sábado, 30 de maio de 2015

Lembrar de esquecer!

Mais uma vez encontramos correspondência entre lições espíritas que nos fazem atestar a afirmativa de Allan Kardec quanto à universalidade do ensinamento dos Espíritos, no trabalho realizado neste sábado, dia 30 de maio, abordando o conteúdo do capítulo cinco do livro Momentos de Saúde e de Consciência e do item 11 do quinto capítulo de O Evangelho Segundo o Espiritismo (Bem-aventurados os aflitos), que trata do tema "Esquecimento do passado". No começo, estavam presentes Carminha,  Railza, Roberto, Marlene e Creuza, além deste escriba dublê de coordenador, mas depois foram chegando Eliene, Marilene, Valquíria, Iva, Fernando, Luiza, Marilda, Jaciara, Waldelice, Magali, Regina Mendes e Nilza.
Primeiramente, procedeu-se à leitura do texto de Joanna de Ângelis, no qual esta autora espiritual fala da necessidade de planejarmos nossa vida, e depois leu-se o arrazoado de Kardec quanto ao esquecimento do passado. Após isso, a Coordenação fez breve explanação durante a qual recordou o teor do livro Os Mensageiros (André Luiz - Chico Xavier), onde são apresentados tarefeiros do Espiritismo que faliram quando encarnados, e também a informação de O Livro dos Espíritos dando conta de que, embora seja uma bênção de Deus, o esquecimento de experiências transatas não é completo, vez que podemos recordar algo do passado quando isto se torna necessário.
Chegada a hora dos comentários, Creuza ressaltou a necessidade de, como afirma Joanna, realizarmos o planejamento de nossas atitudes, acrescentando que não basta planejar, é preciso executar os projetos. Valquíria, por sua vez, ponderou que não devemos remoer as coisas negativas, enquanto Railza considerou que as palavras da Benfeitora Joanna de Ângelis são dirigidas a toda e qualquer pessoa e que, por isso, não precisamos ser espíritas para planejar a vida, o que se faz de acordo com a administração dos recursos colocados à nossa disposição.
A esse respeito, Eliene observou que tal planejamento é algo além da esfera material e perpassa o âmbito espiritual, reparando que "há algo lá atrás que é sua existência" - referindo-se às tendências instintivas que influenciam muitas de nossas decisões na vida. Mais tarde ela admitiria ser desorganizada e "desplanejada", ressaltando um exemplo observado na família. Mas Jaciara declarou abrigar pensamentos negativos até que as circunstâncias (a vida!) mostrem que as coisas não são bem como ela pensa - e contou um episódio comprobatório vivenciado em seu ambiente de trabalho.
Marilene, por sua vez, considerou que "às vezes fazemos barbaridades" e, no caso dela própria, quando se dá conta disso, para e refaz seu projeto de vida em busca de saúde e bem-estar, tanto físico quanto psíquico, reconhecendo que precisa modificar determinadas práticas, embora saiba ser difícil mudar tanto o comportamento quanto o pensamento cristalizados. A esse respeito, Creuza reparou que "não basta planejar, é preciso executar esses planos", acrescentando que não fazemos isso porque nos falta autocontrole e assim retomamos o ciclo vicioso por absoluta falta de vontade de
melhorar a situação.
A Coordenação ponderou que, na condição de espíritas, não devemos nos esquecer que vivemos em regime de comensalidade com os Espíritos, principalmente com aqueles que, tal como nós mesmos, ainda se encontram na inferioridade, razão pela qual não conseguimos manter nossos propósitos com firmeza em relação às boas práticas. Em seguida, Carminha declarou que as dificuldades do caminho, isto é, da experiência na matéria, fazem com que alimentemos os monstros do orgulho, do medo e do egoísmo, aumentando a raiva, "a dor antiga"... 

quarta-feira, 27 de maio de 2015

"Renunciar seria a solução..."

