O perdão, segundo a narrativa do Espírito Humberto de Campos, em seu livro Boa Nova (psicografia de Chico Xavier), foi o mote da atividade realizada por Carminha e Nilza no sábado 8 de abril. Além delas duas, e dos coordenadores do Grupo, Isabel e este escriba, compareceram ao trabalho Egnaldo, Valquíria, Cláudia, Eliene, Cristiane, Railza, Marilene, Fernando, Maria Augusta e Iva, mais Vitória, visitante que declarou observar o funcionamento para decidir se se integra ou não ao “Jesus de Nazaré”. Regina chegaria já perto do encerramento e anunciou sua despedida, justificada por razões pessoais que a fazem não estar disponível nas manhãs de sábado para os estudos, transferindo-se portanto para outro grupo.
Nilza fez a leitura do décimo capítulo de Boa Nova, relativamente ao tema sob abordagem, e depois Carminha propôs a formação de duplas (Egnaldo integrou um trio com Eliene e Marilene) e expôs as consignas para a discussão – uma por vez – antes da partilha grupal. As questões foram estas: 1 – Como você se comporta ou reage diante das ofensas?; 2 – Eu ainda tenho o que perdoar em mim e no outro?
Conhecida no grupo por seu temperamento desabrido, Eliene confessou que briga quando ofendida: “Não tem jeito, não dou a outra face”, disse ela, salientando que ainda não aprendeu a se resguardar, embora reconheça estar melhorando “um pouco”, principalmente no trabalho profissional, “onde a gente engole sapo”; quanto à segunda consigna, essa companheira revelou não saber conviver com pessoas “que não se mostram, que vestem capa de boazinhas”, colocando que então manifesta intolerância, “porque fazem a gente de besta”; ela também afirmou não aceitar desculpas de que lhe fez alguma ofensa: “O perdão ainda está distante de mim”.
Marilene considerou depender do momento o comportar-se perante as ofensas, afirmando não se encontrar ainda no patamar de dar a outra face; mas sobre a segunda questão ela explicou ter muito a perdoar em si mesma, como a intolerância: “Busco me aceitar como sou”, disse, acrescentando que perdoar é seu objetivo que são vários os caminhos até chegar ao autoperdão e ao perdão do outro: “Mas não guardo rancor, vejo que os outros também têm seus momentos e procuro aceitar isso”.
Por sua vez, Egnaldo declarou que dificilmente se conhece onde se pisa: “O ideal é se afastar, como Jesus fez” (ele se referiu à atitude do Mestre no texto de Humberto de Campos); esse companheiro também concordou em que tem muito a perdoar, embora afirme que essa é uma estrada de mão dupla.
Assim como Marilene, Vitória igualmente considerou a dependência do momento e da vigilância para o exercício do perdão às ofensas; segundo ela, há pessoas que estão sempre “dando cutucadas”: “Às vezes não faço nada”, disse, acrescentando que “hoje aprendo a não fazer nada sem pensar; se for pelo impulso, reajo mal e me arrependo; procuro refletir para não sofrer como sofria”, observou; quanto à segunda consigna, ela ressaltou ter muito a perdoar a si mesma e aos outros, “por ser às vezes pouco indulgente, intolerante; em minhas preces, peço a Deus para ser melhor que ontem”.
Já Cláudia relatou ter sido “uma fera” até dois anos atrás, hoje domesticada: “Procuro não dar tanta importância ao que fazem e falam de mim”, frisou, salientando que “a depender do que seja, policio-me para não discutir”; ela observou também que costuma perdoar mais ao outro que a si mesma.
Tomando a palavra, Valquíria revelou comportar-se ainda de acordo com o instinto, porque “o outro precisa saber como me sinto; nem sempre controlo minha agressividade”, disse, acrescentando que apoia-se em leituras edificantes e sabe que ninguém está sozinho, de modo que “procuro selecionar as companhias espirituais, para que as reações não me comprometam”; para ela, “se eu não me conhecer não posso me perdoar e a gente se camufla muito”, salientou, frisando que “estamos aqui (na Terra) para estudar e não para brincar, porque a coisa não está fácil em lugar nenhum”.
Em seguida, Iva comentou ter deixado o passado para trás – “vivo o presente”, disse, acrescentando que assim prepara o futuro: “Hoje não deixo passar (a ofensa do outro), tento esclarecer”, salientou; segundo afirmou, “valorizo a mediunidade e procuro educá-la nesse sentido”; ainda de acordo com a companheira, sua condição de relativa imperfeição impede que perdoe a si e aos outros: “Estou no aprendizado, trabalhando as qualidades paulatinamente”, completou.
Depois, foi a vez de Cristiane responder a primeira consigna e ela observou que, nesses momentos, costuma perguntar-se por que se ofendeu, de forma a aproveitar o estudo realizado no Grupo; a companheira citou um episódio que a fez refletir sobre a importância de manter uma amizade, apesar das cicatrizes, devidas à sua momentânea imperfeição: “A parte mais difícil”, disse, “foi colocar em prática o aprendizado, calando ante a agressão”, finalizou.
Para Fernando, vale considerarmos sempre o exemplo de Jesus. Por seu turno, Maria Augusta, manifestando sua dificuldade, declarou não conseguir perdoar a ignorância, como o Cristo fez, frisando que terá ainda muitas encarnações para isso.
O fechamento do trabalho, Carminha apresentou a seguinte conclusão, baseada tanto nas informações de Boa Nova quanto em livros como Sabedoria do Evangelho (Carlos Torres Pastorino) e obras da Benfeitora Joanna de Ângelis: “O ser humano, dominado pelas paixões de que não se deseja libertar, senão pelo sofrimento, cultiva ódios injustificáveis, ressentimentos amargos, anseios de revide perversos que envenenam os equipamentos celulares com suas toxinas e ondas mentais de desequilíbrio. Como conseqüência, temos queda da resistência no sistema imunológico, surgindo as alterações na tensão arterial, as arritmias, os problemas gastrointestinais, as variações de humor sempre para o negativo, e perturbações nervosas. A única alternativa para se marchar em direção à paz e à felicidade é o instrumento do perdão.
“A paz” – continuou a companheira – “é um patrimônio que cada coração está obrigado a defender, para bem trabalhar no serviço divino que lhe foi confiado, e por isso é a atitude mais inteligente que podemos ter no mundo. O “perdão-terapia é, portanto, neste momento, o mais admirável recurso para a saúde e a felicidade do ser, ao lado do amor, do qual é extensão”. Por fim, Carminha recordou um belo ensinamento de Jesus: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”.
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