quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Tiagos, no plural


O cardápio do "Jesus de Nazaré" neste sábado, 1 de setembro, traz um prato duplo: vamos abordar os dados biográficos de dois apóstolos homônimos - Tiago e Tiago -, diferenciados no qualificativo - um é o Maior e o outro, o Menor. Será que essa distinção permitirá que analisemos nosso comportamento no mundo, a partir do alerta feito pelo Cristo quanto aos que querem os primeiros lugares, buscam privilégios e almejam a primazia em tudo? Afinal, o Cristo, ao demonstrar sua lição de humildade ao lavar os pés de seus apóstolos, disse-lhes que quem quiser ser o maior no Reino dos Céus deverá ser o servidor de todos, porquanto "o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir"....

domingo, 26 de agosto de 2012

Última conversa com Pedro

"Era domingo, primeiro dia da semana entre os judeus e muitos doentes haviam sido trazidos a Pedro para suas sessões de cura espiritual, às quais ele se dedicava com todo o generoso impulso de seu coração. Um homem destacou-se da multidão para um impertinente desafio. Pedro restituía a visão aos cegos, a audição aos surdos, o movimento aos paralíticos e a força aos fracos; como e por que não curava sua própria filha, uma bela moça, crente em Deus, que ali estava a um canto, imobilizada?
Pedro sorriu e comentou: "Meu filho, só Deus sabe por que o corpo dela não é sadio. Saiba você que Deus não foi fraco ou incapaz de conceder essa graça à minha filha. Mas para que sua alma se persuada e aqueles que aqui se encontram possam ter mais fé".
Em seguida, voltou-se para a jovem e a ordenou que se levantasse de onde estava, "sem nenhuma outra ajuda, senão a de Jesus", e caminhasse até ele. Foi o que aconteceu. A moça ergueu-se e andou sozinha até o pai. A multidão explodiu de alegria e admiração.
Inesperadamente, contudo, Pedro voltou a falar com a moça, ordenando-a a retomar seu lugar e tornar-se novamente uma inválida, o que também ocorreu conforme ele determinou. E explicou: Isto é bom para você e para mim.
Mas como poderia um sofrimento saqueles ser benéfico a alguém e ainda mais, uma dor que poderia ser removida, como ficou demonstrado? Novamente Pedro explicou a razão de sua estranha atitude ao condenar a própria filha à invalidez, após ter demonstrado ter poderes para curá-la: "No dia em que ela nasceu, tive uma visão e o Senhor me disse: - Pedro, nasceu para você hoje uma grande provação. Esta filha faria muitas almas sofrerem se o seu corpo permanecesse saudável."
O pescador achou que a visão zombava dele. Como é que uma pessoa saudável poderia causar a infelicidade de tantos e uma aleijada não?
Havia, porém, outra história atrás da história. (...) À medida que a menina crescia, crescia também sua beleza e muitos foram os que se interessavam em casar-se com ela, como um sujeito rico por nome Ptolomeu, que a entrevira quando tomava banho, aos dez anos de idade e pediu insistentemente que a menina lhe fosse dada em casamento, na época própria.
(...)
Parece que, afinal, Ptolomeu conseguiu obter a permissão para casar com ela... Mas a menina é trazida de volta à casa de seus pais. Informado a respeito, Pedro e a esposa vêm ver a filha e a encontram paralisada 'dos dedos à cabeça' e ressequida.
Não se sabe o que aconteceu, sabe-se apenas que Ptolomeu ficou arrasado e cego de tanto chorar. Dispunha-se a matar-se no seu quarto, quando viu intensa luz que iluminava toda a casa e uma voz que lhe dizia que Deus não cria as pessoas "para a corrupção e a poluição". Fora necessário que ele, Ptolomeu, não tivesse nenhum relacionamento com a jovem, na qual deveria "reconhecer uma irmã". Que ele fosse a Pedro, que lhe explicaria melhor as coisas.
Assim ele fez e lá, em casa do pescador, teve nova visão do Cristo que ele percebia "com os olhos da carne e os olhos da alma".

***

Essa narrativa, constante do livro "O evangelho gnóstico de Tomé", do escritor espírita Hermínio C. Miranda (ed. 3 de Outubro), constituiu o ponto de partida para os diálogos realizados do sábado, 25 de agosto, no âmbito do Grupo de Estudo Jesus de Nazaré em torno da ação benemérita observada em Pedro e que podemos realizar por nossa vez. As atividades contaram com a participação de Bia, que aniversariava e por isso mereceu homenagens no final, Fernanda, Roberto, Carminha, Regina, Lígia, Isabel, Marilene, Waldelice, Quito, Fernando, Valquíria e Edward (Junior), além dos coordenadores Maria Luiza e Francisco.