A frase que dá título a este relato é verso de uma música do cantor baiano do estilo "brega" Valdick Soriano, já desencarnado, lembrado pela Coordenação quando da realização do trabalho de Iva sobre o tema "Amor e renúncia", tendo por base o belo texto de Humberto de Campos (Espírito) no livro Boa Nova (psicografia de Chico Xavier). Os versos da composição citada, intitulada "A carta", se completam assim: "Renunciar seria a solução / mas não apagaria de nossas almas / cruel paixão / espero que um dia tudo se consiga / e a quem ama não seja negado / o direito de ser amado". A essa atividade compareceram a própria Iva, Creuza, Carminha, Regina Gomes, Magali, Waldelice, Valquíria, Egnaldo, Maria Luiza, Fernando, Roberto, Cristiano, Jaciara, Marlene e o coordenador, Francisco.
Primeiro, Iva procedeu à leitura do texto, no qual, segundo o autor espiritual, Jesus informa ao apóstolo Pedro em que consiste a renúncia em função da construção do Reino dos Céus no coração dos homens, enfatizando pontos importantes para o bom relacionamento interpessoal e também para o progresso espiritual, tais como os laços de afeto, a amizade, a transformação da água em vinho, a paternidade divina, a encarnação, o sentido da vida, o Calvário de cada um, o abandonar pai, mãe e filhos, fé e fidelidade, ressaltando o Mestre que "o Reino dos Céus é o tema central de nossas vidas - tudo mais é acessório". Depois, ela dividiu a turma em três subgrupos, para a discussão das três consignas.
Assim, o primeiro subgrupo, composto por Creuza, Carminha, Waldelice, Marlene e Valquíria, ocupou-se desta interrogação: "Você se considera um fiel discípulo de Jesus?"; a segunda equipe, formada por Magali, Luiza, Jaciara e Roberto, tratou desta questão: "Você já consegue obedecer ou cumprir a vontade de Deus?"; por fim, o terceiro grupo, integrado por Regina, Fernando, Egnaldo e Cristiano, cuidou de responder a esta pergunta: "Em que condições você manifesta a renúncia?" Aberta a partilha, obtivemos os seguintes comentários, a começar pelos participantes do primeiro grupo.
Segundo Carminha, sim, ela se considera um fiel discípulo do Cristo, por conta de seus esforços, "apesar das contingências da vida". Valquíria, contudo, ficou em dúvida: "Sou discípulo, mas não sei se sou fiel, porque quando estou aborrecida essas qualidades - a fidelidade e a renúncia - desaparecem, apesar de todo esforço". Waldelice foi ponderada tanto quanto Carminha, dizendo-se também ser uma discípula, "mas sem essa fidelidade toda, pois para isso ainda preciso ralar muito". Mas Creuza foi taxativa, embora com algumas reservas: "Sou fiel discípula na medida do possível, procurando colocar o poder de Deus acima de todas as coisas: amo os filhos, a família, os amigos, mas coloco as tarefas espirituais acima de tudo", disse.
Pelo segundo subgrupo, a primazia da fala coube a Roberto, que em resposta à questão que lhes competiu declarou cumprir muito pouco da vontade de Deus, "porque a interação com os outros perturba um pouco, mas temos de nos equilibrar, caminhando com firmeza, porque amanhã é um outro dia", afirmou acrescentando que já consegue ver o que é certo, o que deve fazer, "mas...". Falando em seguida, Jaciara disse conseguir essa correspondência quando entende as próprias dificuldades e não reclama, "mas há momentos em que desobedeço", salientando que esses momentos são mais numerosos. Luiza, por sua vez, afirmou tentar cumprir as leis divinas, ressaltando que em muitas coisas, ainda pequenas,  já consegue: "Quando procuramos fazer o que é certo, tudo vai bem", completou. Já Magali revelou preocupação com os acontecimentos perturbadores da atualidade do mundo e salientou que o Evangelho responde por eles: "O reino do amor ainda não se estabeleceu na Terra", disse, acrescentando que isso se fará "quando cumprirmos a vontade de Deus, daí passarmos por todas essas agruras para o aprendizado".
Egnaldo iniciou as considerações pertinentes ao terceiro subgrupo; segundo ele, "quando se é convidado para o cumprimento dos deveres faz-se tudo"; o companheiro também afirmou que as pequenas atitudes refletem nas grandes realizações e que ele próprio tem procurado desenvolver essa renúncia em relação a muitas coisas. Mais ponderado, Fernando declarou que "não vamos renunciar como Francisco de Assis", assinalando que "a nossa (renúncia) é quanto às coisas pequenas". A seu turno, Cristiano admitiu encontrar dificuldade no contato com a renúncia, "que está nas coisas de nosso tamanho"; segundo disse, há alguma intensidade na prática do bem, "mas não conseguimos nos conectar com ela (a renúncia)", porque nos preocupamos com questões menores, mas já demonstrando "olhos de ver e ouvidos de ouvir"... Para Regina, nós agimos ainda "no automático", por isso "não conseguimos perceber nossas pequenas renúncias, como o fato de vencer os obstáculos para atender ao compromisso de vir às reuniões do Grupo"; ela salientou também que, depois que seus filhos nasceram, "nunca mais consegui cumprir horário".
A última fala coube a Marlene, por ter chegado atrasada ao encontro. Sua tarefa, sendo a mesma do primeiro subgrupo, fê-la considerar que "aqui (no Grupo) digo sim, mas ao mesmo tempo digo não, porque ainda sinto raiva, me aborreço, tenho vontade de esganar o outro; tenho essas mazelas todas para vencer, mas só depende de mim não me deixar envolver nessas situações, vivendo o Evangelho segundo me esforço".
No encerramento, a Coordenação procurou explicar a renúncia recordando a informação de Allan Kardec sobre o inimigo do Espiritismo, o materialismo, salientando que é a esse empecilho que renunciar, manifestando a consciência de espíritos encarnados e vivendo no mundo de conformidade com essa convicção. Disse também que é daí de nos nasce o personalismo, fruto de nosso egoísmo, e o exagerado apego ao corpo físico, provocando o medo de morrer que, embora natural (instinto de sobrevivência), faz surgir, uma vez exagerado, o medo de viver, razão de muitos dramas aflitivos observados na atualidade...

