sexta-feira, 29 de novembro de 2013

"A boca..."

"...fala do que está cheio o coração." Estas palavras do Cristo Jesus devem nos fazem refletir sobre o modo como conduzimos ou lidamos com nossos pensamentos, de forma a realizarmos o bom entendimento quanto às lições evangélicas. De acordo com a indicação do Cristo, é o coração e não o cérebro, a sede de nossos pensamentos, depreendendo-se daí que os pensamentos não resultam da simples elucubração intelectual, antes, esse exercício é mais emocional ou sentimental, fazendo-nos modificar um pouco (!) o que seja propriamente a razão. Assim, se a boca efetivamente diz o que se nos passa pelo coração, isso quer dizer - devemos entender! - que muito possivelmente não estamos devidamente educados sentimental ou emocionalmente e necessitamos enfatizar esse processo com vistas tanto a melhor compreendermos as lições do Evangelho quanto vivenciarmos seus postulados, agora com o auxílio da interpretação que nos oferece o Espiritismo. Esta será, portanto, a diretriz de nossas atividades neste sábado, 30 de novembro, no âmbito do Grupo de Estudo Jesus de Nazaré.
Conversemos, pois, de acordo com o seguinte roteiro:

1 - Prece;
2 - Explicação;
3 - Desenvolvimento:
3.1 - Consigna: "O que já conheço do Evangelho equilibra minhas emoções de modo a me ver pacificado?"
4 - Partilha;
5 - Fechamento;
6 - Prece final;
7 - Avisos.

sábado, 23 de novembro de 2013

Conversa que rende

Neste sábado, 23 de novembro, nosso grupo esteve relativamente vazio, posto que apenas treze pessoas, incluindo o coordenador Francisco, estiveram presentes: Isabel, Iva, Carminha, Fernando, Quito, Roberto, Railza, Regina, Bonfim, Waldelice, Marilene e Lígia. Ainda assim, a conversa sobre o entendimento da linguagem do Cristo rendeu positivamente, nem tanto pela resposta à consigna - "Meu entendimento da linguagem do Cristo já permite que eu modifique meu comportamento perante  a vida?" -, mas porque os companheiros puderam externar seu pensamento além desse limite.
O trabalho começou com a leitura do texto "Diante do Senhor", de autoria do Espírito Emmanuel e inserto no livro Fonte Viva (Chico Xavier), após o que a Coordenação frisou o trecho do último parágrafo em que a Entidade espiritual se refere à necessidade de apresentarmos ao Cristo "o coração vazio de resíduos da Terra" com a finalidade de compreendermos e praticar a contento suas lições. Com isso, a palavra foi passada a quem quis se manifestar e somente Carminha, Iva, Lígia e Waldelice abdicaram dessa prerrogativa.
Pedindo a palavra, Regina revelou estar desenvolvendo alguns rituais pela manhã, o que inclui a leitura do Evangelho Segundo o Espiritismo, com o fito de estudar, explicando que isso tem relação com o aprendizado feito no Grupo, de modo que sua resposta à consigna é "sim", apesar de certos costumes enraizados que ainda não consegue "abortar", segundo disse: "Mas já ponho em prática um por cento do que estou aprendendo", frisou.
Marilene também referiu a recente leitura da obra do Espírito Amélia Rodrigues, através da mediunidade de Divaldo P. Franco, em que teve conhecimento do "grande restaurador" na citação da cura do cego de nascença; segundo ela, somos todos instrumentos do poder de Deus para alguma revelação referente a esse poder. "Quero restaurar minha estrutura espiritual", afirmou, acrescentando que "não posso deixar passar em brancas nuvens a oportunidade de estar com as pessoas que são instrumentos de meu crescimento".
"Bezerra de Menezes e Joanna de Ângelis são os Espíritos que mais nos alertam e lembram que esta não é a primeira vez que ouvimos Jesus", observou Fernando, por sua vez; ele considerou que já nos dispusemos a seguir o Mestre em ouras oportunidades, "mas saímos pela tangente". De acordo com o companheiro, a experiência espírita talvez seja nossa última oportunidade de provarmos essa disposição. "Pessoalmente, por ver contundente a palavra de Jesus, embora agir como Ele pede seja outra coisa, já entendo que minha vida é outra, sinalizada em antes e depois do Espiritismo", salientou, explicando que "a gente não muda de uma hora para outra, mas paulatinamente".
Segundo Quito, "no momento em que estamos sentindo a plenitude da serenidade, da paz, nos encontros com o Cristo, [se conseguíssemos manter esse estado] não estaríamos mais aqui"; para ele, esse entendimento ou assimilação (da linguagem de Jesus) é parcial: "Vamos aprendendo com os erros por sermos imperfeitos; é impossível para todos aqui querermos entender o que o Cristo ensinou; não será neste plano", ressaltou.
A esse respeito, a Coordenação obtemperou que para tudo há uma finalidade e nesse sentido, conforme conta o Espírito André Luiz num de seus livros, nosso bom entendimento acerca das lições de Jesus se prende à necessidade de colaborarmos com os amigos espirituais, posto haver, nas várias colônias espirituais, carência de bons intérpretes do Evangelho. Então, é estudarmos (tanto a teoria quanto a prática) tais ensinamentos enquanto estamos por aqui, encarnados, para o real aproveitamento depois de nossa partida do plano físico...
Roberto acrescentou que "nosso grande momento é a oportunidade". Ele salientou ter lido e ouvido que as oportunidades devem ser aproveitadas agora, "especialmente para o perdão". Referindo-se às tentativas de catequese sofridas por parte de um cunhado, que o vê numa "enrascada teológica" por ter aderido ao Espiritismo, revelou estar consciente de que está fazendo algo compatível com esse entendimento do Evangelho, "na medida do possível".
"Eu agradeço por estar aprendendo com as mensagens de Jesus", disse Isabel, acrescentando que ainda está engatinhando nesse caminho, tentando internalizar os ensinamentos do Cristo com a conscientização do que seja preciso por tudo isso em prática. Segundo ela, a família, o próximo mais próximo, exige essa postura no dia a dia, assim como na Casa Espírita; nossa companheira também relatou um episódio no qual viu que não pode praticar as lições evangélicas, "por não conseguir segurar sozinha a questão"; somente depois é que ela meditou sobre o que tem aprendido...
Na opinião de Railza, que começou sua fala referindo-se à ajuda incessante dos amigos espirituais, "estamos agindo no mundo através de diferentes olhares e conhecimentos"; ela ressaltou que "não é para levarmos aos outros uma visão proselitista, mas ter argumento para a defesa de nossa causa, para nossa segurança". Ela também referiu-se às leituras e declarou que "a cada vez que lemos temos um entendimento melhor", considerando ainda que certos espíritas cometem equívocos por não entenderem a proposta da Doutrina e do Evangelho: "Graças a Deus, envelheci, mas passei maus pedaços na Casa Espírita", disse, recordando seus tempos de iniciante no conhecimento doutrinário, aprendendo a se relacionar com mentes em estágios evolutivos diferentes.