Após a leitura do texto acima, antecedida da observação do EADE sobre o apóstolo em questão, iniciamos a conversa recordando que Pedro soubera, depois que Jesus ressuscitado efetivamente ascende aos Céus, demonstrar seu amor pelo Mestre realizando na Terra tudo que o Cristo ensinara e exemplificara. Sua invigilância transformou-se, então, em disposição para o trabalho do Senhor. Simão, portanto, não só ensinou como curou e até reanimou outros corpos tidos por mortos, como o da viúva Dorcas, conforme relatam os Atos dos Apóstolos. Haveria, assim, um critério para se corresponder à recomendação de Jesus para se dar aplicação à faculdade mediúnica de que cada pessoa é detentora, de acordo com Allan Kardec e esse critério está na observância estrita do mandamento "amar ao próximo como a si mesmo", que se exercita pela pureza de coração.
Franqueada a palavra, Valquíria referiu-se à cobrança dos incrédulos, como no relato do livro de Hermínio Miranda, revelando que as pessoas se manifestam pelo imediatismo, cuidando somente do corpo e com isto mostrando que não querem melhorar. Desse modo, disse, o trabalho de renovação pelo estudo passa despercebido, comentando importante seminário recentemente realizado na Cobem. Fernando recordou o caso da angina que acometeu o médium Chico Xavier, para cuja cura o também médium mineiro Zé Arigó, famoso nos anos 70 pelas cirurgias espirituais que realizava, sob a ação do médico Dr. Fritz, recebendo a negativa de Chico. Segundo Fernando, suportar, pedir socorro e aceitar a ajuda é o que devemos fazer para correspondermos aos exemplos deixados por Jesus e Pedro. Nosso companheiro também lembrou-nos os exemplos do benfeitor Bezerra de Menezes, cuja ação benemérita em favor dos desassistidos comprometia a própria família consanguínea, e de Irmã Dulce, a qual continuou trabalhando pelos necessitados mesmo tendo o corpo físico alquebrado...
Isabel, por sua vez, retomou o exemplo de Bezerra de Menezes e falou do seminário anteriormente citado por Valquíria, afirmando ter sido uma continuação dos estudos do Grupo Jesus de Nazaré feitos naquele sábado, 18 de agosto. O teor do seminário, disse ela foi importante para a compreensão e mais aplicação em seu trabalho no "Encontro com Jesus", uma das etapas do tratamento espiritual na Cobem. "Aprendi muitas coisas naquele dia", disse ela, ressaltando o aprofundamento de temas pelo expositor, utilizando-se de informações científicas. Fernanda aproveitou para fazer uma avaliação do trabalho que realiza na Cobem, como coordenadora de uma turma do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita (ESDE), a partir de uma conversa que teve com um integrante dessa mesma turma. Segundo ela, ainda que não se sinta capacitada, aceita os desafios, por perceber que as tarefas são estímulos ao aprimoramento.
Carminha, referindo-se à atuação mediúnica ou mesmo magnética de Pedro, recordou-se da experiência que teve quando participou de um curso de passes na Cobem, ocasião em que experimentou "sensação de vergonha", pelo descontrole observado na gesticulação, numa época em que os passes eram ministrados com os olhos fechados; ao abri-los, ela se surpreendeu ao ver suas mãos direcionadas para o plexo cardíaco da "paciente", que declararia depois ter uma necessidade específica na área do coração. Essa lembrança permitiu a Carminha considerar até mesmo sua própria condição de saúde - uma pertinaz insuficiência cardíaca -, fazendo-a ver que precisa do trabalho espiritual, por conta de certas recordações de seu passado reencarnatório...
 "Tento me transformar em pipoca", disse Regina, ao final de sua fala, revelando estar sentindo mudanças muito significativas em sua vida: um certo incômodo que não chega a ser dor, mas provoca ansiedade que dá lugar a reflexões. Por exemplo, ela vê desabrochar um sentimento de caridade muito intenso, ao mesmo tempo que em coisas novas vêm acontecendo. "Somos Cristos", revelou, ponderando, no entanto, que se acha "aquém de Jesus". Ainda assim, sente-se feliz tentando essa nova proposta, vendo o próximo de uma forma mais proveitosa, apesar de suas limitações. Já Marilene vê dificuldade em viver os exemplos de Jesus e Pedro, mas, segundo disse, não quer se perder: "Minha meta é ter o Cristo como modelo". Assegurando que o que as pessoas querem é a solução dos problemas, ela considera estar distante dos exemplos de abnegação, como os citados. A companheira também relatou um episódio de sua vida pessoal, de quando teve que fazer uma cirurgia para correção de uma catarata e após o que passou a ver melhor a distância. Se tudo melhora um dia, "só não posso perder o foco, porque a gente chega lá", completou.
Por sua vez, Edward Jr. ainda vê-se, como relatou, muito ignorante perante Pedro e Jesus, na tentativa de viver tais exemplos, esforçando-se para conviver com o próximo nas diferentes circunstâncias da vida de relação. Fechando a partilha, Roberto comentou uma mensagem espiritual lida alhures, a qual dava conta de que um certo médium experimentava certos tormentos corporais/orgânicos; sentindo-se mal, pediu ajuda a seu Mentor, julgando precisar de estímulo para as atividades sob sua responsabilidade; o Mentor, em resposta, perguntou-lhe que carro compraria se tivesse apenas três mil reais; "Um fusca", o médium respondeu, ao que o Mentor acrescentou, aludindo ao corpo do médium: "Pois foi o que você comprou. Vá trabalhar!"
Pouco antes da realização da prece final, as filhas e os netos de Bia e do coordenador Francisco adentraram o Salão B da Cobem, onde são realizados os encontros do "Jesus de Nazaré", e o momento de oração foi também de festa...

