quinta-feira, 27 de julho de 2017

Sermão do Monte - Parte 1

O capítulo 11 do livro Boa Nova (Humberto de Campos, Espírito/Chico Xavier), trata das bem-aventuranças proclamadas pelo Cristo do alto de um monte para uma multidão de cinco mil pessoas. Quem eram esses ouvintes? Os infelizes, ansiosos pelo alívio de suas aflições; os doentes, interessados na cura de seus muitos males; os desalentados em busca do amparo celestial que lhes restitua a esperança; os desconfiados, dispostos a pôr à prova os poderes do Profeta nazareno; os simples, unicamente desejosos de manifestar sua fé na Divindade. Também os apóstolos e demais discípulos de Jesus lá se encontravam, cooperando mais diretamente na tarefa de implantação do Reino de Deus na Terra. Esse é o tema do trabalho que a Coordenação do "Jesus de Nazaré" apresentará neste sábado, dia 29 de julho, pretendendo abordar a dicotomia sucesso X fracasso na compreensão dos aprendizes do Evangelho.
Todos lá.



domingo, 23 de julho de 2017

Ah, a felicidade é como a pluma!...

A letra e a melodia da bela composição de Tom Jobim e Vinicius de Moraes que é "A felicidade" (letra no final desta postagem) marcaram parte da atividade realizada no sábado, dia 22 de julho, pelo Grupo Jesus de Nazaré, quando a Coordenação propôs reflexões em torno do amor e da felicidade. Ao trabalho compareceram Carminha, Jaciara, Quito, Iva, Cláudia, Cristiane, Valquíria, Marilene, Egnaldo, Cristiano, Marilda, Lígia, Augusta, Fernando, Maria Luiza e este escriba, também coordenador. Era um dia de festa e portanto a turma foi convidada a encher balões coloridos e identificá-los com o nome de cada um. Todos os balões, inclusive os que não foram nomeados, ornamentaram um canto da sala até que a Coordenação informasse para que serviriam. No início da atividade, como habitualmente, foi feita a leitura do texto abaixo, em referência ao item 10 ("Lei de amor") do Cap. XI de O Evangelho Segundo o Espiritismo, intitulado "Amar ao próximo como a si mesmo":

O amar e o amor

Um esposo foi visitar um sábio conselheiro e disse-lhe que já não amava mais sua esposa e que pensava em separar-se.
O sábio escutou-o, olhou-o nos olhos e disse-lhe apenas uma palavra:
- Ame-a! - e logo se calou.
- Mas já não sinto nada por ela!
- Ame-a! - disse novamente o sábio.
E, diante do desconcerto do esposo, depois de um breve silêncio, disse-lhe o seguinte:
- Amar é uma decisão, não é apenas um sentimento; amar é dedicação e entrega. Amar é um verbo e o fruto dessa ação é o amor. O amor é um substantivo, um exercício de jardinagem: arranque o que faz mal, prepare o terreno, semeie, seja paciente, regue e cuide. Esteja preparado porque haverá pragas, secas e muitas chuvas, mas nem por isso abandone seu jardim. Ame seu par, ou seja, aceite-o, valorize-o, respeite-o, dê afeto e ternura, admire e compreenda-o. Isso é tudo. Ame, simplesmente ame!

