sábado, 1 de outubro de 2016

"Amigo é coisa..."

"- Meu amigo não voltou do campo de batalha, senhor. Solicito permissão para ir buscá-lo - disse um soldado ao seu tenente.
- Permissão negada - replicou o oficial. - Não quero que arrisque a sua vida por um homem que provavelmente está morto.
O soldado, ignorando a proibição, saiu e uma hora mais tarde regressou, mortalmente ferido, transportando o cadáver de seu amigo.
O oficial estava furioso:
- Já tinha lhe dito que ele estava morto! Agora eu perdi dois homens. Diga-me: valeu a pena trazer um cadáver?
E o soldado, moribundo, respondeu:
- Claro que sim, senhor! Quando o encontrei, ele ainda estava vivo e pôde me dizer: "Tinha certeza de que você viria!"

Moral da história: amigo é aquele que chega quando todo mundo já foi."


***

Essa história forneceu subsídio para o trabalho que Carminha realizou neste sábado junto ao Grupo Jesus de Nazaré, abordando a primeira parte do capítulo 12 do livro Boa Nova (Humberto de Campos, Espírito/Francisco C. Xavier), intitulado "Amor e renúncia". Dos companheiros matriculados no Grupo, somente Regina e Railza não compareceram à atividade, estando presentes, portanto, além da supracitada e dos coordenadores - Isabel e Francisco -, Egnaldo, Quito, Fernando, Cristiano, Cláudia (visitante/aluna ouvinte), Waldelice, Marilda, Jaciara, Cristiane, Lígia, Valquíria, Luiza, Marilene, Eliene, Magali, Iva e Maria Augusta. O encontro também incluiu, no final, a comemoração em lembrança dos aniversariantes do mês, como Magali e Eliene.
Para a execução de seu trabalho, Carminha dividiu a turma em duplas e distribuiu a cada uma delas cópias da história acima, para reflexão acerca do valor da amizade a partir desta consigna: "Qual sua atitude na relação com o outro?" Finda essa etapa, foi aberta a partilha e Waldelice fez o primeiro depoimento. Segundo ela, "valorizo muito o amigo, que é como um irmão consanguíneo, e ajo do mesmo modo com relação a todos que precisam de mim". Por sua vez, Egnaldo comentou que sua relação com o outro é procurar observar "para ver se sou entendido", dispondo-se a tratar bem a todos e aprender alguma coisa. Em seguida, Luiza considerou que "ser amigo é respeitar a pessoa e procurar ajudar".
Jaciara foi taxativa: "Não quero ter um milhão de amigos, como Roberto Carlos", disse, acrescentando que a ela bastam dois ou três amigos fiéis, junto aos quais se esmera com naturalidade e intensidade, "porque amigo é algo que transcende, vem de outras encarnações", não importando, portanto, o fato de estarem distanciados: "Minha relação não é de ligar e procurar todo dia, toda hora, mas mesmo com a distância lembramos um do outro", pois "o verdadeiro amigo não faz cobranças". E antes que saísse da reunião por conta de um outro compromisso, Quito revelou daria a mão não só ao amigo, mas a outros, "em certas circunstâncias"; com os amigos, disse ele, "temos de ser gentis e cordiais, mas com os outros devo agir no bem, sem me importar de não ser amado".
Para Eliene, "há o amigo e há a pessoa por quem temos muita gratidão", salientando não guardar rancor em seus relacionamentos, frisando ser esse o primeiro passo para a construção de uma grande amizade. Já Valquíria ressaltou ter amigos e com eles, mesmo que os não veja, diz que todos sabem do sentimento recíproco da amizade, embora haja aqueles que questionem o distanciamento: "Faço um esforço imenso para entender aqueles que estranham", mas o Evangelho nos ensina as lições do perdão e da caridade, para superarmos as energias negativas nas relações". Na opinião de Fernando, "amigo é Sheila Almeida (a segunda presidente da Cobem), que me deu a lição de não ser soberbo"; depois de contar a história que motivou essa observação, o companheiro revelou que, com Sheila, aprendeu a trabalhar seu orgulho.
"Estou buscando viver a forma verdadeira de ser amigo, sem passar a mão pela cabeça do outro", disse Marilene, antes de Carminha fechar essa etapa e passar para o segundo momento, quando leu o texto de Humberto de Campos e propôs esta reflexão: "Como você se comporta com o outro, perante as ponderações de Jesus?". Então Iva comentou que procura se comportar como amiga e que Jesus é o único que não nos abandona no meio do caminho; segundo ela, tudo é conduzido pela Espiritualidade maior, mas individualmente "eu me esforço para agradar, isso é  meu". Waldelice confessou ter uma dificuldade na relação com os amigos, salientando que se dá por inteiro mas "quando sou tratada com maledicência, não sei o que me dá, mas algo se quebra dentro de mim, como se me jogassem um balde de água fria..."
Eliene fez eco à fala de Fernando e declarou ter também dificuldade de pedir ajuda: "Acho que posso me suprir sozinha", disse, acrescentando que nós nos acostumamos a esconder nossas fraquezas. E Valquíria, por fim, salientou que amigo não é o que pede, nem o que dá, mas o que sente: "Tenho dificuldade de ser a santa; tem hora que a gente sofre, tolera, mesmo com o amigo distante, mas a gente sente que somos amigos", declarou, acrescentando que essa dificuldade é sentida no lar, na Casa Espírita, em toda parte, "mas estamos aqui para aprender a viver bem".
 

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