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Ação benemérita


"Pedro, tu me amas?", perguntou Jesus a seu apóstolo Simão, cognominado Cefas pelo Mestre, obtendo esta resposta: "Sim, Senhor, tu sabes que te amo!", ao que o Cristo observou: "Então apascenta minhas ovelhas!".
A partir daí, Pedro tomou sobre si a túnica nupcial e demandou o Reino dos Céus, fazendo o bem a quantos cruzaram seu caminho, atento e atendendo às recomendações do Messias quanto a expulsar demônios, curar enfermos, limpar leprosos e ensinar proclamando a Boa Nova...
Hoje, que os novos apóstolos somos todos os cristãos sinceros, precisamos corresponder à condição repetindo no mundo os exemplos enobrecedores deixados tanto por Pedro quanto pelo próprio Jesus, apascentando ovelhas através do cumprimento do maior dos mandamentos: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo".
Esta é a temática do trabalho que vamos realizar neste sábado, 25 de agosto, tentando investigar em que circunstâncias de nossa vida temos tentado repetir esses exemplos.

domingo, 19 de agosto de 2012

Coragem em Pedro

Poucos companheiros puderam comparecer ao trabalho desse sábado, 18 de agosto, mas nem por isso a atividade deixou de ser enriquecedora para Egnaldo, Valquíria, Jaciara, Roberto, Fernando, Magali, Waldelice, Quito, Iva, Marilda, Lígia e Francisco - o coordenador. Falamos sobre a coragem necessária para vivenciarmos a autoridade e a liderança a partir das determinações do Cristo, qual Pedro fora chamado e manifestar.
Para início de conversa, fizemos outra vez a leitura do tópico do EADE sobre os dados biográficos do apóstolo, com ênfase na informação acerca da autoridade de Pedro junto à comunidade cristã nascente e sua liderança na obra de continuação da tarefa missionária de Jesus, para o que ele teve de manifestar coragem, como observado na postagem anterior intitulada "Autoridade e liderança". Em razão disso, a Coordenação propôs a seguinte reflexão: "O que estou fazendo para manifestar a coragem de servir valorosamente ao Cristo?"
Valquíria tomou a palavra para indagar se servimos ao Cristo ou a nós mesmos, talvez para ressaltar as conveniências da vida material, que nos faculta o egoísmo, isto é, o domínio da matéria sobre o espírito, perturbando a compreensão e vivência da Verdade. Já Waldelice pontuou a função do médium a serviço de Jesus, enquanto Roberto lembrou da lição de humildade do Mestre ao se deixar batizar por João, sendo, por isso, necessário para cada um de nós nos submetermos a seu doce convite: "Vinde a mim...".
Waldelice também argumentou o medo que muitas vezes temos na hora de tomar decisões importantes, observando que a coragem aparece quando a necessidade é premente. Quito, por sua vez, ressaltou que a coragem é a sublimação do medo, ao passo que Egnaldo considerou estarmos entre dois tipos de autoridade: a formal e a natural; a primeira seria aquela que decorre das imposições mundanas enquanto a outra nasceria do carisma, a atração magnética que algumas pessoas exercem espontaneamente sobre outras, tornando-se por isso lideranças natas.
Fernando trouxe outro questionamento: "O que é ser cristão verdadeiro?", fazendo-nos ponderar acerca do que diz Allan Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo, ao que Valquíria salientou, como resposta ao companheiro, que o verdadeiro espírita é reconhecido pelos esforços que faz para sua transformação moral. Fernando foi mais além e colocou o pensamento do Espírito Joanna de Ângelis, para quem ser espírita autêntico equivale a à condição de cristão verdadeiro, que se manifesta pela ação benemérita sempre: servir ao Cristo é fazer o bem da forma mais digna possível, em todos os setores da vida prática: na família, no trabalho, na sociedade, na casa espírita...