Essa história trazia uma consigna que foi proposta ao grupo para reflexão em duplas: Como e quando posso decidir amar?. Mas antes da partilha a Coordenação sugeriu que todos fossem até a entrada do salão e lessem um cartaz com frases do Espírito Joanna de Ângelis (psicografia de Divaldo Franco) sobre a felicidade. De volta à sala, as duplas tiveram mais alguns minutos de reflexão e por fim a partilha começou, com Quito afirmando que "a felicidade é um caminhão de lixo cheio de garis"; segundo ele, os trabalhadores da limpeza pública trabalham sempre sorrindo, como se se divertissem muito na tarefa: "Ninguém vê um gari triste", disse o companheiro, salientando que ele próprio só será feliz "quando amar a mim mesmo; depois terei condição para amar o próximo; não faço questão de que me amem", frisou, salientando que "a felicidade é a vida e, por ser inconstante, não vivemos plenamente a felicidade". Depois falou Marilene, explicando ter dificuldade de entender o amor: "Será que não tenho esse sentimento?", indagou, revelando porém que "o amor é extensão da vida; amar é expressão do amor"; ela também disse adorar a beleza da Criação e de ser mulher, ressaltado a felicidade "de trazer cinco seres através do meu corpo".
Em seguida, Egnaldo considerou que "a felicidade está em praticar o bem" e que isso independe de tempo ou lugar. Por sua vez, Iva garantiu permitir que a façam feliz, "mas eu faço bem mais pelos outros, pela solidariedade". Augusta, recordando das lições evangélicas, repetiu que "a felicidade não é deste mundo" e que só no mundo espiritual é que poderá experimentar esse bem estar. "Às vezes me sinto feliz", observou Carminha, salientando que nesses momentos fica sem saber o porquê: "Na maioria das vezes foi por feito algo pelo outro", disse, acrescentando isso é "um sentimento interno muito bom que eu chamo de felicidade". Por seu turno, Luiza revelou que "nunca me senti infeliz, apesar de todos os problemas"; ela assegurou ter momentos difíceis, mas não os considera infelicidade. Por fim, Jaciara, contando um episódio protagonizado por seu companheiro que para ela foi uma grande lição a respeito da noção de felicidade; conforme ressaltou, há pessoas que "têm tudo e às vezes reclamam"; para ela, "a felicidade não custa nada, basta se permitir".
Encerrando o trabalho, este Coordenador falou dos "muquerelas", as pessoas que, segundo o conceito do psiquiatra mineiro Roberto Lúcio Vieira de Souza, vivem murmurando, se queixando, reclamando e lamentando pela vida afora. Os "muquerelas", por sua negatividade pessimista, jamais se sentem felizes e só buscam a felicidade nas expressões externas da vida, querem apenas ter a felicidade, sem perceberem que esta é algo íntimo que só se concretiza pela renúncia do que se quer, daí o filósofo Huberto Rohden afirmar: "Se você quer ser feliz, não queira ser feliz".

A felicidade
(Tom Jobim e Vinicius de Moraes)

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranquila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor

A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta-feira

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar

A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite, passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo, por favor
Pra que ela acorde alegre com o dia
Oferecendo beijos de amor

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Construção da felicidade

A felicidade é como uma festa constante, com muitos balões coloridos e a alegria iluminando a face de quem tem participação ativa nesse banquete da alma, razão pela qual Jesus, repetindo o Eclesiastes, pronunciou que Seu reino, assim como a felicidade, não é deste mundo, ou seja, não se compara a nada que tenha relação com a realidade material. A felicidade, mesmo, está na atividade do Espírito imortal em prol das realizações motivadas pelo amor incondicional. "Ama a teu próximo como a ti mesmo", salientou o Cristo, informando que cumprir esse mandamento é o mesmo que amar a Deus sobre todas as coisas. Como se percebe, somente encontra a felicidade quem começa a amar-se para bem amar as criaturas de Deus. Aí está, portanto, o principal desafio que somos chamados a enfrentar e vencer durante a encarnação. Assim, neste sábado, dia 22 de julho, o "Jesus de Nazaré" estará envolvido no trabalho de deslindar o(s) modo(s) de garantir a conquista da felicidade - ao menos a relativa - futura, desde que façamos os esforços necessários a esse objetivo.
Vamos trabalhar.


sábado, 15 de julho de 2017

Um óbolo, duas canções e sete notas musicais

O Grupo Jesus de Nazaré inventou um trabalho neste sábado, dia 15 de julho, quando da apresentação da lição sobre "O óbolo da viúva" (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 13) por Carminha e Maria Augusta. Essa invenção foi muito feliz e resultou como na expressão do título desta postagem e já, já veremos por que. A esse trabalho compareceram, além das companheiras citadas e deste Coordenador-escriba, Egnaldo, Cristiano, Fernando, Eliete, Eliene, Cláudia, Marilene, Valquíria, Waldelice, Lígia, Magali, Cristiane, Jaciara, e Iva. Para começo, foi lido o texto evangélico e em seguida pediu-se que os presentes se juntassem em duplas para as discussões prévias em torno da temática, antes da partilha, conforme as duas consignas, dadas uma de cada vez:
1 - Quando o pouco de alguém foi muito para você? e
2 - O que você tem de si para dar?