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Aprendizado de renúncia

"Amor e renúncia" é o título da atividade que Iva vai apresentar ao Grupo neste sábado, dia 23 de maio, aproveitando a lição que o Espírito Humberto de Campos grafou no livro Boa Nova, ditado à mediunidade psicográfica de Francisco (Chico) Cândido Xavier. Será uma oportunidade valiosa para, mais uma vez, avaliarmos nossa condição de homens (e mulheres!) altamente endividados para com a Lei Divina e necessitados de empreender esforços no sentido de domarmos nosso dois maiores defeitos: o orgulho e o egoísmo, porquanto são eles que nõs impedem de realizar a renúncia a nós mesmos, como o Mestre Jesus propõe. No texto em questão, Jesus dialoga com o apóstolo Pedro a esse respeito e além de ensinar faz o pescador compreender a extensão desses ensinamentos pela força do exemplo, quando o Cristo, sem reclamar, faz seu caminho solitário rumo ao Calvário, suportando a cruz do martírio...
Renunciamos?

domingo, 17 de maio de 2015

Os aflitos

Nestes tempos chuvosos, este sábado, 16 de maio, viu apenas dez participantes no trabalho realizado pela Coordenação, embora o aproveitamento tenha sido bastante satisfatório. Presentes, além deste escriba, estavam Fernando, Quito, Cristiano, Eliene, Marlene, Marilene, Iva, Valquíria e regina Mendes. Conforme o roteiro da atividade, a Coordenação procedeu à leitura os textos sob abordagem, primeiro, os itens 7 a 9 do tópico referente às "Causas anteriores das aflições", do Cap. V de O Evangelho Segundo o Espiritismo ("Bem-aventurados os aflitos"), e, depois, do capítulo 4 do livro Momentos de Saúde e de Consciência (Divaldo Franco/Joanna de Ângelis). Feita a leitura, o coordenador, Francisco, fez uma breve explanação na qual enfatizou as dificuldades do relacionamento interpessoal principalmente entre os familiares, recordando fazermos parte tanto da família consanguínea quanto da família universal, e depois estabeleceu a consigna que norteou a conversa no Grupo: "Por que ainda abrigo e alimento essas aflições?".
E porque nessa explanação se falasse que Allan Kardec recomenda-nos olhar as circunstâncias da vida física sob o ponto de vista do Espírito, Marilene começou dizendo, tão logo abriu-se a partilha, que acha difícil dar esse passo - ver com os olhos do Espírito: "Vejo ainda com os olhos da matéria", disse, afirmando que, vira e volta, a consciência queira despertar; "mas ainda tropeço perante essas circunstâncias e me pergunto: por que não dou o passo certo?" Mas antes que a companheira completasse seu raciocínio, Quito levantou-se e declarou: "É que eu ainda sou um sepulcro caiado" - e foi buscar três copos d'água. Então Marilene, tomando para si a insinuação de Quito, negou ser um sepulcro caiado: "Se não fosse o conhecimento espírita, ninguém me suportaria em casa", afirmou, ponderando, contudo, que já sabe o suficiente para se transformar, mas ainda não logrou essa alegria, de modo que se perguntou: "O que estou fazendo com meu aprendizado?".
Eliene lembrou de que há 10 anos certo episódio de um seriado da TV ("Um toque de anjo") mostrava um homem que espancava seu filho e depois relataria que fazia isso porque também apanhava de seu pai. Segundo ela, por mais que tentemos nos isolar, precisamos conviver com os outros, que são parte de nossa família; nesse aspecto, ela destacou sua mais recente atividade profissional, dizendo ser um trabalho perigoso que algumas vezes necessita de aparato policial; nesses momentos, disse, "uso a sabedoria do Evangelho, pois a minha não me permite dar lição de moral em ninguém". Pegando a deixa, Valquíria considerou que em certos dias briga consigo mesma, mesmo após sair da Cobem e por isso seus familiares lhe perguntam o que ela foi fazer lá...