Quito, voltando a opinar, disse não adiantar querermos ter tudo de bom, seja material ou espiritual, sem a coragem que nos mobiliza para a conquista. Fernando argumentou sobre a diferença entre coragem e temeridade, afirmando que "pecamos" por não termos coragem de combater os vícios morais. A esse respeito, Valquíria ponderou: "Servimos ao Cristo promovendo nossa melhora individual, que resulta em benefício para todo o mundo".
De acordo com Iva, o serviço é a si mesmo e à coletividade, pelo aprendizado que se faz, e a Deus, através da ajuda ao próximo - e relatou sua vivência pessoal como contadora de histórias, quando necessita ter coragem para vencer as limitações próprias, de ordem física. Já Marilda é de opinião que vivenciando o amor, cujo exercício envolve todos os demais sentimentos, pode-se vencer tudo.
Jaciara, por sua vez, propôs um desafio: o que pensar de um profissional que seja excelente em sua área de atuação, mas opera contrariamente às leis divinas? Fernando tenta responder citando, dentre outras coisas, uma história contada pelo médium Divaldo Franco, sobre um certo espírito, e Valquíria comentou que a noção de ética deve basear a atuação profissional. Magali contou um fato de seu conhecimento, sobre um homem que estava em depressão por ter sido demitido do emprego na empresa em que ele por muito tempo desejou trabalhar; seus familiares recorreram ao Espiritismo e foram informados, por via mediúnica que esse trabalhador havia recebido, pela demissão, um acréscimo de misericórdia, uma vez que a empresa não era tão idônea quanto se pensava e ele havia sido poupado dos tormentos funcionais que poderia enfrentar a partir de investigações policiais. Por fim, Egnaldo, que é jornalista, considerou que é dever do bom profissional denunciar as mazelas sociais e cobrar soluções que melhorem a vida de todos, e que a proposta doutrinária do Espiritismo promove ações nesse sentido.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Uma canção para Pedro

Pedro Nadie, na voz de Piero.

sábado, 11 de agosto de 2012

Autoridade e liderança

Para o entendimento da noção de autoridade e liderança exercida por Pedro no Colégio Apostolar, parece-nos útil considerar dois aspectos: um deles é a lembrança de que o Cristo outorgou aos 12 a autoridade de atuar no mundo com a finalidade de conquistar novos adeptos à propagação da Boa Nova do Reino dos Céus, através da palavra esclarecedora e das ações tão nobres quão impactantes, quais a cura dos enfermos, a limpeza de leprosos e a expulsão de demônios; o outro aspecto é que para o trabalho nas hostes de Jesus se faz necessária a coragem de afrontar o mundo. E o discípulo consciente e determinado a seguir as pegadas do Mestre é convidado a manifestar essa coragem. Nesse sentido, recordamos de algumas palavras pronunciadas por nossa sempre coordenadora Creuza Lage num seminário realizado para os trabalhadores da Casa de Oração Bezerra de Menezes no mês de fevereiro deste ano. Na ocasião, ela citou ensinamentos de alguns autores cristãos, os quais repetimos aqui, pedindo desculpas pela ocultação de algumas fontes. Assim é que "basta ao discípulo ser como seu mestre e ao servo como seu senhor". Para tanto, é preciso que sejam conhecidas e praticadas as três lições de coragem:
1 - não querer se mais que o mestre;
2 - não temer o que se encontra oculto; e
3 - não temer os que só podem matar o corpo.
A partir de então, é imperioso, também, que o discípulo cumpra as leis do discipulado, as quais são a limitação, a imitação e a participação. A limitação consiste em saber que o mestre é o limite; já a imitação impõe observar que o mestre é o modelo; e a participação, finalmente, mostra que o mestre é a consequência. E se compreendermos que o o Mestre é o Cristo, essas leis farão todo sentido. Por fim, torna-se necessário empreender a ação do discípulo, porque, segundo Hannah Wolf, "a disponibilidade receptiva só tem validade no agir".

