"De que modo você se prepara para testemunhar e viver sua própria ressurreição?"
Essa consigna marcou a apresentação da segunda e última parte do trabalho de Marilda, sobre o capítulo 22 de Boa Nova (Humberto de Campos/Chico Xavier), intitulado "A mulher e a ressurreição". A questão foi formulada previamente tendo por base a afirmação do Espírito Emmanuel que, numa de suas mensagens ditadas a Chico Xavier, a ressurreição, segundo a interpretação espírita, consiste na imediata adaptação do Espírito ao Plano Espiritual.
A atividade teve a participação de Cláudia, Carminha, Jaciara, Luiza, Fernando, Quito, Egnaldo, Iva, Marilene, Magali, Waldelice, Railza, Regina, Isabel, Lígia e Valquíria, mais este escriba, dublê de Coordenador, e Graça, que nos visitava na manhã daquele sábado, 29 de outubro.
Como Isabel fizesse rapidamente a troca dos coraçõezinhos de papel com as virtudes, sem pedir a prestação de contas, a palavra ficou com Marilda, que começou lendo o texto de Humberto de Campos, explicando o conceito de ressurreição a partir do significado em grego e em hebraico, além da interpretação de Allan Kardec contida em A Gênese ("Aparições de Jesus após sua morte"), enfatizando, antes da partilha grupal, o item 63 desse livro, sobre "O maior milagre de Jesus".
As reflexões iniciais foram feitas em trios e coube a Egnaldo iniciar a partilha e ele afirmou já ter-se feito esse questionamento, concluindo por estar "muito mal preparado" e por isso "não teria condições de ressurgir". Iva declarou acreditar, desde há muito tempo, "na presença de Deus em mim", acrescentando que assim se prepara, toda noite, para dormir; quanto à ressurreição, ela disse que, para tanto, tem que lutar muito. Segundo Quito, "vamos com a mala pronta para essa ressurreição e peço que a primeira coisa que me aconteça (após desencarnação) seja entender o que houve e me comportar de acordo com esse encontro, para que minha recepção seja a melhor possível".
Para Waldelice, ao pensar no retorno ao plano espiritual ele quis barganhar com Deus, pedindo para voltar somente com os compromissos quitados, para não não deixá-los como herança às filhas: "Procuro me melhorar, me esclarecer, entender o outro, saindo da crítica - tudo isso é preparação", revelou. Graça também pediu para colaborar e salientou ter feito link com o ressurgimento comportamental, ressaltando que, a respeito, deve mudar atitudes e pensamentos. "Sou um ser ressurreto", afirmou Railza, salientando, porém, que se prepara atribuindo significado a todas as experiências vividas, sejam positivas ou negativas: "Acolho todas as vivências com o outro, tirando o que há de bom para me transformar, não sendo indiferente a nada nem a ninguém".
Carminha relatou um episódio sobre alguém de suas relações que desistiu de suicidar porque lembrou-se dela e argumentou que essa tal preparação para a ressurreição é cotidiana: "É sair de você para chegar ao outro", disse, acrescentando que, para isso, segue ajudando o máximo que puder. Para Fernando, preparar-se para a ressurreição é adotar a atitude de Maria de Magdala, que em vez de lamentar a morte de Jesus, como os demais discípulos, manifestou um sentimento mais elevado e realista e foi ao túmulo procurar o Cristo; ele viu nesse episódio algo semelhante à visita do Mestre às irmãs Marta e Maria.
Segundo Valquíria, tudo está em nossa consciência: "Não ajudaremos ao outro se não tivermos ultrapassado nossas limitações", esclareceu, salientando que "não podemos ensinar o que não sabemos"; ela também afirmou ser a preparação uma atitude diária, exigindo sacrifício permanente. Então Marilda procedeu ao encerramento da tarefa afirmando preparar-se para a ressurreição desde que reencarnou e faz isso cotidianamente mesmo, reinventando-se a cada situação vivenciada, por mais difícil que seja. Depois ela leu o texto do Espírito Amélia Rodrigues intitulado "Redenção" (íntegra abaixo), psicografado por Divaldo Franco e constante do livro Primícias do Reino, pondo fim ao trabalho.
O mergulho de Jesus nos fluidos grosseiros do orbe terráqueo é a história da redenção da própria humanidade, que sai das furnas do “eu” para os altos píncaros da liberdade.
Vivendo nos reinados de Augusto e Tibério, cujas vidas assinalaram com vigor inusitado a História, o Seu berço e o Seu túmulo marcaram indelevelmente os tempos, constituindo sinal divisório da Civilização, acontecimento predominante nos fastos da vida humana.
