domingo, 8 de julho de 2012

Primeiro os teus?

Ficou muito fácil, aparentemente, falar sobre a condição de Mateus, autor do primeiro Evangelho, no colégio apostolar de Jesus, uma vez que algumas de suas características permitem ser tomadas como referência para uma análise pessoal. Esse foi o caminho que trilhamos no sábado, 7 de julho, quando ponderamos acerca das cobranças que fazemos e sofremos, e de nossas reações ante as escolhas dos outros, a partir das questões elaboradas para as conversas nos subgrupos:
1 - Tenho o direito de cobrar algo dos outros? Como lido com as cobranças que me fazem?
2 - Por que me incomodo com as escolhas dos outros - ciúme, inveja...?
Deveríamos, talvez, tratar de nossa relação com o dinheiro, mas então seria ocupar um tempo muito maior do que os 90 minutos disponíveis para atividade...
O trabalho teve a participação de Maria da Paixão, Ione, Iva, Ilca, Fernanda, Fernando, Bia, Carminha, Quito, Roberto, Isabel,  Valquíria, Waldelice, Egnaldo, Regina (que não pode ficar até o final), Jaciara, Magali e Marilene, além, dos coordenadores, Francisco e Maria Luiza. Dividida a turma, os quatro subgrupos formaram assim: 1 - Fernando, Marai da Paixão, Ione e Roberto; 2 - Quito, Isabel, Valquíria e Ilca; 3 - Carminha, Marilene, Bia e Fernanda; e 4 - Egnaldo, Waldelice, Jaciara, Magali, Regina e Iva.
Antes de iniciadas as conversas, a Coordenação propôs uma provocação, recordando que o Espírito André Luiz observa, no livro "Ação e reação", as palavras do Instrutor Druso, segundo as quais "somos espíritos muito endividados com a obrigação de dar tudo para a nossa redenção".

***

Eis as conclusões:

"É próprio do homem cobrar de seu semelhante, por medo, carência, orgulho, apego, falta de aceitação do outro", disse Egnaldo, resumindo o diálogo em seu subgrupo e acrescentando que, em relação às cobranças dos pais para com os filhos, "pé de galinha não mata pinto", embora salientasse que "tudo demais é sobra". Disciplina é importante, afirmou, ressaltando que a cobrança é desnecessária ante a noção de corresponsabilidade. Iva ponderou o uso da culpa e do medo nas cobranças aos outros, evocando uma medida de equilíbrio e bom senso nas relações, conforme expressou Jaciara, para quem só vemos o lado negativo da cobrança, mas é preciso ver quando ela é necessária, desde que equilibrada e sensatamente.
Valquíria é de opinião que cobramos para sentirmos que temos o poder na condição do momento; no entanto, quanto mais cobramos mais temos receio de ser cobrados, pois disto ninguém gosta, afirmou, completando que nem sempre damos o braço a torcer. Ela também fez referência ao preconceito de que o Movimento Espírita baiano dá mostras, a partir de recente reclamação feita pelo médium José Medrado em artigo publicado pelo jornal A Tarde. Fernando, por sua vez, recordou um episódio do Evangelho, no qual Jesus cobra sutilmente da mulher adúltera, pedindo que ela não pecasse mais.
Ilca argumentou que as cobranças aos outros fazemos a nós mesmos, pois há sempre consequências dos atos praticados. Essa opinião também é compartilhada por Roberto, para quem "seremos sobrados até a eternidade, nesse longo caminho para Deus"; segundo ele, estamos sempre escorregando em nossas atitudes e, se há a expiação e a prova, temos de ser muito educados na primeira e tirar dez na outra; "se somos estudantes, temos de fazer a lição", disse.
"Precisamos fazer o caminho de Jesus, cobrando amorosamente, pensando no bem estar do outro", explicou Marilene, ressaltando que para isso é necessário manifestar atitude de compreensão, refletindo acerca do próprio comportamento. A esse respeito, o coordenador Francisco recordou uma frase pronunciada no trabalho do sábado anterior, nestes termos: "Não sou responsável por ninguém, somente pelo que faço ou deixo de fazer por alguém", para justificar a injustificativa das cobranças, porquanto no Evangelho Jesus conta a parábola do "cobrador implacável", revelando que somente o Senhor tem o direito de cobrar de suas criaturas...



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