Espere um pouco, Pedro!

Este sábado, 11 de agosto, foi atípico, mas semelhante a outros, quando o número dos integrantes ficou reduzido devido a outras atividades realizadas simultaneamente, comprometendo o sucesso do trabalho programado. Ainda assim, o encontro foi bastante produtivo, com a participação de Railza, Fernando, Roberto, Lígia, Marilda, Ione, Bia e Egnaldo, mais os coordenadores Francisco e Maria Luiza. Como anunciado, a conversa girou em tono da autoridade e da liderança que o apóstolo Pedro exerceu no colégio apostolar após a morte de Jesus. E porque o tema será explorado no próximo sábado, quando se espera maior participação, a Coordenação decidiu não anotar os depoimentos, que enfocaram principalmente a autoridade dos pais na condução dos filhos...

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O dono da bola


Após a morte de Jesus, Pedro foi alçado, talvez por sua idade provecta, à condição de líder da comunidade apostólica, condição essa anunciada pelo próprio Cristo - "Tu és pedra e sobre ti construirei minha igreja." - e confirmada quando, ressuscitado, o Mestre pede a Pedro que apascente suas ovelhas. Tais avisos demonstram a natural autoridade espiritual de Cefas, o que ele manifestaria na condução da Casa do Caminho e, depois, nas pregações em Roma, durante a perseguição aos cristãos, embora num certo momento ele tivesse querido fugir e na estrada vê alguém que cruza com ele em sentido contrário. Pedro reconhece o Cristo e pergunta-lhe: "Quo vadis (para onde vais)?", ao que o Messias responde que vai "morrer" junto com os mártires. Pedro não tem outra alternativa a não ser retornar a Roma...
Mais uma vez, a atividade será vivencial e os integrantes do Grupo serão exortados a avaliar, a partir da referência em Pedro, o modo como exercem a autoridade e correspondem aos apelos do Senhor quando convidados a exercer a liderança, isto é, reunir, em nome do Cristo, as ovelhas esparsas novamente no rebanho do Divino Pastor...
Por falar em autoridade, é bom recordarmos que os apóstolos a receberam de Jesus quando o Mestre definiu-lhes a missão e ordenou que saíssem pelo mundo conquistando adeptos para o Reino dos Céus, recomendando-lhes que curassem enfermos, limpassem leprosos e expulsassem "demônios", tudo que um médio esclarecido pelo Espiritismo faz hoje em dia...

sábado, 4 de agosto de 2012

"Eu digo não, digo não, digo não, não, não!"

Intimista, o trabalho desde sábado, 4 de agosto, sobre a negação de Pedro, dispensou a formação de subgrupos, por escolha dos próprios participantes, e assim tivemos uma mais que atraente roda de conversa, com a presença de Bia, Egnaldo, Fernanda, Fernando, Iva, Jaciara, Lígia, Maria da Paixão, Marilda, Marilene, Quito, Railza  e Regina, mais os coordenadores Francisco e Maria Luiza (as fotos abaixo, feitas por Bia, correspondem à atividade realizada no último sábado do mês de julho, quando o Grupo promoveu um café da manhã para homenagear os aniversariantes do primeiro semestre, razão pela qual a filha e os netos de Maria Luiza e Fernando - Virgínia, Caio e Júlia Beatriz - compareceram).
Para começo de conversa, a Coordenação promoveu a leitura do tópico referente a Pedro no módulo do EADE, enfatizando o trecho que informa sobre o "grande número de discípulos modernos participam das mesmas negações, em razão de continuarem desatendendo". Chamou-se a atenção também para o número 3, que ganha importância na interpretação a partir da informação acerca do aspecto esotérico, ou simbólico, que ressalta dos ensinos de Jesus. Desse modo, a Coordenação observou a mística que envolve o 3, considerado por Pitágoras como o número perfeito, e questionou o grupo sobre se continuamos a negar o Cristo ou já nos encontramos no tempo espiritual de aprender, servir e sacrificarmo-nos por ele?

