segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Avaliação do equilíbrio

No último encontro de 2014, o Grupo teve a felicidade de contar com a participação de Creuza Lage, que ao lado do coordenador Francisco conduziu a atividade de avaliação em torno do compromisso assumido pelos integrantes com o equilíbrio. Presentes estavam também Carminha, Valquíria, Roberto, Marlene, Railza, Marilene, Eliene, Isabel, Carminha, Luiza, Fernanda, Fernando, Egnaldo, Quito, Regina, Marilda, Jaciara, Lígia, Waldelice, Magali e Ilca. Ao contrário do que estabelecia o roteiro, a turma foi convidada a pensar durante breves sessenta segundos sobre se cada um conseguiu, com esforço ou naturalmente, manter o equilíbrio nas várias situações vivenciadas des o início do ano, no Grupo e fora dele. Creuza também propôs que cada integrante se desse uma nota, variando de 1 a 5.
Primeiro a falar, Quito - que se deu nota 3,5 - revelou sua luta incessante, dita árdua mesmo, para chegar ao equilíbrio, considerando não ter chegado aos 100%: "Mas mediante a vigilância cheguei a 60%", disse, acrescentando que tem melhorado muito nesse quesito, crescendo espiritualmente. Procurando ajudar nas reflexões, Creuza salientou que o equilíbrio resulta da vigilância somada à tolerância e à paciência, corrigindo a ansiedade e a impulsividade em nossas ações: "Nesses momentos, a razão, dominada pelas emoções, fica obliterada", ressaltou.
Marilene contou que tem trabalhado tanto o equilíbrio quanto a indulgência, para consigo mesma e com o outro; é, disse ela, um trabalho de renúncia e fé, pela vontade de mudar, principalmente quando descobre que o modo de ser é incompatível com aquilo que mais deseja, que é ser discípulo de Jesus: "A meta é me conhecer, para alavancar minha transformação", frisou, dando-se nota 3. Por sua vez, Railza, que disse merecer 5, observou que este ano tabalhou muito a paciência e a humildade, embora tivesse, no início a vontade de deixa do "Jesus de Nazaré": "Consegui chegar até o final", festejou, acrescentando que o maior teste aconteceu no primeiro dia de atividades do Grupo, ocasião em que não se via em condições para corresponder ao convite para apresentar trabalhos, acreditando ter sido julgada: "Mas superei e continuei vindo".
Ilca afirmou que o trabalho realizado pelo "Jesus de Nazaré" este ano foi "terapêutico", porquanto aconteceram muitas coisas em sua vida de relação e o Grupo atuou como lenitivo, acrescentando não ter tempo para "picuinhas". Por esse seu esforço, ele disse ter conquistado uma nota 5. Já Fernanda contentou-se com um 4 e explicou que este ano teve de tomar decisões buscando o equilíbrio, principalmente o físico, em virtude de um problema crônico que a fez faltar muitas vezes aos encontros do Grupo. Ainda assim, disse, foi um ano bom.
Por seu turno, Isabel, que aplicou-se uma nota 2,5, ressaltou estar de parabéns pela forma como vivenciou os acontecimentos deste ano em sua vida, manifestando atitudes maduras e reflexão sobre as experiências no trabalho cujas implicações afetaram seu organismo físico; também os cuidados com uma tia em estado terminal despertaram-lhe força interior, aliada ao respaldo do Grupo; nesses momentos,s conforme avaliou, ela pôde vivenciar o perdão em família e concluiu afirmando que a nota que se deu serve de estímulo para buscar mais e mais o pretendido equilíbrio.
Marlene disse considerar-se equilibrada e procura manter-se assim, embora veja que há momentos em que precisa extravasar as emoções: "Mas ainda não consigo ser assim", salientou, acrescentando ouvir às vezes que é intransigente, porque insiste em andar "na linha"; ela observou também que aprendeu muito no "Jesus de Nazaré", reconhecendo porém que ainda precisa pôr muitas coisas em prática, para suportar as topadas da vida. Sua nota foi 3. Para Roberto, o equilíbrio é algo difícil e por isso sempre pede, disse, aos protetores espirituais que o ajudem a melhorar seu perfil: "Este no pedi muito por equilíbrio", revelou, dizendo-se preparado para ajudar aos outros, manifestando aceitação em seu ambiente de trabalho. A nota que lhe coube foi 2,5 também.
Magali, que igualmente disse merecer 2,5, considerou que essa nota se deve às situações vivida este ano, provocadas por uma alergia que resultou em comportamentos emocionais inesperados; segundo ela, tudo isso porque não se viu mantendo "a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo", como reza a letra de certa canção popular. De sua parte, Waldelice comparou sua atuação em casa, para a qual deu nota 1, e fora do ambiente doméstico, em que mereceu 3, chegando assim à média 2. Segundo ela, de uns tempos para cá mudou seu comportamento no trânsito, onde costumava criticar os outros motoristas: "Hoje", disse, "chego até a rir de algumas situações. É maravilhoso!"
Chegada a vez de Jaciara, ela declarou ser difícil falar sobre o equilíbrio: "Coisa que não tenho; eu sou controlada e isso me faz mal" - disse, acrescentando que isso se dá por questão de sobrevivência: "Engulo as emoções e porisso as pessoas pensam que sou calma, e não sou, fico um vulcão por dentro ante pessoas arrogantes"; em casa, segundo a companheira, tiramos as máscaras: "Este ano tive alguns avanços", considerou, salientando que no Grupo nós "destravamos", obtendo respaldo para algumas ações lá fora, especialmente, no caso dela, junto a uma irmã, com a qual se reaproximou de forma admirável após um estremecimento em suas relações. Por tudo isso, ela disse merecer nota 3.
Dois, foi a nota que Marilda se deu, argumentando que era fisicamente "torta", devido a uma complicação de saúde na infância, e hoje se esforça para provar sua capacidade, buscando o equilíbrio espiritual: "Isso me fez vencer a doença", revelou, acrescentando querer mostrar que está bem, querendo de fato ser e estar equilibrada, observando precisar disso, tanto quanto as pessoas de seu convívio precisam que ela manifeste essa firmeza, apesar das dificuldades. Já Egnaldo, embora considerasse que o ano foi muito produtivo, dadas as atividades do "Jesus de Nazaré", e dissesse ser ele mesmo resultado do que foi estudado, observou que também passou por suas provas e assim merecia menos que a nota zero...
Em sua vez, Creuza fez uma retrospectiva de seu retorno à coordenação do Grupo, falando das dificuldades principalmente quanto à assiduidade: "Mas quando estou aqui, estou inteira", disse, ressaltando porém que isso não é legal em relação à energia do "Jesus de Nazaré"; ela, que desempenha vários papéis no movimento espírita baiano, reconheceu ser difícil manter total equilíbrio ante as diversas atividades, tanto na Cobem quanto na FEEB e na família: "Também vivo no controle e isso é indício de que preciso me equilibrar, aprendendo a ouvir e a falar, para não ficar omissa e isto é desequilíbrio", ponderou, revelando que às vezes se vê fria por andar nos trilhos: "Dirigir uma Casa Espírita é bem difícil, exige muito entendimento em relação aos outros, exige sabedoria, o que ainda não possuo". Em razão do que expôs, ela se deu nota 5, pela firmeza de seus propósitos, "que são muito claros", mas por não ter sido muito assídua, rebaixou a nota para 4.
Fernando preferiu não fazer sua avaliação e o coordenador Francisco deu a si próprio a nota 1, justificada pela luta em que se encontra no sentido de manter o equilíbrio emocional.