"Sabemos que estamos com a família de que precisamos, mas aceitar e conviver com ela é diferente", salientou Fernando, tentando explicar este trecho da lição de Joanna de Ângelis: "Cada um se vincula aos seres de que necessita para a evolução". Valquíria voltou à cena e, após Eliene haver relembrado antigo slogan de certa marca de sabonete, declarou ser o passado ligado a nós, embora não possamos viver no passado. Já Iva ressaltou que nossa maturidade espiritual ainda não é tanta, vez que habitamos um mundo de provas e expiações; desse modo, nossos familiares estão na mesma condição evolutiva, disse, acrescentando que, quando aprendemos a nos conhecer, nossa fragilidadee psicológica se modifica e despertamos para a Vida, quando então passamos a compreender quem se encontra ao nosso lado, aceitando e procurando superar os conflitos, conforme Joanna de Ângelis pontua em seu texto: "Sabes que não és o de que te acusam...".
Em seguida, Regina Mendes, afirmando ser fruto de uma família conflituosa, fez um retrospecto de suas experiências, recordando o ressentimento próprio e o dos irmãos em relação à figura paterna, que eles veem como responsável pela desorganização e pauperização da família: "Ao tornar-me mãe, vivenciei a experiência mais maravilhosa e cheia de aprendizado que já tive e hoje meu filho diz que, apesar dos erros, eu acertei na criação dele"; entretanto, ela diz sofrer de "ansiedade generalizada" e, como professora, ao descobrir-se prepotente junto aos alunos, procurou melhorar especialmente utilizando os recursos do Espiritismo: "Troquei a roupa da professora intelectual pelas vestes da mestra amorosa", sabendo porém que seu embate é consigo mesma, notando, satisfeita, que seus familiares reconhecem seu esforço espiritual.
Por fim, Cristiano observou que se enriquece bastante com as experiências que os companheiros do Grupo expressam, o que, para ele, revela o aprendizado de cada um, sendo isso importante para a reflexão de todos. Ele ressaltou também que "a grande prova de que não somos sepulcros caiados é que temos consciência dessas dificuldades". O segredo desse aprendizado, adiu Marilene, é aprendermos a engolir sapos bem digeridos, sem somatizar a situação nem nos vitimarmos...

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Novas aflições

Neste sábado, dia 16 de maio, deveremos nos debruçar outra vez sobre o texto do quinto capítulo de O Evangelho Segundo o Espiritismo, intitulado "Bem-aventurados os aflitos", detendo-nos especialmente nos itens 7 a 9, correspondentes ao tópico das "Causas anteriores das aflições". Paralelamente, abordaremos também o capítulo 4 do livro Mensagens de Saúde e de Consciência, no qual a autora espiritual, Joanna de Ângelis, relaciona nossas aflições às dificuldades enfrentadas na vida em família. Mas não parece significativo que a palavra "aflições" contenha em seu bojo a palavra "lições", levando-nos a compreender que essa experiência tem uma finalidade muito importante? Afinal, Jesus nos recomenda reconciliarmo-nos depressa com nossos adversários enquanto estamos a caminho com eles, não é?
Vamos refletir?