Tomando a palavra, Isabel, que se prepara para realizar uma cirurgia importante sobre a qual ainda não avisou sua família, declarou a existência da boa vontade no sentido de fazer as mudanças necessárias e manifestar amor ao próximo, "mas há momentos em que eu chuto o balde e perco o equilíbrio", revelando sua inquietação mental em razão das dificuldades da vida material. Mas, disse ela, "sou espírito em evolução e não posso vivenciar a culpa", embora queira se modificar: "Quero não me culpar por negar Jesus, apesar do esforço para não negá-lo. Quero amá-lo por minhas atitudes, vendo-me melhor. Estou em processo de crescimento e quando a gente cresce está junto a Jesus e não o nega mais"...

Antes de permitir a fala de Regina, a Coordenação pontuou que negar o Cristo é negar a si mesmo, posto que o Cristo, diferentemente da personalidade Jesus, é a dimensão espiritual que vibra em cada um de nós. Frisou também a passagem do Evangelho em que Jesus afirma estas palavras: "Aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos Céus" (Mt, 10). Quanto a Regina, ela, que disse ler a Bíblia com alguma frequência, referiu uma passagem em que Salomão toma várias cidades e viu nisso uma metáfora do próprio comportamento, no que tange à relação entre as atividades domésticas e o trabalho no nível espiritual. "Devemos encontrar o Cristo dentro de nós", explicou, acrescentando que a negação está aí, quando se dá mais atenção às dificuldades, o que impede a identificação do ser com a dimensão crística. "Mas um ímã nos atrai, como aconteceu com Pedro, fazendo-nos viver a experiência espiritual." Em seguida ela relatou sua recente viagem a São Paulo para uma atividade da religião Messiânica, em prol da harmonização espiritual do Nordeste brasileiro.

Railza começou sua fala fazendo ilações acerca do número 3, aceitando a "provocação" da Coordenação, e deu vários exemplos em que a trindade se faz presente (Deus, espírito e matéria; Pai, Filho e Espírito Santo; espírito, perispírito e corpo; 33 anos de Jesus etc. - ao que a Coordenação acrescentou o tempo em que Jesus realizou seu trabalho no mundo: três anos!). Segundo ela, ainda que saiba ser um espírito em transformação com a necessidade de cuidar do corpo físico e do psiquismo, são muitas as perturbações enfrentadas na vida material. "Estar encarnado é muito difícil", disse, salientando que viver é tão difícil quanto a arte de administrar a dor, para a qual tem-se que buscar o alívio, o que, em muitos casos, significa lançar um olhar de amor sobre a dor do outro. Em função disso, contou que tem recebido vários retornos positivos da vida, ao ponto de acreditar que já vai desencarnar...

"Tenho todos os defeitos de Pedro", revelou Bia, salientando que é nas pequenas ocupações da vida que se fazem os grandes trabalhos espirituais. Por sua vez, Valquíria ponderou quanto à dicotomia personalidade X Self, concordando com a Coordenação a respeito de ser o ego, isto é, nossa identificação excessiva com a realidade material, ilusória, o principal impeditivo para vivermos a realidade do espírito. Segundo ela, quando a persona e o Self estão equilibrados, tudo flui em harmonia. "Mas se pensarmos só pela personalidade, nada tem valor", disse, lembrando que muitas vezes a personalidade nos faz dar desculpas para faltarmos ao trabalho na casa espírita, por exemplo, como aconteceu com ela mesma recentemente. "Mas uma voz interior comanda as ações em favor do bem agir. O que nos falta é nos entregarmos a Deus", completou.

Egnaldo considerou que a proposta de servir ao Cristo se faz incessantemente a  cada um de nós, também através da profissão. A dificuldade maior, segundo ele, é aplicar integralmente essa proposta na própria vida. "A valorização da vida não está nas coisas materiais", disse, salientando que "o básico é gostar de si mesmo e fazer o que se gosta, vendo o que é essencial para própria vida". Falando em seguida, Marilda referiu suas dificuldades mais íntimas: "Tenho lutado contra a tristeza em toda minha vida. Essencialmente sou alegre, mas a tristeza é constante, penso que seja coisa do passado, mas estou no presente e devo lutar", disse ela, sabedora de que necessita partilhar suas inquietações e buscar ajuda, pois "sozinha não cresço e por isso venho ao grupo, embora às vezes não tenha vontade de vir". Frisando a necessidade de encetar essa luta dia após dia, ela disse perceber a necessidade de estar na Casa Espírita, embora um dia venha a notar que "tenho de estar bem pelo que faço e não por onde estou". Mas, salientou, "só posso crescer junto com o outro, não posso me isolar. Não posso me permitir ser triste, pois essa energia contagia as pessoas"...