2015

Ao final dessa atividade, Creuza aproveitou para propor ao Grupo o sentimento a ser exercitado no próximo ano, convidando-nos a continuar os esforços empreendidos em 2014, mas mantendo o foco, agora, na superação. Ela também sugeriu trabalharmos em 2015 com as lições do Espírito Humberto de Campos contidas no livro Boa Nova, substituindo Caminho, Verdade e Vida, de Emmanuel, que tantas reflexões produziram ao longo desse período. Outra proposta apresentada, agora por parte dos integrantes do "Jesus de Nazaré", foi a de a Coordenação estabelecer um calendário de trabalhos, para que os candidatos sejam mais estimulados ao estudo e à pesquisa dos temas. 

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Último roteiro de 2014

Eis o roteiro do trabalho de encerramento das atividades do "Jesus de Nazaré" neste ano que se finda:

1 - Prece;
2 - Leitura do capítulo 36 de Caminho, Verdade e Vida, seguida de breves comentários;
3 - Desenvolvimento:
3.1 - apresentação da primeira consigna: "Identifique momentos de equilíbrio que você viveu durante o ano"; a) na vida lá fora; b) no Grupo;
3.1.1 - partilha;
3.2 - apresentação da segunda consigna: "Identifique momentos em que você não viveu o equilíbrio no Grupo";
3.2.1 - partilha;
3.3 - apresentação da terceira consigna: "Quais suas propostas de mudança com relação a essas dificuldades?"
3.3.1 - partilha;
4 - Fechamento;
5 - Avisos e prece final.


