sábado, 27 de julho de 2013

Em busca da verdade

O trabalho deste sábado começou com a distribuição do texto do capítulo "O despertar do espírito", constante do livro A Face Eterna do Ser, do filósofo espírita baiano André Luiz Peixinho, atual presidente da Federação Espírita do Estado da Bahia. Mas antes que a leitura, a formação dos subgrupos e a consigna fossem feitas abrimos espaço para o depoimento de Iva e Jaciara, que não haviam se pronunciado no sábado anterior, e também para Regina, que julgou importante ressaltar o teor do livro O Mundo de Sofia, do autor norueguês Jostein Gaarder, que resume as indagações de vários dos principais filósofos acerca da realidade. Em seus respectivos depoimentos, Jaciara e Iva se referiram à experiência com os bombons, concluindo esta última que nasceu para servir; Jaciara, por sua vez, revelou que não havia entendido a dinâmica e por isso não comeu o bombom, o que só fez depois, quando viajava de ônibus, reconhecendo só então a importância de ter algo para comer...
Depois disso, fizemos a leitura do texto de Peixinho que faria a linha condutora da atividade do dia: "A percepção do mundo é uma construção da mente humana, nunca a realidade em si mesma. Aliás, vários filósofos já dissertaram sobre as possibilidades da razão e concluíram que não há fatos, mas percepções interpretadas a partir de eventos. Por mais estranha nos pareça a tese de que a realidade percebida é uma construção, a experiência, tão cara ao saber científico, corrobora tal assertiva. Assim, pode-se compreender porque em épocas e culturas diversas surgiram diferentes percepções para os mesmos eventos. (...) O progresso do ser espiritual faz aparecer novas percepções da suposta realidade fenomênica".
Em seguida a Coordenação fez uma breve explanação sobre a compreensão desse texto, estabelecendo, como há duas semanas, a diferença entre ser (condição permanente) e pessoa (posição transitória), e propôs aos presentes - além de Jaciara, Iva e Regina, compareceram os dois coordenadores mais Bonfim, Marilda, Fernando, Roberto, Quito, Lígia, Ilca, Cláudia, Waldelice, Cristiano, Marilene, Isabel e Railza - a escolha de uma das três consignas elaboradas para o trabalho, e o grupo optou por esta: "Minha percepção do mundo muda o que sou?" Dividida a turma em dois subgrupos e procedido o diálogo entre seus integrantes, eles passaram a partilhar suas reflexões, as quais resumimos aqui.
Quito concordou com a mudança "como ser; como pessoa, é uma via de mão dupla". Segundo disse, ele está "trabalhando a verdade absoluta", observando que também o mundo muda "a partir de minha percepção". Isabel declinou de comentar sobre o trabalho e sugeriu, ao contrário, que um físico quântico como o filho de Railza viesse oferecer maiores esclarecimentos acerca do assunto. Waldelice igualmente    foi de opinião que a mudança do que é acontece devido à sua percepção, conforme o pensamento de Peixinho: "Minha mente constrói o certo e o errado; a relação com o outro pode mudar minha percepção, mudando minha posição perante o mundo".
"Como ser imortal, tenho consciência de que não mudo", argumentou Iva, acrescentando que "em certos momentos meu olhar sobre o exterior me leva a mudanças de atitude". Já Bonfim foi partidário da mudança, salientando que "eu mudo e vejo o mundo diferente; como espíritos, sabemos, mas só seremos sábios quando fizermos de modo perfeito o que sabemos", explicando que nisso consiste a evolução. "Como seres, evoluímos fazendo; à proporção que nos tornamos mais sábios encaramos o mundo de modo diferente", afirmou.
Roberto, por sua vez, salientou que nossa percepção das coisas é questão de foro íntimo e contou, para ilustração, uma sua experiência: quando da leitura do livro "O sermão da montanha", de Huberto Rohden, há 25 anos, época em que ainda não se interessava pelo Espiritismo, não deu tanta importância ao conteúdo; no entanto, após tomar contato com a Doutrina, releu a obra e esta passou a ocupar a cabeceira de sua cama. O que houve, disse ele, é que amadureceu: "A vivência é que transforma, dando uma visão mais perfeita, propiciando uma interação mais proveitosa com tudo ao redor, especialmente no âmbito familiar".
"Hoje caiu a ficha", afirmou Regina, relembrando que algumas pessoas diziam dela própria, que era alguém que mergulhava fundo em si mesma. Disse ela que só sabe fazer as coisas quando é tocada no sentimento, sem fingimento: "Não levo a vida com a barriga", salientou, explicando que "minha verdade está mudando constantemente; se eu soubesse há 20 anos o que sei hoje, não estaria vivendo o resultado dos equívocos cometidos", completou, acrescentando que o quadro de obsessão experimentado em sua vida possibilitou um certo progresso.
Já perto do fechamento do trabalho, Ilca pediu a palavra e, dentre outras coisas ditas, sintetizou sua fala nesta frase: "A receita é a simplicidade." Para encerrarmos a atividade, demos vez à coordenadora Fernanda, que relatou um sonho recorrente, no qual vê-se descendo uma escada comprida com muita dificuldade, experimentado a sensação de medo de cair, o que talvez explique o receio de estar fracassando em sua trajetória de crescimento espiritual, conforme disse, ressaltando que "você é o que sonha."