domingo, 10 de maio de 2015

A mulher em nós

A chuva forte que caiu na cidade neste sábado, 9 de maio, provocou o atraso na realização do trabalho do "Jesus de Nazaré", mas as pessoas foram chegando aos poucos e no final o registro de ausências foi baixo. A atividade, sob a condução de Regina Gomes e participação de Fernando, sobre "A mulher e a ressurreição", contou com a presença também de Carminha, Luiza, Isabel, Waldelice, magali, Valquíria, Quito, Roberto, Jaciara, Regina Mendes, Iva e Eliene, mais os coordenadores Francisco e Creuza. Esta última, por sinal, aproveitou para "entregar" seu cargo, justificando pela impossibilidade de estar presente toda semana em nossos encontros, em decorrência de sua posição na Diretoria da Cobem, assim como na da Federação Espírita do Estado da Bahia.
Mas até que houvesse quorum, iniciamos com a leitura do texto de Boa Nova, após o que Creuza sugeriu um novo enfoque para o trabalho indagando sobre como cada frase do texto de Humberto de Campos (Espírito) nos impactou. Para ajudar nessa reflexão, Fernando distribuiu cópias de uma mensagem do Espírito Emmanuel ("A mulher ante o Cristo" reproduzida abaixo) psicografada por Chico Xavier. A cópia era ilustrada com uma imagem da freira Tereza de Calcutá, a qual, informou Fernando, foi a última encarnação de Maria de Magdala entre nós, voltando a ser um grande exemplo de abnegação e de caridade.
Foi Regina Gomes que iniciou os comentários, afirmando que a força da mulher subsiste ainda que a sociedade, reconhecidamente patriarcal, tente apagá-la de seus registros culturais: "A gente sempre vê a figura da mulher nos bastidores das realizações masculinas", disse. Creuza, no entanto, convidou a todos para vermos a mulher, tanto quanto o homem, como espírito em aprendizado na Terra e perguntou: "Como é ser um espírito-mulher?"
Então Jaciara contou que havia lido sobre a criação da mulher, um ser poderoso que tinha, entretanto, uma fraqueza: ela vazava água pelos olhos. Segundo ela, “somos testadas o tempo todo e às vezes nós mesmas queremos isso, tentando nos superar, com o desejo de nos sobrepormos aos homens. Isso dá muito trabalho”, reconheceu, salientando que, nisso, chega uma hora que o “defeito” original provoca o vazamento, por causa da sensibilidade feminina. A esse respeito, Creuza observou que essa fragilidade vista na mulher os homens também têm, “com a diferença de que eles não vazam” com tanta freqüência...
Eliene também salientou a dificuldade de o homem manifestar emoções, ao contrário da mulher que todo mês"sangra, mas não morre", ao passo que o homem ocasionalmente vai à guerra, sangra e morre. Compreendendo onde a companheira queria chegar, Creuza recordou a essência do texto de Boa Nova, ressaltando que, de acordo com a pena do Espírito Humberto de Campos, a mulher e o homem são iguais perante Deus.
Chegando sua vez, Valquíria riu e provocou risos ao comentar que os integrantes do Grupo somos privilegiados, porque há poucos homens e as mulheres apresentam, pela emoção, as características masculinas. E deu-se como exemplo, explicando que nada tem da dona de casa, embora se esmere na condição de esposa, mãe e avó: “Evoluímos muito mais que os homens nesse aspecto”, disse, apontando a trajetória cultural e espiritual da mulher.
E como os comentários seguintes saíssem do contexto do trabalho, a Coordenação voltou a ponderar acerca da missão santificadora da mulher perante a renovação da vida, porquanto é através dela que os Espíritos vêm ao mundo físico a fim de realizarem esforços com vistas à própria redenção. Então Luiza observou que, na família, a mulher tem muitas vezes de assumir a liderança, sem com isso diminuir a condição do homem.
Conforme o planejamento desse trabalho, Fernando teria os 15 minutos finais do encontro para seu pronunciamento e ele começou dizendo não ser o “Jesus de Nazaré” um grupo para literatos e exímios intérpretes da Doutrina Espírita, mas um grupo de vivência evangélica, o que propiciou, para ele, a mudança de conceito em relação à mulher, que via, segundo declarou, do modo como Emmanuel grafou na abertura de sua mensagem (ver abaixo).
“Eu não valorizava a mulher”, ressaltou, acrescentando que só reconhecia para a condição feminina os cuidados com a casa, com os filhos e sua participação na alcova do casal. Mas a vida se encarregou de abrir-lhe os olhos de forma bem dolorosa e assim nosso companheiro, buscando socorro na Cobem, encontrou as dirigentes Noélia e Sheila, cujo comportamento o fizeram modificar sua visão acerca da natureza espiritual da mulher, a despeito de sua intransigência “farisaica”, segundo Sheila lhe dizia.
Numa certa ocasião, um antigo companheiro deixou-se levar pela exasperação durante um diálogo com Sheila e isso fez Fernando perceber que procedia de igual modo, passando a se esforçar para modificar seus ímpetos. Hoje, disse, “já consigo ver, respeitar e aceitar a mulher” em posição de destaque na sociedade, oferecendo o exemplo da psiquiatra suíço-americana Elizabeth Kubler-Ross, pioneira nos estudos sobre a condição de pacientes em estado terminal e experiências de quase-morte.
Depois, Iva, falando resumidamente, agradeceu ter conhecido o Espiritismo na Cobem e em seguida Isabel procedeu à prece de encerramento, pedindo o amparo celestial a todas as mulheres, especialmente aqueles que sofrem por seus filhos guindados à marginalidade e entregues ao vício das drogas, as quais neste domingo não terão um feliz Dia das Mães...