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Ausente de nossas atividades desde o final de outubro, a coordenadora Fernanda, através de comentário a esta postagem, também quis dar seu parecer sobre a consigna: "Meu entendimento da linguagem do Cristo já permite que eu modifique meu comportamento perante a vida? Sem dúvida!", garante, observando que isso "não significa dizer que já faço tudo que Ele nos ensina e perfeitamente. Mas, cada dia que entendo melhor a linguagem do Cristo, mais percebo a necessidade de mudar e tenho conseguido alcançar algumas mudanças, apesar de minhas limitações. É um processo lento, mas me parece que quanto mais avanço, menos difícil a tarefa. O complicado é começar. Chico, mande meu abraço ao grupo. Estou com saudades. Até 2014!"

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Para Bonfim, tudo o que Jesus fez foi nos relembrar do que temos e sabemos, de modo que já conhecemos os ensinamentos do Mestre, porquanto, disse ele, "se precisamos evoluir, devemos conhecer"; mas não é tudo: "Quando conhecemos, assumimos a responsabilidade de manter aquilo que compreendemos em novo nível evolutivo", ponderou o companheiro, acrescentando que entre saber e fazer há uma grande distância, uma vez que "muitos têm muito e nada fazem"...

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Entender o Cristo

Diante do Senhor

"Por que não entendeis a minha linguagem? Por não poderdes ouvir a minha palavra." - Jesus (João, 8:43)