sexta-feira, 26 de julho de 2013

Que é a verdade?

É sabido que, como informa o Novo Testamento, Jesus ficou em silêncio ante a pergunta de Pôncio Pilatos sobre o que é a verdade, porquanto o Mestre o havia informado de que viera ao mundo para dar testemunho da Verdade. Ainda hoje, em tempos ditos mais civilizados, evoluídos, portanto, mas igualmente conturbados, vemo-nos às voltas com a mesma inquietude demonstrada por Pilatos: que é a Verdade? Ora grafamos essa palavra com inicial minúscula, ora com maiúscula, de certa forma discernindo, mesmo inconscientemente, dois tipos da verdade que precisamos conhecer. Como visto no trabalho do último sábado, há a verdade particular, inerente a cada criatura senciente, e a verdade abrangente, comum a todos e a tudo no Universo, abarcando a Criação divina em sua expressão cósmica. Teria sido esta a Verdade de que o Cristo veio dar testemunho? Dirá, essa Verdade, respeito a cada um de seus irmãos menores, ainda distanciados da Dimensão Divina?
Tal é a tônica da atividade programada para este sábado, 27 de julho, no âmbito do "Jesus de Nazaré", quando voltaremos a nos debruçar sobre a necessidade íntima de educar nossos sentimentos, amparados pelos conceitos doutrinários do Espiritismo e do Evangelho, desta vez utilizando o subsídio do livro "A face eterna do ser", de André Luiz Peixinho.
Até lá.

domingo, 21 de julho de 2013

Minha verdade?