Mas quando a segunda consigna foi dada a conhecer, este Coordenador, que, claro, já sabia desse fato, apresentou o seguinte poeminha, explicando que o "si" da frase também podia ser tomado como uma das sete notas da escala musical:

O que você tem de si para dar?
- tenho  para chorar
 para esperar
mi para sonhar
 para cantar
 para chegar
sol para brilhar

Aberta a partilha, Marilene citou um fato acontecido em 1989 que teve muita importância para ela: lembrou-se da "perda" de seu primeiro filho, desencarnado aos quatro meses de idade, engravidando outra vez logo depois; um dia, já tendo saído da repartição onde trabalhava, o diretor a procurou e disse que ela precisava muito daquele filho e que Deus iria abençoá-la; "no dia do parto" - controu - "o obstetra fez todo o serviço cantando"; quanto à segunda questão, revelou ter o tempo para doar, junto com o desejo de trabalhar, o que fez junto à família e a todos que a buscam por auxílio.
Eliene, em seguida, também voltou bastante ao passado, recordando o nascimento de seu primeiro filho, quando viu, em determinado momento, sua sogra e sua genitora irem embora e ela, ainda no resguardo do parto, ficou sozinha para cuidar da criança, que nascera com aproximadamente sete quilos; mas contou com a ajuda de duas pessoas das quais, disse, jamais se esquecerá: uma vizinha que organizava sua casa e preparava os alimentos e um rapazote que fazia os demais serviços, uma vez que o marido trabalhava profissionalmente para custear as despesas; segundo a companheira, essas pessoas "não moram em meu coração, moram na minha alma"; quanto a dar de si, ela explicou que "às vezes sou grossa, não passo a mão nas costas de ninguém, mas também sei dar carinho, não sou hipócrita".
Também Eliete fez uma viagem no tempo e chegou a uma ocasião do ano de 1972, quando, mãe solteira, muito nova e desempregada, encontrou-se com um antigo colega da escola no interior de um ônibus coletivo e esse rapaz, de quem ela jamais esqueceu e a quem costuma endereçar suas preces, indicou-lhe a Cobem dos primeiros tempos e esse fato mudou sua vida, pois logo encontrou uma boa colocação de emprego que lhe garantiu a sobrevivência da família; de si mesma, para dar aos outros, ela apontou a energia: "Com ela, sirvo a Deus, pedindo força e coragem para ajudar o próximo, a família e a esta Casa", completou.
Depois foi a vez de Jaciara, esta ressaltou haver muitas situações assim em sua vida e recordou que no ano de 1998 um "anjo" apareceu na vida dela, então hospitalizada para uma histerectomia após a qual sentiu dores atrozes e implorava pelo alívio até que um enfermeiro entrou em seu quarto e, contrariando as ordens médicas quanto ao horário das medicações, aplicou-lhe uma dose de morfina: "Nunca senti tanto bem-estar na vida", disse ela, acrescentando que aquilo foi "transcendental"; sobre a segunda proposta do trabalho, considerou a dedicação ao trabalho o que de melhor pode dar a alguém.
