segunda-feira, 4 de junho de 2018

Rigor consigo e indulgência com o outro

Waldelice, Bia, Valquíria, Egnaldo, Carminha, Cláudia, Egnaldo Júnior, Augusta, Marilene, Jaciara, Quito, Regina, Marilda, Luiza, Jaime (visitante) e Fernando, que chegou com o trabalho já próximo do final, e este Coordenador, dublê e escriba, fomos os participantes da atividade realizada no sábado 2 de junho, versando sobre a indulgência, conforme o texto do item 16 do capítulo 10 ("Bem-aventurados os que são misericordiosos") de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Depois de lido o texto e feita breve introdução ou explicação pela Coordenação, foram distribuídas cópias de uma "Fábula da convivência" (texto abaixo) e desta consigna: "Como está seu relacionamento na família e no trabalho (ou dentro e fora de casa)?"
Para o desenvolvimento da atividade, a turma foi convidada a se reunir em duplas - com a chegada dos demais companheiros, as duplas se transformaram em trios - e assim refletiram melhor acerca da proposta colocada, antes que fosse aberta a partilha grupal. Chegado o momento, a Coordenação voltou a frisar os pontos-chave do texto evangélico e convidou aos comentários. Para Jaime, indulgência é uma virtude como o perdão, enquanto Jaciara falou ser "difícil quando vejo que o Evangelho diz que devo ser severa comigo mesma e indulgente com o outro, mas sou a primeira a necessitar de minha indulgência; quando julgo o outro é me colocando no lugar dele; quando me cobro, gasto uma energia muito grande".
Marilene, em seguida, declarou que deu-se conta de seu jeito na relação com as filhas - uma delas, casada -, acreditando interferir na vida de cada uma delas: "Eu cobro muito, principalmente da que já tem família", disse, acrescentando não ter "a capacidade de escutar e dizer que elas fizeram as próprias escolhas". Egnaldo, por sua vez, observou que "às vezes, você é mal entendido" e afirmou ser "razoável" seu relacionamento com os familiares, "na tentativa de conhecer melhor o outro"; segundo ele, "não me considero dono da verdade e tento conviver com a realidade, no aprendizado, graças ao Espiritismo; antes, [eu] era bem pior..."
Disse Carminha, fazendo um interessante jogo de palavras com o próprio nome, nas duas formas como é conhecida, ter "um relacionamento conflituoso com Maria do Carmo, que quer e faz sempre o contrário do que eu preciso". Já Luiza ponderou que "não podemos querer que os filhos sejam como nós; temos que aprender a viver", salientou, acrescentando que, para isso, ela se vale das mensagens do Espírito Joanna de Ângelis.
"Fora de casa, a gente usa as máscaras e é tudo uma maravilha", reparou Valquíria, oferecendo o contraponto: "Mas em casa é uma luta muito grande, porque aí somos nós mesmos"; segundo ela, "o Espiritismo é que explica o que acontece conosco e com a família, dando-nos condições de conviver para o aprendizado, mas não é fácil". Por seu turno, Quito salientou já ter tido problema no trabalho que interferiu dentro de casa, quando era sócio do próprio filho e este não aceitava suas ponderações: "Então me afastei, fui trabalhar sozinho e a vida ensinou a ele", afirmou, ressaltando que o filho admitiu, depois, que "eu tinha razão"; hoje, disse o companheiro, a relação entre os dois "é muito boa"; ele também explicou seu afastamento do grupo observando não ter interrompido o aprendizado e se ver "menos exigente em casa: eu era o problema, mas achava que eram os outros".

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Parábola dos porcos-espinhos
(Arthur Schopenhauer)

Durante uma era glacial, muito remota, quando o Globo terrestre esteve coberto por densas camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram indefesos, por não se adaptarem as condições do clima hostil.
Foi então que uma grande manada de porcos-espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começou a se unir, a juntar-se mais e mais. Assim cada um podia sentir o calor do corpo do outro. E todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se, enfrentando por mais tempo aquele inverno tenebroso. Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhes forneciam mais calor, aquele calor vital, questão de vida ou morte. E afastaram-se, feridos, magoados, sofridos.
Dispersaram-se por não suportarem mais tempo os espinhos dos seus semelhantes. Doíam muito...
Mas, essa não foi a melhor solução: afastados, separados, logo começaram a morrer congelados.Os que não morreram, voltaram a se aproximar, pouco a pouco, com jeito, com precauções, de tal forma que, unidos, cada qual conservava uma certa distância do outro, mínima, mas suficiente para conviver sem ferir, para sobreviver sem magoar, sem causar danos recíprocos. Assim, aprendendo a amar, resistiram a longa era glacial. Sobreviveram.
Moral da história
"Quanto mais nos ocupamos com a felicidade dos outros, maior passa a ser nosso senso de bem-estar. Cultivar um sentimento de proximidade e calor humano compassivo pelo outro, automaticamente coloca a nossa mente num estado de paz. Isto ajuda a remover quaisquer medos, preocupações ou inseguranças que possamos ter, e nos dá muita força para lutar com qualquer obstáculo que encontrarmos. Esta é a causa mais poderosa de sucesso na vida."

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