Solte a corda, confie!
(Autor desconhecido)
Esta é a história de um alpinista que sempre buscava superar mais e mais desafios. Ele resolveu, depois de muitos anos de preparação, escalar o Aconcágua. Mas ele queria a glória somente para ele e decidiu escalar sozinho, sem nenhum companheiro, o que seria natural no caso de uma escalada com tal dificuldade. Ele começou a subir e foi ficando cada vez mais tarde, porém ele não havia se preparado para acampar e assim resolveu seguir a escalada até o topo. Escureceu, e a noite caiu como breu nas alturas da montanha. Não era possível enxergar um palmo à frente do nariz, não se via absolutamente nada. Tudo era escuridão e zero de visibilidade. Não havia luz e as estrelas estavam cobertas pelas nuvens. Subindo por uma "parede" a apenas 100 metros do topo, ele escorregou e caiu, numa velocidade vertiginosa, somente conseguindo ver as manchas que passavam cada vez mais rapidamente na mesma escuridão. E ele sentia a terrível sensação de ser sugado pela força da gravidade.
Ele continuava caindo, e nesses angustiantes momentos passaram por sua mente todos os momentos felizes e tristes que já havia vivido em sua vida. De repente, ele sentiu um puxão forte que quase o partiu ao meio: "shack"! Como todo alpinista experimentado, ele havia cravado estacas de segurança com grampos e uma corda comprida que fixou em sua cintura. Nesses momentos de silêncio, suspenso pelos ares na completa escuridão da noite, não sobrou para ele nada além de gritar:
- Oh, meu Deus, me ajude!
De repente, uma voz grave e profunda vinda do céu respondeu:
- O que você quer de mim, meu filho?
- Salve-me, meu Deus, por favor!
- Você realmente acredita que eu possa lhe salvar?
- Eu tenho certeza, meu Deus!
- Então, corte a corda que lhe mantém pendurado.
Houve um momento de silêncio e reflexão. O homem se agarrou mais ainda à corda e refletiu que se fizesse aquilo morreria.
Conta o pessoal do resgate que no outro dia encontraram um alpinista congelado, morto, agarrado com força, com suas duas mãos, a uma corda, a tão somente dois metros do chão!
***
Foi com essa história, que oferece uma ótima reflexão sobre a fé que manifestamos na Divindade, que Carminha, ao lado de Fernando e Egnaldo, iniciou a atividade deste sábado, 25 de novembro, na segunda parta da abordagem sobre o tema "O mal e o remédio", tirado de O Evangelho Segundo o Espiritismo, em seu capítulo 5. A proposta, após a leitura compartilhada, era fazer uma reflexão individual e logo depois todos comentariam em dupla como agiriam no lugar do malfadado alpinista.
Aberta a partilha grupal, Marilene pediu a palavra e relatou a situação vivida com o marido enfermo, que se revolta por ter de tomar remédios e não obedece às ordens de restrição alimentar; segundo ela, essa é uma boa oportunidade para "cortar a corda", uma vez que o companheiro não aceita suas ponderações: "Vou dormir com a consciência tranquila" - disse. Mas Augusta considerou que "se eu cortar a corda serei considerada suicida" e afirmou querer cumprir seu tempo encarnatório, aproveitando para dar um conselho: "Não peça socorro a Deus, mude!" - e voltou a enfatizar se posicionamento contrário ao autocídio: "Não quero me suicidar, minha corda é essa".
Por sua vez, Eliete foi taxativa: "Apesar a impetuosidade do alpinista, se fosse eu, da forma como chamo por Deus, se apelasse e ouvisse uma resposta, sabendo que não era ilusão, estaria para o que desse e viesse"; segundo afirmou, "a fé dentro de mim me faz transformar, confiando em Jesus como meu Pastor. Deus é Pai, é tudo sobre nós" - concluiu. Valquíria esclareceu que, por meditar muito, certamente corta a corda, reconhecendo que "às vezes, essa atitude possa parecer agressiva a quem está por perto"; ela salientou que ora pedindo orientação a Deus, "que não é vazio"; quanto às pessoas, "acolho, mas não seguro a cruz de ninguém - é problema do outro", disse, acrescentando que, nessa hora"corto a corda", porque "temos de assimilar o que estudamos".