A linguagem do Cristo sempre se afigurou a muitos aprendizes indecifrável e estranha.
Fazer todo o bem possível, ainda quando os males sejam crescentes e numerosos.
Emprestar sem exigir retribuição.
Desculpar incessantemente.
Amar os próprios adversários.
Ajudar aos caluniadores e aos maus.
Muita gente escuta a Boa Nova, mas não lhe penetra os ensinamentos.
Isso ocorre a muitos seguidores do Evangelho, porque se utilizam da força mental em outros setores.
Creem vagamente no socorro celeste, nas horas de amargura, mostrando, porém, absoluto desinteresse ante o estudo e ante a aplicação das leis divinas.
A preocupação da posse lhes absorve a existência.
Reclamam o ouro do solo, o pão do celeiro, o linho usável, o equilíbrio da carne, o prazer dos sentidos e a consideração social, com tamanha volúpia que não se recordam da posição de simples usufrutuários do mundo em que se encontram, e nunca refletem na transitoriedade de todos os patrimônios materiais, cuja função única é a de lhes proporcionar adequado clima ao trabalho na caridade e na luz, para engrandecimento do espírito eterno.
Registram os chamamentos do Cristo, todavia, algemam furiosamente a atenção aos apelos da vida primária.
Percebem, mas não ouvem.
Informam-se, mas não entendem.
Nesse campo de contradições, temos sempre respeitáveis personalidades humanas e, por vezes, admiráveis amigos.
Conservam no coração enormes potenciais de bondade, contudo, a mente deles vive empenhada no jogo das formas perecíveis.
São preciosas estações de serviço aproveitável, com o equipamento, porém, ocupado em atividades mais ou menos inúteis.
Não nos esqueçamos, pois, de que é sempre fácil assinalar a linguagem do Senhor, mas é preciso apresentar-lhe o coração vazio de resíduos da Terra, para receber-lhe, em espírito e verdade, a palavra divina.


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Esse texto do mentor espiritual Emmanuel, transmitido à psicografia de Chico Xavier e constante do livro Fonte Viva, dá o pano de fundo perfeito para continuarmos nossas reflexões acerca do entendimento, neste sábado, dia 23 de novembro. Para tanto, deveremos nos concentrar na consigna estabelecida no seguinte roteiro:

1 - Prece
2 - Explicação
3 - Desenvolvimento
3.1 - Consigna: "Meu entendimento da linguagem do Cristo já permite que eu modifique meu comportamento perante a vida?"
3.2 - Dividir a turma em subgrupos
4 - Partilha
5 - Fechamento
6 - Prece final
7 - Avisos


domingo, 17 de novembro de 2013

Depoimentos

Como narrado aqui na última postagem, a atividade realizada no sábado, 16 de novembro, foi extraordinária e também por isso a presença de interessados foi reduzida, principalmente em razão do feriado prolongado, quando alguns companheiros escolheram viajar ou cuidar de outros compromissos. Assim, contamos com a participação de Fernando, Quito, Regina, Valquíria, Waldelice, Marilene, Luiza, Lígia, Iva, Magali e Roberto, além do coordenador Francisco, este escriba.
Após verem as fotografias e assistirem ao vídeo comemorativo dos 45 anos de fundação e funcionamento ininterrupto da Casa de Oração Bezerra de Menezes (Cobem), alguns desses companheiros quiseram dar seu depoimento, recordando seu início na Casa e alguns episódios interessantes acontecidos no período. Foi o caso, por exemplo, de Iva, afirmando que "eu nasci nesta casa", em razão de ter procurado a Cobem por conta de problemas enfrentados na gestação de sua filha e por seu filho mais velho, sendo atendida muito satisfatoriamente, o que a fez despertar para a realidade espiritual.
Enquanto o vídeo transcorria, Fernando pedia para falar, ao final, mas quem se levantou em primeiro lugar foi Luiza, questionando o "esquecimento" de uma ex-presidente da Casa, Beny Arruda, já desencarnada; segundo ela, essa ex-presidente foi de grande importância em sua chegada à Cobem e merecia, pelo que representou na história da Casa de Oração Bezerra de Menezes, um melhor tratamento por parte daqueles que organizaram as comemorações pelos 45 anos. Valquíria também comentou a desatenção quanto à figura de Beny e ressaltou que esta era dona de uma doçura cativante.
Fernando louvou o trabalho da Assessoria de Comunicação da Cobem e explicou a compreensível imperfeição do vídeo (pela incompletude), que não podia contemplar todos os detalhes que fazem da Cobem a instituição espírita de referência que é junto à comunidade soteropolitana. Em seguida, ele contou alguns fatos acerca da história da Casa, que ele conheceu bem no início: disse que, então, ninguém conhecia a instituição pelo nome, porquanto a identificavam com a própria fundadora, Noélia Duarte, referindo-se assim à "casa de Noélia". E se não conheciam a Casa de Oração, muito menos a reconheciam pela sigla, que ele próprio, profissional da comunicação, criou. Já a logomarca, um farol iluminando as trevas - também materializada por Fernando e outro trabalhador da Cobem -, surgiu por inspiração do Espírito Bezerra de Menezes através do médium Divaldo Franco, dizendo que "a Casa de Oração é um farol aceso sobre uma penedia apontando o rumo para as embarcações no mar"...