Para Egnaldo, que tem uma história pautada pela orfandade, "um pouco do carinho de alguém é sempre excepcional"; com humor, ele contou que veio do interior para a capital literalmente "por cima da carne seca", porquanto ainda garoto viajou na carroceria do caminhão de um primo que veio entregar uma carga de chaque; segundo disse, é importante reconhecer a capacidade dos outros e por isso, no tocante à outra consigna, vê-se ainda egoísta e apenas doa coisas, embora veja que "o melhor é dar um sorriso, o acolhimento, a boa vontade". Magali observou, por seu turno, que "desde pequena recebo o pouco das pessoas como riqueza para mim e minha irmã", apontando que esse pouco veio principalmente da mãe e da avó, que as criaram "com muita dificuldade material, mas não faltou amor"; ela salientou não ter dado nada em troca, acreditando que "sempre fui o gazofilácio na presença das viúvas".
Marilda, aos sete anos de idade, era muito doente, segundo contou, e seus pais faziam tudo para que melhorasse, mas nem os médicos nem ela própria jamais souberam a causa de tal enfermidade; nessa época ela começou a ver espíritos e por causa disso seu pai a levava "a lugares que assustavam mais ainda"; um dia, contudo, indo com o genitor a uma cartomante, alguém pronunciou a expressão Deus é mais e esse fato teve um grande impacto na alma desta companheira, que então passou a considerar a existência de Deus, fazendo-a perder o medo e nascer a esperança; de si mesma para dar, disse ter o acolhimento: "Recebo e auxilio a todos na medida das minhas possibilidades", salientou.
Depois foi a vez de Iva, que igualmente reportou a infância numa família pobre que não fazia suas vontades, ainda que sua mãe fosse carinhosa e fizesse o bem; ela recordou o afeto recebido do padrinho de seu irmão e da esposa dele, que a tratavam "como uma princesinha"; ela, que é viúva, ressaltou ser como aquela observada por Jesus: "Faço o que posso e só ponho a mão até a altura da cabeça; mas tenho muito carinho para dar, por me sentir também carente, e não digo não a quem precisa".
Antes do fechamento da atividade, Carminha quis dar seu depoimento e revelou que, na preparação do trabalho, não tinha se dado conta de sua viuvez cuidando apenas o assunto em pauta, e depois que caiu em si não se sentiu melindrada "porque ainda me sinto casada"; para ela, "o pouco que o outro me dá é grandioso" e mesmo uma palavrinha pode ser o remédio para uma grande dor, "no rumo da nossa vida"; a companheira também ressaltou ter muito para dar, "mas, se dou, é outra questão"; ela considerou que, devido ao nosso egoísmo, "nos fechamos muito em nosso casulo, mas quando começamos a ver o outro, tiramos nossas cascas e vamos ajudar alguém".
Por fim, Maria Augusta declarou ter recebido muito de sua mãe e do filho desencarnado, que a ensinaram a ter paciência e a perdoar os familiares: "O bem e o perdão são essenciais em minha vida", disse, frisando, contudo, que ainda sente dificuldade em dar o perdão. Em seguida, ela leu o texto do Espírito Emmanuel (transcrito a seguir) e dele distribuiu cópias aos presentes, encerrando sua participação. Mas antes que ela fizesse a prece, Iva pediu para cantar uma música e entoou uma canção desconhecida dos integrantes do Grupo, após o que, inspirado, este Coordenador também fez ouvirem a composição de Alberto Costa conhecida como "Fica sempre" (letra abaixo).