Jaciara aproveitou para manifestar sua surpresa ao constatar que, "tanto tempo depois, minha fé é menor que um grão de mostarda", porque, segundo disse, "conforme a situação, blasfemo, questiono" - a justiça divina - e citou um episódio envolvendo a saúde de um de seus netos revelando que já consegue falar do assunto, por ver-se mais equilibrada, "porque foi um teste muito duro", ressaltou, admitindo que "tem hora que fico agarrada à corda, mesmos em ter dado um passo atrás". Para Railza, "ninguém tem que ficar se culpando de nada", afirmando que "hoje corto a corda", mesmo reconhecendo que "praticar a lição é dureza"; depois de referir um episódio pessoal, essa companheira concluiu ser "alpinista consciente de meu papel".
"Fico feliz comigo porque venço os obstáculos pela fé", disse Iva, ajuntando que "pelo recurso de pedir a Deus é fácil [alcançar o que se deseja], mas é preciso reconhecer que dentro temos todos os recursos". Chegada a vez de Cláudia, esta companheira ponderou: "Corto a corda, mas fico segurando ela" porque, conforme assegurou, "preciso de um tempo para assimilar o que estou passando e só depois é que largo a corda de vez"; segundo ela, "preciso ter consciência de que [a situação difícil] vai passar, mas o medo é maior".
Luiza falou das dificuldades que tem enfrentado ultimamente, a exemplo da desencarnação de uma cunhada e a reação de seu marido a uma cirurgia: "Não largo a corda a não ser pela confiança em Bezerra de Menezes", disse. Por fim, Egnaldo considerou que "largar a corda não é tarefa fácil; a gente fica resistente", frisou, contudo reconhecendo, com uma pontinha de dúvida: "Claro que a fé transporta montanhas, mas..."
No encerramento da atividade, Fernando fez a leitura de um texto em que Carlos Torres Pastorino, autor da monumental Sabedoria do Evangelho, descreve os vários tipos de fé, após o que distribuiu cópia da dissertação (abaixo) do filósofo Huberto Rohden, autor de Sabedoria das Parábolas, sobre o tema. Mas antes que o trabalho fosse definitivamente concluído a Coordenação ofereceu uma interpretação do primeiro texto abordado, referindo que a salvação advinda após o alpinista cortar a corda seria a morte física; no entanto, o Espírito imortal que ainda não se conscientizou dessa condição ainda manifesta apego à realidade material, aí representada pela corda.
***
Fé
(Huberto Rohden)
É uma atitude de fidelidade, harmonia, sintonia.
Os discípulos pediram ao Mestre:
- Aumente nossa fé, ou seja, aumente a nossa harmonia com o mundo espiritual.
Eles sentem que têm uma ligeira fidelidade ao mundo da realidade divina, mas sentem também a fraqueza e pequenez dessa sua fidelidade.
Então o Mestre respondeu:
- Se tiverdes fidelidade genuína e autêntica, mesmo que seja inicialmente pequena como um grão de mostarda, porém genuína e autêntica, então tereis o poder sobre todo o mundo material. O que é importante não é quantidade, mas sim a qualidade da fé.
Os atos desinteressados produzem o clima propício para uma atitude espiritual de fé, ou fidelidade. Quem trabalha para ser recompensado age em nome do ego humano, sempre egoísta, mas quem trabalha sem nenhuma intenção, explícita ou implícita, de ser recompensado, esse cria um ambiente propício para a atitude de fé.
A fé é uma atitude espiritual do Eu, mas qualquer ato interesseiro do ego mercenário enfraquece o ambiente para o nascimento e crescimento da fé. A verdadeira fé ou fidelidade com o Espírito de Deus cresce na razão direta da libertação do homem de qualquer espírito mercenário.