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Aniversários

Boa parte do Grupo Jesus de Nazaré esteve presente, esta tarde, ao almoço oferecido pelos companheiros Fernando Mascarenhas e Maria Luiza em sua residência, em comemoração do aniversário de ambos (o dela foi em outubro e o dele, neste feriado mesmo). Essa reunião contou até mesmo com a participação de Creuza Lage, presidente da Cobem e antiga coordenadora do Grupo. Neste sábado,dia 16 de novembro, deveremos voltar a nos encontrar, mas não teremos a atividade habitual, em razão das comemorações alusivas ao 45.° aniversário da Casa de Oração Bezerra de Menezes. É que o salão onde acontecem nossas reuniões ordinariamente está abrigando, desde o dia 12 deste mês, uma exposição de fotos e mostra de vídeo sobre a história da Cobem, ficando a Coordenação encarregada de atuar como cicerone junto aos possíveis visitantes. Assim, somente no dia 23 é que voltaremos a nos entreter com as questões pertinentes à programação de estudo.

domingo, 10 de novembro de 2013

Segue o entendimento...

Depois da pausa provocada pela realização do XV Congresso Espírita da Bahia, retomamos nossas atividades no sábado, 9 de novembro, seguindo com a proposta referente ao entendimento do outro especificada nas postagens anteriores. Estiveram presentes Eliene, Iva, Roberto, Fernando, Regina, Railza, Waldelice, Valquíria, Egnaldo, Maria Luiza, Marilene, Cristiano, Marilda, Isabel, Quito, Bonfim e Lígia, além do coordenador Francisco (Fernanda está afastada este mês em função de seus estudos de pós-graduação). Após as explicações sobre o trabalho, quando a Coordenação praticamente repetiu as colocações da última postagem, os integrantes do Grupo passaram a manifestar sua opinião acerca do entendimento da consigna ("como manifesto minha condição de cristão perante meu próximo?").
Egnaldo foi o primeiro a falar e salientou o que ouviu no recente congresso espírita, sobre a necessidade de distribuir riquezas. "É o bastante?", perguntou ele, oferecendo em seguida a resposta: "Não, mas é o que posso dar", referindo-se ao respeito, à alegria, à colaboração... Por sua vez, Luiza ressaltou estar lendo livro ditado pelo Espírito Ermance Dufaux no qual se diz que o importante é o que fazemos e não o que os outros fazem conosco, encerrando sua fala com estas palavras do citado livro, do qual ela não recordou o título: "Preocupe-se com o que você faz de bom".
Falando em seguida, Railza declarou que no começo se irritava com a insistência da Coordenação no tema do entendimento, mas no fim de semana anterior àquele sábado, observou-se refletindo acerca do que sua avó dizia: "Não se preocupe com as ações dos outros..." Segundo ela, até então não conseguia ficar indiferente à ação do outro, não "rezava" por quem lhe agredia e tinha dificuldade em compreender os motivos das atitudes alheias; no entanto, hoje observa que pessoas com as quais se indispôs no passado, gastando energia se defendendo, agora "estão no chão" e perturbou-se ao saber que uma dessas pessoas quase cometeu suicídio recentemente, "devido à própria loucura". Ela disse reconhecer ter assumido uma postura masculina na vida, mas agora consegue até mesmo doar sangue àquele antigo desafeto hospitalizado; assim, ela pensa ter se resgatado, entrando agora no processo do entendimento: "Meu olhar será mais fraterno doravante", explicou, salientando, contudo que "não vou dar mole!"
Regina, num depoimento emocionado e emocionante, começou dizendo que a pergunta da consigna veio a calhar, correspondendo ao que vivenciava naquela semana, quando viu-se às voltas com a vontade intensa de dormir e a necessidade de se libertar dos remédios que é obrigada a tomar por conta de sua saúde frágil, e até mesmo fez com que, ingerindo-os além do permitido, quase chegou ao suicídio; ela disse, por causa disso, que a experiência não fora de todo ruim porque, não tendo chegado ao ilusório fim, viu-se surpreendentemente melhor, principalmente porque, depois de tudo, encontrou um médico mais sensível a seu caso. Dentre outras coisas por ela abordadas, falou também da dificuldade que vem encontrando para se aposentar - "minha carta de alforria" -, explicando que já não consegue conviver bem com seus alunos: "Cada vez fico mais indignada e peço a Deus que me dê forças, pois se ainda não consegui me aposentar é