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A mulher ante o Cristo

Toda vez nos disponhamos a considerar a mulher em plano inferior, lembremo-nos dela, ao tempo de Jesus...
Há vinte séculos, com exceção das patrícias do Império, quase todas as companheiras do povo, na maioria das circunstâncias, sofriam extrema abjeção, convertidas em alimárias de carga, quando não fossem vendidas em hasta pública.
Tocadas, porém, pelo verbo renovador do Divino Mestre, ninguém respondeu com tanta lealdade e veemência aos apelos celestiais...
Entre as que haviam descido aos vales da perturbação e da sombra, encontramos em Madalena o mais alto testemunho de soerguimento moral, das trevas para a luz; e entre as que se mantinham no monte do equilíbrio doméstico, surpreendemos em Joana de Cusa o mais nobre expoente de concurso e fidelidade.
Atraídas pelo amor puro, conduziam à presença do Senhor os aflitos e os mutilados, os doentes e as crianças. E, embora não lhe integrassem o circulo apostólico, foram elas — representadas nas filhas anônimas de Jerusalém — as únicas demonstrações de solidariedade espontânea que o visitaram, desassombradamente, sob a cruz do martírio, quando os próprios discípulos debandavam.
Mais tarde, junto aos continuadores da Boa-Nova, sustentaram-se no mesmo nível de elevação e de entendimento.
Dorcas, a costureira jopense, depois de amparada por Simão Pedro, fez-se mais ativa colaboradora da assistência aos infortunados. Febe é a mensageira da epístola de Paulo de Tarso aos romanos. Lídia, em Filipos, é a primeira mulher com suficiente coragem para transformar a própria casa em santuário do Evangelho nascituro. Lóide e Eunice, parentas de Timóteo, eram padrões morais da fé viva.
Entretanto, ainda que semelhantes heroínas não tivessem de fato existido, não podemos olvidar que, um dia, buscando alguém no mundo para exercer a necessária tutela sobre a vida preciosa do Embaixador Divino, o Supremo Poder do Universo não hesitou em recorrer à abnegada mulher, escondida num lar apagado e simples...
Humilde, ocultava a experiência dos sábios; frágil como o lírio, trazia consigo a resistência do diamante; pobre entre os pobres, carreava na própria virtude os tesouros incorruptíveis do coração, e, desvalida entre os homens, era grande e prestigiosa perante Deus.
Eis o motivo pelo qual, sempre que o raciocínio nos induza a ponderar quanto à glória do Cristo — recordando, na Terra, a grandeza de nossas próprias mães —, nós nos inclinaremos, reconhecidos e reverentes, ante a luz imarcescível da Estrela de Nazaré.

Emmanuel
(Do livro "Religião dos Espíritos", F. C. Xavier, FEB, Reunião pública de 3/8/59, Questão nº 817)

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Maio, doce maio...