Quem também deu seu depoimento foi Jaciara, dizendo que suas maiores quedas têm sido no âmbito da família de origem - e contou a respeito um episódio marcado pelo convívio com a intolerância. "Nessas horas eu chuto o pau da barraca e nego o Cristo mesmo!", revelou. Iva, por outro lado, considera que "no dia em que me conscientizar esse complexo de negação do Cristo vai desaparecer".  Segundo ela, ainda não estamos prontos para entender essa necessidade: "Nossa consciência culpada é que nos faz pensar que negamos o Cristo. Enquanto estivermos na imperfeição não vamos a lugar algum".

No encerramento das atividades, reconhecidamente produtivas, a Coordenação observou que os espíritos (re)encarnados trazem responsabilidades a desempenhar nas tarefas com as quais se comprometeram, mas geralmente deixamos as coisas por fazer, muitas vezes por não nos sentirmos seguros no que toca ao trabalho espiritual. É fato que muitos de nós ainda não empreendemos esforços no sentido de dar pelo menos um terço de nossa capacidade de realização, mormente no que diz respeito ao exercício caritativo pela mediunidade, uma vez que nossas atenções se voltam quase sempre para as atividades de cunho material...

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Meu amigo Pedro

Composição de Raul Seixas (e Paulo Coelho) homenageia o irmão e faz-nos refletir acerca do apóstolo. Vejamos a letra e meditemos. Depois, ouçamos a música no vídeo abaixo.

Muitas vezes, Pedro, você fala
Sempre a se queixar da solidão
Quem te fez com ferro, fez com fogo, Pedro
É pena que você não sabe não

Vai pro seu trabalho todo dia
Sem saber se é bom ou se é ruim
Quando quer chorar vai ao banheiro
Pedro as coisas não são bem assim

Toda vez que eu sinto o paraíso
Ou me queimo torto no inferno
Eu penso em você meu pobre amigo
Que só usa sempre o mesmo terno

Pedro, onde você vai eu também vou
Mas tudo acaba onde começou

Tente me ensinar das tuas coisas
Que a vida é séria, e a guerra é dura
Mas se não puder, cale essa boca, Pedro
E deixa eu viver minha loucura

Lembro, Pedro, aqueles velhos dias
Quando os dois pensavam sobre o mundo
Hoje eu te chamo de careta, Pedro
E você me chama vagabundo

Pedro, onde você vai eu também vou
Mas tudo acaba onde começou

Todos os caminhos são iguais
O que leva à glória ou à perdição
Há tantos caminhos tantas portas
Mas somente um tem coração

E eu não tenho nada a te dizer
Mas não me critique como eu sou
Cada um de nós é um universo, Pedro
Onde você vai eu também vou

Pedro, onde você vai eu também vou
Mas tudo acaba onde começou

É que tudo acaba onde começou
Meu amigo Pedro


quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Não, não, não

Sábado, 4 de agosto, o Grupo Jesus de Nazaré vai tentar entender a negação de Pedro, o apóstolo, ainda promovendo uma atividade vivencial. Desse modo, os integrantes serão convidados a examinar a própria conduta diante da tarefa redentora de participação na revolução moral iniciada pelo Cristo no âmbito da Humanidade. Porque manifestara por três vezes (três ciclos reencarnatórios?) a recusa em reconhecer sua própria posição perante o Mestre, no sentido de aprender, servir e sacrificar-se, Pedro teve, mais tarde, a ocasião de provar sua dedicação a Jesus, quando este, ressuscitado, aparece-lhe e o interroga, também por três vezes: "Pedro, tu me amas?". Sim, o amor de Pedro ao Messias era sincero e por três vezes ele afirma sua afeição, ouvindo, ainda por três vezes, o Cristo convidá-lo ao compromisso: "Apascenta minhas ovelhas!"
E você? E eu? E nós?