Conforme o roteiro estabelecido, o trabalho fluiu agradavelmente, só que houve uma pequena alteração. Antes do início, isto é, logo após a prece, a Coordenação distribuiu bombons de chocolate solicitando que todos os comessem. Houve quem não quisesse ou não pudesse obedecer à solicitação, o que foi devidamente respeitado, assim como também houvesse quem comesse a contragosto, como depois saberíamos. Assim, a experiência serviu para fazermos um paralelo com nossa vida pela oportunidade da reencarnação, quando recebemos a ordem divina de saborearmos os acontecimentos, sejam eles agradáveis ou não, embora tenhamos a liberdade de escolher não fazê-lo. A atividade teve a participação de Cristiano, Fernando, Maria Luiza, Eliene, Bonfim, Isabel, Valquíria, Egnaldo, Magali, Regina, Waldelice, Marilda, Lígia, Iva, Marilene, Roberto, Jaciara, Cláudia e Ilca, que chegaram em pleno desenvolvimento do trabalho.
Antes da divisão da turma em três subgrupos, a Coordenação procedeu à leitura do seguinte trecho do décimo capítulo do livro Pedagogia da Consciência, do autor baiano Evilásio Menezes, que deu o mote do trabalho do dia: "O Cristo não deve ser, apenas, representado em atos de liturgia religiosa, mas reverenciado intimamente em cada momento da nossa vida, na sociedade e na família, no sentir diferente do comum das criaturas dispersas, sem, porém, lamentá-las como infelizes, porque chegará o dia em que cada um realizará essa essencial transformação, ou seja: descobrir os aspectos pessoais e impessoais de Deus dentro de si. Deus como inteligência espontânea em seu eu superior (não sou eu que faço, mas o Cristo que age em mim), Deus nas leis imutáveis que determinam o crescimento e a ascensão perante a Consciência Cósmica.
Tudo isso são verdades. Nem velhas nem novas, porque as verdades nunca envelhecem. Elas se tornam atuais e perenes nas consciência do homem, na medida em que ele se identifica melhor com os propósitos da espiritualidade. Não pode haver, para o ser consciente, o escapismo de que Deus fez assim e quer assim.
Somos cocriadores, na medida em que nos descobrimos filhos da Consciência Divina. Nossa participação aumenta na medida em que nossa consciência se expande em direção do eu superior, que se plenifica e se autorrealiza nesse impulso ascensional de servir. Ao atingir esse estágio, nosso sentimento se dilata de tal forma que as ideias antigas, mantidas pela cultura do egoísmo, vão se tornando sem sentido e obsoletas. Se eu já sei, não resta nenhuma alternativa senão sentir com plenitude, realizando essa integração espiritual.
Conhecer a verdade, por ter apenas pensado nela, percebido intelectualmente, não é tudo. É imprescindível vivê-la internamente, em plenitude espiritual. A verdade entendida deve ser sentida e plenificada na realização.
Na medida em que a consciência se aprofunda no conhecimento das leis morais, mais se capacita a entender a dinâmica da experiência espiritual, porque a visão se acendra e a capacidade de separar as ações que geral equilíbrio, vitalidade e eficiência das que expressam, apenas, a ilusão, é muito mais precisa. E, nesse processo, a aquisição final é a verdade e a sapiência".

***

Dividida a turma em três subgrupos, foram dadas, a intervalos de 20 minutos, estas duas consignas:
1 - Minha verdade é maior que eu? e
2 - Minha verdade me liberta de mim?
Eis o que se apresentou na partilha grupal, após as reflexões:

Egnaldo começou perguntando: o que é a verdade?, declarando que há três verdades, em sua concepção: "A minha, a sua e a verdadeira". Por essa razão, ele diz não saber responde à própria pergunta, ficando "em cima do muro", porque está em busca desse conhecimento. Já Roberto admitiu que "temos esta vida que só é completa quando cumprimos nossa missão". Ele recordou a postura de Jesus ante Pilatos, quando do julgamento, mantendo-se silente quando o procurador romano indagou o Mestre quanto à verdade. "É uma questão complexa", disse, salientando que a verdade nos chega em doses homeopáticas: "Nem tudo me é permitido dizer ou fazer".
De sua parte, Luiza ressaltou ter de trabalhar sua verdade, "que descobrimos quanto mais vivemos". Fazendo referência a recente enfermidade, da qual está se tratando, disse que sua verdade "não é maior que eu, mas é a que tenho neste momento e me liberta quando percebo o que devo saber". Pedindo a palavra, Fernanda ponderou que sua verdade constitui suas crenças, sua maneira de ver o mundo, de maneira que ela "é maior que eu e não me liberta, pois estou presa ao modo como vejo o mundo, mas caminho para encontrar a verdade".
Bonfim observou que "somos essência, momentaneamente revestidos de três corpos (físico, espiritual e mental)". Segundo ele, "minha verdade nunca pode ser maior que eu, ela corresponde ao meu nível evolutivo. Como essência, sabemos e temos tudo e somos chamados a executar tudo isso na prática, para nossa evolução. E é claro que a verdade liberta". Para Eliene, "vivemos na intelectualidade, no mental, corpo que nos aprisiona e (por isso) não vamos a fundo conhecer a verdade que liberta". Em sua interferência, Cristiano considerou que libertamo-nos vivendo a verdade íntima.
"Minha verdade é maior que eu", salientou Valquíria, confirmando tratar-se de suas crenças: "Somos espíritos, filhos de Deus"; de modo que, para ela, "libertamo-nos aos poucos, não de vez". Para tanto, considerou, "devo conhecer as normas que regem minha conduta perante o próximo, que é minha medida". Por fim, Marilene absteve-se de opinar e preferiu sugerir a ampliação do assunto no encontro seguinte, porque a proposta da Coordenação "mexeu com meus neurônios".
Depois a palavra foi passada a Fernando, que referiu recente acontecimento na reunião mediúnica que ele coordena na Cobem, durante a qual o Espírito D. Helder Câmara teria se manifestado, e leu uma bela mensagem ditada por Francisco Aguiar, antigo integrante do Grupo, já desencarnado, na qual enfocava a necessidade de mais sentir que saber da verdade, "para realizarmos a Verdade maior". Em seguida, nosso companheiro fez uma prece emocionada que nos tocou a todos. A mensagem, como fazia menção à companheira Jaciara, foi-lhe entregue ao final da leitura.


sexta-feira, 19 de julho de 2013

Crises existenciais

Neste sábado, 20 de julho, continuaremos analisando as questões alusivas à existência focando nossa atenção na condição comum a todos: a imortalidade do ser ante a impermanência da "pessoa". Para tanto será preciso insistirmos na mudança de mentalidade, ou melhor, na modificação de nosso padrão mental, a fim de, meditando, compreendermos e, consequentemente, vivenciarmos a dimensão que nos é própria, estabelecendo então mais íntimo contato com a consciência cósmica para um dia manifestarmos a unidade em Deus.
O roteiro do trabalho será baseado no livro Pedagogia da Consciência, de Evilásio Menezes, que nos ensina, dentre outras coisas importantes, esta verdade: "Conhecer a verdade, por ter apenas pensado nela, percebido intelectualmente, não é tudo. É imprescindível vivê-la internamente, em plenitude espiritual. A verdade entendida deve ser sentida e plenificada na realização". 
Assim, não é suficiente conhecer a Verdade ensinada pelo Cristo; é preciso realizar a outra parte da mensagem, ou seja, libertarmo-nos dos antigos condicionamentos que nos prendem à condição inferior, razão maior das costumeiras crises existenciais que nos acometem...

Eis o esqueleto do trabalho:

1 - Desenvolvimento (após aprece):
1.1 - dividir a turma em subgrupos;
1.1.2 - passar a primeira consigna: "Minha verdade é maior que eu?"
1.1.3 - passar a segunda consigna: "Minha verdade me liberta de mim?"
2 - Partilha.
3 - Fechamento (antes da prece final).

Até sábado, portanto.