Fica sempre um pouco de perfume
nas mãos que oferecem rosas
nas mãos que sabem ser generosas

Dar o pouco que se tem a quem tem menos ainda
engrandece o doador, faz sua alma inda mais linda

Dar ao próximo alegria parece coisa tão singela 
aos olhos de Deus, porém, é das artes a mais bela

(letra e música de Alberto Costa)

***

O óbolo

Dentro do pouco que te limita a existência, atenderás às necessidades que hoje, aparentemente sem expressão, quais sementes desvaliosas, serão, no futuro, verdadeiras messes de talentos celestiais. É assim que solucionarás modestas despesas de conteúdo sublime, quais sejam:
O copo de leite para a criança necessitada.
A sopa eventual para os que passam sem rumo.
O remédio para o doente esquecido.
O socorro fraterno às mães caídas em abandono.
O agasalho singelo aos hóspedes da calçada.
O prato adequado ao enfermo difícil.
O colchão que alivie o paralítico em sombra.
A lembrança espontânea que ampara o menino triste.
O concurso silencioso, conquanto humilde, em favor do amigo hospitalizado.
O serviço discreto às casas beneficentes.
O livro renovador ao companheiro em desânimo.

(Emmanuel/Chico Xavier)


quinta-feira, 13 de julho de 2017

Desigualmente pobres e ricos

O trabalho realizado por Cláudia e Carminha, no dia 8 deste julho chuvoso, abordou o tema "Desigualdade das riquezas", de O Evangelho Segundo o Espiritismo, propondo a seguinte consigna: "Qual é sua riqueza e o que vocês faz com ela?". Para essa abordagem, a turma - além das duas companheiras citadas, estavam presentes Valquíria, Egnaldo, Fernando,Waldelice, Eliete, Railza, Marilda, Augusta, Isabel e este escriba dublê de Coordenador - foi dividida em duplas. Após as reflexões, foi aberta a partilha e Egnaldo foi o primeiro a falar, afirmando que "minha riqueza são os companheiros" - e fez um gesto largo abarcando os presentes -, "na medida em que sou acolhido em meu sorriso"; ele também informou que "com essa riqueza eu viajo, porque me enlevo e me elevo na convivência, promovendo trocas harmoniosas".
Marilene pensava, antigamente, não ter riqueza, mas hoje considera que isso é a própria vida, principalmente por ter nascido num corpo de mulher: "Vivo como mulher na medida do possível, me expressando como posso", disse, salientando que "às vezes queremos fazer algo e não conseguimos"; mas afirmou ser grata à família que a acolheu nesta existência, porque "supriu minhas necessidades".
Waldelice declarou que sua riqueza vem da mãe, "que me criou com princípios religiosos e graças à minha fé me aproximei do Espiritismo e procuro melhorar"; segundo ela, os conhecimentos são parte dessa riqueza e por eles "procuro ajudar os companheiros, sempre que posso"; ela disse que "ajudar é a possibilidade de doar riqueza" e assim "busco superar as críticas e a maledicência".
"Minha maior riqueza é minha liberdade", revelou Valquíria, referindo-se a seu livre-arbítrio, a suas escolhas; para ela, "com a Doutrina Espírita aprendi que sou espírito eterno e minhas escolhas são livres", frisando, contudo, que essa liberdade produz consequências e por isso "preciso agir responsavelmente, porque ninguém escolhe por ninguém"; essa companheira também acrescentou que com o Espiritismo procura entender a vida "e a me direcionar no caminho". Por sua vez, Eliete apontou  o ter conhecido a Cobem, 45 anos atrás, como sua maior riqueza; ela contou parte dessa história e declarou que há 25 anos faz seu trabalho de transformação interior: "Passo muitas dificuldades, mas vivo intimamente em paz", disse, ressaltando ser rica de paz e procura transmitir aos outros "essa paciência que vem da forte confiança que tenho em Deus".
Railza começou dizendo ter "muitas riquezinhas e algumas eu achava que eram pobreza, depois vi que eram riqueza mesmo, inclusive  monetária"; ela observou que as condições financeiras favoráveis lhe dão a "possibilidade de viajar, comer e vestir o que quero"; ela disse sabermos das desigualdades sociais e que já viveu tempos de não ter nada, quando tudo era regrado, "mas nada me faltou"; ainda assim, pela educação recebida, "tenho a postura de ser eu mesma, eu faço meu caminho como bem quero, mas respeitando os companheiros, ouvindo e tolerando os contrários" - afirmou. Augusta, falando a seguir, também conceituou a própria vida como sua riqueza: "Sem ela não poderia fazer nada; com ela, dou continuidade ao meu aprendizado na Terra", disse, acrescentando que "um dia seremos deuses e Jesus é o exemplo máximo".
Para Marilda, uma de suas riquezas é a família, cujos integrantes a fazem amadurecer e dos quais cuida conforme as necessidades de cada um, "respeitando as diferenças, sem impor minhas verdades a ninguém", disse, informando que o retorno de sua solicitude "é gratificante, e a troca é muito grande". Cláudia, a seu turno, identificou na perseverança sua riqueza principal, embora dissesse que isso, para sua mãe, é pura teimosia: "Quando decidi ser espírita, enveredei por esse caminho", disse, salientando que "às vezes, pensei em desistir"; segundo afirmou, prossegue no rumo "porque é no que acredito; minha maior pobreza talvez seja a teimosia", isto é, a insistência mesmo vendo que sua iniciativa "não vai dar certo", talvez agindo assim "por arrogância": "Preciso diferençar as duas coisas", disse.
Chegada  vez de Isabel, a vice-coordenadora viu na encarnação sua riqueza, "a oportunidade de estar aqui, neste momento, quando busco ultrapassar os obstáculos criados no passado por minhas atitudes"; assim como Cláudia, ela também referiu a persistência e a paixão pela vida como parte de seus dotes pessoais, desse modo "entregando-me às coisas que quero fazer e aos poucos vou conseguindo transformar outras com o tempo, fazendo-me feliz comigo mesma". Iva, pedindo a palavra, foi bastante sucinta, apontando "minha consciência em Deus" como sua riqueza, que, segundo afirmou, multiplica "servindo".
No fechamento da atividade, Cláudia leu as palavras do mentor espiritual Emmanuel sobre o binômio riqueza e felicidade (psicografia de Francisco Cândido Xavier), distribuindo em seguida cópias desse texto, que reproduzimos abaixo.

