou, há pessoas que "têm tudo e às vezes reclamam"; para ela, "a felicidade não custa nada, basta se permitir".
Encerrando o trabalho, este Coordenador falou dos "muquerelas", as pessoas que, segundo o conceito do psiquiatra mineiro Roberto Lúcio Vieira de Souza, vivem murmurando, se queixando, reclamando e lamentando pela vida afora. Os "muquerelas", por sua negatividade pessimista, jamais se sentem felizes e só buscam a felicidade nas expressões externas da vida, querem apenas ter a felicidade, sem perceberem que esta é algo íntimo que só se concretiza pela renúncia do que se quer, daí o filósofo Huberto Rohden afirmar: "Se você quer ser feliz, não queira ser feliz".

A felicidade
(Tom Jobim e Vinicius de Moraes)

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranquila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor

A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta-feira

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar

A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite, passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo, por favor
Pra que ela acorde alegre com o dia
Oferecendo beijos de amor

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