domingo, 14 de julho de 2013

Ser e pessoa

Railza, Cristiano, Roberto, Isabel, Iva, Carminha, Ilca, Lígia, Marilda, Eliene, Bonfim, Eliene, Marilene, Valquíria, Egnaldo, Waldelice, Magali, Quito, Regina, e Cláudia, mais os coordenadores Francisco e Fernanda, compareceram ao trabalho realizado no sábado, 13 de julho, quando finalmente apresentamos a nova programação. A atividade transcorreu conforme o planejamento especificado na postagem anterior, antecedido por uma breve explicação sobre os conceitos de ser e pessoa, razão pela qual as questões propostas apontavam para o "algo" desconhecido de nós mesmos, na forma do pronome "que", em vez do "alguém" que presumivelmente se conhece - eis porque todos utilizamos as famosas máscaras sociais, necessárias para o bom relacionamento até que aprendamos a nos manifestar "em espírito e verdade", o que só se dará pelo autoconhecimento e a consequente educação dos sentimentos.
Para a execução do trabalho, a turma foi dividida em três subgrupos que formaram assim:
1 - Marilda, Bonfim, Marilene, Lígia, Carminha, Cristiano e Cláudia;
2 - Egnaldo, Quito, Roberto, Magali, Isabel e Waldelice;
3 - Iva, Railza, Ilca, Valquíria, Regina e Eliene.
Após o acalorado diálogo, o grupo passou à partilha das opiniões. Tomando a palavra, Carminha declarou que "não sabemos o que somos, por vivermos muito no 'quem'; nessa busca pelo conhecimento temos lampejos do que é a verdade e entramos na dualidade; os que usam máscaras fazem-se de bonzinhos e são implacáveis conosco; então não sei de mim perante o mundo e o universo, só sei que a energia de meu ser influencia o mundo e o universo".
Marilene afirmou saber que é um espírito, mas ainda indeciso, inquieto, perguntando-s constantemente o que Jesus quer dela, um ser tão imperfeito: "Sei que sou espírito inclusive perante o mundo e o universo, embora não tenha conseguido ainda dar maiores passos; os questionamentos são porque me incomodo e busco a razão".
"Sou um conflito", disse Quito, por sua vez, acrescentando ser também "profano, um aprendiz perante o mundo; uma parte em transição perante o universo. Roberto igualmente considera-se "um eterno aprendiz": em parte, com a responsabilidade de ensinar o que aprende, e parte com o dever de aprender o que ensina, "na oportunidade que o Pai me concedeu". Já Egnaldo assumiu uma postura enigmática: "Sou tudo e nada".
Eliene começou sua fala recordando os versos da canção "O sal da terra", de Beto Guedes, que ela confundiu com Guilherme Arantes: "Anda, quero te dizer nenhum segredo / falo nesse chão, da nossa casa / vem que tá na hora de arrumar..." Ela, assim como Egnaldo, afirmou ser tudo: "Em  meu mundo, no universo... tenho em mim a reconstrução do universo". A seu turno, Ilca considerou-se alguém aprendendo, um filho de Deus, "parte integrante dessa energia".
"Sou o mesmo espírito em todas essas instâncias", avaliou Valquíria, salientando, contudo, que é marcada pelas qualidades e deficiências próprias de seu nível evolutivo, mas em busca do progresso e da evolução. Já Iva observou ser "uma partícula desse Todo, inserida em mim mesma, no mundo e no universo, consciente de que sou um espírito reencarnado." E Railza afirmou não concordar com a palavra "que" utilizada nas questões trabalhadas, "porque isso me coisifica".
No fechamento do trabalho, a Coordenação observou, dentre outras, que o Espírito é algo, conforme disseram a Allan Kardec as Entidades Superiores que ditaram as obras da Codificação, especialmente O Livro dos Espíritos, de modo que esse "algo" é mesmo uma "coisa" a exigir de nossa parte esforço de reconhecimento. Negar essa necessidade é escolhermos manter-nos na inferioridade, significando a "conquista da ignorância", de acordo com o argumento do escritor espírita Hermínio Miranda - recentemente desencarnado - em seu livro O Evangelho Gnóstico de Tomé.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Um programa

Neste sábado, a intenção é apresentarmos a nova programação em sua feição impressa e, portanto, oficial, uma vez que até a semana passada trabalhamos empiricamente. Desse modo, a Coordenação elaborou o seguinte planejamento:

1 - Introdução
1a - distribuir cópia da programação aos presentes;
1b - explicar a nova sistemática;
1c - introduzir o tema do dia (o ser consciente: ser e pessoa)

2 - Desenvolvimento
2a - dividir a turma em subgrupos para dialogarem em torno das seguintes questões:
2b - que(m) sou perante mim mesmo?
2c - que(m) sou perante o mundo?
2d - que(m) sou perante o Universo?