Riqueza e felicidade

Há ricos do dinheiro, tão ricos de usura, que se fazem mais pobres que os pobres pedintes da via pública que, muitas vezes, não dispõem sequer de um pão.
Há ricos de conhecimento, tão ricos de orgulho, que se fazem mais pobres que os pobres selvagens ainda insulados nas trevas da inteligência.
Há ricos de tempo, tão ricos de preguiça, que se fazem mais pobres que os pobres escravizados às tarefas de sacrifício.
Há ricos de possibilidades, tão ricos de egoísmo, que se fazem mais pobres que os pobres irmãos em amargas lutas expiatórias, que de tudo carecem para ajudar.
Há ricos de afeto, tão ricos de ciúme, que se fazem mais pobres que os pobres companheiros em prova rude, quando relegados à solidão.
Lembra-te, pois, de que todos somos ricos de alguma coisa ante o Suprimento Divino da Divina Bondade e, usando os talentos que a vida te confia na missão de fazer mais felizes aqueles que te rodeiam, chegará o momento em que te surpreenderás mais rico que todos os ricos da Terra, porquanto entesourarás no próprio coração a eterna felicidade que verte do amor de Deus.

O que a viúva tem pra dar

Neste sábado, dia 15, o Grupo Jesus de Nazaré será brindado pela participação de mais uma companheira debutando na apresentação de trabalhos, assim como aconteceu recentemente com Cristiane e Cláudia. Trata-se de Maria Augusta, que comprometeu-se em abordar o tema "O óbolo da viúva", no aprofundamento de mais uma lição de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Ao lado dela, assim como se deu com Cláudia, estará Carminha, dando o necessário suporte para que tudo transcorra de acordo com os critérios convencionados pela grupo. Essa atividade, das mais significativas dentre as inúmeros ensinamentos do Mestre Nazareno, deve nos fazer meditar acerca de nossas condições materiais e morais para a prática da caridade, de modo que é altamente recomendável a participação de todos os integrantes de nosso grupo de estudo. É como se nos perguntássemos: o que tenho depositado no gazofilácio de minha existência?
Até lá.

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quinta-feira, 6 de julho de 2017

Sobre riquezas e desigualdades

Neste sábado, dia 8 de julho, Cláudia fará sua estreia na apresentação de um trabalho no Grupo Jesus de Nazaré. Ela não estará sozinha: Carminha vai trabalhar com essa companheira na abordagem do tema "Desigualdade das riquezas", constante do Cap. XVI de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Naturalmente, será um momento de profundas reflexões para todos os que se motivarem à participação, em vista das atuais dificuldades que o País e o mundo atravessam, chamando-nos a todos a uma efetiva colaboração com o Alto com vistas à superação das condições adversas envolvendo a população encarnada do planeta. Afinal, em nome da solidariedade, cada um deve fazer sua parte multiplicando possibilidades de ação e diminuindo o sofrimento de muitos; somando esforços e dividindo responsabilidades. A questão é matemática e o resultado será líquido e certo se soubermos trabalhar com proveito.
Quer ser rico? Ou quer apenas enriquecer?
Até lá.



