domingo, 21 de julho de 2013

Minha verdade?

Conforme o roteiro estabelecido, o trabalho fluiu agradavelmente, só que houve uma pequena alteração. Antes do início, isto é, logo após a prece, a Coordenação distribuiu bombons de chocolate solicitando que todos os comessem. Houve quem não quisesse ou não pudesse obedecer à solicitação, o que foi devidamente respeitado, assim como também houvesse quem comesse a contragosto, como depois saberíamos. Assim, a experiência serviu para fazermos um paralelo com nossa vida pela oportunidade da reencarnação, quando recebemos a ordem divina de saborearmos os acontecimentos, sejam eles agradáveis ou não, embora tenhamos a liberdade de escolher não fazê-lo. A atividade teve a participação de Cristiano, Fernando, Maria Luiza, Eliene, Bonfim, Isabel, Valquíria, Egnaldo, Magali, Regina, Waldelice, Marilda, Lígia, Iva, Marilene, Roberto, Jaciara, Cláudia e Ilca, que chegaram em pleno desenvolvimento do trabalho.
Antes da divisão da turma em três subgrupos, a Coordenação procedeu à leitura do seguinte trecho do décimo capítulo do livro Pedagogia da Consciência, do autor baiano Evilásio Menezes, que deu o mote do trabalho do dia: "O Cristo não deve ser, apenas, representado em atos de liturgia religiosa, mas reverenciado intimamente em cada momento da nossa vida, na sociedade e na família, no sentir diferente do comum das criaturas dispersas, sem, porém, lamentá-las como infelizes, porque chegará o dia em que cada um realizará essa essencial transformação, ou seja: descobrir os aspectos pessoais e impessoais de Deus dentro de si. Deus como inteligência espontânea em seu eu superior (não sou eu que faço, mas o Cristo que age em mim), Deus nas leis imutáveis que determinam o crescimento e a ascensão perante a Consciência Cósmica.
Tudo isso são verdades. Nem velhas nem novas, porque as verdades nunca envelhecem. Elas se tornam atuais e perenes nas consciência do homem, na medida em que ele se identifica melhor com os propósitos da espiritualidade. Não pode haver, para o ser consciente, o escapismo de que Deus fez assim e quer assim.
Somos cocriadores, na medida em que nos descobrimos filhos da Consciência Divina. Nossa participação aumenta na medida em que nossa consciência se expande em direção do eu superior, que se plenifica e se autorrealiza nesse impulso ascensional de servir. Ao atingir esse estágio, nosso sentimento se dilata de tal forma que as ideias antigas, mantidas pela cultura do egoísmo, vão se tornando sem sentido e obsoletas. Se eu já sei, não resta nenhuma alternativa senão sentir com plenitude, realizando essa integração espiritual.
Conhecer a verdade, por ter apenas pensado nela, percebido intelectualmente, não é tudo. É imprescindível vivê-la internamente, em plenitude espiritual. A verdade entendida deve ser sentida e plenificada na realização.
Na medida em que a consciência se aprofunda no conhecimento das leis morais, mais se capacita a entender a dinâmica da experiência espiritual, porque a visão se acendra e a capacidade de separar as ações que geral equilíbrio, vitalidade e eficiência das que expressam, apenas, a ilusão, é muito mais precisa. E, nesse processo, a aquisição final é a verdade e a sapiência".

***

Dividida a turma em três subgrupos, foram dadas, a intervalos de 20 minutos, estas duas consignas:
1 - Minha verdade é maior que eu? e
2 - Minha verdade me liberta de mim?
Eis o que se apresentou na partilha grupal, após as reflexões:

Egnaldo começou perguntando: o que é a verdade?, declarando que há três verdades, em sua concepção: "A minha, a sua e a verdadeira". Por essa razão, ele diz não saber responde à própria pergunta, ficando "em cima do muro", porque está em busca desse conhecimento. Já Roberto admitiu que "temos esta vida que só é completa quando cumprimos nossa missão". Ele recordou a postura de Jesus ante Pilatos, quando do julgamento, mantendo-se silente quando o procurador romano indagou o Mestre quanto à verdade. "É uma questão complexa", disse, salientando que a verdade nos chega em doses homeopáticas: "Nem tudo me é permitido dizer ou fazer".
De sua parte, Luiza ressaltou ter de trabalhar sua verdade, "que descobrimos quanto mais vivemos". Fazendo referência a recente enfermidade, da qual está se tratando, disse que sua verdade "não é maior que eu, mas é a que tenho neste momento e me liberta quando percebo o que devo saber". Pedindo a palavra, Fernanda ponderou que sua verdade constitui suas crenças, sua maneira de ver o mundo, de maneira que ela "é maior que eu e não me liberta, pois estou presa ao modo como vejo o mundo, mas caminho para encontrar a verdade".
Bonfim observou que "somos essência, momentaneamente revestidos de três corpos (físico, espiritual e mental)". Segundo ele, "minha verdade nunca pode ser maior que eu, ela corresponde ao meu nível evolutivo. Como essência, sabemos e temos tudo e somos chamados a executar tudo isso na prática, para nossa evolução. E é claro que a verdade liberta". Para Eliene, "vivemos na intelectualidade, no mental, corpo que nos aprisiona e (por isso) não vamos a fundo conhecer a verdade que liberta". Em sua interferência, Cristiano considerou que libertamo-nos vivendo a verdade íntima.
"Minha verdade é maior que eu", salientou Valquíria, confirmando tratar-se de suas crenças: "Somos espíritos, filhos de Deus"; de modo que, para ela, "libertamo-nos aos poucos, não de vez". Para tanto, considerou, "devo conhecer as normas que regem minha conduta perante o próximo, que é minha medida". Por fim, Marilene absteve-se de opinar e preferiu sugerir a ampliação do assunto no encontro seguinte, porque a proposta da Coordenação "mexeu com meus neurônios".
Depois a palavra foi passada a Fernando, que referiu recente acontecimento na reunião mediúnica que ele coordena na Cobem, durante a qual o Espírito D. Helder Câmara teria se manifestado, e leu uma bela mensagem ditada por Francisco Aguiar, antigo integrante do Grupo, já desencarnado, na qual enfocava a necessidade de mais sentir que saber da verdade, "para realizarmos a Verdade maior". Em seguida, nosso companheiro fez uma prece emocionada que nos tocou a todos. A mensagem, como fazia menção à companheira Jaciara, foi-lhe entregue ao final da leitura.


2 comentários:

  1. Chico, se possível, gostaria de comentar essa experiência do bombom, no nosso próximo encontro. Ele continua na minha bolsa...

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    1. Jaciara, será muito bom recordar aquele momentos e receber seu parecer. Até sábado.

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