(Autor desconhecido)
Esta é a história de um alpinista que sempre buscava superar mais e mais desafios. Ele resolveu, depois de muitos anos de preparação, escalar o Aconcágua. Mas ele queria a glória somente para ele e decidiu escalar sozinho, sem nenhum companheiro, o que seria natural no caso de uma escalada com tal dificuldade. Ele começou a subir e foi ficando cada vez mais tarde, porém ele não havia se preparado para acampar e assim resolveu seguir a escalada até o topo. Escureceu, e a noite caiu como breu nas alturas da montanha. Não era possível enxergar um palmo à frente do nariz, não se via absolutamente nada. Tudo era escuridão e zero de visibilidade. Não havia luz e as estrelas estavam cobertas pelas nuvens. Subindo por uma "parede" a apenas 100 metros do topo, ele escorregou e caiu, numa velocidade vertiginosa, somente conseguindo ver as manchas que passavam cada vez mais rapidamente na mesma escuridão. E ele sentia a terrível sensação de ser sugado pela força da gravidade.
Ele continuava caindo, e nesses angustiantes momentos passaram por sua mente todos os momentos felizes e tristes que já havia vivido em sua vida. De repente, ele sentiu um puxão forte que quase o partiu ao meio: "shack"! Como todo alpinista experimentado, ele havia cravado estacas de segurança com grampos e uma corda comprida que fixou em sua cintura. Nesses momentos de silêncio, suspenso pelos ares na completa escuridão da noite, não sobrou para ele nada além de gritar:
- Oh, meu Deus, me ajude!
De repente, uma voz grave e profunda vinda do céu respondeu:
- O que você quer de mim, meu filho?
- Salve-me, meu Deus, por favor!
- Você realmente acredita que eu possa lhe salvar?
- Eu tenho certeza, meu Deus!
- Então, corte a corda que lhe mantém pendurado.
Houve um momento de silêncio e reflexão. O homem se agarrou mais ainda à corda e refletiu que se fizesse aquilo morreria.
Conta o pessoal do resgate que no outro dia encontraram um alpinista congelado, morto, agarrado com força, com suas duas mãos, a uma corda, a tão somente dois metros do chão!
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Foi com essa história, que oferece uma ótima reflexão sobre a fé que manifestamos na Divindade, que Carminha, ao lado de Fernando e Egnaldo, iniciou a atividade deste sábado, 25 de novembro, na segunda parta da abordagem sobre o tema "O mal e o remédio", tirado de O Evangelho Segundo o Espiritismo, em seu capítulo 5. A proposta, após a leitura compartilhada, era fazer uma reflexão individual e logo depois todos comentariam em dupla como agiriam no lugar do malfadado alpinista.
Aberta a partilha grupal, Marilene pediu a palavra e relatou a situação vivida com o marido enfermo, que se revolta por ter de tomar remédios e não obedece às ordens de restrição alimentar; segundo ela, essa é uma boa oportunidade para "cortar a corda", uma vez que o companheiro não aceita suas ponderações: "Vou dormir com a consciência tranquila" - disse. Mas Augusta considerou que "se eu cortar a corda serei considerada suicida" e afirmou querer cumprir seu tempo encarnatório, aproveitando para dar um conselho: "Não peça socorro a Deus, mude!" - e voltou a enfatizar se posicionamento contrário ao autocídio: "Não quero me suicidar, minha corda é essa".
Por sua vez, Eliete foi taxativa: "Apesar a impetuosidade do alpinista, se fosse eu, da forma como chamo por Deus, se apelasse e ouvisse uma resposta, sabendo que não era ilusão, estaria para o que desse e viesse"; segundo afirmou, "a fé dentro de mim me faz transformar, confiando em Jesus como meu Pastor. Deus é Pai, é tudo sobre nós" - concluiu. Valquíria esclareceu que, por meditar muito, certamente corta a corda, reconhecendo que "às vezes, essa atitude possa parecer agressiva a quem está por perto"; ela salientou que ora pedindo orientação a Deus, "que não é vazio"; quanto às pessoas, "acolho, mas não seguro a cruz de ninguém - é problema do outro", disse, acrescentando que, nessa hora"corto a corda", porque "temos de assimilar o que estudamos".