A lei e a vontade de Deus

O trabalho do dia 1 de julho, levado a cabo pela Coordenação, teve a participação de Carminha, Cláudia, Cristiane, Iva, Egnaldo, Luiza, Augusta, Marilda, Fernando, Magali, Waldelice, Lígia, Valquíria, Isabel, além deste Coordenador-escriba e da visita de Eliete, que fez parte do “Jesus de Nazaré” há muitos anos e voltou manifestando a disposição de reintegrar-se ao grupo. A proposta da atividade desse sábado era abordar o tópico inicial do primeiro capítulo de O Evangelho Segundo o Espiritismo (ESE, por Allan Kardec), mas começamos pela pendência herdada do sábado anterior, quando se pediu que os integrantes meditassem sobre a experiência com a oração dominical e assim fomos direto à partilha, após a prece feita por Isabel, ocasião em que ela frisou a interpretação do Codificador acerca do Pai Nosso, no trecho que trata da vontade de Deus.
Quem primeiro falou foi Eliete, referindo que, quando oramos, atraímos a companhia e a assistência dos bons Espíritos: “Oro sempre em agradecimento”, disse ela, acrescentando que “peço que saiba aceitar o que vem, porque é do nosso merecimento”. Em seguida, Egnaldo declarou ser a esperança “alternativa para tudo em nossa vida” – e leu um poema que compôs em 2004, dedicado a sua amada esposa, Valquíria. Segundo esta, rezar o Pai Nosso ajuda nas dificuldades, na doença física – “porque dói” – e traz alívio, pela fé: “Precisamos fortalecer o espírito para sustentar o corpo doente”, afirmou.
Iva recordou que, quando lutava para vencer o câncer de mama, orava dizendo a Deus: “Seja feita a Tua vontade”, mas, por dentro, “sabia ter algo provocado por mim mesma”, passando então a passar em revista a história de sua vida, chegando ao momento em que, iniciando-se na maternidade, encontrou dificuldade de amamentar o filho: “Tudo é para nossa análise”, concluiu ela. Para Augusta, a frase mais complicada para o entendimento do Pai Nosso é a que diz perdoai nossas ofensas como perdoamos a quem nos tem ofendido, “por causa de minhas imperfeições”: “Não sou Jesus, não sou Maria, e tenho dificuldade em desculpar quem me causa uma dor moral”, revelou, salientando que a dor física pelo menos conta com os cuidados da medicina.
“A dor moral é a pior”, concordou Luiza, falando da depressão que a acometera no passado, e quando sentiu-se impotente ante a desencarnação de uma irmã a quem assistia; também recordou ter extirpado um câncer na mama esquerda, surpreendendo-se quando o médico observou ser o lado do coração: “A dor moral só passa quando você se trabalha”, salientou. Falando em seguida, Isabel penitenciou-se: “Apesar de dizer (na prece) seja feita Tua vontade, às vezes esqueço”, disse, acrescentando ser “uma pessoa agitada” e que a queda recentemente sofrida, machucando dolorosamente suas costelas, “me fez dar uma paradinha”; segundo ela, tem sempre que se dividir entre o trabalho na Casa Espírita e a atividade profissional e por causa disso algumas vezes se estressa.
No final, a Coordenação questionou o Grupo sobre o conceito da Divina Providência, ressaltando que ser ela a mobilização de recursos e pessoas para a solução de um problema: “Deus ajuda aos homens através dos próprios homens”; também chamou a atenção para a necessidade de se reforçar a observância do compromisso coletivo em torno da disciplina e do equilíbrio, por conta da exaltação de pelo menos um dos presentes. Por fim, a turma foi dividida em duplas, após a leitura do texto do ESE, para o diálogo sobre esta consigna: “Quando deixo de cumprir a lei de Deus e por que faço isso com freqüência?”. A partilha, no entanto, ficou para o trabalho do dia 8 de julho.