3 - Partilha

4 - Fechamento.


domingo, 7 de julho de 2013

Mais amor... (nunca é demais)

Novamente o amor foi a tônica das atividades realizadas neste sábado, 6 de julho, sob a condução da companheira Railza, que promoveu uma reflexão sobre a caridade e o dever. Segundo ela, caridade não é o que fazemos aos outros, mas o que os outros fazem por nós, percebamos ou não. O que fazemos é só o dever, que remonta a dívida, às nossas muitas obrigações. A caridade, ressaltou, é o amor em ação, um tom mais refinado do dever, porquanto a caridade requer compaixão, desenvolvendo-se sutilmente, num movimento natural. Ela citou o médium Divaldo Franco, para quem é "vergonhoso viver num país onde as pessoas morrem de fome", porque não cumprimos nosso dever...
O trabalho teve a participação de Isabel, Roberto, Marilda, Fernando, José Bonfim, em sua primeira aparição no Grupo este ano, Valquíria, Egnaldo, Waldelice e Quito, mais os coordenadores Francisco e Fernanda.
Após a preleção do início, Railza propôs a primeira reflexão individual, com a seguinte consigna: "Quando eu sou objeto do meu amor?", distribuindo em seguida cópias da letra da música "Deus me proteja", com compositor paraibano Chico César (ver abaixo), explicando alguns trechos do poema. A segunda consigna resumiu-se nesta frase: "Como exerço a caridade comigo mesmo?" Antes de abrir espaço para a partilha, Railza citou este pensamento do escritor cubano José Martí: "Amo meu dever mais que a mim mesmo", salientando que esse pensador explicava que o dever do homem é pensar sobre si mesmo. Ela também leu um trecho das instruções do Espírito Paulo, apóstolo, no capítulo do Evangelho Segundo o Espiritismo intitulado "Fora da caridade não há salvação".
Aberta a partilha, Quito foi o primeiro a falar, lembrando que "quando oramos e vigiamos fazemos caridade conosco mesmos e quando somos caridosos com o próximo fazemos o bem a nós próprios, vivenciando a lei de amor". Fernando procurou responder às perguntas consignadas afirmando que tudo isso se dá "no momento em que domo minhas más inclinações". Isabel lembrou a necessidade do discernimento em meio à caminhada, quando trilhamos entre a dor e o alívio: "Só eu sei o que acontece em mim".
Marilda, por sua vez, revelou que faz todo o bem a si mesma "quando não me permito preocupar", porque quando se preocupa não vive o momento: "Preciso me exercitar muito nisso", disse. Egnaldo manifestou-se para fazer reflexões acerca da ocupação útil do tempo. "Nunca parei para pensar que sou objeto de meu amor", observou Regina, revelando sua perplexidade ante a proposta do trabalho, acrescentando que isso se dá "quando estou em paz comigo mesma, pelo dever cumprido; mas estou sempre em luta comigo, chegando ao ponto de uma vez me rejeitar física e psicologicamente, vendo-me fugindo das situações". Com essas palavras ela comentava os tempos de recente enfermidade, quanto tentava estar em paz com os outros mas não conseguia tranquilizar-se: "Mas hoje já tenho forças para domar a fera, quando ela se apresenta - é quando entra a caridade, que nos retira do fundo do poço..."
E Waldelice declarou amar-se quando cuida de si mesma "física e espiritualmente, higienizando os pensamentos, melhorando as atitudes, sendo cristã na essência, ajudando os outros silenciosamente". Segundo ela, o trabalho caritativo em seu favor evidencia-se "quando procuro me perdoar, sem entrar na culpa e na angústia, reconhecendo os erros e procurando reverter a situação". Já Roberto observou ser preciso olhar no espelho e perguntar, numa auto análise: "Isso está certo?" Para ele, "se já aprendi, tenho de jogar no lixo o que não serve", Afinal, disse, "o que vim fazer aqui (na Terra)? Tenho de cumprir o que prometi "lá" e para isso peço aos protetores que me conduzam sempre na trilha e isso é caridade comigo mesmo".
Voltando a falar, Fernando recordou seu comportamento logo que adentrou a sala e pediu desculpas: "Minha atitude foi descaridosa, não tive condições de domar minhas más inclinações naquele momento", afirmou, em razão do descontentamento ante o que observou logo ao chegar à Cobem naquela manhã. Por seu turno, Valquíria ressaltou que "cada vez estamos mais perto de Jesus; e cada um sabe em sua consciência o que significa amar ao próximo"... Bonfim declarou que a resposta às duas questões propostas é "tendo consciência": "Reconheçamos que o amor maior é a Deus, o restante vem por acréscimo".
No fechamento do trabalho, Railza salientou que, como na carta do Louco no Tarô, o homem está sempre propenso a cair, em seu andar trôpego: "O caminho é sempre o mesmo, na busca do autoconhecimento, e sintetiza-se numa palavra: coerência", disse ela, acrescentando que a perseverança é a palavra de ordem nessa busca: "Posso me desestruturar, mas não vou desistir da vida, se sou uma expressão do hálito de Deus. As dificuldades são passageiras e devo retomar a caminhada". E, finalizando o encontro do sábado, a coordenador Francisco leu a mensagem "O chamado", de autoria da Amiga Espiritual Irmã Rafaela (mais abaixo), que guarda relação com a atividade do dia.