Jaciara aproveitou para manifestar sua surpresa ao constatar que, "tanto tempo depois, minha fé é menor que um grão de mostarda", porque, segundo disse, "conforme a situação, blasfemo, questiono" - a justiça divina - e citou um episódio envolvendo a saúde de um de seus netos revelando que já consegue falar do assunto, por ver-se mais equilibrada, "porque foi um teste muito duro", ressaltou, admitindo que "tem hora que fico agarrada à corda, mesmos em ter dado um passo atrás". Para Railza, "ninguém tem que ficar se culpando de nada", afirmando que "hoje corto a corda", mesmo reconhecendo que "praticar a lição é dureza"; depois de referir um episódio pessoal, essa companheira concluiu ser "alpinista consciente de meu papel".
"Fico feliz comigo porque venço os obstáculos pela fé", disse Iva, ajuntando que "pelo recurso de pedir a Deus é fácil [alcançar o que se deseja], mas é preciso reconhecer que dentro temos todos os recursos". Chegada a vez de Cláudia, esta companheira ponderou: "Corto a corda, mas fico segurando ela" porque, conforme assegurou, "preciso de um tempo para assimilar o que estou passando e só depois é que largo a corda de vez"; segundo ela, "preciso ter consciência de que [a situação difícil] vai passar, mas o medo é maior".
Luiza falou das dificuldades que tem enfrentado ultimamente, a exemplo da desencarnação de uma cunhada e a reação de seu marido a uma cirurgia: "Não largo a corda a não ser pela confiança em Bezerra de Menezes", disse. Por fim, Egnaldo considerou que "largar a corda não é tarefa fácil; a gente fica resistente", frisou, contudo reconhecendo, com uma pontinha de dúvida: "Claro que a fé transporta montanhas, mas..."
No encerramento da atividade, Fernando fez a leitura de um texto em que Carlos Torres Pastorino, autor da monumental Sabedoria do Evangelho, descreve os vários tipos de fé, após o que distribuiu cópia da dissertação (abaixo) do filósofo Huberto Rohden, autor de Sabedoria das Parábolas, sobre o tema. Mas antes que o trabalho fosse definitivamente concluído a Coordenação ofereceu uma interpretação do primeiro texto abordado, referindo que a salvação advinda após o alpinista cortar a corda seria a morte física; no entanto, o Espírito imortal que ainda não se conscientizou dessa condição ainda manifesta apego à realidade material, aí representada pela corda.
***
Fé
(Huberto Rohden)
É uma atitude de fidelidade, harmonia, sintonia.
Os discípulos pediram ao Mestre:
- Aumente nossa fé, ou seja, aumente a nossa harmonia com o mundo espiritual.
Eles sentem que têm uma ligeira fidelidade ao mundo da realidade divina, mas sentem também a fraqueza e pequenez dessa sua fidelidade.
Então o Mestre respondeu:
- Se tiverdes fidelidade genuína e autêntica, mesmo que seja inicialmente pequena como um grão de mostarda, porém genuína e autêntica, então tereis o poder sobre todo o mundo material. O que é importante não é quantidade, mas sim a qualidade da fé.
Os atos desinteressados produzem o clima propício para uma atitude espiritual de fé, ou fidelidade. Quem trabalha para ser recompensado age em nome do ego humano, sempre egoísta, mas quem trabalha sem nenhuma intenção, explícita ou implícita, de ser recompensado, esse cria um ambiente propício para a atitude de fé.
A fé é uma atitude espiritual do Eu, mas qualquer ato interesseiro do ego mercenário enfraquece o ambiente para o nascimento e crescimento da fé. A verdadeira fé ou fidelidade com o Espírito de Deus cresce na razão direta da libertação do homem de qualquer espírito mercenário.
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