domingo, 7 de dezembro de 2014

Encarnação semeada

O trabalho de Marilda sobre a necessidade da encarnação finalmente foi concluído no sábado 6 de dezembro, com a participação dos companheiros Roberto, Regina, Cristiano, Quito, Magali, Waldelice, Marilene, Marlene, Luiza, Fernando (que saiu para uma outra reunião), Lígia, Railza, Ilca e Jaciara, mais o coordenador Francisco. Como das vezes anteriores, o início das atividades foi com a leitura do livro Caminho, Verdade e Vida (Emmanuel/Chico Xavier), correspondendo ao capítulo 35, intitulado "Semeadura", no qual o autor espiritual aproveita esta frase de Jesus constante do Evangelho de Marcos (4:32): "Mas, tendo sido semeado, cresce."
No texto, Emmanuel fala-nos dos Espíritos distraídos que se demoram repetindo experiências reencarnatórias sem se darem conta da qualidade do que estão semeando. Segundo o mentor de Chico Xavier, "o bem semeia o bem e o mal semeia a morte", levando os integrantes do Grupo à ponderação do que seja o mal. Para alguns deles, o mal faria parte de nossa natureza, embora tal pensamento contrarie a noção de que somos criaturas de Deus, e o Criador é autor unicamente do bem. Desse modo, nossa essência espiritual não inclui o mal, que é algo qua atraímos e devemos extirpar de nós.
Também recebeu comentários a questão simbólica da morte aventada por Emmanuel, enfocando-se especificamente a condição do espírita, que são e serão mais cobrados que aqueles que não detêm a informação que já adquirimos a respeito da Verdade que liberta. Essa condição, como foi lembrado, não constitui privilégio algum. Assim, é necessário vigiar, bem mais que simplesmente orar, porquanto a semeadura é livre e a colheira é obrigatória, conforme pondera o Cristo.
Chegada a vez de Marilda realizar seu trabalho, ela propôs a última consigna para reflexão e imediata partilha: "Como estou colaborando na obra divina nesta encarnação?" Para ajudar nesse raciocínio, o coordenador leu o poema "Eu não sou da sua rua", letra de música de Arnaldo Antunes tornada famosa pela cantora Marisa Monte:
Eu não sou da sua rua,
eu não sou o seu vizinho.
Eu moro muito longe, sozinho.
Estou aqui de passagem.

Eu não sou da sua rua,
Eu não falo a sua língua,
Minha vida é diferente da sua.
Estou aqui de passagem.
Este mundo não é meu,
Este mundo não é seu.

Eis, portanto, alguns tópicos pinçados e costurados a partir dos comentários suscitados:
A obra divina que nos importa considerar somos nós mesmos, espíritos ainda na imperfeição e por isso a estatura moral que apresentamos é mesmo menor que o tamanho de nosso corpo material. Mas estamos aos poucos nos aperfeiçaondo e as dificuldades da convivência com o outro é o melhor buril para esse aprimoramento: não devemos querer transformar ninguém, mas se quisermos conviver harmoniosamente precisamos mudar a nós mesmos. Isto significa correspondermos à recomendação do Cristo, segundo a quaal devemos renunciar a nós mesmos e carregar nossa cruz na prática do bem, plenificando-nos em Deus perante o outro, no momento de auxiliá-lo.
Fazemos o mal por invigilância ou por ignorância. Krishnamurti, a respeito, diz que são quatro os "pecados" a que o homem está afeito por conta daqueles dois fatores: a maldade, a crueldade, a maledicência e a superstição. Jesus, há mais de dois mil anos, conclama-nos a amar ao próximo e a nós mesmos e esse amor, que cobre a multidão dos pecados, é reerendado pelo Espírito de Verdade que nos trouxe a Revelaçao Espírita, ao dar nossos dois mandamentos: "Amai-vos e instruí-vos", ou seja: faça e aprenda como fazer para fazer sempre e cada vez melhor, prestando atenção ao que se faz e como se faz.
No fechamento de seu trabalho, Marilda recordou o pensamento de Emmanuel, segundo quem, "cada encarnação é como se fora um atalho nas estradas da ascensão, por isso o ser humano deve amar sua existência de lutas, porquanto ela é como se fosse um perdão de Deus..." A companheira também salientou que, pelo livre arbítrio, temos nossas escolhas; além do mais, dissse ela, tudo na vida decorre das escolas conscientes ou inconscientes que fazemos e é desse modo que construímos nossa vida.