***

Deus me proteja
Chico César

Deus me proteja de mim
e da maldade de gente boa
da bondade da pessoa ruim    [bis]
Deus me governe e guarde
ilumine e zele assim

Caminho se conhece andando
então vez em quando
é bom se perder
perdido fica perguntando
vai só procurando
e acha sem saber

Perigo é se encontrar perdido
deixar sem ter sido
não olhar, não ver
bom  mesmo é ter sexto sentido
sair distraído
espalhar bem-querer

***

O chamado
Irmã Rafaela

Que tenho eu de mim para ofertar, Senhor? Por que recorres a mim? Como Pedro, não tenho ouro nem prata. Ao contrário de Paulo, não tenho o amor que supre a falta de virtudes; como Tomé, minha fé é ainda vacilante; como muitos que passaram pelo sacrifício, ainda temo...
Que tenho, Senhor, para te dar? Por que confias em mim? Eu ando por caminhos escusos, ando mesmo em trevas, mas me acenas com tua luz. Ainda trilho os caminhos da indiferença, alheio aos irmãos caídos, mas me apontas a oportunidade do serviço; ainda me vejo desatento quanto à realidade divina, mas me mostras a razão do compromisso...
Por que a mim, Senhor? Por que eu? Que tenho eu para te dar? Ao contrário de Pedro, não tenho talento para a pesca; oposto de João, a vida mística não me atrai; assim como Judas, eu também te trairia... por que me chamas, Senhor, que tenho eu para te dar?
E no entanto me chamas, Senhor, parece que confias em mim - e isto me confunde. Que vês em mim que não percebo? Será que meus erros, minha imperícia e minha incúria não te incomodam? Meu egoísmo e meu orgulho, tão grandes, não te assustam? Não sou dos teus, Senhor, e me queres mesmo assim? Por que me chamas?
Oh, compreendo! Agora compreendo...
Sim, minhas feridas, minha dor, tu as queres curar! Senhor, isto muito me comove, mas não sou digno de teu apreço... Sim, isto não te importa, pois o médico não quer saber quem é o doente, só quer ajudá-lo. Oh, Senhor, cura-me então! Eu te peço - e te dou minha enfermidade, minha alma enferma para que a cures!...

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Sentimento

Railza é quem dará o ar da graça neste sábado, dia 6 de julho, apresentando um trabalho em colaboração com nossas necessidades de educação dos sentimentos, sob as bênçãos do Cristo.
Até lá, portanto.