Maio é o mês feminino por excelência, marcado pelo dia consagrado às mães, a Maria Santíssima e às tradicionais celebrações de casamento, daí ser chamado de "mês das noivas". Por conta disso é que neste sábado, dia 9, vamos repetir o trabalho de Regina Gomes sobre o tema "A mulher e a ressurreição", constante do livro Boa Nova, agora com a participação de Fernando. A intenção é oferecer uma nova abordagem acerca das reflexões envolvendo a participação da mulher na sociedade, especialmente perante a presença masculina, nos vários setores de atuação na vida social. Afinal, a mulher é mãe, irmã, esposa, avó, companheira, amiga, trabalhadora... Foi a uma mulher que a Divindade anunciou a chegada do Redentor da Humanidade, sendo ela o vaso que receberia o Salvador; também foi a uma mulher que o Cristo ressuscitado apareceu por primeiro, revelando a imortalidade do Espírito; é através de uma mulher que os seres espirituais encarnam neste mundo físico a fim de realizarem suas provas de aperfeiçoamento pela repetição do aprendizado. Assim, vamos voltar a nos debruçar sobre tão importante assunto para ver se aprendemos algo mais...
Até lá.


segunda-feira, 4 de maio de 2015

Impositivos renovadores

Apesar do feriadão, apenas uma minoria não compareceu à atividade deste sábado, 2 de maio, quando abordamos a necessidade de nos renovarmos suficientemente para superarmos as condições aflitivas da vida de cada um de nós, conforme o entendimento dos textos lidos na ocasião: o terceiro capítulo de Mensagens de Saúde e de Consciência e o item 4 do capítulo V de O Evangelho Segundo o Espsiritismo (Bem-aventurados os Aflitos), que trata das causas atuais das aflições. Participaram, além do coordenador Francisco, também Roberto, Egnaldo, Fernando, Carminha, Valquíria, Regina Gomes, Isabel, Luiza, Marilene, Regina Mendes, Iva, Marlene, Waldelice e Magali.
Após a leitura dos dois textos, a Coordenação fez uma breve explanação, na qual salientou a correspondência entre as ponderações de Allan Kardec e as do Espírito Joanna de Ângelis (pelo psicografia de Divaldo Pereira Franco, para quem foram pedidas vibrações em razão da enfermidade que interrompeu o périplo de palestras do médium na Europa) e em seguida foi aberta a partilha, sendo os participantes exortados a comentar a própria condição.
Valquíria iniciou questionando acerca dos acontecimentos recentes no País, acrescentando que "não podemos ficar passivos" - e interrogou: "Se fico de parte, adoto uma postura evangélica?" Aproveitando a deixa, Luiza observou a força que têm nossos pensamentos, explicando que o modo como os expressamos ajuda a intensificar ou atenuar as condições aflitivas. A Coordenação valeu-se de certas lições do Cristo para tentar responder à indagação de Valquíria, reafirmando que "o escândalo é necessário, mas ai daquele por quem venha o escândalo".
Por sua vez, Iva acrescentou que situações do cotidiano exigem uma conduta diferenciada de nossa parte, com base nos conceitos do Evangelho, com vistas ao equilíbrio geral. Marilene recordou a execução, naquela semana, do segundo brasileiro pela pena de morte na Indonésia, ponderando sobre o tipo de educação que os pais devem dar aos filhos a fim de que estes manifestem comportamento harmonioso na sociedade. A esse respeito, Isabel declarou sua preocupação em educar o filho mais novo, adolescente de 15 anos, orientando-o com o que tem aprendido de melhor, dando limites e responsabilidades, mas citando exemplos tanto positivos quanto recrimináveis, para que ele desenvolva o discernimento próprio.
Regina Gomes também comentou a onda de violência e criminalidade patrocinada pelo tráfico de drogas na cidade, como em vários outros centros urbanos do Brasil e do mundo, resultando, entre nós, no aumento de jovens viúvas e de mães solteiras, que são, segundo nossa companheira, reféns das circuntâncias. Magali igualmente observou o fato de que nossos pensamentos, marcados pela invigilância e irreflexão, incentivam a onda de violência na sociedade e por conta disso ela questionou o proclamado papel do Brasil, de ser o "coração do mundo e pátria do Evangelho",
Ponderado, Fernando salientou que, na medida de nossas possibilidades, já fazemos aquilo que a Benfeitora Joanna de Ângelis preconiza em seu texto, no que foi secundado por Roberto, para quem podemos nos superar pela educação. Seguindo a mesma linha de pensamento, Egnaldo ressaltou que ocasionalmente acontecem mudanças de costumes, de paradigmas e de comportamento, embora sejam superficiais, demorando décadas para alcançar a a consciência dos seres. Então, conforme observou Carminha, são as novas gerações que trazem as lições propiciadoras da pretendida renovação; ela citou que tem apreendido muito com os netos, reparando na verdade por trás dos conceitos aparentemente infantis por eles emitidos...