Aceitando como berço o reduto humílimo de uma estrebaria, no momento significativo de um censo, elaborou, desde o primeiro momento, a profunda lição da humildade para inaugurar um reinado diferente entre as criaturas, no justo momento em que a supremacia da força entronizava o gládio e a púrpura atapetava o solo, alcatifando o piso por onde passavam os triunfadores.
E não se afastou, jamais, da diretriz inicial assumida: o de servo de todos.
Acompanhando a marcha tresloucada do espírito humano que se encontra atado aos sucessivos ciclos dos renascimentos inferiores, na roda das paixões escravizantes, fez que pioneiros e embaixadores da Sua Morada O precedessem cantando as glórias superiores da vida e do belo, para propiciar os sonhos de elevação e as ânsias sublimantes...
Alexandre Magno conquistou o Mundo sem conseguir, no entanto, intimidar os filósofos que habitavam as margens do Indo. Apaixonado por Homero, dizia encontrar na Ilíada inspiração ao amor e à guerra que lhe dava glórias... Logo passou, e aos 33 anos sucumbiu, depois de ter vivido o correspondente a várias vidas...
Os direitos dos povos pertenciam aos dominadores e o homem não passava de animal de carga, nas garras da força.
Depois dEle, Marco Aurélio registra os pensamentos que fluem da mente privilegiada, sob elevada inspiração de Emissários Sábios enquanto peleja nos campos juncados de cadáveres...; as hostes selvagens, em nome da hegemonia política de vândalos elevados ao poder, irrompem voluptuosas, quais labaredas humanas crepitantes e carbonizantes, e atrás de suas legiões ficam os destroços, as cinzas, as dores agudíssimas das cidades vencidas e enlutadas.
Os triunfadores de um dia erigem monumentos à própria insânia, que a soberba qualifica de glória, mas que ruem quando os construtores se consomem...
... Tudo passa! A Grande Esfinge tudo devora...
Tronos refulgentes, sólios esplêndidos, coortes brilhantes ao Sol, conquistas grandiosas, civilizações douradas e impiedosas, os tempos vencem...
Ele chega silencioso, pulcro, e fica.
Reúne a malta dos aflitos e os agasalha ao próprio peito.
Nada solicita, coisa alguma exige.
Libertador por excelência, canta o hino da verdadeira liberdade, ensinando a destruição dos elos da inferioridade que junge o homem às mais cruéis cadeias...
Embosca-se na carne, mas é Sol de incomparável luz, clareando o fulcro dos milênios.
Ao suave balido da Sua mansa voz, acordam as esperanças e se levantam os ideais esquecidos.
Ao forte clamor do seu verbo, erguem-se os dias, e as horas do futuro vibram, aprofundando no cerne do mundo os alicerces da Humanidade Feliz do porvir.
Admoesta e ajuda.
Verbera, rigoroso, e socorre.
Aceita a oferenda do amor mas não enclausura a verdade nas paredes do suborno.
Rei Celeste, comparte das necessidades dos pecadores e vive entre eles.
Permuta o contato dos anjos pela comunhão do populacho da verdejante e calma Cafarnaum, trocando os esplendores da Via-Láctea pelas madrugadas rubras do lago piscoso.
Prefere os entardeceres ardentes de Jericó à epopéia célica dos astros em infinito meio-dia.
Aceita o pó das estradas ermas e calcinadas de Caná, Magdala, Dalmanuta, e as suas fronteiras que se perdem no Sistema Solar, Ele as estreita entre o Mar e o Hebron, entre a Síria e o país de Moab...
Deixa a gleba paradisíaca para tomar de um grão de mostarda e elaborar com ele uma cantata, sofrendo calor asfixiante; esfaimado, pede a uma figueira frutos que, fora de época, não os pode dar...
Senhor do Mundo, Causa anterior existente, deixa-se confundir na turba, na multidão esfarrapada, que em fúria busca o amor sem saber identificá-lo; na multidão, sim, na qual, sofrendo, encontra a razão do Seu glorioso martírio.
Entre os sofredores, canta as mais eloqüentes expressões que o homem jamais ouviu.
As Suas Boas Novas são orquestradas pela musicalidade espontânea da Natureza, no cenário das primaveras e dos verões, entre as aldeias e o lago, no coração exuberante da Terra em crescimento...
E traído, magoado, encarcerado, vencido numa Cruz, elege uma tranqüila e luminosa manhã para ressurgir, buscando uma antiga obsediada para dizer-lhe que a vida não cessa, e que o Reino de Deus está dentro do coração, reafirmando, insofismável, ficar “conosco todos os dias até o fim do Mundo”, retornando, assim, ao Pai, onde nos espera vencidas as refregas libertadoras da ascese em que hoje nos empenhamos com sofreguidão.
