sábado, 30 de setembro de 2017

Catarse


Eliene fez muita gente chorar com o trabalho que realizou neste sábado, 30 de setembro, enfocando o primeiro tópico do cap. 14 de O Evangelho Segundo o Espiritismo - Piedade filial -, para o que utilizou a música do cantor e compositor argentino Piero, autor de "Mi viejo", ou "Meu velho", que ouvimos na voz do brasileiro Altemar Dutra. Estávamos presentes Isabel, Carminha, Valquíria, Eliete, Iva, Egnaldo, Fernando, Quito, Augusta, Magali, Waldelice, Marilene, Luiza, Cristiane, Cláudia, a própria Eliene e seu auxiliar, Mateus, em visita técnica, além deste escriba dublê de Coordenador.
O trabalho constou de duas partes e no início, antes mesmo que ouvíssemos a canção, que provocou manifestações emocionadas, Eliene fez a leitura de um texto sobre a arte de envelhecer e depois colocou esta consigna: "Qual trecho da música me remete a uma experiência vivida com minha figura paterna?" Ela pediu que os participantes fizessem breve reflexão individual e em seguida abriu espaço para a partilha, iniciada por Iva.
"Somos filhos de Deus, o Criador, o primeiro Pai", começou ela, acrescentando que "depois, nasci, com a  ajuda da mãe e do pai"; este, segundo disse, era "exigente, queria que não perdêssemos o fio da meada do respeito, da honestidade e do bem"; ainda assim, afirmou ter lembranças tristes de seu pai, que "morreu aos 33 anos, não envelheceu, como eu"; no entanto, "hoje reconheço sentir falta dele".
Marilene começou dizendo que a música a emocionara, fazendo-a viajar com a lembrança do pai, que no início era marcada pelo silêncio do afastamento, mas depois "ele foi constante comigo", disse, reconhecendo que "não tive o tempo dele", por ter sido criada longe e só passou a vê-lo com mais frequência quando atingiu a adolescência; "eu tinha verdadeira adoração por ele", frisou, sendo grata a seu pai por lhe ter proporcionado o corpo para esta existência.
Em sua vez de falar, Carminha o fez em prantos, esclarecendo que a música sempre a emociona por lembrar do marido, desencarnado, o qual, por seu turno, recordava do próprio pai ao escutar a canção na voz de Altemar Dutra, porquanto, conforme diz a letra, esse "querido velho" também tinha o "andar lento": "Aurélio não teve essa oportunidade", lamentou a companheira que, recobrando o equilíbrio relatou que seu pai "foi maravilhoso e me dava carinho, era rígido mas carinhoso"; disse que quando viajou ao Rio de Janeiro para fazer o vestibular, "ele me mandou uma carta pedindo que honrasse a família e fosse honesta, principal traço do caráter dele".
Valquíria revelou que seu pai não teve tempo de envelhecer, de modo que "nada na música me lembrou dele"; mas, segundo disse, "ele esteve sempre presente em minha vida, era o equilíbrio da casa e foi para o Plano Espiritual como viveu"; uma boa lembrança que guarda de seu pai é o respeito que ele devotava à condição de sua mãe, "médium destrambelhada", porque era esoterista e tinha algum conhecimento acerca da mediunidade; "ele nunca se exaltava, nunca perdia o equilíbrio", assegurou a companheira frisando que a principal característica de seu pai também era a honestidade.
"Meu pai era pai e mãe", disse Egnaldo, acrescentando que "tudo na música me fez pensar no que vivi com ele"; este companheiro enumerou alguns episódios da infância e depois declarou ser "tudo um aprendizado". Por sua vez, Quito observou ter convivido pouco com seu pai, que desencarnou quando nosso companheiro contava apenas 13 anos de idade; esse pai era um engenheiro da Petrobrás e como tal viajava muito; Quito recorda-se de sua liberalidade e competência, sendo muito querido por todos; uma de suas frases que o filho jamais esqueceu: "Não se educa a alma castigando o corpo"; o companheiro também esclareceu ter estado junto ao pai no momento da desencarnação, por isso as lembranças são ainda doloridas.
Pedindo a palavra, Cláudia relatou nada na letra da música recordava seu pai, já desencarnado, a não ser que ele também era "um bom tipo"; para ela, seu pai era "genioso (sou igual, disse), tinha a língua afiada um coração de manteiga"; no entanto, "a lei da casa era ele", informou a companheira, salientando não o ter visto "caminhar lento", devido à desencanação precoce, "ainda cheio de energia"; segundo Cláudia, "brigávamos muito, mas ele me deu muito mais do que recebeu, porque foi de coração".
Por último, Luiza ponderou: "Meu pai não chegou a ficar velho, como diz a música", mas, afirmou, "sempre foi um pai excelente, bem família, a quem devo tudo de melhor, porque ele não se metia nas escolhas dos filhos quanto à profissão e casamento, dizendo assim: quem pegou seu carvão molhado que abane".
Finda essa etapa do trabalho, Eliene exibiu um vídeo sobre a importância da figura materna, tema da próxima atividade, prevista para o dia 15 de outubro, e pediu que os participantes dissessem em uma palavra o que os faziam recordar de sua mãe. Então Mateus, o visitante, citou o cheiro e a voz; Quito, proteção e religiosidade; Cláudia, a preocupação; Magali, segurança; Iva, os cuidados; Marilene, o dinamismo e a proteção; Eliete recordou o aconchego e a proteção; Waldelice, a proteção e a segurança; Valquíria, o medo; Egnaldo, aconchego e acolhimento; Cristiane, o trabalho; Luiza apontou a docilidade e a acomodação; Carminha, o carinho e a preocupação; Augusta referiu o amor e a preocupação; este escriba citou o jeito de cuidar dos outros; já Isabel lembrou do dengo e amorosidade, enquanto Fernando frisou a ingenuidade e a suavidade; por fim Eliene disse recordar-se do cheiro do leite materno.

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