quarta-feira, 29 de março de 2017

Idade de servir

"Foi de bom tamanho, agora é atitude" - foi o comentário de Quito sobre o trabalho realizado no sábado passado, sobre a lição "Velhos e moços" do livro Boa Nova (Humberto de Campos, Espírito, e Chico Xavier, médium), marcando a primeira atividade laboral do Grupo. Esse trabalho teve a participação, além do missivista e deste escriba dublê de coordenador, de Eliene, Valquíria, Egnaldo, Fernando, Railza, Cristiano, Maria Augusta, Marilda, Cláudia, Iva, Waldelice e Cristiane. Regina chegou já perto de encerrar a reunião.
Para discutir as consignas elaboradas pela Coordenação - "De que maneira você vive seu envelhecimento de forma a servir mais e melhor ao Cristo?" e "Assim como Simão, o Zelote, você se ressente do tratamento discriminatório por parte dos mais jovens?" -, a turma foi dividida em três subgrupos com quatro componentes cada um. Aberta a partilha, eis as conclusões, de acordo com o entendimento individual:
Eliene disse ter ficado calada durante a conversa no subgrupo, mas ponderou ser o envelhecimento uma arte e que "devemos usar de sabedoria para agir com equilíbrio"; para ela, servir ao Cristo é a própria sabedoria: "Quando você a tem, começa a transitar bem em qualquer situação"; quanto à segunda questão, essa companheira afirmou não estar "nem aí" para o preconceito que os jovens manifestam junto aos idosos, afirmando que isso é "cultural" e começa no seio da própria família: "Se formos viver a vida do outro, você mesmo vai levar a esteira (ela referia-se a uma história contada no início do trabalho), se se preocupar com as imposições da sociedade, disse, recordando a expressão do apóstolo Paulo, para quem "tudo me é lícito, mas nem tudo me convém".
Por sua vez, Egnaldo arrancou risos ao se confundir com a primeira consigna, mas sobre a segunda considerou que "isso sempre existirá", afirmando que, como espírita, "sou um espírito em aprendizado". Em seguida, Railza observou não ser discriminada pela idade que tem (e não aparenta!), sendo, ao contrário, respeitada e acolhida: "As pessoas ouvir o que digo, mesmo os jovens, que me dão ótimo retorno"; sobre a primeira premissa, ela ressaltou viver o serviço ao Cristo no cotidiano, especialmente no âmbito da família, "onde exercito o Evangelho, dentro de minhas limitações existenciais e da idade", completou.
Para Valquíria, o envelhecimento é vivido de acordo com as próprias limitações do corpo, "mas não me sinto velha espiritual ou intelectualmente, pois me estimulo mais para aprender e estou tendo ganhos fantásticos"; sobre a segunda questão, disse que quem discrimina os idosos é a sociedade: "os amigos de meus filhos me procuram para conversar; a exceção é a filha, mas por causas espirituais", revelou, acrescentando que "devemos confiar nos jovens", porque "o preconceito parte dos mais velhos". Já Maria Augusta considerou que "tudo depende do tempo em que se está na Terra".
Chega a vez de Cláudia, esta declarou tentar aprender a envelhecer com sua mãe, compreendendo que essa arte não é tão fácil de ser assimilada; segundo ela, a sociedade discrimina o idoso e este faz o mesmo com os mais jovens; ela também observou que envelhecer nem sempre traz sabedoria, porque "o idoso não sabe tudo, mas pode ensinar alguma coisa e as lições são repassadas"; ela disse ainda que pretende levar a experiência à noção de servir ao Cristo; por fim, observou que, não sendo idosa, sofre discriminação no trabalho por parte dos colegas novatos.
Iva argumentou que "há momentos em que me vejo no esforço por fazer o melhor para Jesus, fazendo por mim e pelo próximo". Quito começou citando (conscientemente ou não) o título e o primeiro verso de uma canção do compositor Tom Zé: "Eu sofro de juventude, não sinto discriminação, meu estado de espírito não me permite isso", disse, salientando que seu envelhecimento traz experiência e assim procura conviver fraternalmente, escolhendo transferir o conhecimento adquirido.



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