porque há coisas que devo fazer..."
Por sua vez, Eliene considerou que "o verdadeiro entendimento é quando você se põe no lugar do outro". Segundo ela, a culpa se estabelece quando não estabelecemos empatia com o próximo, colocando-nos em seu lugar: "Todo indivíduo tem sua história, que deve ser respeitada", disse, ressaltando que nos instantes de dificuldade costumamos nos perguntar sobre o que fizemos: "Estou aprendendo a ver as coisas, as dificuldades, os desafios de outra forma, não como pedras, não como obstáculos, que procuro vencer". Já Quito observou que, lembrando da mensagem de certa música de Dorival Caymmi ("Suíte do pescador") "não precisamos estar na casa espírita para ajudar as pessoas, mas onde quer que estejamos isso é possível: "Isso me evita momentos de ódio e rancor, ao contrário de antes", disse.
Bonfim também contou parte de sua vida, falando da infância e juventude difíceis, circunstâncias que superou com muita ajuda e assim chegou a ser professor, diretor de escolas e, depois, delegado de polícia, mandatos dos quais desincumbiu-se muito bem, conforme revelou. "Quando assumimos uma missão, não devemos ouvir os outros, mas a própria consciência", explicou, acrescentando que "a vida é isso: colhemos os frutos conforme o plantio. Ninguém constrói sua vida com facilidade". Segundo ele, dedicando-nos ao trabalho não daremos tanta importância às decepções que por vezes surjam, porque, se olharmos para cima, seguiremos sempre em frente...
A seu turno, Marilene revelou que ainda fica no julgamento do outro, embora não queira isso: "Devemos ser responsáveis por nossas escolhas; tudo que vivo é escolha minha", ponderou, considerando que "se eu brigo com essas escolhas não irei a lugar algum", porque "tudo que faço é para buscar a Verdade e viver essa Verdade". E como alguns companheiros tivessem opinado acerca da condição de professor, ela também relatou que não pode ter sido, como gostaria, uma educadora em sala de aula, porquanto sua mãe não lhe permitiu essa escolha; no entanto, "considero-me feliz no que faço e não brigo com as escolhas ou com o que deixo de escolher"...
Segundo Valquíria, "como cristãos, focamos mais nossas atitudes no aspecto profissional, mas a questão é mais complexa, abrangendo nossa atuação na sociedade inteira". Ela disse que suas escolhas sempre foram muito difíceis, principalmente por ter sido a única de sua família a buscar o Espiritismo, pela sede de saber que a animava; por ser loura, era discriminada no bairro da Liberdade, a maior comunidade negra de Salvador; encontrava dificuldades para viver a Doutrina no ambiente familiar; ainda encontra percalços no relacionamento com o marido e, compreensivelmente, convive com dores físicas no lar e a proteção espiritual na Cobem: "Adoeço quando entro na energia de cobra dos outros, mas como fechar os olhos se ainda não estamos nesse nível de perfeição?", disse ela, completando que nos momentos de conflito costuma retirar-se e procurar sua harmonização...

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Para entender o outro

Como na vez passada tivemos uma atividade um tanto quanto turbulenta, cuja realização completa ficou comprometida, neste sábado, dia 9 de novembro, voltaremos a tratar do entendimento relativamente ao outro - o próximo de que nos fala o Evangelho -, consoante a programação "pratrasmente" esboçada. A propósito, para melhor definirmos nossos conceitos a respeito de tão séria questão, recordemos o que Jesus pondera no livro Brasil Coração do Mundo Pátria do Evangelho: "Não nos compete cercear os atos e intenções dos nossos semelhantes e sim cuidar intensamente de nós mesmos, considerando que cada um será justiçado na pauta de sua próprias obras (...)". Também vale trazer à baila o comentário de Allan Kardec em Obras Póstumas, segundo o qual nós, espíritas, não precisamos nos incomodar em fazer a defesa do Espiritismo, pois os Espíritos se encarregam disso; nem precisamos cuidar da propaganda doutrinária, porquanto os detratores fazem isto muito bem, simplesmente por falarem mal da Doutrina; assim, o que nos cabe é realizarmos nossa reforma interior o quanto antes, desbastando asperezas e diminuindo as más tendências. Naturalmente, a consigna será a mesma: "Como manifesto minha condição de cristão perante meu próximo?"

Até lá.