Essa consigna marcou a apresentação da segunda e última parte do trabalho de Marilda, sobre o capítulo 22 de Boa Nova (Humberto de Campos/Chico Xavier), intitulado "A mulher e a ressurreição". A questão foi formulada previamente tendo por base a afirmação do Espírito Emmanuel que, numa de suas mensagens ditadas a Chico Xavier, a ressurreição, segundo a interpretação espírita, consiste na imediata adaptação do Espírito ao Plano Espiritual.
A atividade teve a participação de Cláudia, Carminha, Jaciara, Luiza, Fernando, Quito, Egnaldo, Iva, Marilene, Magali, Waldelice, Railza, Regina, Isabel, Lígia e Valquíria, mais este escriba, dublê de Coordenador, e Graça, que nos visitava na manhã daquele sábado, 29 de outubro.
Como Isabel fizesse rapidamente a troca dos coraçõezinhos de papel com as virtudes, sem pedir a prestação de contas, a palavra ficou com Marilda, que começou lendo o texto de Humberto de Campos, explicando o conceito de ressurreição a partir do significado em grego e em hebraico, além da interpretação de Allan Kardec contida em A Gênese ("Aparições de Jesus após sua morte"), enfatizando, antes da partilha grupal, o item 63 desse livro, sobre "O maior milagre de Jesus".
As reflexões iniciais foram feitas em trios e coube a Egnaldo iniciar a partilha e ele afirmou já ter-se feito esse questionamento, concluindo por estar "muito mal preparado" e por isso "não teria condições de ressurgir". Iva declarou acreditar, desde há muito tempo, "na presença de Deus em mim", acrescentando que assim se prepara, toda noite, para dormir; quanto à ressurreição, ela disse que, para tanto, tem que lutar muito. Segundo Quito, "vamos com a mala pronta para essa ressurreição e peço que a primeira coisa que me aconteça (após desencarnação) seja entender o que houve e me comportar de acordo com esse encontro, para que minha recepção seja a melhor possível".
Para Waldelice, ao pensar no retorno ao plano espiritual ele quis barganhar com Deus, pedindo para voltar somente com os compromissos quitados, para não não deixá-los como herança às filhas: "Procuro me melhorar, me esclarecer, entender o outro, saindo da crítica - tudo isso é preparação", revelou. Graça também pediu para colaborar e salientou ter feito link com o ressurgimento comportamental, ressaltando que, a respeito, deve mudar atitudes e pensamentos. "Sou um ser ressurreto", afirmou Railza, salientando, porém, que se prepara atribuindo significado a todas as experiências vividas, sejam positivas ou negativas: "Acolho todas as vivências com o outro, tirando o que há de bom para me transformar, não sendo indiferente a nada nem a ninguém".
Carminha relatou um episódio sobre alguém de suas relações que desistiu de suicidar porque lembrou-se dela e argumentou que essa tal preparação para a ressurreição é cotidiana: "É sair de você para chegar ao outro", disse, acrescentando que, para isso, segue ajudando o máximo que puder. Para Fernando, preparar-se para a ressurreição é adotar a atitude de Maria de Magdala, que em vez de lamentar a morte de Jesus, como os demais discípulos, manifestou um sentimento mais elevado e realista e foi ao túmulo procurar o Cristo; ele viu nesse episódio algo semelhante à visita do Mestre às irmãs Marta e Maria.
Segundo Valquíria, tudo está em nossa consciência: "Não ajudaremos ao outro se não tivermos ultrapassado nossas limitações", esclareceu, salientando que "não podemos ensinar o que não sabemos"; ela também afirmou ser a preparação uma atitude diária, exigindo sacrifício permanente. Então Marilda procedeu ao encerramento da tarefa afirmando preparar-se para a ressurreição desde que reencarnou e faz isso cotidianamente mesmo, reinventando-se a cada situação vivenciada, por mais difícil que seja. Depois ela leu o texto do Espírito Amélia Rodrigues intitulado "Redenção" (íntegra abaixo), psicografado por Divaldo Franco e constante do livro Primícias do Reino, pondo fim ao trabalho.
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Redenção
O mergulho de Jesus nos fluidos grosseiros do orbe terráqueo é a história da redenção da própria humanidade, que sai das furnas do “eu” para os altos píncaros da liberdade.
Vivendo nos reinados de Augusto e Tibério, cujas vidas assinalaram com vigor inusitado a História, o Seu berço e o Seu túmulo marcaram indelevelmente os tempos, constituindo sinal divisório da Civilização, acontecimento predominante nos fastos da vida humana.
Aceitando como berço o reduto humílimo de uma estrebaria, no momento significativo de um censo, elaborou, desde o primeiro momento, a profunda lição da humildade para inaugurar um reinado diferente entre as criaturas, no justo momento em que a supremacia da força entronizava o gládio e a púrpura atapetava o solo, alcatifando o piso por onde passavam os triunfadores.
E não se afastou, jamais, da diretriz inicial assumida: o de servo de todos.
Acompanhando a marcha tresloucada do espírito humano que se encontra atado aos sucessivos ciclos dos renascimentos inferiores, na roda das paixões escravizantes, fez que pioneiros e embaixadores da Sua Morada O precedessem cantando as glórias superiores da vida e do belo, para propiciar os sonhos de elevação e as ânsias sublimantes...
Alexandre Magno conquistou o Mundo sem conseguir, no entanto, intimidar os filósofos que habitavam as margens do Indo. Apaixonado por Homero, dizia encontrar na Ilíada inspiração ao amor e à guerra que lhe dava glórias... Logo passou, e aos 33 anos sucumbiu, depois de ter vivido o correspondente a várias vidas...
Os direitos dos povos pertenciam aos dominadores e o homem não passava de animal de carga, nas garras da força.
Depois dEle, Marco Aurélio registra os pensamentos que fluem da mente privilegiada, sob elevada inspiração de Emissários Sábios enquanto peleja nos campos juncados de cadáveres...; as hostes selvagens, em nome da hegemonia política de vândalos elevados ao poder, irrompem voluptuosas, quais labaredas humanas crepitantes e carbonizantes, e atrás de suas legiões ficam os destroços, as cinzas, as dores agudíssimas das cidades vencidas e enlutadas.
Os triunfadores de um dia erigem monumentos à própria insânia, que a soberba qualifica de glória, mas que ruem quando os construtores se consomem...
... Tudo passa! A Grande Esfinge tudo devora...
Tronos refulgentes, sólios esplêndidos, coortes brilhantes ao Sol, conquistas grandiosas, civilizações douradas e impiedosas, os tempos vencem...
Ele chega silencioso, pulcro, e fica.
Reúne a malta dos aflitos e os agasalha ao próprio peito.
Nada solicita, coisa alguma exige.
Libertador por excelência, canta o hino da verdadeira liberdade, ensinando a destruição dos elos da inferioridade que junge o homem às mais cruéis cadeias...
Embosca-se na carne, mas é Sol de incomparável luz, clareando o fulcro dos milênios.
Ao suave balido da Sua mansa voz, acordam as esperanças e se levantam os ideais esquecidos.
Ao forte clamor do seu verbo, erguem-se os dias, e as horas do futuro vibram, aprofundando no cerne do mundo os alicerces da Humanidade Feliz do porvir.
Admoesta e ajuda.
Verbera, rigoroso, e socorre.
Aceita a oferenda do amor mas não enclausura a verdade nas paredes do suborno.
Rei Celeste, comparte das necessidades dos pecadores e vive entre eles.
Permuta o contato dos anjos pela comunhão do populacho da verdejante e calma Cafarnaum, trocando os esplendores da Via-Láctea pelas madrugadas rubras do lago piscoso.
Prefere os entardeceres ardentes de Jericó à epopéia célica dos astros em infinito meio-dia.
Aceita o pó das estradas ermas e calcinadas de Caná, Magdala, Dalmanuta, e as suas fronteiras que se perdem no Sistema Solar, Ele as estreita entre o Mar e o Hebron, entre a Síria e o país de Moab...
Deixa a gleba paradisíaca para tomar de um grão de mostarda e elaborar com ele uma cantata, sofrendo calor asfixiante; esfaimado, pede a uma figueira frutos que, fora de época, não os pode dar...
Senhor do Mundo, Causa anterior existente, deixa-se confundir na turba, na multidão esfarrapada, que em fúria busca o amor sem saber identificá-lo; na multidão, sim, na qual, sofrendo, encontra a razão do Seu glorioso martírio.
Entre os sofredores, canta as mais eloqüentes expressões que o homem jamais ouviu.
As Suas Boas Novas são orquestradas pela musicalidade espontânea da Natureza, no cenário das primaveras e dos verões, entre as aldeias e o lago, no coração exuberante da Terra em crescimento...
E traído, magoado, encarcerado, vencido numa Cruz, elege uma tranqüila e luminosa manhã para ressurgir, buscando uma antiga obsediada para dizer-lhe que a vida não cessa, e que o Reino de Deus está dentro do coração, reafirmando, insofismável, ficar “conosco todos os dias até o fim do Mundo”, retornando, assim, ao Pai, onde nos espera vencidas as refregas libertadoras da ascese em que hoje nos empenhamos com sofreguidão.
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